16 DE
MAIO DE 2018
064ª
SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: DOUTOR ULYSSES, ORLANDO BOLÇONE e
CAUÊ MACRIS
Secretaria: CORONEL TELHADA
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - DOUTOR ULYSSES
Assume a Presidência e abre a sessão.
Anuncia a visita dos alunos de Direito da Universidade Uninove
- Campus Santo Amaro, São Paulo, acompanhados dos professores Silvia Andreia
Vasconcelos, Roberto Del Manto, Maria Angélica Chichera
dos Santos e João Gustavo Dantas Jacob, a convite do deputado Fernando Capez.
Convoca reuniões conjuntas das Comissões de Constituição, Justiça e Redação e
Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje às 16 horas; e
Administração Pública e Relações do Trabalho e Finanças, Orçamento e
Planejamento, a realizar-se hoje um minuto após o término da reunião anterior.
2 - CORONEL TELHADA
Combate aqueles que criticaram a
atitude da cabo da Polícia Militar que matou um ladrão
em frente à uma escola infantil. Descreve duas ocorrências de morte de
policiais. Informa o falecimento do policial Robert Nogueira de Almeida, no Rio
de Janeiro. Ressalta que já foram mortos 48 policiais este ano no Estado. Cita
a morte do sargento Hernandes José Rosa, no Distrito Federal. Menciona o início
da "Operação Cavalo de Aço", da Polícia Militar, em 14 vias da zona
norte da Capital, hoje a partir das seis horas da manhã, com a participação de
105 policiais. Diz terem sido realizadas 107 destas
operações no primeiro semestre.
3 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES
Altera o horário da convocação das
reuniões conjuntas para: a primeira a ter início às 16 horas e 30 minutos; e a
segunda, um minuto após o término da primeira reunião.
4 - CARLOS GIANNAZI
Mostra-se indignado com o decreto,
publicado no Diário Oficial de São Paulo, relacionado aos servidores
municipais. Diz que o decreto abre espaço e induz a Secretaria da Educação a
convocar os professores readaptados a voltarem para as salas de aula, mesmo que
adoentados. Informa que estes professores, após passarem por perícia médica,
possuem um laudo comprovando sua situação. Afirma ter acionado diversos órgãos
para que esta situação seja investigada. Ressalta que a Prefeitura de São Paulo
está copiando o modelo do governo estadual, com o qual não concorda. Lembra que
estes professores readaptados estão atualmente prestando outros tipos de
serviço nas escolas e cumprindo também um papel fundamental, mas não nas salas de
aula. Relata que a Prefeitura não quer abrir concurso público, aproveitando
assim os professores que adoeceram em serviço.
5 - ORLANDO BOLÇONE
Discorre sobre a realização da
reunião da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, que recebeu hoje o
reitor da USP Vahan Agopyan,
além de pró-reitores e diretores da universidade. Informa que o mesmo
apresentou os resultados do seu trabalho na USP. Diz ter sido a mesma muito produtiva. Destaca a importância da
universidade no Estado e no País. Ressalta que o reitor assumiu a gestão da USP
há poucos meses e acredita que irá realizar um excelente trabalho, auxiliado
pelo seu quadro de pró-reitores e diretores. Lembra que as universidades
possuem autonomia científica e também financeira. Afirma que os deputados devem
propor soluções para os problemas levantados. Esclarece que a USP tem
aproximadamente 110 mil pessoas, entre alunos da graduação, da pós-graduação e
os servidores. Agradece aos deputados que participaram da reunião e todos os
presentes da Usp.
6 - PRESIDENTE DOUTOR ULYSSES
Informa que os horários das reuniões
conjuntas, convocadas anteriormente, serão mantidos às 16 horas para a primeira
e caso não haja quórum, para as 16 horas e 30 minutos.
7 - WELSON GASPARINI
Pede que as entidades façam uma
programação para atendimento das pessoas idosas. Informa que o Lar Padre
Euclides lançou na sua sede o Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a
Pessoa Idosa da Alta Mogiana. Afirma que este núcleo
visa atender a população mais velha, vítima da violência, ajudando a melhorar a
qualidade de vida, com a convivência e o fortalecimento de vínculos. Diz terem sido oferecidas mil vagas em diversas oficinas.
Destaca o envelhecimento da população e o despreparo da sociedade e das
políticas. Ressalta a promoção do empoderamento da
pessoa idosa e a disseminação de seus direitos. Relata ser este um projeto
pioneiro e que acredita ser o divisor de águas no tratamento das pessoas idosas
e na melhoria da qualidade de vida. Discorre sobre o aumento da população
idosa. Considera este um exemplo a ser seguido por outras entidades e pelos
poderes públicos.
8 - ORLANDO BOLÇONE
Assume a Presidência.
9 - ROBERTO MASSAFERA
Discorre sobre a visita, hoje, na
Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, do reitor da USP Vahan Agopyan, para prestar
contas de suas obrigações constitucionais. Informa que há quatro anos a USP
gastava 102% do seu orçamento com pessoal e que hoje, o nível de despesa está
em torno de 92% da sua receita. Afirma que vivemos um período nebuloso na
economia, com a queda da atividade econômica nos meses de abril e maio, assim
como queda na receita de tributos. Lembra da crise de
1929. Esclarece que a agricultura vai muito bem no
País e que é preciso gerar emprego para reativar a economia. Cita a construção
civil como forma de gerar estes empregos. Diz que serão apresentadas inovações,
pela Fapesp, na
segunda-feira. Diz que devemos lutar para que a economia se recupere e o País
volte a crescer.
10 - CARLOS GIANNAZI
Diz estar indignado com a falta de
disposição do reitor da USP em salvar o Hospital Universitário. Afirma que o
novo reitor segue a mesma ideologia do reitor anterior, Marco Antonio Zago. Discorre sobre o sucateamento da Escola de Aplicação
da Usp, que já perdeu 19
professores, sem nenhuma contratação no lugar. Menciona o fechamento da creche
oeste da USP, com a consequente superlotação das outras creches. Informa que a
pediatria do HU foi fechada, assim como outros departamentos. Critica o reitor
por não ter recebido ainda a comunidade acadêmica. Ressalta que pedirá nova
convocação do reitor para que seja continuado o debate. Combate a nomeação de Marco Antonio Zago
como secretário de Saúde do Estado.
11 - WELSON GASPARINI
Diz ser este ano de grande
importância para a vida nacional. Afirma que esta é a oportunidade de
escolhermos novos governantes para o País, já que o povo reclama que a classe
política existente não atende os anseios nacionais. Pede que a população use o
voto para conduzir aos postos mais importantes do Brasil pessoas que possam dar
um rumo ao País. Apela para que sejam escolhidos os melhores candidatos, para
que o Brasil possa ter uma política decente e competente. Ressalta a
importância de esclarecimento para a população do quanto é importante o
processo eleitoral. Lembra que aqueles políticos que roubam o dinheiro público
foram eleitos pela própria população. Discorre sobre as quatro principais
características necessárias aos candidatos. Afirma que os mesmos devem ser
comprometidos com as promessas feitas aos eleitores.
12 - WELSON GASPARINI
Solicita a suspensão da sessão até as 17 horas, por acordo de lideranças.
13 - PRESIDENTE ORLANDO BOLÇONE
Defere o pedido e suspende a sessão
às 15h32min.
14 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Reabre a sessão às 17 horas.
15 - LUIZ CARLOS GONDIM
Pelo art. 82, comenta que, no
distrito de Taboão do Itapeti, um bairro entre a
Ayrton Senna e a Dutra, há uma indústria da General
Motors, entre outras 53 indústrias e mais 20 a serem instaladas. Discorre sobre
a necessidade de uma rotatória, uma via de acesso ou um viaduto que saia da
Ayrton Senna para Taboão Itapeti. Reclama dos altos
impostos cobrados a estas indústrias. Pede o desenvolvimento das indústrias na
região do Alto Tietê. Apela ao governador Márcio França em relação a esta
questão. Lamenta a situação da pediatria e da obstetrícia em hospitais públicos
nos municípios que compõem o Alto Tietê.
16 - TEONILIO BARBA LULA
Pelo art. 82, lembra ataque feito em
31/07/16 ao Instituto Lula com bomba caseira. Lamenta ataque a tiros ocorrido
no acampamento Marisa Letícia, em Curitiba. Pede a resolução destes casos. Faz
críticas ao Supremo Tribunal Federal, que concedeu habeas corpus ao ex-diretor
da Dersa, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto. Comunica que
exonerou assessor de seu gabinete, Maninho, que se envolveu em confronto em
frente ao Instituto Lula. Critica a judicialização da
política.
17 - TEONILIO BARBA LULA
Para comunicação, parabeniza os
trabalhadores dos metalúrgicos do ABC, que se encontram
em greve.
18 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Coloca em votação requerimento, do
deputado Welson Gasparini, de constituição de comissão de representação com a
finalidade de participar de conferência, a realizar-se entre os dias 17 a
20/05, em Poços de Caldas.
19 - CAMPOS MACHADO
Encaminha a votação do requerimento
de constituição de comissão de representação, em nome do PTB.
20 - CAMPOS MACHADO
Para comunicação, faz críticas ao
promotor de Justiça Silvio Marques, do Ministério Público do Estado de São
Paulo.
21 - RAFAEL
SILVA
Para comunicação, elogia a conduta da
policial militar Kátia da Silva Sastre, que reagiu a
assalto matando ladrão na frente da escola de sua filha. Critica sociólogos que
combateram a atitude da policial.
22 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Coloca em votação e declara aprovado
requerimento de constituição de comissão de representação. Coloca em votação e
declara aprovado requerimento de método de votação ao PLC 11/18. Coloca em
votação o PLC 11/18, salvo emendas.
23 - BETH LULA SAHÃO
Encaminha a votação do PLC 11/18,
como líder do PT.
24 - TEONILIO BARBA LULA
Encaminha a votação do PLC 11/18, por
indicação da Minoria.
25 - MARCO VINHOLI
Encaminha a votação do PLC 11/18,
como líder do PSDB.
26 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Coloca em votação e declara aprovado
o PLC 11/18, salvo emendas. Coloca em votação e declara rejeitadas as emendas
de nºs 1 a 4, englobadamente.
27 - BETH LULA SAHÃO
Declara voto favorável às emendas do
PT.
28 - DAVI ZAIA
Para comunicação, agradece a atuação
de todos os seus pares na aprovação do PLC 11/18, que trata de correção de
parcela das demandas de determinadas categorias do Estado. Destaca a
importância do governador fazer as correções necessárias
no salário dos servidores.
29 - MARCO VINHOLI
Declara voto favorável às emendas nºs 1,2, 3 e 4.
30 - CAUÊ MACRIS
Registra as manifestações. Convoca os
Srs. Deputados para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas,
com a Ordem do Dia que anunciou.
31 - DAVI ZAIA
Solicita o levantamento da sessão,
por acordo de lideranças.
32 - PRESIDENTE CAUÊ MACRIS
Defere o pedido. Convoca os Srs.
Deputados para a sessão ordinária de 17/05, à hora regimental, com Ordem do
Dia. Lembra a realização da sessão extraordinária, hoje, às 19 horas. Levanta a
sessão.
* * *
-
Assume
a Presidência e abre a sessão o Sr. Doutor Ulysses.
* * *
O SR.
PRESIDENTE – DOUTOR ULYSSES - PV - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos do
Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em
plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Convido o Sr. Deputado Coronel Telhada para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.
O SR.
1º SECRETÁRIO – CORONEL TELHADA – PP - Procede
à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV
- Esta Presidência, em nome da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo,
tem a grata satisfação de comunicar a visita dos alunos do curso de Direito da
Universidade Uninove, campus Santo Amaro, São Paulo.
