03 DE AGOSTO
DE 2018
111ª
SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI e ORLANDO BOLÇONE
Secretaria: ORLANDO BOLÇONE
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão.
Convoca as seguintes sessões solenes: dia 10/09, às 20h, para "Comemoração
do Dia do Profissional de Educação Física", a pedido do deputado Hélio Nishimoto; e dia 03/09, às 10h, para "Comemoração do
Mês de Combate à Obesidade Infantil", por solicitação do deputado Marco Vinholi.
2 - ORLANDO BOLÇONE
Discorre sobre seminário promovido
pela Unafisco - Associação Nacional dos Auditores
Fiscais da Receita Federal do Brasil, com o tema: "Os desafios para o
próximo governo - justiça fiscal e combate à sonegação e à corrupção".
Acrescenta que o debate teve como intenção fornecer subsídios sobre a reforma tributária
para os candidatos à Presidência da República. Reflete sobre a importância das
chamadas carreiras de Estado que tratam da arrecadação de tributos.
3 - ORLANDO BOLÇONE
Assume a Presidência.
4 - CARLOS GIANNAZI
Repudia a nova política educacional,
a seu ver, imposta pelo governo federal. Menciona que houve rejeição geral da
proposta pela comunidade escolar. Opina que a reforma do ensino médio e a Base
Nacional Comum Curricular não atendem às reais necessidades dos estudantes.
Destaca a necessidade de reformas na estrutura física de escolas estaduais.
Manifesta preocupação com a não aprovação do PL 123/18, que dispõe sobre a
carteira previdenciária dos advogados e serventuários contribuintes do Ipesp. Considera que a propositura não fora apreciada devido
a disputas eleitorais pelo Governo do Estado entre os partidos do PSDB e PSB.
Cita que ADIn, elaborada
pelo PSOL, garantiu que o Estado continuasse responsável pelo pagamento
previdenciário dessas categorias. Declara-se indignado com medida do governo
federal que extingue o financiamento de bolsas de pesquisa a partir do próximo
ano. Convida o público a participar de movimento contra essa decisão, hoje, na
Avenida Paulista. Defende a aprovação do PLC 34/18, que trata da inclusão de
dentistas na carreira médica. Julga que a valorização de cirurgiões dentistas
traz, indiretamente, melhorias para a saúde da população.
5 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão,
por acordo de lideranças.
6 - PRESIDENTE ORLANDO BOLÇONE
Defere o pedido. Convoca os Srs.
Deputados para a sessão ordinária de 06/08, à hora regimental, sem Ordem do
Dia. Lembra a realização de sessão solene hoje, às 20 horas, em
"Comemoração do 37º aniversário do Grande Oriente Paulista (GOP)".
Levanta a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
O SR.
PRESIDENTE – CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos do
Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em
plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Convido o Sr. Deputado Orlando Bolçone para,
como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da
matéria do Expediente.
O SR.
1º SECRETÁRIO – ORLANDO BOLÇONE – PSB - Procede
à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.
* * *
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR.
PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, atendendo solicitação do nobre deputado Hélio Nishimoto,
presidente da Comissão de Assuntos Desportivos, convoca V. Exas.,
nos termos do Regimento Interno, para a sessão solene a realizar-se no dia 10
de setembro, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o Dia do Profissional
de Educação Física.
Nos mesmos termos
regimentais, esta Presidência, a pedido do nobre deputado Marco Vinholi, convoca V. Exas. para a realização de
uma sessão solene, no dia 03 de setembro, às 10 horas, com a finalidade de
comemorar o Mês de Combate à Obesidade Infantil.
Tem a palavra o nobre
deputado Orlando Bolçone.
O
SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, ontem
participei de um seminário promovido pela Unafisco -
União dos Fiscais do Brasil, com sede em São Paulo, que reúne todos os fiscais
federais, juntamente com a Afresp - Associação dos
Fiscais de Renda do Estado de São Paulo, a Ajufe, também o Centro de Cidadania
Fiscal, a Febrafite e o nosso Sinafresp
- Sindicato dos Fiscais de Renda do Estado de São Paulo.
Foi um evento de
muitíssima importância, nesse momento que passa o Brasil, momento de transição.
Esperamos que seja uma transição produtiva.
O evento teve por
objetivo dar uma contribuição ao debate que está sendo desenvolvido
pelos chamados “presidenciáveis”, pré-candidatos à Presidência da
República, governadores, deputados estaduais e federais.