Estão acompanhados
pelos responsáveis: professora Silvia Andréia Vasconcelos, professor Roberto
Del Manto, professora Maria Angélica Chichera dos
Santos e professor João Gustavo Dantas Jacob. Queremos saudá-los com uma salva
de palmas. (Palmas.)
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea
“d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião
conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação e Finanças, Orçamento
e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas, com a finalidade de apreciar o
Projeto de lei Complementar nº 16, de 2018, de autoria da Mesa, que dispõe
sobre a revalorização das escalas de classe e vencimentos do quadro da
Secretaria da Alesp, nos limites estabelecidos pelo
inciso VIII, do Art.73 da Lei Federal nº 9.504, de 1997.
Nos
mesmos termos, convoco reunião conjunta das Comissões de Administração Pública
e Relações do Trabalho e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se um
minuto após a primeira convocação, com a finalidade de apreciar o Projeto de
lei nº 683, de 2017, de autoria do deputado Pedro Kaká, que estabelece a
equiparação dos portadores da doença renal crônica com os direitos das pessoas
portadoras de necessidades especiais, para fins de acessibilidade e
oportunidades com referência ao porcentual legal de vagas reservadas aos
deficientes no estado.
Inicio a chamada dos
oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente. Tem a palavra o nobre
deputado Coronel Telhada.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sr. Presidente, Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp,
visitantes, funcionários desta Casa, alunos do curso de Direito de Santo Amaro
sejam bem-vindos a esta Casa, é um prazer recebê-los aqui.
Sr.
Presidente, vou falar novamente sobre Segurança Pública. Diariamente estamos
nesta tribuna falando sobre Segurança Pública. Essa semana, como eu disse, foi
muito comentada a ocorrência da cabo Sastre, lá do 4º Baep, que matou
um ladrão na frente de uma escola infantil na cidade de Suzano, salvo engano,
próximo à Zona Leste.
Eu não entendo essas pessoas
que criticam a atitude da cabo. Eu só posso entender
como pessoas que defendem bandidos, sim. Inclusive, passou na rede do Whatsapp um vereador, se não me engano de Alfenas, Minas
Gerais, um idiota. Para falar os absurdos que ele falou, só pode ser um idiota,
só pode ser um defensor de bandido.
A violência continua. Ontem mesmo, nós tivemos uma
cabo, mulher, da Polícia Militar, baleada na área de Campinas. Ela foi
baleada nas duas pernas em um roubo que ela foi vítima. Ninguém se importou com
isso. Quando morre um ladrão, aparece um monte de gente defendendo. Quando o
policial militar é vítima, não aparece ninguém.
Essa é a postura do nosso Brasil: para o
bandido, tudo; para o pai de família e para o policial, nada. É bem clara a
realidade do nosso Brasil.
Nós temos, hoje, duas ocorrências de morte
de policiais. Infelizmente, no Rio de Janeiro, morreu o 48º policial militar
esse ano, de um total de 53 agentes da Segurança Pública. Eu tenho até a foto
do policial, no chão, coberto por uma capa de proteção. Ele foi morto,
simplesmente, por ser policial militar.
É o sargento Robert Nogueira de Almeida,
de 42 anos. Ele estava em uma motocicleta CG125 quando foi abordado. No momento
da abordagem, os criminosos perceberam que ele era policial e o mataram, sem
qualquer reação.
Isso é uma postura bem adotada do crime
organizado. Toda a vez que eles matam um policial militar, eles dão a entender
que é um latrocínio, mas não é. Isso é execução de policiais, é um genocídio de
policiais o que está acontecendo no Brasil e ninguém
toma providências. O sargento Robert Nogueira de Almeida estava na corporação
desde 1996, ou seja, há 22 anos, e deixou esposa e dois filhos.
Mais um policial militar
morto no Rio de Janeiro e ninguém se preocupa.
Tivemos um policial do Distrito Federal
morto em um ônibus, o sargento Ernandes José Rosa.
Ele estava indo de São Paulo para Brasília em um ônibus. No lado direito da
foto, é o banco onde se encontrava o policial e, do lado esquerdo da tela,
temos o vidro do ônibus que foi atingido pelos disparos.
Nesse caso, os criminosos entraram no
ônibus no meio da estrada e viram o sargento fardado. Não pensaram duas vezes e
meteram bala no sargento. O sargento reagiu - houve troca de tiros -, mas ele
foi baleado e, infelizmente, faleceu. Os bandidos morreram no tiroteio também.
Não perdeu porcaria nenhuma! Se eles saíram na rua para roubar e para matar,
eles correram o risco. Mas, infelizmente, o sargento Ernandes
José Rosa foi morto e dois passageiros foram feridos: um, na mão; e, outra,
está internada em estado grave no hospital de base de Brasília.
Eu tenho recebido alguns e-mails de alguns
colegas nossos que nos escreveram acerca de um roubo que houve no Rio de
Janeiro. Eu vou exibir as imagens.
* * *
- É exibido vídeo.
* * *
Quem está filmando é o capacete do
motorista que vai ser vítima do roubo. Ele é enquadrado pelos dois criminosos
com pistola na mão. Ele tenta sair fora, mas não consegue porque o cara está
apontando uma arma para ele. Os dois vagabundos estão descobertos, com pistola
na mão. Ele vem e quer roubar a moto.
O cidadão, no desespero, não consegue
colocar o pedal da moto porque está em cima da guia. O vagabundo faz o quê? Dá
um tiro nele! Bateu e deu um tiro nele, simples assim. Ele simplesmente deu uma
coronhada e um tiro. Não basta o roubo, ele ainda dá um tiro no cidadão.
Isso é Brasil! Essa é a realidade que os
motociclistas enfrentam todos os dias, não só no Rio de Janeiro, mas em vários
estados. E sabe o que acontece quando pegam um vagabundo desse? Vai para a
audiência de custódia, o juiz libera, é condenado a três, quatro, dez anos e,
daqui a dois anos, está na rua de novo.
O cidadão está baleado, sai mancando, e
entra em um veículo que o socorre até o pronto socorro. Essa é a realidade, não
existe outra, infelizmente.
A Polícia Militar, na data de hoje, está
fazendo a Operação Cavalo de Aço em 14 vias na zona norte da capital. De acordo
com os números divulgados, essa operação irá percorrer 14 ruas da zona norte da
capital, a partir das 6h, e contará com a participação de 105 policiais militares e 65
viaturas do comando de policiamento de trânsito.
No primeiro trimestre deste
ano, realizaram-se 107 operações “cavalo de aço”, sendo fiscalizadas 5.790
motocicletas na Zona Oeste da Capital. Desse total, 345 motocicletas foram
removidas e encaminhadas ao pátio.
Porém, não basta isso. Nós
precisamos de uma lei mais enérgica. Nós precisamos rever o nosso Código de
Processo Penal, porque nós não temos condição de continuar assim. A população à
mercê do crime, a polícia de mão amarrada e um monte de gente safada defendendo
bandido, dizendo que eles são vítimas da sociedade.
É uma situação muito triste,
mas é a realidade da população, Sr. Presidente.
Eu agradeço pelo tempo excedido. Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE – DOUTOR ULYSSES – PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, de acordo com o
dispositivo já lido, esta
Presidência convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça
e Redação e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas
e 30 minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o
Projeto de lei Complementar nº 16, de 2018.
Esta Presidência também convoca reunião
conjunta das Comissões de Administração Pública e Relações do Trabalho e
Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, um minuto após a
primeira convocação, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 683, de
2017.
Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Carlos
Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
telespectadores da TV Assembleia, cidadãos que nos acompanham pelas galerias, eu
quero manifestar a minha indignação com um decreto que foi publicado agora, no
dia 10 de maio de 2018, no Diário Oficial do Município de São Paulo, da
Prefeitura de São Paulo.
Trata-se do Decreto nº
58.225. Esse decreto traz questões relacionadas aos servidores municipais. Na
verdade, qual é a minha indignação? É que o prefeito Bruno Covas, do PSDB, está
imitando o governo estadual, o governo Alckmin, agora colocando também em
prática uma política de ódio e de perseguição aos servidores municipais.
Ele está fazendo a
mesma coisa que o Estado está fazendo, e nós estamos denunciando aqui. Esse
decreto abre espaço e, na verdade, induz a secretaria, sobretudo da Educação, a
chamar de volta os professores readaptados.
Professores readaptados
são professores que adoeceram, normalmente em serviço, por conta das péssimas
condições de trabalho, das salas superlotadas, da violência nas escolas, da
jornada estafante de trabalho. Tudo isso gera o adoecimento do Magistério,
sobretudo do Magistério Municipal.
O professor readaptado
passa por uma perícia médica. Tem um laudo, que pode ser provisório ou
definitivo. Esse decreto abre espaço para que a prefeitura faça a convocação de
todos os professores readaptados, para que voltem à sala de aula, ao trabalho,
mesmo adoentados.
É um absurdo esse
decreto. É uma imitação da política perversa do governador Geraldo Alckmin no
estado de São Paulo. Ele já se foi, já saiu do Governo do Estado, mas essa política de ódio continua também aqui no
Estado. Os nossos professores da rede estadual estão sofrendo.
Eu fiz aqui já
audiências públicas, já acionei o Ministério Público Estadual, que ficou de
abrir um inquérito civil para investigar esse caso do ponto de vista do Estado,
da rede estadual, dos professores readaptados. Eu acionei também o Conselho
Regional de Medicina.
Agora é assustador que
o governo estadual esteja fazendo também escola, influenciando também as
prefeituras do estado de São Paulo, principalmente as do PSDB, e o Bruno Covas,
que é tucano, foi deputado estadual aqui na Assembleia Legislativa, que nós conhecemos, sempre defendeu também
essa ideologia, essa política contra os nossos servidores.
Agora, eu fico
assustado, porque eles estão implantando via decreto essa perseguição aos
professores readaptados da prefeitura de São Paulo.
Vamos também levar esse
caso à promotora que está investigando o caso do estado, porque é a mesma
coisa, a mesma situação, a mesma orientação. Eles querem trazer de volta para
as salas de aula da rede municipal os professores readaptados. São pessoas que
adoeceram em serviço, que estão trabalhando, sim, dentro da unidade escolar,
mas prestando outro tipo de serviço. Estão trabalhando na secretaria, na sala
de leitura, cumprindo um papel fundamental no processo pedagógico, ajudando a
construir o processo educacional, mas não em sala de aula, porque foram
readaptados, ou por uma questão física ou psicológica.
Enfim, o professor tem
um laudo que foi aprovado por uma junta médica, por uma perícia médica. E é
assustador o que diz o decreto. Ele abre espaço para que a Secretaria de Gestão
Pública, através do seu Departamento de Perícias Médicas, faça a convocação
desses professores, para que voltem à sala de aula mesmo sem ter condições para
isso, mesmo adoentados. É a mesma política perversa do Alckmin, do Serra, do
Márcio França, dos governadores de plantão - perseguição aos professores. E,
como eles não querem mais contratar professores e abrir concursos públicos,
eles buscam “aproveitar” os professores adoentados, que estão readaptados ou
com laudo definitivo ou com laudo provisório.
Isso é um ataque à
saúde do magistério, à saúde dos servidores. E um ataque frontal à dignidade e
aos direitos dos professores readaptados da rede municipal, por conta da edição
desse malfadado Decreto 58.225, de 2018, que foi publicado agora no dia 10 de
maio. Trata-se de Bruno Covas, prefeito de São Paulo, reproduzindo a
perversidade do governo estadual - dos governos Alckmin, Márcio França, Serra.
O PSDB sempre perseguiu nossos servidores, sempre colocou em curso uma política
de ódio e destruição dos servidores e serviços públicos.