O tema do seminário é
“Desafio para o próximo governo”, com o subtema “Justiça Fiscal e combate à
sonegação e à corrupção”. O seminário teve uma característica. Ele dá sequência
a outro estudo desenvolvido sob a égide do Sinafresp,
Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo, em que se
procurou dar subsídios aos presidenciáveis, propondo uma reforma tributária
chamada de reforma tributária necessária.
Ontem,
no seminário, com a participação, inclusive, do ministro Carlos Ayres Britto,
ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, presidenciáveis foram convidados a
comparecer ao debate. O objetivo desse seminário, como já disse, foi fornecer
subsídios de um pessoal comprometido, pessoal isento,
que procurou desenvolver estudos, convidando pessoas de grande experiência.
O
primeiro painel tratou a respeito de transparência, combate à sonegação e à
corrupção, e teve a coordenação do Kleber Cabral, auditor fiscal da Receita
Federal e presidente da Unafisco nacional. Em outro
painel, do qual participei na tarde de ontem, pude levar, inclusive, a minha
mensagem, no sentido de ressaltar a importância das chamadas carreiras de
Estado e dos fiscais de renda, dos auditores fiscais, dessas carreiras que
tratam da arrecadação de tributos. Um painel, na tarde de ontem, tratou da
reforma tributária e justiça fiscal, sob coordenação
do presidente da Afresp, Rodrigo Keidel
Spada. Esse painel teve como um dos palestrantes o
deputado federal Luiz Carlos Hauly, relator da
reforma tributária que tramita no Congresso Nacional.
Dando
sequência ao trabalho anterior, em que o presidente do Sinafresp,
Alfredo Maranca, já coordenou todos esses estudos que
estão servindo de subsídios, todos esses debates estão sendo enviados
aos candidatos à Presidência da República, aos seus assessores, no sentido de
que se possa contribuir, que se possa desenvolver essa reforma tributária que
nós vemos como necessária e talvez uma das mais importantes, visto que o
tributo é a demonstração viva, de participação de todas as pessoas da
sociedade, do mais humilde à pessoa mais poderosa economicamente. Aquela pessoa
mais humilde, a partir do momento em que ela vai à mercearia, que vai ao
supermercado, a partir do momento em que ela aciona o celular para enviar uma
mensagem, nesse momento ela está gerando o tributo. Então, na realidade, todas
as pessoas são responsáveis, todas são as financiadoras, tanto do Poder
Legislativo, como do Poder Executivo e do Poder Judiciário.
A
educação fiscal é um dos temas que se propõe, para levar cada vez mais à
população as informações. Dentro dessa discussão, diversos foram os temas,
inclusive a simplificação, que é um anseio, em especial, das micro e pequenas,
mas também a questão da justiça fiscal, tema que foi coordenado pelo Rodrigo Spada. Hoje o nosso sistema tributário é extramente
regressivo, ou seja, a pessoa mais humilde, a pessoa mais
pobre, a pessoa de menos renda é a pessoa que mais, proporcionalmente,
contribui, que mais paga. Todos esses subsídios são enviados e nós temos
a confiança de que no próximo ano a responsabilidade daqueles que estiverem nos
postos de comando deste País, tanto no governo federal, como nos governos
estaduais, os deputados federais, assim como nós, estaduais, temos
a responsabilidade de tornar esse sistema tributário cada vez mais justo,
discutindo desonerações, discutindo diversos temas, no sentido de que a
sociedade como um todo, em especial os mais humildes, não paguem pela
manutenção da máquina tributária, a manutenção dos serviços públicos. Que as
pessoas mais humildes também tenham acesso à Educação, á Saúde e principalmente
à Segurança Pública.
Muito
obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Esta
Presidência solicita ao nobre deputado Orlando Bolçone que assuma a direção dos
trabalhos.
* * *
- Assume a Presidência
o Sr. Orlando Bolçone.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - ORLANDO BOLÇONE - PSB - Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi,
pelo tempo regimental.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, nobre
deputado Orlando Bolçone, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Alesp, funcionários desta
Casa, ontem nós tivemos uma grande farsa no Brasil, a farsa da Educação. O
presidente Temer praticamente obrigou as escolas públicas a fazer um debate em
torno da base nacional comum curricular. Essa foi uma proposta formulada pelos
burocratas da Educação, que veio de cima para baixo e que atende aos interesses
dos banqueiros, dos empresários, sobretudo dos empresários da Educação e não
atende às aspirações, aos interesses e necessidades da Educação brasileira, dos
nossos alunos e dos nossos professores.