Portanto, quero fazer
esse registro, Sr. Presidente. Vamos tomar
providências em relação a esse decreto, para que haja alteração desse ponto do
decreto que é contra os professores readaptados e, como eu disse, agride
frontalmente a dignidade, a saúde e os direitos desses profissionais. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV -
Tem a palavra o nobre deputado Orlando Bolçone.
O
SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, saúdo os deputados e deputadas presentes na
Casa, nas pessoas do nosso decano, deputado Welson Gasparini, referência na
política desta Casa, e do professor e meu estimado amigo, deputado Carlos
Giannazi.
O motivo que me traz a
esta tribuna, Sr. Presidente, é fazer um breve relato
de plenário sobre uma profícua reunião da Comissão de Ciência e Tecnologia em
que tivemos a honra de receber o reitor da USP, professor Vahan
Agopyan, que trouxe todos os pró-reitores e toda a
sua diretoria. Ele veio, nos termos constitucionais e regimentais, apresentar
os resultados do trabalho da USP.
Foi uma reunião
extremamente produtiva, em que contamos com a presença dos nobres deputados
Welson Gasparini, Ulysses Tassinari e - mesmo não sendo membro da comissão - o
nobre deputado Carlos Giannazi. Foi uma reunião prevista para terminar às 13
horas e 50 minutos, em razão da reunião da Comissão de Finanças e Orçamento que
aconteceria em seguida. Ainda assim, a pedido e com a concordância dos
deputados, estendemos por mais 40 minutos, para que pudessem, de forma
democrática, ser ouvidos todos os deputados, além de
três representantes da comunidade “uspiana”: um representante da comunidade,
uma aluna e uma servidora, professora, pesquisadora tradicional da USP.
A reunião foi muito profícua, uma reunião importante
por si só, pela própria característica, pela própria importância que tem a USP
não só dentro do contexto de São Paulo, mas também do contexto nacional. Foram
feitas diversas sugestões e diversos esclarecimentos, inclusive de questões
econômicas e financeiras, além, obviamente, das pesquisas que são realizadas,
dos trabalhos de ensino, de extensão e pesquisa que faz a USP.
Também estiveram presentes os deputados Roberto
Massafera, Davi Zaia e Marco Vinholi. Essa reunião foi utilíssima, pois pudemos
ouvir a comunidade de forma transparente, extremamente democrática, e dialogar
com ela, com os deputados.
Tenho certeza de que o professor Vahan, que assumiu
há poucos meses a condução da universidade, eleito democraticamente, vai
realizar um excelente trabalho, inclusive pelo quadro de pró-reitores e
diretores.
Isso nos dá tranquilidade, pois, dado o momento
difícil que vivemos, discutimos, por exemplo, queda do ICMS. Sabemos que a USP,
a Unesp e a Unicamp são
mantidas por 9,57% da arrecadação do ICMS, o que foi aprovado de forma sábia
por esta Assembleia Legislativa, que concedeu autonomia às universidades, não
só autonomia científica, que obviamente já existe, dada a própria ciência, mas
também a autonomia de gestão, a autonomia financeira por meio da gestão.
Pudemos ouvi-los e agora nós, deputados, poderemos
fazer uma análise dos documentos que aqui foram deixados e propor soluções às
questões que foram levantadas, e foram muitas, dada à complexidade da USP. A
comunidade da USP tem perto de 110 mil pessoas, entre alunos, servidores,
alunos de graduação e pós-graduação. Essas pessoas têm uma importância fundamental
para o futuro do País.
Então, quero agradecer aos deputados que
prestigiaram. Faço um agradecimento especial a toda a
diretoria da USP, na pessoa do seu reitor, professor Vahan, que já tive a honra
de conhecer quando foi subsecretário de Ciência e Tecnologia do estado de São
Paulo. É uma pessoa dedicada à pesquisa e à ciência, que também foi diretor do
IPT. Quero registrar um agradecimento e a confiança de que a USP certamente
continuará prestando grandes serviços ao Estado e ao País.
De nossa parte, é uma honra ter na Comissão de
Ciência e Tecnologia pessoas como os deputados Welson Gasparini, Roberto
Massafera, Ulysses Tassinari, pessoas que nos prestigiam nas reuniões, caro
deputado Carlos Giannazi. É uma honra ter a certeza de que esta Casa, através
de sua Comissão de Ciência e Tecnologia, vem procurando fazer um trabalho, além
de democrático, que contribui para o desenvolvimento do estado de São Paulo e
para o desenvolvimento do País, neste momento mais importante da sua história.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DOUTOR ULYSSES - PV - Esta
Presidência esclarece que ficam mantidas as convocações para as 16 horas e, na
eventualidade de não haver quórum, para as 16 horas e 30 minutos, a análise dos
processos já referidos.
Tem a palavra o nobre
deputado Welson Gasparini.
O SR.
WELSON GASPARINI - PSDB - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados: é muito importante as entidades
sociais e os poderes públicos se programarem para o atendimento das pessoas
idosas.
Neste instante, gostaria de
ressaltar: o Lar Padre Euclides – completando 100 anos em 2019 - lançou, no
último dia 14 de maio, em sua sede, na Av. Saudade, 1577, nos Campos Elíseos,
em Ribeirão Preto, o Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa
da Alta Mogiana.
Segundo os diretores, conforme
noticiou o jornal “A Tribuna”, de Ribeirão Preto, o projeto visa atender a
população mais velha, vítima da violência e, ao mesmo tempo, busca ferramentas
de melhoria na qualidade de vida das pessoas com mais de 60 anos, através do
serviço de convivência e fortalecimento de vínculos.
Serão oferecidas mil vagas
entre oficinas de informática, dança e educação física para idosos, em diversos
pontos da cidade. O envelhecimento da população vem forçando soluções para a
problemática social gerada pelo despreparo da sociedade e de suas políticas
para conter a radicalização da violência contra a pessoa idosa.
Embora tenha aumentado a expectativa e consequente qualidade de vida da população,
seus benefícios ainda não alcançam grande parte das pessoas devido a desigualdade
social e desinformação existente no País. Por isso, uma das vertentes do
projeto é a promoção do empoderamento da pessoa
idosa, assim como a disseminação dos direitos dessa população.
A iniciativa é um convênio entre
a instituição e o governo federal, através do Ministério dos Direitos Humanos.
O núcleo já está atendendo a população desde o início do mês, porém, a partir
do último dia 14, quando aconteceu uma solenidade de abertura para a sociedade
civil e o poder público, duas salas daquele Lar foram destinadas ao atendimento
da pessoa idosa e seus familiares, com oferta de serviços como atendimentos
psicológicos, terapêuticos, orientação jurídica, entre outros especializados.
Esse é um projeto pioneiro; acreditamos que ele
possa ser um divisor de águas no tratamento da população com a pessoa idosa,
além de melhorar as condições de vida dessa população através da orientação de amigos,
parentes e da população em geral sobre dos direitos da pessoa idosa.
Isso diz o presidente da
instituição Ney Martins. Atualmente o Lar atende cerca de 50 idosos. A
população de idosos em Ribeirão Preto, eis outro dado relevante, cresceu quase
três vezes mais do que a população total e deu um salto de 78% em 15 anos.
O número de denúncias em
Ribeirão Preto sobre violências aos idosos, numa cidade com 682.302 habitantes,
vem crescendo ano a ano. Foram 132 denúncias em 2013 e 331 denúncias em 2016;
já na região
metropolitana, composta por 34 cidades, a situação não é diferente.
O núcleo vai funcionar em
rede parceira com entidades e poder público atendendo à demanda dessa
população.. Está de parabéns, portanto, o Lar Padre Euclides, seus diretores e
integrantes da diretoria por esta iniciativa bastante significativa. Esse é um exemplo a ser seguido por outras entidades e, principalmente,
pelos poderes públicos, que devem voltar os seus olhos e suas administrações
públicas para a atenção aos idosos em geral.
* * *
- Assume a Presidência
o Sr. Orlando Bolçone.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - ORLANDO BOLÇONE - PSB - Esta
Presidência cumprimenta o nobre deputado Welson Gasparini, sempre atento às
causas sociais, solidarizamo-nos com Sua Excelência. Tem a palavra o nobre
deputado Roberto Massafera, pelo tempo regimental.
O SR.
ROBERTO MASSAFERA - PSDB - Sr.
Presidente em exercício, nobre deputado Orlando Bolçone,
Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Alesp, hoje, nós na
Comissão de Ciência e Tecnologia, recebemos a presença do reitor da USP,
prestando as suas obrigações constitucionais perante esta Casa. Perguntamos a
ele uma coisa que nos preocupava muito, que há quatro anos a USP estava
gastando 102% do seu orçamento com pessoal; uma coisa deveras preocupante. E
nesses últimos quatro anos nós tivemos ainda uma grande queda de receita de
ICMS que afeta a receita das nossas universidades que são autônomas. A USP, a
Unicamp e a Unesp recebem
9,45% do ICM líquido do Estado, o que fez com
que, com a queda de receita, consequentemente tivessem uma grande queda
no seu orçamento.
Tive a satisfação de inquirir
o atual reitor - novo no cargo - Dr. Vahan Agopyan que nos disse que hoje, apesar da queda de receita
do ICM do Estado nesses últimos anos, o nível de despesa deles está em torno de
92% do total orçamentário. Essa é uma boa notícia.
Infelizmente, nós temos
notícia de que no mês de abril, e agora em maio, a atividade econômica do País
caiu e, o consumo caindo, consequentemente, cai a
receita de tributos. Portanto, estamos entrando novamente num período meio
nebuloso na economia, nas nossas próprias expectativas, não só para as
universidades, mas no Estado como um todo; vivemos um período difícil.
Estamos passando nesses
últimos anos uma crise superior à crise de vinte e nove. Eu ainda não havia
nascido, mas como estudantes de história, somos testemunha de que naquele ano
muita gente que trabalhava com café quebrou, perderam
suas propriedades. Atualmente, o Brasil, na sua infraestrutura, está parado:
estradas, escolas, hospitais estão parados. Apenas vai bem neste País hoje a
nossa agricultura, a nossa agricultura que exporta. Somos hoje os maiores
produtores de álcool, de açúcar, de soja, de milho no mundo. Então, o Brasil
vai bem. Esse Brasil está segurando, mas nós precisamos reativar a economia. Eu
sempre tenho dito que para reativar a economia nada melhor do que... Em 1939,
1940 o presidente Roosevelt nos Estados Unidos queria ativar a economia e ele
chamou um prêmio Nobel de economia que deu a seguinte sugestão: desemprego,
você contrata mil homens de dia para abrirem um buraco e à noite você contrata
mil homens para fecharem o buraco.
Isso já ativa a economia,
gera emprego, gera consumo. Então, fica a minha sugestão hoje ao Estado, aos
Municípios e a União: gerar emprego, construção civil. Um real investido na
construção civil em uma casa gera 18 vezes um efeito multiplicador. A
agricultura vai bem. Assim que os governos se atentarem de que a construção
civil merece isso, nós estaremos reforçando. Também, queria dizer que hoje
cumprimentei o reitor da USP, porque a USP já esteve entre as 100 primeiras
universidades do mundo e hoje está no 150º lugar e o plano deles de voltar e
que nós presenciamos, nós vivemos alguns momentos muito interessantes.
Por exemplo, o professor
Sérgio Mascarenhas, do Instituto de Física da USP, aposentado hoje, teve um AVC
agora aos 85 anos de idade. E no AVC ele foi submetido a um exame de pressão
intracraniana, que é um ensaio que faz um furo no cérebro e se mede a pressão.
E ele depois que ficou bom desenvolveu um método de geofísica onde se faz um
ensaio não destrutivo para se medir a pressão intracraniana.
Desenvolveu um aparelho,
patenteou e já está exportando para os Estados Unidos, para a
Europa, para o mundo, chamado Braincare. Na
segunda-feira, nós teremos nesta Casa a Fapesp,
a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, com várias
apresentações de inovações e entre elas estará aqui o nosso professor Sérgio
Mascarenhas falando exatamente sobre esse Braincare.
Esse é o Brasil que nós queremos, um Brasil que cresce e
também como recentemente eu vi um trabalho na internet de uma pessoa
divulgando como se faz uma estrada nos Estados Unidos, um pavimento reforçado,
concreto, ferro armado, tudo isso e essa pessoa dizendo por que nós não fazemos
estrada assim.
Eu queria dizer que tecnologia
desenvolvida também na USP mostra que está errado, porque lá nos Estados
Unidos, que é um país temperado, tem neve e muita água e o solo, a química e a
geologia desse solo é expansivo. Na presença de água ele aumenta. Então, tudo
que se constrói numa estrada nos Estados Unidos tem que ser no sentido de
evitar a água, mas o Brasil, que é um país tropical, tem outra geologia, outra
química no solo. A presença de água no nosso solo faz um adensamento, ou seja,
ele encolhe. É diferente do americano. Então, as nossas normas são diferentes
das americanas hoje e graças a Deus nós temos toda a tecnologia e temos feito
as nossas estradas com a tecnologia brasileira.
Acontece que a África é
paralela ao Brasil tanto no clima tropical como também no tipo de solo. Então,
nós hoje estamos capacitados para ensinar ao povo africano a nossa tecnologia
muito mais barata de fazer estrada, de fazer solo e a Universidade São Paulo
hoje nos honra exatamente fazendo isso. É o que eu queria dizer. Um dia feliz
por receber o reitor da USP aqui conosco e lutar para que a economia se
recupere rapidamente e o nosso País possa voltar a crescer, gerando o emprego
que nós precisamos.
O
SR. PRESIDENTE - ORLANDO BOLÇONE - PSB - Cumprimentando
o nobre deputado Roberto Massafera pelo pronunciamento, tem a palavra o nobre
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Presidente, de volta a esta tribuna, eu também estive presente na reunião da
audiência com o reitor, na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e
Informação e fiquei decepcionado, fiquei chocado com o desprezo do reitor com a
emenda que nós aprovamos para salvar o Hospital Universitário.
Vi que o reitor não tem
nenhum compromisso com o Hospital Universitário. Se depender dele, ele fecha
aquele hospital, como o ex-reitor Zago tentou fazer. Não há nenhuma disposição.
Esse reitor, que assumiu recentemente a Reitoria da USP, é do mesmo grupo do
Zago e comunga da mesma ideologia neoliberal, de estado mínimo, de fechamento
do que eles consideram atividade-meio da Universidade.
Eles querem destruir a
Escola de Aplicação da USP. Desde 2015, não há mais contratação de professores
para uma escola de excelência. Uma escola que é referência na área da Educação,
eles estão destruindo. Dezenove professores já saíram e não há reposição, não
há contratação, nem concurso, nem nada. Não há reforma do prédio da Escola de
Aplicação da USP. Fiz várias visitas. Reuni-me com os professores e participei
de atividade com os alunos e com os pais.
A Escola está sendo
destruída, como a Secretaria da Educação destrói as escolas estaduais. O
governo do PSDB destrói a rede estadual e a Reitoria destrói a sua Escola de
Aplicação. É um absurdo. As creches: eles fecharam a Creche Oeste da USP e
superlotaram as outras creches existentes. Não contratam mais professores, não
aceitam mais alunos novos. É um desmonte. Estão fazendo o mesmo com o Hospital,
em vários serviços. A pediatria do HU foi fechada.
Vários setores
fechados, espaços ociosos: é o desmonte da Universidade de São Paulo. É o
neoliberalismo, é o estado mínimo sendo aplicado a todo vapor, com um grande
laboratório dentro da Universidade de São Paulo. Fiquei totalmente perplexo com
o desprezo do reitor. Desprezo, também, com o diálogo em relação à comunidade:
não recebeu a
comunidade até agora.
Existe um movimento
organizado, constituído por professores, alunos e moradores da região, que
estão fazendo uma luta para salvar o Hospital Universitário: o reitor não
dialoga. Como um gestor público - um reitor - não dialoga com a comunidade
acadêmica? Não recebe o movimento, que já protocolou três requerimentos. Tenho
aqui os três requerimentos.
Acompanhei uma dessas
manifestações. O reitor não recebe a comunidade que paga o salário dele, que
sustenta a Universidade de São Paulo através do ICMS - da cota-parte do ICMS,
os 9,57 por cento. É um absurdo o que aconteceu hoje nessa Comissão, o que só
reforça esse comportamento perverso e nefasto de sucateamento e destruição da
Universidade de São Paulo.
Mas não vamos nos
calar. Já fizemos novos requerimentos. Eu já tinha feito alguns, mas agora fiz
outros pedindo a convocação do reitor. Ele tem que continuar o debate. Até
porque, o debate foi interrompido e não houve prosseguimento. Principalmente, o
debate com a comunidade.
Já estou protocolando,
hoje mesmo, um novo requerimento de convocação do reitor Vahan Agopyan na
Comissão de Educação, e outro requerimento para que ele volte na Comissão de
Ciência e Tecnologia. Ele tem que responder, tem que continuar o debate. É lamentável
que ele só esteja ouvindo... Ele só ouviu hoje - minimamente - alguns membros
da comunidade por conta da intervenção da Assembleia Legislativa, que abriu
espaço para que a comunidade fosse ouvida pelo reitor.
É um absurdo. Ele tem
que receber lá no gabinete dele, fazer reuniões - e muitas reuniões - com os
alunos, os professores, os funcionários, a comunidade do Butantã e as pessoas
que estão defendendo o Hospital Universitário. Não vamos aceitar o desmonte das
creches, da Escola de Aplicação e do HU. Vamos reagir com veemência em relação
a isso. Vamos de novo ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e à
Defensoria Pública. Vamos levar esse caso para a imprensa, porque é muito grave
esse desmonte.
O fato é que,
tristemente, o reitor Vahan está dando continuidade ao desmonte da
Universidade, desmonte praticado pelo ex-reitor Zago, que, infelizmente - é
cômico, é patético - foi nomeado agora, pelo governador Márcio França,
secretário da Saúde. Foi um reitor que estava destruindo o Hospital. Ele é
médico, ainda. É médico e colocou em curso o fechamento de um hospital de
ponta, como o HU, e foi nomeado secretário da Saúde.
Isso é patético. É
bizarro que isso esteja acontecendo no estado de São Paulo. Aqui fica nossa
indignação, nossa perplexidade, mas, sobretudo, a nossa disposição de lutar
contra toda essa situação que eu citei.
Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.
O
SR. PRESIDENTE - ORLANDO BOLÇONE - PSB
- Tem a palavra o nobre deputado Welson Gasparini.
O SR.
WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente,
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp,
visitantes, funcionários desta Casa, este ano é de grande importância para a
vida nacional porque teremos a oportunidade de escolher o novo presidente da
República, o novo governador de São Paulo, novos senadores, novos deputados
federais e novos deputados estaduais.
É uma grande chance. O povo
tem reclamado muito da classe política existente em nosso País por entender que ela
não atende aos legítimos anseios
nacionais.
Pois bem, a eleição é uma grande oportunidade
na qual deveremos usar o nosso voto para
conduzir aos postos mais importantes da administração pública nacional e
estadual pessoas capazes de, efetivamente, darem novos rumos ao nosso País.
Para isso, é muito importante
o apelo que ora faço a eleitores de todos os partidos. Não importa qual é o
partido de preferência do eleitor. Basta escolher, no partido
da sua preferência os melhores
candidatos. Todo partido, afinal, tem gente boa e gente à toa!
Então, essa é a grande
oportunidade de fazer a seleção dos bons para podermos ter uma política decente e competente em nosso
País. Faço esse apelo, neste instante, principalmente às
diversas lideranças comunitárias, aos clubes de serviços, às igrejas, seja qual
for o credo e também aos professores nas
escolas, nos centros comunitários, a todos aqueles que têm oportunidades para
ajudarem a esclarecer a população das suas comunidades o quanto é importante o processo eleitoral.
Não basta reclamar e dizer:
“os políticos não prestam.” Primeiro, não é verdade! Eu também acho: hoje, a maioria não presta. Mas, tem gente boa na
política.
E esses que não prestam? Quem
elegeu esses que, lá em Brasília, estão desviando, para seus bolsos, bilhões de reais que
deveriam ir para a Educação e para a Saúde?
São eleitores que não sabem
valorizar o voto, não sabem escolher os seus representantes. Eu defendo, por
exemplo, o voto
facultativo, somente devendo votar quem queira. O voto não deve ser uma
obrigação. Vota quem quer e quem esteja preparado, realmente, para exercer a
importante missão de escolher bons representantes para o Legislativo e para o
Executivo.
E é até fácil escolher bons
representantes: analise, veja os candidatos que vêm pedir o seu voto. Onde ele
mora? Como ele vive com a família dele? Onde ele trabalha? Veja se as economias
que ele tem foi ganha honestamente. E, assim por
diante, analise, e, no final, compare e escolha os melhores.
Assim nós estaremos, sem dúvida alguma, elegendo bons representantes e mudando
a situação trágica vivida pelo nosso País.
O Brasil tem de ser transformado em um
país sério e, para isso, precisamos de líderes políticos e administrativos
sérios e competentes. Eu insisto sempre. Ao escolher o seu candidato, veja se
ele tem quatro qualidades fundamentais: honestidade, em primeiro lugar e, hoje,
tão necessária; capacidade, se aquele que está pedindo o seu voto tem
capacidade para exercer aquele cargo; idealismo, quais são os ideais que movem
a vida deste candidato, no que ele acredita e defende; e coragem para ingressar
na política, participar da disputa eleitoral e enfrentar uma situação muito
grave e difícil de ser consertada.
Mas tem conserto sim e, para isso, basta
apenas os
eleitos serem comprometidos com as suas promessas junto aos seus eleitores
e ajudarem a construir um Brasil sério como
aquele que todos nós sonhamos!
O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as
lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos
trabalhos até as 17 horas.
O SR. PRESIDENTE - ORLANDO
BOLÇONE - PSB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência
acolhe o solicitado pelo nobre deputado Welson Gasparini e suspende a sessão
até as 17 horas.
Está suspensa a
sessão.
* * *
- Suspensa às 15
horas e 32 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas, sob a Presidência do Sr. Cauê Macris.
* * *
O
SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PTB - Sr.
Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, com a anuência do meu
líder.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
O pedido de V. Exa. é
regimental. Tem a palavra o nobre deputado Luiz Carlos Gondim pelo Art. 82, com
a anuência do líder Campos Machado.
O
SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PTB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nós temos
um bairro entre a Ayrton Senna e a Dutra, que é o distrito do Taboão do Itapeti. Quem anda nessa via sabe que há uma indústria da General Motors. E temos, ali, mais 53 indústrias e pelo
menos umas 20 para serem instaladas. Há muito tempo, estamos trabalhando para
conseguirmos uma rotatória, uma via de acesso ou um viaduto que saia da Ayrton
Senna para Taboão Itapeti.
É uma discussão que se
está tendo há muito tempo, por se tratar de uma rodovia “zero”. Talvez tenhamos
problemas com a pista de aceleração e desaceleração, fazendo com que essa
rodovia deixe de ser uma rodovia “zero” - isto é, aquela que não pode ter
paradas nem entradas e saídas de veículos. Mas que pelo menos
possamos fazer uma interligação, uma vicinal entre Mogi das Cruzes e a
Dutra, ou até Guararema ou Santa Isabel.