Um
documento com mais de 150 páginas foi enviado, do dia para a noite, para que os
alunos pudessem, em uma ou duas horas, fazer o debate desse documento. Os
alunos mal saíram das férias, ou do recesso escolar e já se depararam com essa
farsa.
Em
São Paulo nós tivemos uma grande resistência ontem. Primeiro porque os alunos e
professores repudiam, veementemente, a reforma do Ensino Médio, a farsa da
reforma do Ensino Médio que está a serviço dessa lógica capitalista.
Essa
reforma está a serviço de uma lógica de acabar com a formação geral, de acabar
com a formação para o pleno exercício da cidadania dos nossos alunos, sobretudo
quando neutraliza disciplinas importantes, como
história, geografia, filosofia, sociologia, artes e centraliza,
praticamente, todo o currículo em cima
de matemática e português, como se o aluno da escola pública não tivesse o
direito de ter acesso a uma cultura mais geral, mais ampla. Eles querem formar
um aluno obediente, um aluno que não conteste, que não
conheça a cidadania, um aluno sem senso crítico e sem compromisso com a
transformação da sociedade.
Organizaram
tanto uma reforma do Ensino Médio, como a base nacional comum curricular e que ambas caminham nesse
sentido, tanto a reforma do Ensino Médio,
quanto a Base Nacional Curricular.
Mas
aqui em São Paulo e em todo o Brasil as escolas disseram não à Base Nacional
Curricular, disseram não à reforma do Ensino Médio. Muitos debates foram feitos
e houve uma profunda rejeição, uma profunda indignação.
Eu
acompanhei o debate em várias escolas e queria destacar aqui a Escola Estadual
Dario de Queirós, que fica em São Miguel Paulista. Essa escola fez um amplo
debate e lá eles perceberam que, na verdade, o Ensino Médio não precisa de
reforma, pelo menos não essa que eles aprovaram no Congresso Nacional via
medida provisória. Essa reforma, que não é uma reforma, é a destruição do
Ensino Médio do Brasil.
Conversando com os
alunos, com a comunidade escolar, eles disseram que precisam de uma reforma da
nossa escola. Até trouxe aqui algumas imagens da situação da Escola Estadual
Dario de Queiroz, que precisa de uma reforma geral.
Tem sala fechada,
porque está desabando. Eu fiz questão de registrar, nós estávamos lá ontem à
noite, com os alunos, com os professores, e eu fiquei chocado com o telhado do
pátio da escola, que é todo de amianto, amianto cancerígeno. Existe uma lei
proibindo a utilização, e é um telhado antigo, que nunca foi reformado, é um
telhado cancerígeno.
Nós temos aqui o
deputado Marcos Martins, que aprovou a lei que proíbe no estado de São Paulo a
utilização do amianto, e lá eles colocam em risco a saúde de milhares de
crianças e adolescentes, e dos servidores da Educação, dos professores e dos
funcionários.
* * *
- São exibidas as fotografias.
* * *
Todo esse teto é de
amianto. Embaixo têm umas telas, que não aparecem, para proteger a escola dos
pombos. Têm muitos pombos. Ou seja, falta reforma da escola pública. Nós
precisamos de uma reforma da estrutura física das nossas escolas estaduais, e a
Escola Estadual Dario de Queiroz, que é uma escola que está dentro desse
contexto, ontem deu uma aula de cidadania, fazendo profundo debate com
professores bem preparados, professores críticos, que fizeram o debate com os
alunos.
Os alunos constataram
exatamente isso, que não dá para aceitar uma reforma do Ensino Médio de cima
para baixo, que não leve em consideração as reais necessidades e interesses da
comunidade escolar.
Eu fiquei muito
orgulhoso daqueles alunos e dos professores, porque há resistência, as pessoas
não estão mais aceitando essas mentiras do governo federal. Elas sabem muito
bem que a reforma do Ensino Médio está a serviço de uma lógica, da lógica do
mercado. Está a serviço das outras reformas, na verdade. Ela faz parte de um
conjunto de medidas e de reformas contra o povo brasileiro. Ela vem para
consolidar a reforma trabalhista que foi aprovada, contra os trabalhadores, a
Emenda 95, que congelou os investimentos por 20 anos nas áreas sociais, na Educação pública, na Saúde, no SUS, na
Assistência Social, na Segurança Pública, na criação de empregos, a lei da
Terceirização.