Baseado nisso, estamos
solicitando ao governo do estado uma visita a Mogi das Cruzes, para que olhe
para esse bairro industrial. O que está acontecendo conosco é o que mais
ouvimos: a perda de indústrias para o Paraguai, Bolívia, Argentina; ou para
estados limítrofes de São Paulo, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso
e Paraná. Até quando vamos conviver com isso, perdendo esse número de
indústrias e empregos? Já temos um desemprego enorme aqui no estado de São
Paulo. E agora não podemos instalar uma indústria no bairro do Taboão do Itapeti, porque não nos dão nenhuma condição.
Os impostos, aqui, são
caríssimos. O ICMS para esse tipo de indústria é acima de 18 por cento. Temos
uma arrecadação, temos emprego e temos condição de ser o melhor local para
instalação de indústrias, porque estamos a 350 quilômetros do Rio de Janeiro e
a 50 quilômetros de São Paulo. Estamos próximos da Rodovia Dom Pedro, para
ligar a Campinas; estamos próximos da Fernão Dias e temos condição de chegar ao
porto de Santos, ao porto de São Sebastião e aos aeroportos de Cumbica e de São
José dos Campos. E não se faz nada por aquela região.
Como vamos desenvolver
a indústria aqui no estado de São Paulo se não damos condição aos municípios -
Mogi, Guararema e Santa Isabel - de instalar indústrias naquele local? O apelo
que fazemos ao governador do estado, Márcio França, é: olhe com atenção e
carinho para o pedido da Agestab, para que possamos
fazer alguma coisa, dar alguma condição de entrada e saída de veículos para
esses bairros no distrito do Taboão. Não podemos mais continuar parados no
tempo, só cobrando impostos, impostos e impostos, só perdendo indústrias e
aumentando o desemprego no estado de São Paulo.
Então, é um apelo que estamos fazendo ao governador.
Provavelmente, ele irá à região do Alto Tietê amanhã, a Poá e Suzano. Então,
esse é o apelo que estamos fazendo ao governador Márcio França, para que ele
vá, mas já vá com a consciência de que vamos cobrar, se estivermos nessa
reunião, esse problema do Taboão de Itapeti.
Agora, uma coisa fica clara: o problema da situação
da Saúde na nossa região, principalmente da pediatria e da obstetrícia, será
cobrado amanhã, na reunião dos convênios com todos os municípios do Alto Tietê.
Nós iremos fazer essa cobrança, pois não podemos conviver com essa situação da
Saúde no Alto Tietê.
Muito obrigado, Sr.
Presidente e Srs. Deputados.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Sr.
Presidente, com a anuência da minha líder, peço a palavra para falar pelo Art.
82, e pediria mais dois minutos para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
O pedido de V. Exa. é regimental. Com anuência da
líder Beth Sahão, tem a palavra o nobre deputado Teonilio Barba pelo Art. 82,
pela liderança do PT.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
trabalhadores desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, pessoas que nos
acompanham no Plenário Juscelino Kubitschek, venho a esta tribuna hoje porque
coisas estranhas andam acontecendo neste País.
No dia 31 de julho de 2016, o Instituto Lula foi atacado.
Jogaram uma bomba caseira no Instituto Lula. Na época, nós procuramos o
secretário de Segurança, pedimos a apuração do caso e foi feito o boletim de
ocorrência. Até hoje, não foi apurado. Não se sabe quem jogou a bomba caseira.
No Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, passaram e
atiraram na porta, na entrada. Fica em São Bernardo do Campo, na Rua João Basso, 231.
Já no Acampamento Marisa Letícia, à noite, alguém se
aproximou e disparou mais de 20 tiros, acertando o Jefferson no pescoço e a
advogada Márcia Koakoski de raspão. Ela ficou ferida.
Até agora, a Justiça não apurou nada.
Na semana passada, houve o julgamento virtual sobre
a soltura do presidente Lula, se ele poderia ser solto ou não. Foram cinco
votos a zero. E não acontece nada. Porém, na sexta-feira,
o Gilmar Mendes mandou soltar o Paulo Preto, que é o homem do esquema do PSDB
do estado de São Paulo.
Nesta Casa, eu tinha um assessor que fui obrigado a
exonerar ontem, o Manoel Eduardo Marinho, conhecido como Maninho, que foi
vereador de Diadema. Ele esteve envolvido naquela confusão que aconteceu na
frente do Instituto Lula, quando ele foi agredido e foi se defender. Aí
aconteceu um acidente quase fatal. A pessoa, graças a Deus, recuperou-se. Ela
foi para o hospital, foi socorrida. Mas o Maninho começou a ser denunciado. Ele
se apresentou à delegacia do Ipiranga e foi indiciado por lesão corporal grave.
Estranhamente, alguém o mandou para júri popular,
mudando para uma tentativa de homicídio culposo, ele e o filho dele. Na
sexta-feira, a juíza Débora Faitarone decretou a
prisão do Maninho, alguém que se apresentou para a polícia, tem residência
fixa, mora em Diadema há mais de 30 anos, apresentou-se para ajudar a
esclarecer o caso, vai se defender, afirma de maneira veemente que é inocente,
e eu acredito que ele seja inocente.
Estranhamente, a juíza
despacha um pedido de prisão preventiva, dizendo que ele cometeu um crime
hediondo, brutal, violento, omissão de socorro, com frieza, vontade de matar. E
manda prender preventivamente.
É estranho que o modo
de acelerar as coisas seja sempre contra alguém do PT. Tudo o que for contra
alguém do PT tem que fazer de maneira urgente. A caravana do Lula foi atacada
no Rio Grande do Sul, Polícia Rodoviária acompanhando, Polícia Rodoviária Federal
acompanhando, e não se apura nada. Jogam bomba no Instituto Lula e não se apura
nada.
Uma coisa que
claramente os vídeos mostram é que em algum momento houve um conflito, e depois
o conflito se encerrou. Não houve continuidade do Maninho, e nem do filho dele.
O conflito se encerrou ali. Aí começaram a procurá-lo. Ele se apresenta, e
estranhamente, é colocado agora em prisão preventiva. Ele se apresentou
novamente, voluntariamente, em São Paulo, e foi encaminhado para a
penitenciária de Tremembé.
Faço esta denúncia
porque queremos que o Ministério Público e a Justiça trabalhem, mas trabalhem
para valer, não trabalhar de maneira seletiva. É o que vêm fazendo.
Sérgio Moro, num
determinado momento, quebra o sigilo telefônico da Dilma, comete um crime
institucional e não acontece nada com ele. Foi chamado à atenção pelo Conselho
Nacional de Justiça. O Paulo Preto, Gilmar Mendes mandou soltar na sexta-feira.
Com o presidente Lula,
não encontraram nada, um real, de uma conta dele na Suíça, nos Estados Unidos,
na Europa, em qualquer lugar. Está preso porque um determinado juiz tem
convicção de que o presidente Lula é dono do triplex.
É isso que estamos
vivendo, uma Justiça e um Ministério Público a favor de alguns. Espanta-me a
covardia dos deputados estaduais e federais. Estamos assistindo calados. A
política está sendo judicializada o tempo todo, e nós
estamos quietos, perante o poder Judiciário, e perante o poder público.
Nesta Casa há uma
liminar impedindo que trabalhadores nomeados assessores possam ser nomeados, e
ninguém faz nada para derrubar.
Coisas estranhas estão
acontecendo no mundo jurídico. Parece que existe um subterrâneo no mundo
político, aquela coisa estranha, tenebrosa, que para uns pode tudo e para
outros não pode nada.
Estou muito preocupado.
Assusta-me a covardia dos deputados federais, respeitando essa decisão do STF,
de seis a cinco, de outubro de 2016, quando o STF legislou, mudou o Art. 5º da
Constituição. Era para os deputados federais se rebelarem, porque quem tem
poder para mudar artigo da Constituição, fazer uma PEC, são os deputados
federais. E eles estão quietinhos.
Enfim, há muita coisa
estranha acontecendo. Com certeza, ainda devo voltar hoje a
esta
tribuna. Deputado Campos Machado, V. Exa. tem me ajudado muito neste debate, nessa questão do Maninho.
Aproveito para agradecer publicamente. Nós acreditamos,
V. Exa. conhece tão bem,
quanto eu. Eu o conheço há 40 anos, e V. Exa. o conhece há mais de 20, 30 anos.
Quero deixar claro
aqui, nesta tribuna, a minha solidariedade. Tive que exonerá-lo ontem, em
função da prisão dele. Mas na hora em que ele for solto vou renomear ele aqui,
assim que esta Casa liberar, porque ele é um companheiro de luta, um
companheiro que eu conheço, em quem acredito, que
respeita as pessoas. Então, quero prestar toda a minha solidariedade ao
Maninho, à família do Maninho, ao filho do Maninho.
Temos que abrir os
olhos e começar a debater nesta Casa aqui qual que é o papel do Poder
Judiciário e qual que é o papel do Ministério Público. Não dá para o Ministério
Público achar que é representante dos direitos difusos do povo e achar que ele
pode tudo e ficarmos calados assistindo a tudo isso.
Não dá para o Poder Judiciário fazer tudo o que quer e nós continuarmos
assistindo nesta Casa. Não dá para vermos uma onda de sequência de crimes e
atentados contra um partido ou seguimentos populares e a Justiça não apurar
nada.
Eu quero saber do
secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo a apuração da bomba
caseira jogada no dia 31 de julho de 2016 lá no Instituto Lula. Eu quero saber
da Justiça do Paraná como está a apuração dos tiros
dados no acampamento Marisa Letícia. Foram dados mais de 20 tiros. Acertou o
Jeferson e também uma advogada, com um tiro no pescoço. Eu quero saber dessa
Justiça seletiva que tem pressa de acelerar as coisas quando é contra o PT,
quando é contra os sindicatos e quando é contra os movimentos sociais.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente,
quero parabenizar a luta dos metalúrgicos do ABC. Os trabalhadores da
Mercedes-Benz, numa luta trabalhista, então em greve desde segunda-feira. E
essa luta é contra aquele estrago que os deputados federais fizeram, dizendo
que ia gerar 100 milhões de empregos quando aprovasse a reforma trabalhista.
A reforma trabalhista
entrou em vigor no dia 11 de novembro de 2017. Do dia 11 de novembro de 2017
até agora foram destruídos, com carteira assinada, mais um milhão de empregos.
A reforma trabalhista não resolveu nada. Aumentou o número de trabalhadores que
perderam o emprego com carteira assinada.
Os trabalhadores da
Mercedes-Benz não aceitaram que a empresa aplicasse o modelo da reforma
trabalhista aprovada pela Câmara dos Deputados, onde grande parte é corrupta.
Estão lá em greve lutando para fazer um bom acordo, para discutir data-base,
para discutir PLR, para discutir a renovação da convenção coletiva de trabalho,
que dá uma proteção. Os metalúrgicos do ABC são um expoente nessa luta contra a
precarização e contra a reforma trabalhista.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, vamos
passar à Ordem do Dia.
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO
DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Há
sobre a mesa requerimento do nobre deputado Welson Gasparini, com número
regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para
constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar da
49ª Conferência “Distrito 4540 Faz a Diferença”, em Poços de Caldas, entre os
dias 17 e 20 de maio de 2018.
Em votação o
requerimento.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr.
Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pela liderança do PTB e,
ao mesmo tempo, solicito de V. Exa. o tempo de mais dois minutos para fazer uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
Para encaminhar a votação pela liderança do PTB, tem a palavra o nobre deputado
Campos Machado. Vossa Excelência terá a mesma tolerância que o deputado Barba.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr.