Todas essas medidas que
estão sendo tomadas pelo governo Temer são agora também amparadas por uma
reforma educacional que tenta dar legitimidade a esse processo de destruição do
estado brasileiro, mas, sobretudo, de destruição de direitos trabalhistas,
sociais e previdenciários. É isso que eles querem fazer através também da
Educação.
Então, houve uma
reação. O dia “D”, que foi estipulado pelo MEC, que era o dia do debate sobre a
Base Nacional Curricular, se tornou, ontem, um dia de denúncia. O nosso “D” não
é de debate, não era o debate do MEC, era o dia da denúncia do abandono da
Educação, da falta de investimento.
Muitas escolas reagiram
a isso. Ontem eu li aqui um manifesto de uma escola que fez também um movimento
importante nesse sentido, e hoje eu destaco aqui a Escola Estadual Dario de
Queiroz, que fica em São Miguel Paulista, que deu ontem uma aula de cidadania.
Fiquei impressionado com a mobilização e com o senso crítico dos professores e
alunos.
Então, queria fazer
esse registro, e depois vou pedir para que os professores me encaminhem o
manifesto, o resultado da reunião, porque eu quero que o documento que a escola
produziu ontem, depois de um amplo debate, seja publicado também no Diário
Oficial.
Quero parabenizar o
professor Éder, o professor Jair, o professor Osvaldo, professores que estavam
coordenando esse debate da Escola Estadual Dario de Queiroz. Nós sabemos muito
bem que essa política educacional do governo Temer tem um único objetivo:
destruir a escola pública privatizar, terceirizar, entregar a escola pública,
sobretudo o orçamento da Educação pública, aos empresários da Educação. Por
isso eles organizaram esse projeto de tal maneira que abre espaço para um
processo de terceirização e de canalização de mais recursos públicos para o
setor privado, para os empresários da Educação.
O
SR. PRESIDENTE - ORLANDO BOLÇONE - PSB -
Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Sr. Presidente, de volta a esta tribuna quero, mais
uma vez, manifestar minha preocupação e indignação com a não aprovação, até
agora, do Projeto de lei 123, de 2018, que trata da questão da carteira
previdenciária dos advogados do Ipesp e também dos
serventuários, dos cartorários, que já estão aposentados.
Esses trabalhadores já
haviam sido vítimas em 2009, depois em 2010, de um golpe, de um estelionato. O
governo, na época o governador Serra, apresentou dois projetos de lei que foram
aprovados aqui na Assembleia Legislativa sem o nosso voto. Eu votei contra os
dois projetos, nosso partido, o PSOL, votou contra.
Depois ainda fomos ao
Supremo Tribunal Federal contestar a lei aprovada aqui na Alesp,
mas o fato é que o ex-governador Serra colocou em processo de extinção as duas
carteiras. Na época lembro que procurei a ex-senadora Heloísa Helena, que era
presidente do PSOL, e pedi para que ela assinasse a nossa Adin.
Formulamos uma Adin, construída coletivamente, que
foi protocolada no Supremo Tribunal Federal.
Aliás, fizemos duas Adins. A primeira foi a Adin
4.291, que contestava a lei 13.549, de 2009, que tratava da carteira dos
advogados do Ipesp. Depois fomos com outra, essa
contestando a lei que aprovou a extinção da carteira dos serventuários, a lei
14.016, essa já de 2010. Contra essa entramos no Supremo Tribunal Federal com a
Adin 4.420.
Ambas as Adins foram parcialmente vitoriosas, conseguimos vitórias
parciais que obrigavam o estado a se responsabilizar por essas carteiras,
porque, pelas leis aprovadas aqui na Assembleia Legislativa, as carteiras
ficariam entregues à própria sorte, estariam
condenadas a morte.
Conseguimos, assim,
duas vitórias parciais importantes. Agora, depois de muita luta e resistência,
o governo, governo Alckmin, foi obrigado a enviar um novo projeto de lei antes
de sair do cargo para ser candidato à presidência da República - tomara que não
seja eleito nunca.
Ele apresentou o
projeto, ou seja, é um projeto apresentado pelo ex-governador, pelo PSDB. Esse
projeto garante o que determinou a nossa vitória no Supremo Tribunal Federal
através das duas Adins, que o estado se
responsabilize, através da Secretaria da Fazenda, pelo pagamento dos
aposentados e pensionistas - tanto da carteira dos advogados como da dos
serventuários -, e que os outros advogados, que estão pagando até agora mas não se aposentaram, possam ter a restituição de todas
as contribuições feitas.