Presidente, Srs. Deputados, eu sabia dos riscos que corria quando apresentei e
defendi a aprovação nesta Casa da PEC 01, que diz respeito ao Ministério
Público.
É uma PEC que apenas quer
definir um prazo legal de 180 dias, que já é estabelecido, mas a prorrogação
por mais 180 dias depende da existência de provas e da aprovação do Conselho
Superior. Não é justo que alguém fique anos e anos com
a espada de Dâmocles na cabeça.
Eu sabia e é por isso que
quero falar hoje de um promotor público, o Dr. Silvio Marques. Estou dizendo o
nome dele. Dr. Silvio Marques, o senhor é leviano. Eu vou repetir,
quem sabe o senhor não ouviu direito. Dr. Silvio Marques, promotor público, o
senhor é leviano. O senhor apresentou um pedido de inquérito civil contra mim
por fatos que já estavam arquivados. Eu já tinha informado o chefe do
Ministério Público no começo do ano passado e o inquérito foi arquivado.
Entre eles, o fato de eu ter
doado, e consta do imposto de renda , 50 mil reais
para o Roberto Jefferson pagar a sua multa. Vossa Excelência abre esse
inquérito civil sem nenhuma prova. E sabe por que V. Exa.
abriu esse inquérito, Dr. Silvio Marques, leviano? Por
causa do inquérito civil público. Aliás, por causa da PEC 1 que eu estou
defendendo aqui. Vossa Excelência pensa que vai me intimidar. Não vai
intimidar, não. E o pior, V. Exa. mandou
para a imprensa um inquérito civil público aberto sob a acusação de que eu
teria mandado matar alguém ou um amigo meu. Carta anônima, tudo é carta
anônima.
Vossa Excelência, Dr. Silvio
Marques, ainda diz que é irregular, olha o absurdo, deputado Barba, que os
funcionários em órgãos públicos que sejam filiados ao PTB, voluntariamente, venham a contribuir
ao partido, oficialmente, com 0,3 por
cento. A maior contribuição não passa de 300 reais por mês. Não paga nem um
décimo das contas. O que ele disse? Que eu recebia mais de 500 mil reais por
mês. O dinheiro é depositado na conta do partido. Olhe como ele é leviano. Olhe
a leviandade sua, Dr. Silvio Marques. É vingança pura,
mas eu agora vou redobrar o trabalho para aprovar a PEC 1, para provar que,
nesta Casa, não tem covarde.
Vossa Excelência não vai me
intimidar, não. Vossa Excelência quis envolver até o meu escritório de
advocacia, do qual não sou gerente, não sou o administrador, não respondo por
ele. Olhe como V. Exa. é
falso. Por que isso, promotor Silvio Marques? E mandou para o jornal “O Estado
de S. Paulo”. Aí me disse um assessor meu: “Vamos fazer uma nota”. Nota, não.
Eu quero conversar com o jornalista. Quero explicar ao jornalista a leviandade sua, Dr. Silvio Marques. Como é que V. Exa.
pode brincar com a honra alheia? O que pensa V. Exa. que é? O dono desta Casa, o
dono do poder?
Eu tenho muito orgulho do
Ministério Público. Sou o único deputado do estado que tem menção honrosa, o
Colar do Mérito. Olhe a situação minha aqui. Por causa de V. Exa. eu sou obrigado a dizer que
não há mais ninguém neste mundo que me impeça de trabalhar pela aprovação da
PEC 1 e se eu verificar que tem gente com medo do senhor, por exemplo, eu vou
denunciar aqui, da tribuna. Esta Casa não vai cair de joelhos, Dr. Silvio
Marques. Vossa Excelência mentiu. Para mim, é um mentiroso. Um inquérito
arquivado, dois inquéritos arquivados. Para que reabrir os dois? Ainda
acrescentou: “Arquivado no mês de março”. Mentira.
Foi arquivado no ano passado,
no ano retrasado, quando o deputado Capez ainda era
presidente, em 2015. Ora, deputado Barros, um absurdo. O inquérito civil
público foi arquivado. Ele traz à tona. Abre um em 2018. Ainda quis envolver a
minha família no meio. O que eu posso pensar de um homem desses? O que eu posso
pensar de um membro do Ministério Público, uma Instituição séria? O que eu
posso pensar daquele promotor público de São Paulo, que ofendeu com palavras de baixo
calão os ministros do Supremo Tribunal Federal? Como eu posso suportar que o
tal de Dr. Richard, promotor público do Caex, tenha a
capacidade de ir a um presídio militar às oito e meia da noite - ele não pode
fazer isso - para conversar com um preso e dizer ao preso: “Quer ficar livre?
Denuncie um político. Você não gosta do Campos
Machado? Fala dele ou de outro qualquer, mas denuncie um político, que você
sai.” Ele disse isso ao Coronel Flaviano Furtado.
Esta Casa vai fazer o quê?
Ficar quieta? Não. Vingança? Eu não sou vingativo, Dr. Sílvio, mas V. Exa. foi. Vossa Excelência
encarnou a mesma posição do Dr. Milani. O Dr. Milani foi aquele promotor
público que ofereceu denúncia contra o Geraldo Alckmin, avocando um caso da
Justiça Eleitoral. O Dr. Milani foi o mesmo promotor que foi ao meu escritório
político porque queria ser secretário de Segurança Pública. É o mesmo promotor!
E depois, bravo comigo - ou
com quem quer lá que seja - pegou uma investigação simples. “Ah, tem morte do jogo ! Tem acusação por carta anônima.” Aí ele manda
informar o denunciante. Se é carta anônima, Dr.
Milani, como vai ser informado o denunciante? Disse ao meu amigo Dirceu,
prefeito de Bofete, que teria que examinar os autos para saber se tinha tido
mesmo homicídio.
Teve sim, apurado no mesmo
dia do enterro de meu funcionário. Sua sobrinha e o namorado dela invadiram a
chácara e mataram o meu amigo. No mesmo dia, a Delegacia de Homicídios apurou o
caso. Aí vem uma carta anônima, que ninguém sabe de onde veio: “É o deputado
Campos Machado, o líder do PTB neste estado e neste País.” E eu sou,
textualmente, o líder nacional, que foi acusado , por
uma carta anônima, de mandar matar um amigo.
O Dr. Milani faz o quê? Pega
um procedimento investigatório, trocando todos os nomes, e pede Inquérito Civil
Público. Como vou silenciar diante desses elementos? Vou para a minha casa
chorar? Vou orar? Vou me recolher? Ou vou enfrentar? A resposta é óbvia: eu vou
enfrentar. Vou enfrentar até o fim. Não é com vinganças, com mentiras, com
infâmias, com injúrias, com calúnias, que vou deixar de cumprir o meu dever, de
apurar e de tentar aprovar a proposta que traz prazo para terminar o Inquérito
Civil Público.
Perguntem aos prefeitos e aos
vices, aos deputados, se o Inquérito Civil Público demora dois, três, quatro,
cinco, dez anos. E eles sempre ameaçando, mandando recado. Para mim não tem
recado não, Dr. Silvio.
Dr. Sílvio, V. Exa. vai ler no Diário Oficial.
Não tem recado. Vossa Excelência foi profundamente leviano.
Espero que o jornal “O Estado de S. Paulo” traduza o que eu disse hoje. Não sou
medroso, não tenho medo. Vou enfrentá-lo, Dr. Sílvio, em todos os lugares e
tribunais para provar que V. Exa. cometeu
uma infâmia.
O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, entro agora no meu prazo de dois minutos. Silenciar - disse, um dia
desses, o meu nobre amigo e deputado Rafael Silva - quando se deveria
protestar, transforma os homens em covardes. Eu não vou silenciar, não. Quero
ver...
Tenho que fazer uma
convocação a esta Casa, a àqueles que não aceitam esse
tipo de tortura, a àqueles que não aceitam andar de cabeça baixa, a àqueles que
não sabem rastejar ao menor ruído do Ministério Público. Respeito a instituição. Tem gente extraordinária, mas tem gente que
não merece estar na instituição, como, por exemplo, Dr. Milani, Dr. Richa e esse leviano do Dr. Silvio Marques.
Processe-me, Dr. Silvio, abra
mais procedimentos contra mim. Invente alguém que faça uma carta anônima. Vá no correio da Brasilândia,
coloca lá. Coloca que eu tentei por fogo em Ribeirão Preto. Coloca lá. Ponha
isso, Dr. Silvio.
Vossa Excelência não vai me
intimidar. Não vai intimidar esta Casa. Esta Casa, ao contrário do que o senhor
pensa, Dr. Silvio, não é uma casa de covardes.
Dizia-me o deputado Barros
Munhoz: até quando?
Para terminar, Sr. Presidente, nas Catilinárias,
Cícero fazia um discurso no senado romano contra o imperador Catilina, que dizia:
* * *
- Pronuncia-se
em língua estrangeira.
* * *
Até quando, Dr. Silvio
Marques, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda essa audácia
desenfreada jactar-se-á, doutor Silvio?
Requeiro, Sr.
Presidente, deputado Cauê Macris,
que seja pautada essa PEC nº 01. Quem quiser votar, que vote. Quem tiver
coragem, que venha aqui; quem não tiver, se esconda.
Mas, tem que ser pautada essa
PEC, em defesa da dignidade desta Casa.
O SR.
RAFAEL SILVA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente e nobres colegas: recentemente uma policial treinada sacou uma arma
que se encontrava em sua bolsa, atirou no marginal e o matou.
De repente, sociólogos falam
que ela não deveria agir daquela forma, mas deveria deixar o bandido ir embora
depois de roubar o que pretendia. Sr. Presidente, qual
seria a realidade daquele momento, não fosse a ação da policial? Se uma criança
chorasse e saísse correndo, se uma mãe se apavorasse e gritasse, será que o
policial não mataria a mãe, não mataria a criança? Já tivemos exemplos desse
tipo. Uma vez, num assalto aqui em São Paulo, um bandido dentro de um banco, ao
lado de uma senhora com uma criança no colo, a criança chorou, o bandido atirou
e matou a criança.
Esse marginal estava com uma
arma em punho ameaçando crianças e mães, ele não estava bem da cabeça. Estava
naquele momento com algum problema sério. Não agiria daquela forma se não
estivesse sofrendo essa realidade do problema.
Num lugar aberto, com muitas
pessoas, normalmente o marginal vai assaltar dentro de um estabelecimento, de
uma drogaria, com um comparsa ao lado. Ele não se atreve a agir sozinho no meio
de muitas pessoas. Não se atreve. Se ele agiu dessa forma, é porque ele estava
totalmente descontrolado e poderia fazer tudo.
Eu gosto muito de sociologia.
Aliás, gosto muito de sociologia, estudo sociologia há mais de 50 anos. Não é a
minha pós-graduação nessa área que me dá condições de falar.
Lembro-me do René Descartes,
que nasceu em 1596 e morreu em 1650. Preste atenção, companheiro deputado e
deputada. René Descartes falou: “Depois de estudar na melhor escola da Europa,
da França, com doutos professores, com professores altamente especializados, eu
me decepcionei. Não era aquilo que eu queria. E, aí, eu resolvi ler o livro do
mundo”.
Ele resolveu sair pelo mundo
estudando as coisas, as pessoas, a sociedade, e desenvolvendo a sua filosofia.
Então, Sr. Sociólogo de Gabinete, não é nada disso que
o senhor pensa. O senhor pensa dentro do ideal, não do real.
Faça como René Descartes:
leia o livro do mundo, conheça a nossa realidade.