Houve um consenso,
conseguimos construir uma emenda aglutinativa melhorando o projeto - não é o
ideal, mas foi melhorado -, temos o apoio da OAB, dos advogados, dos
cartorários, mas, estranhamente, o projeto não é aprovado. O projeto está sendo
obstruído pela bancada do PSDB.
É estranho, porque o
PSDB encaminhou o projeto e agora o está obstruindo a mando do ex-prefeito
Doria, que está disputando a eleição para o governo estadual contra o atual
governador Márcio França, que também é logicamente candidato. Então, na briga
entre Doria e Márcio França, quem paga a conta é o advogado e o serventuário.
Os contribuintes da carteira do Ipesp ficaram reféns
dessa briga.
Quero fazer um apelo, Sr.
Presidente, até porque a situação já é muito grave. Por conta da não aprovação
do Projeto de Lei nº 123, de 2018, o Ipesp já começou
a fazer um desconto de 20% nos proventos das aposentadorias e pensões dos
advogados e agora ameaça cobrar, além disso, mais 15%, ou seja, haverá um
desconto de 35% dos proventos dos pensionistas e dos advogados. Isso é um
crime, é uma desumanidade e tem que ser denunciado exaustivamente. Por uma
irresponsabilidade do PSDB e do governo estadual, ambos ficam fazendo um
joguete com os advogados e com os serventuários. Isso é vergonhoso, Sr. Presidente.
Eu
tenho denunciado isso todos os dias nesta tribuna e vou continuar. Enquanto
esse projeto não for aprovado, todos os dias farei uso da tribuna denunciando
essa farsa, essa irresponsabilidade, essa leviandade da bancada do PSDB, que
agora é coordenada pelo Doria e está trabalhando já a serviço do Doria, achando
que o ex-prefeito será eleito. Tomara que isso não aconteça, porque ele
destruiu a cidade de São Paulo. Enfim, nessa briga do Márcio França e do Doria,
quem paga o pato, quem é prejudicado é o aposentado e pensionista, que são os
contribuintes da carteira previdenciária.
Para
finalizar esse assunto, que é muito grave, eu faço um apelo de novo a todos os
94 deputados e deputadas e aos líderes partidários para que nós possamos votar
em regime de extrema urgência o PL 123, até porque ele já foi debatido e já
está pronto para ser votado. Ele já está na Ordem do Dia, é só votar, e
inclusive há um consenso. Ninguém vai votar contra o projeto, pois foi
construído um consenso, então é só colocar esse projeto em votação. Nós fazemos
uma votação e resolvemos, pelo menos parcialmente, essa questão, senão a
situação vai ficar mais grave.
A
não aprovação desse projeto pode representar o aumento imediato da contribuição
dos aposentados, pensionistas e advogados de 5 para 20%, isso
já aconteceu. Há ainda as contribuições mensais adicionais de 15% para
pagamento de parcelas em atraso, isso é muito grave, e também há risco para a
carteira dos serventuários se o Supremo Tribunal Federal extinguir os
emolumentos.
Portanto,
Sr. Presidente, é muito irresponsável e muito leviano
o que está acontecendo aqui. Vamos votar o PL 123 em caráter de extrema
urgência. Faço um apelo aos deputados e deputadas para não façam mais esse
joguete com os pensionistas, os aposentados, os advogados e também os
serventuários extrajudiciais.
Sr. Presidente,
aproveitando esta ocasião, não posso deixar de registrar também logicamente a
nossa indignação com o anúncio feito ontem pelo governo federal, que nos chocou
imensamente. Vossa Excelência também deve estar indignado.
Quando achávamos que toda maldade já tinha sido feita pelo Temer, eis que ele
vem com mais uma maldade.
Ontem
houve o anúncio, pelo governo federal, de que não haverá mais financiamento das
bolsas de pesquisa no Brasil para o ano que vem. Não vai haver mais financiamento da Capes
para mestrado, para doutorado e para pós-doutorado. Não vai haver mais
financiamento para a formação e qualificação de professores, porque eles têm
bolsas, existe um financiamento.
O
governo federal está fazendo um corte monstruoso e criminoso na ciência, na
tecnologia, na inovação e na pesquisa do Brasil. Não vai haver mais pesquisa no
Brasil a partir do ano que vem, vai acabar tudo. Não vai haver mais mestrado,
doutorado, financiamento para quem faz pesquisa, quem estuda. Isso é um absurdo
total. Mais de 443 bolsas não serão mais financiadas no Brasil, afetando, como
eu disse, a pós-graduação, o mestrado, o doutorado, o pós-doutorado, pesquisas
em geral, e sobretudo os milhares e milhares de
professores que estão nos programas de formação e qualificação.
O governo Temer já
destruiu a Cultura, quase fechou o Ministério da Cultura, e deixou o Ministério
sem dinheiro. Não há mais investimento em Cultura, no Brasil.
A Educação, ele está
atacando veementemente. Ontem produziu a farsa do Dia D, da reforma do Ensino
Médio e da Base Nacional Curricular. E ontem recebemos essa notícia. Mas a
sociedade está reagindo, está indignada, porque um país não vive sem pesquisa, sem ciência, sem tecnologia, sem inovação.
E é isso que ele está
fazendo, para que fiquemos mais dependentes, ainda, de outros países, para que
não tenhamos aqui desenvolvimento nessa área. Então, condenamos veementemente
essa atitude do governo federal.
Mas estamos reagindo.
Hoje mesmo, daqui a pouco, vamos para a avenida
Paulista. Haverá um grande ato contra os cortes nessas bolsas do Capes. Peço
que todos os deputados participem dessa movimentação e façam pressão para que o
governo recue nos cortes que estão sendo anunciados no Capes.
É engraçado, porque o
governo corta a bolsa dos pesquisadores, dos estudantes, dos professores, mas
não corta a bolsa-empresário. Temos os dados aqui, só neste ano, 283 bilhões de
reais o governo entregou para os empresários. Tem dinheiro para os empresários,
283 bilhões de reais, mas não tem dinheiro para os pesquisadores, para os
professores.
O governo também
mantém, a todo vapor, a bolsa banqueiro, aumentando cada vez mais os juros, mas
não investe na ciência, na tecnologia, na inovação, na educação e na cultura.Fica aqui o nosso repúdio, sobretudo a nossa
disposição de lutar contra essa medida.
Para finalizar, não
posso deixar de registrar que nós temos um projeto importante tramitando na
Assembleia Legislativa. Já fiz vários apelos no Colégio de Líderes, já fiz no
plenário, e quero renovar o apelo, para a aprovação do PLC nº 34/2018, que
trata da inclusão da carreira dos dentistas, na carreira médica, para que haja
isonomia.
Esses servidores são
importantes para o estado, cumprem um papel importante no tratamento
odontológico da nossa população, que é carente, não consegue pagar os dentistas
pelos tratamentos nessa área. E o estado tem profissionais nessa área, mas
estão desvalorizados, com salários defasados, arrochados, há muitos anos,
porque não existe essa isonomia nas carreiras.
O projeto foi
protocolado aqui pelo Executivo, fruto de uma luta, de uma pressão desses
profissionais, que fizeram amplas mobilizações, pressão, e o projeto veio para
a Assembleia Legislativa. O projeto é do próprio Executivo, só que ele também
está travado aqui na pauta. Tenho certeza de que ele tem o consenso de todos os
deputados, mas temos que destravar a pauta de votação da Assembleia
Legislativa, e aprovar imediatamente o PLC nº 34.
Vou continuar
pressionando no Colégio de Líderes, no plenário, nas comissões, porque é um
projeto estratégico, importante, porque ao valorizar os cirurgiões dentistas,
estaremos valorizando a saúde da população, sobretudo nessa área odontológica.
Então, não é só o cirurgião dentista que ganha. Quando ele é valorizado, toda a
população ganha com isso, sobretudo a população que não tem acesso à
odontologia, ao serviço odontológico privado.
Fica, mais uma vez, o
nosso apelo aqui, Sr. Presidente, para que o PLC nº 34
seja votado imediatamente e, logicamente, os outros também. Esses nós nem
discutimos, que são os mais prioritários: o 31, que
trata da proibição de transporte de carga viva, de animais vivos, e o da
enfermagem, da redução da jornada de trabalho das enfermeiras. Esses projetos
já deveriam ter sido votados. É um absurdo que eles estejam sendo obstruídos.
Então,
Sr. Presidente, eram essas as nossas reivindicações e
as nossas denúncias hoje.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças
presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.
O SR.
PRESIDENTE - ORLANDO BOLÇONE - PSB - Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência
vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas.
para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora
regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os, ainda, da sessão solene a
realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o 27º aniversário
do Grande Oriente Paulista.
Está
levantada a sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 15 horas e 15 minutos.
* * *