Pense naquilo que poderia ter acontecido. Eu também entendo que o bandido não
deveria morrer, que a policial não deveria atirar, mas em uma
outra realidade. Na nossa realidade, fez o que deveria ser feito!
Poderia ter acontecido outra coisa indesejável? Sim, mas se ela não tivesse
agido?
Por favor, deve falar do assunto quem
entende do assunto. Não falo de teoria que não seja do meu conhecimento. Eu não
vou falar de física quântica! Mas, por favor, fale de sociologia quem conhece a
sociedade - e as sociedades são diferentes, não são inferiores e nem
superiores. Isso se aprende em sociologia. E a nossa sociedade é diferente da
Suécia, da Suíça e da Dinamarca - e é bom o sociólogo entender isso. Ou entenda
ou fique de boca calada: não fale bobagem!
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS -
PSDB - Em votação o requerimento do deputado Welson
Gasparini. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo
permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Item 1 - Votação - Projeto
de lei Complementar nº 11, de 2018, de autoria do Sr.
Governador. Dispõe sobre a reclassificação dos vencimentos e salários das
classes que especifica, e dá providências correlatas. Com 4 emendas. Parecer nº
623, de 2018, da Reunião Conjunta das Comissões de Justiça e Redação, de
Administração Pública e de Finanças, favorável ao projeto e contrário às
emendas.
Há sobre a mesa
requerimento de método de votação.
Item I - Projeto,
salvo emendas;
Item II - Emendas nºs 1 a 4, englobadamente.
Em votação o
requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo
permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Item 1 - Projeto de lei Complementar nº 11, de
2018, salvo emendas. Em votação.
A SR. BETH LULA SAHÃO - PT - Sr. Presidente, peço a palavra
para encaminhar a votação pela bancada do PT.
O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS -
PSDB - Para encaminhar a votação pela bancada do
PT, tem a palavra a nobre deputada Beth Sahão.
A SRA. BETH
LULA SAHÃO - PT - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,
cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp,
funcionárias e funcionários desta Casa.
Infelizmente, esse projeto que nós tentamos conversar
com a liderança do governo aqui na Casa para podermos aprovar algumas emendas
de nossa autoria, emendas estas que reduzem as disparidades existentes na mesma
categoria e na mesma Secretaria de funcionários que, muitas vezes, exercem as
mesmas tarefas. Eles ganham, por isso, salários muito diferentes, com
diferenças expressivas.
Por exemplo, um especialista em desenvolvimento social
e um agente de desenvolvimento social ligados à Secretaria de Desenvolvimento e
Assistência Social ganham salários diferentes. O assistente
ganha R$1.800,00 e o especialista ganha R$2.600,00 - uma diferença de
R$800,00.
Uma das nossas emendas propunha a redução dessas
diferenças. Nós entendemos que é uma justiça e nós poderíamos reparar uma
discrepância que prejudica as pessoas que fazem, literalmente, as mesmas
tarefas.
Ontem recebemos a presidente da associação destes
funcionários e ela nos disse que a responsabilidade deles é grande. E é mesmo,
afinal de contas, eles que recebem os convênios, analisam os convênios, são
responsáveis pela elaboração e o conteúdo de cada um, de uma forma detalhista e
pormenorizada. Nós sabemos que, ali, é uma Secretaria que,
muitas vezes, nem funcionário tem e, por isso, os convênios da Secretaria de
Desenvolvimento Social são os convênios que mais são atrasados para serem pagos
e são as entidades que mais sofrem essa demora no pagamento das emendas que
são ali colocadas porque não têm pessoal suficiente para cobrir as demandas
impostas naquele trabalho cotidiano.
E, agora que nós apresentamos essa emenda,
infelizmente o governo disse que não pode pagar. Eu quero aqui dizer para vocês
o que isso representaria.
Agente de desenvolvimento social tem 106 cargos aqui
no estado de São Paulo. O impacto mensal seria de R$71.800,00 e o impacto do
ano todo seria de R$718.000,00. Portanto, esse é um valor muito pequeno para o
tamanho da receita deste estado, que é a maior receita do País, para corrigir
uma distorção que há muitos anos precisaria ser corrigida, e a Liderança do
Governo não aceitou a aprovação dessas emendas.
Outro: especialista em
desenvolvimento social, da mesma secretaria. São
apenas 24 servidores, o que representaria R$ 24.267,00 ao mês. É o salário,
muitas vezes, de uma única pessoa, de um único servidor. Isso aqui poderia
atender 24 servidores, o que daria R$ 242.666,00 ao ano.
De outras secretarias,
como engenheiro, arquiteto, engenheiro agrônomo e assistente agropecuário.
Aliás, essa categoria vem sendo muitas vezes esquecida e abandonada pelo
governo. Quando não, os governos ameaçam. O governo do PSDB sempre ameaçou com
privatizações nas estações experimentais, nos parques públicos, nos institutos.
Fora o sucateamento,
para não dizer do sucateamento desses setores... O sucateamento começa
principalmente com o sucateamento da mão de obra. Esse montante são 1563
funcionários, esse talvez fosse o que representaria um impacto um pouquinho
maior: R$ 358.000,00. É muito pouco. Nós estamos tratando de valores pequenos
para este estado.
Outro: cirurgião
dentista. O cirurgião dentista ganha R$ 1200,00 neste estado. São 1256
dentistas, em uma população ainda de, infelizmente, desdentados, que
precisariam ter orientação desde criança nas escolas, nas unidades de saúde do
estado, para dar um bom atendimento à população, o que representaria R$
119.734,00. Muito pouco, essa conta talvez o governo não tenha feito. Sabe por
quê? Porque o governo fala “não” e acabou, e não quer negociar, e eu mostrei
isto aqui. Isto aqui é insignificante.
Funcionários ativos e
inativos, o que representaria R$ 711.000,00, respectivamente, cada um. O
impacto total dessas emendas da bancada do Partido dos Trabalhadores entre
trabalhadores ativos e inativos resultaria em um total de R$ 14.233.000,00 ao
ano. Esse é o valor exato, caso essas emendas fossem incluídas no roteiro de
votação e fossem aprovadas por esta Casa.
Mais uma vez, o governo
do Márcio França vai na mesma toada que já vinha o
governo do Geraldo Alckmin. Ou seja, na desvalorização, na falta de
reconhecimento e na falta de respeito junto com os servidores, porque quando se
respeita o servidor, quando se quer valorizar o servidor e, consequentemente,
ter como resultado disso a valorização do serviço público, o bom atendimento do
serviço público, um maior alcance do serviço público, que essas carreiras
permitem nas suas respectivas áreas... Nós teríamos, sim, esse pedido nosso
atendido, essas emendas aprovadas.
Porém,
infelizmente, esta Casa, mais uma vez, vai deixar os servidores com a pá na
mão, pedindo, pedindo e pedindo, com o pires na mão, e sem poder receber em
troca uma recuperação das suas perdas salariais, que foram responsabilizadas
pelos sucessivos governos tucanos deste estado e massacradas principalmente
pelo governo Alckmin, que ficou anos e anos sem dar reajuste a esses
trabalhadores.
Quero dizer que a nossa
bancada vai votar a favor dessas emendas no processo que deve se encerrar agora,
e vamos, mais uma vez, ratificar o nosso compromisso com os servidores públicos
aqui do estado de São Paulo.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
A
SRA. ANA LULA DO CARMO - PT - Sr.
Presidente, gostaria de indicar o nobre deputado Teonilio
Barba Lula para falar pela Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB -
O pedido de V. Exa. é
regimental. Tem a palavra o nobre deputado Teonilio
Barba Lula para falar pela liderança da Minoria.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, já
fiz, hoje, um pronunciamento da tribuna pelo Art. 82, mas volto aqui para
debater um assunto. Considero muito estranho algo que está ocorrendo no Brasil.
No dia 31 de julho de 2016, o Instituto Lula foi atacado com uma bomba caseira,
e quase houve uma morte lá dentro. O guarda da noite, por sorte, estava no
banheiro tomando banho no horário em que jogaram a bomba. Na época, procuramos
o secretário da Segurança Pública, que ainda era Alexandre de Moraes, e
solicitamos dele a apuração do caso. A bancada do PT esteve com o secretário. O
que nos surpreende é que até hoje nada foi apurado.
Mais recentemente, em
27 de março de 2018, dois tiros atingiram um ônibus da caravana do presidente
Lula pela região sul do país, além de um pedrada que
quase arrancou fora a orelha de Paulo Frateschi. Em 28 de abril, dispararam mais de 20 tiros no acampamento Marisa Letícia.
Nosso companheiro Jefferson Lima de Menezes foi atingido no pescoço. Outra
vítima foi a advogada Márcia Koakoski,
atingida de raspão. Nada até agora foi apurado.
No dia cinco de abril,
houve um incidente em frente ao Instituto Lula, envolvendo algumas pessoas, com
provocações e conflito. Houve um acidente, que poderia ter sido fatal, mas
ainda bem que não foi, graças a Deus. Somos contra
qualquer tipo de violência. Estranhamente, não houve pedido de prisão, não
houve nada. Três das pessoas que estavam envolvidas no incidente se
apresentaram voluntariamente na delegacia do Ipiranga, onde foram indiciadas
por lesão corporal grave, e foram se defender na Justiça.
Uma promotora pediu
para que o caso fosse mandado para o júri popular na Barra Funda, na 1a
vara, e que fosse transformado em crime hediondo. Lá, houve uma definição de
crime hediondo, que envolvia brutalidade, violência, vontade de matar, omissão
de socorro à vítima, frieza. E foi pedida a prisão preventiva de Manoel Eduardo
Marinho, nosso companheiro, que foi vereador de Diadema - o Maninho. Ele mora
há mais de 40 anos em Diadema, tem residência fixa, não tinha pedido de prisão
e se apresentou. Hoje, foi obrigado a se apresentar a fim de se entregar. O que
nos estranha é a celeridade da juíza com relação ao caso. Ela disse que ele
tinha de ser preso porque ele é uma ameaça à ordem pública.
Trata-se de uma pessoa
que se apresentou voluntariamente na delegacia para ajudar a esclarecer os
fatos, para se defender. Não havia pedido de prisão. Estranhamente, teve que se
apresentar hoje e foi mandado para a penitenciária de Tremembé. Ele e o filho
dele. É estranho, pois estamos cobrando as mesmas velocidades para os casos que
até agora não foram resolvidos. O secretário de Segurança não responde, o Ministério Público não responde, o tribunal não
responde, ninguém responde. Agora, quando é para perseguir alguém que é filiado
ao Partido dos Trabalhadores, a perseguição é muito rápida.
Dito isso, quero entrar em outro tema que acho que
vai ser discutido aqui na extra, que é o Projeto nº 16. Há uma ansiedade de
todos os assessores de deputados, assessores e assessoras, para que ele seja
aprovado o mais rápido possível.
Foi cometida uma lambança muito grande, combinada ou
não entre o presidente desta Casa e o Geraldo Alckmin, que na época era o
governador. Nós aprovamos o Projeto nº 1.321 aqui nesta Casa. Ele foi aprovado
em 26 ou 27 de março. Dava tempo de ter sido publicado. Se tivesse sido
publicado antes do dia sete, quando se iniciava o período eleitoral, o reajuste
de vocês seria de 4,89%, e não os 2,89% que serão discutidos aqui na extra.
Nunca vi isso, estranhei que o pessoal tenha ficado
contra o sindicato, os assessores de deputados. O sindicato está defendendo que
quer ter dois por cento a mais de aumento e os assessores e as assessoras estão
contra o sindicato.
Não estou entendendo, pois está claro que o erro foi
cometido pelo governador. Há má intenção, ou foi combinada entre o presidente
desta Casa e o governador, ou o governador cometeu por conta própria. O
sindicato tem que cumprir o seu papel, tem que ir lá e judicializar mesmo. Se
houve erro da Mesa ou do governador, eles que paguem a conta. A tarefa do
sindicato é essa, é defender os trabalhadores e trabalhadoras.
A minha assessoria está me ouvindo em meu gabinete.
No dia em que o sindicato convocar uma greve, a minha assessoria terá que
participar, pois é luta. Sindicato é para lutar, para defender os interesses
dos trabalhadores desta Casa, e não para defender os interesses de deputados ou
de presidente ou da Mesa. Eu conheço sindicato há, no mínimo, 40 anos. Fiz
greve, tomei porrada e borrachada da polícia. Escapei
várias vezes de ser preso, tomei bomba e estilhaço na canela, granada. Mas não
entendi até agora.
É o contrário: vocês, da assessoria dos deputados,
tinham que estar ajudando a defender o sindicato, pois os 2,89% que vocês vão
pegar agora são menores do que os 4,89 por cento. E o erro foi do governador. Se foi combinado com o presidente desta Casa, o erro é do presidente
desta Casa.
Como é que foi o da Fatec, que foi aprovado depois?
Não foi publicado no dia sete? Não é estranho o que está acontecendo nesta
Casa? Esse projeto foi aprovado depois do projeto dos servidores gerais desta
Casa e foi publicado no dia sete, mas o outro não. Parece que é uma briga da
Mesa com o sindicato ou dos deputados com o sindicato. Eu sou a favor do
sindicato em qualquer lugar deste país e do mundo. Sou contra sindicato pelego.
Sindicato é feito para lutar, para defender direitos dos trabalhadores e das
trabalhadoras.
Tem uma dúvida na assessoria, de que se não pegarem
os 2,89% agora, não pegarão mais. Esperem resolver o problema judicial, vamos
ver o que acontece. Se foi erro do governador, ele tem
que ser cobrado. Se foi má intenção dele, ou se foi má
intenção da Mesa Diretora desta Casa, a Mesa que pague o preço.
Eu estava conversando com a Mesa e há um risco
realmente. Eu entendo. Conversei com meu amigo e companheiro de bancada, Luiz
Fernando. Entendo que exista um risco de descumprir uma decisão judicial, caso
o sindicato venha a obter uma vitória na Justiça. Eu entendo isso. Eles podem
ser impedidos, na Justiça Eleitoral, de disputar as eleições. Isso pode
acontecer. Quero dizer que o sindicato também declara que tem isso. Mas eu
quero ajudar a discutir o problema, resolver esse problema. Esse projeto será
discutido aqui, na primeira extra, se não me engano, ou na segunda. Vai ser
votado, deverá ser aprovado, e nós tentaremos encontrar uma
outra alternativa, para resolver esse problema.
Estou chamando a
atenção da assessoria de todos os deputados. O sindicato está brigando por
4,89, e vocês estão se contentando com 2,89. Isso coloca o sindicato numa
enrascada. O sindicato, quando for sentar com o Cauê Macris, com o Luiz
Fernando e com o Estevam Galvão, para negociar, para depois defender vocês,
chega fragilizado. Ou vocês não têm interesse? Vocês são assessores de
deputados. Vocês não são escravos de deputados aqui.
O sindicato, quando for
sentar à mesa negociadora, vocês têm que parar o sindicato, têm que parar esta
Assembleia. Parem os empregados desta Casa, aprovem uma pauta e entreguem. É
assim que se faz. Convoquem todos os assessores de deputados, convoquem todos
os funcionários da Casa, façam uma assembleia, no pátio, na rua, lá fora, em
frente à Assembleia, para defender o direito de vocês. E vocês têm que apoiar o
sindicato. Têm que ser sócios do sindicato, para o sindicato ser forte.
Fui metalúrgico 30
anos. Nós nos sentávamos à mesa da Fiesp,
ou da Anfavea. Eles falavam: vocês têm 90% da fábrica
sindicalizados. O sindicato sentava com poder na mesa, poder de mobilização,
poder de negociação, de poder fazer greve.
Os metalúrgicos da
Mercedes estão em greve desde a segunda-feira, contra a reforma trabalhista,
que a Mercedes não quer negociar. Quer negociar dentro da nova lei trabalhista.
A “peãozada” parou. Parabéns a vocês, metalúrgicos do
ABC, trabalhadores da Mercedes. Está tudo parado: área administrativa e área
produtiva.
É assim que se faz.
Vocês falam que o sindicato aqui não é forte. Sabem por que o sindicato não é
forte? Vocês têm medo de parar meia hora, têm medo de
parar duas horas a Casa. Parem esta Casa por um dia, que eles vão ver qual é a
necessidade que os deputados têm, com relação a vocês, e com relação aos
trabalhadores da Casa. Um dia de greve. Se for uma semana, então! E vocês têm o
direito de fazer isso. A Constituição garante isso. Infelizmente, vejo aqui que
não acontece nada.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Deputado
Barba, para concluir, são dois minutos já de tolerância. Acho que é suficiente.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Obrigado, Sr. Presidente. Quero encontrar aqui uma saída. Falei aqui
do problema que a Mesa tem, não sei se V. Exa. ouviu, mas também bati em V. Exa.,
porque não sei se V. Exa. combinou
com o governador, ou não, para não publicar, então, estou repetindo aqui,
talvez V. Exa. não tenha
ouvido. Acredito que não, espero que não.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Vossa
Excelência me conhece, até porque votou em mim para presidente. Tenho certeza
de que conhece o meu caráter.
O
SR. TEONILIO BARBA LULA - PT - Espero que encontremos
uma solução viável para este assunto.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - Sr.
Presidente, peço a palavra para encaminhar pelo PSDB.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Tem
a palavra o nobre deputado Marco Vinholi, para encaminhar pela liderança do
PSDB.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, gostaria de
falar sobre o PLC nº 11.
Tive o prazer de ter
sido funcionário da Secretaria de Desenvolvimento Social. Esse é um projeto que
fala de pessoas que foram colegas, pessoas que trabalharam ao meu lado, que
fazem um trabalho honrado para o estado de São Paulo, cuidam de pessoas pobres,
pessoas na faixa de vulnerabilidade social. Fazem isso com muita competência e
profissionalismo, e merecem todo o reconhecimento do Estado.
Também estamos falando
aqui de pessoas da agricultura, o Barros, o Davi, o Giriboni,
Gasparini, Dr. Ulysses, pessoas que têm uma vida trabalhando próximas a esse
pessoal. Penso que todos que estão aqui entendem a necessidade de valorização
desses quadros.
No finalzinho do
governo Geraldo Alckmin, foi proposto esse PLC que, sim, é muito distante
daquilo que eles precisam e almejam, mas é uma pequena melhora para eles que há
tantos anos esperam por esses reajustes. Quero dizer que o deputado Davi Zaia
fez uma emenda importante, a Beth Sahão fez outra, eu pessoalmente sou a favor
e vou registrar o meu voto por todas elas, mas dizer também que é um caminho
que não se finda hoje com esse PLC nº 11/18 que nós votamos aqui. Evidente que
reajuste nenhum ia ser necessário para colocar essas devidas carreiras no lugar
delas. Estamos falando aqui dos dentistas que estiveram conosco no Colégio de
Líderes, os pesquisadores, gente que trabalha pelo estado de São Paulo de forma
competente e honrada. A expectativa deles não seria somente de ter um reajuste,
um pouco mais, um pouco menos, evidente que o melhor possível que possamos dar
dentro da responsabilidade financeira do estado de São Paulo. Mas nós só vamos
conseguir sanar essa questão deles quando conseguirmos equiparar a carreira
deles a outras carreiras que tenham a mesma dignidade,
assim como os especialistas ambientais, que é o grande sonho dessas carreiras.
Foi muito bem colocado aqui, pois não faz sentido uma carreira, como a dos
especialistas e dos agentes lá do social ter uma distância tão grande. Eles
ganham perto de mil reais. Dia após dia essas carreiras tem pedido exoneração
do Estado. Daqui a pouco vamos ficar sem esses profissionais que tocam há muitos anos os convênios, tocam as políticas
públicas de desenvolvimento social.
Então,
há grande expectativa tanto do Agroesp, quanto do sindicato do social, quanto
dos pesquisadores. Os dentistas estiveram conosco para que nós pudéssemos
aprovar isso daqui hoje. Mas dizer a eles que esse não é o fim da batalha.
Vamos trabalhar que, o mais rápido possível, nós possamos ter do Governo um
projeto que equipara essas carreiras com a dignidade e o tamanho que elas
merecem.
Sr.
Presidente, esse é o registro do meu voto, vou registrar ali em breve. Acho
que, ainda que de forma tímida, aquém daquilo que eles merecem, é um avanço
para o estado de São Paulo o que estamos tendo hoje para esses profissionais.
Estava aqui o brilhante deputado Teonilio Barba Lula, quero aqui me solidarizar
à questão dele, solidarizar-me também com o deputado Campos Machado. O clima
nesta Casa tem melhorado nesta semana. Estamos confiantes de que vamos poder
avançar para o estado de São Paulo no período restante deste mandato. Um
abraço.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Em votação o item 1, o
PLC nº 11/18, salvo emendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem
favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Em
votação o item nº 2, demais emendas englobadamente. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que forem contrários permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Rejeitado.
A SRA. BETH
LULA SAHÃO - PT - Para declarar o voto favorável da bancada do Partido dos
Trabalhadores às emendas apresentadas pelo nosso partido.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrada a declaração de voto da bancada do PT.
O
SR. DAVI ZAIA - PPS – PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, para agradecer o entendimento dos líderes, de todos os deputados à
votação do projeto, projeto esse que traz a correção de parcela das demandas de
determinadas categorias do Estado, projeto encaminhado ainda pelo então
governador Geraldo Alckmin a esta Casa, que agora tivemos a oportunidade de
fazer essa negociação em nome do governador Márcio França. Entendo a demanda
das categorias, acho que são todas justas. É preciso, realmente, que se melhore as condições dos servidores do Estado, mas é também
preciso registrar que essa postura muitas vezes questionada, tanto do
governador Geraldo Alckmin, quanto do governador Márcio França, tem sido
responsável por o estado de São Paulo se manter equilibrado e com isso com
condições, não só de fazer o pagamento em dia de todos os seus servidores, mas
de paulatinamente também ir fazendo as correções que são necessárias e
possíveis. Nem sempre atendendo a todas as demandas dos servidores, mas
paulatinamente fazendo as correções necessárias.
Agradeço a colaboração
de todos os líderes, que cumprem o seu papel, fazem as suas defesas, mas
entendemos que é importante esse passo aprovando esse projeto que dentro do
possível vai fazendo as correções necessárias e, como disse o líder do PSDB, o
deputado Vinholi, isso não se encerra aqui. Esse trabalho continua para que
possamos paulatinamente ir fazendo as correções necessárias.
O
SR. MARCO VINHOLI - PSDB - Para declarar o meu voto favorável
às emendas 1, 2, 3 e 4.
O
SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Está
registrado o seu voto favorável às emendas 1, 2, 3 e 4.
Srs. Deputadas, Srs.
Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão
extraordinária, a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte
Ordem do Dia:
* * *
-
NR - A Ordem do Dia para a 24a sessão extraordinária foi publicada
no D.O. de 17/05/18.
* * *
O
SR. DAVI ZAIA -
PPS - Sr. Presidente, havendo acordo entre as
lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.
O SR.
PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre
as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão.
Antes, porém, convoca V. Exas. para a sessão ordinária
de amanhã, à hora regimental, com o remanescente da Ordem do Dia de hoje,
lembrando-os ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas.
Está
levantada a sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 18 horas e 06 minutos.
* * *