53ª SESSÃO SOLENE
com a finalidade de entregaR o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado
de São Paulo ao médico Prof. Dr. Beny Schmidt
Presidente: ROBERTO TRIPOLI
RESUMO
1 - ROBERTO TRIPOLI
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - JULIANA
CAMILO
LESSI
Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.
3 - PRESIDENTE ROBERTO TRIPOLI
Informa que a Presidência efetiva
convocara a presente sessão solene, por solicitação deste deputado, na direção
dos trabalhos, para a "Entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do
Estado de São Paulo ao médico Prof. Dr. Beny
Schmidt". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional
Brasileiro". Lê biografia de Beny Schmidt.
Destaca a contribuição do homenageado para avanços na medicina neuromuscular.
Elogia o trabalho voluntário realizado pelo médico em comunidades da zona sul
de São Paulo.
4 - JOÃO CAMILO
PIRES DE
CAMPOS
General de Exército e comandante
militar do Sudeste, saúda todos os presentes. Tece
considerações sobre a simbologia do brasão do estado de São Paulo. Ressalta que
a solenidade é um justo reconhecimento do profissionalismo de Beny Schmidt, o qual considera ético e honrado.
5 - RICARDO TRIPOLI
Deputado federal e líder da bancada
do PSDB na Câmara dos Deputados, cumprimenta todos os presentes. Manifesta-se
privilegiado por ter conhecido o pai do homenageado, Benjamin José Schmidt,
quem introduziu no Brasil o exame de triagem neonatal, conhecido como teste do
pezinho. Elogia a dedicação e o empenho de Beny
Schmidt na busca para a cura de doenças. Destaca o trabalho desenvolvido pelo
médico em áreas carentes de São Paulo.
6 - REGINALDO TRIPOLI
Vereador pela cidade de São Paulo e
líder da bancada do PV, recorda momentos marcantes de sua amizade com Beny Schmidt. Destaca características positivas de sua
personalidade. Parabeniza o homenageado pela carreira médica e científica.
7 - PRESIDENTE ROBERTO TRIPOLI
Relata caso médico bem sucedido de Beny Schmidt, a quem, em seguida, presta homenagem, com
entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
8 - BENY SCHMIDT
Médico professor doutor, comenta a importância da religião em sua vida. Menciona
não concordar totalmente com o livro "A Revolução dos Bichos", de
George Orwell - obra que faz um cruel retrato da humanidade e de suas ambições
-, afirmando que existem homens de valor e que merecem ser reconhecidos. Faz
declaração de amor a sua esposa. Agradece a todos pela homenagem.
9 - SHABSI ALPERN
Rabino e diretor da Comunidade Beit Chabad, compara o valor
numérico, segundo as regras cabalísticas, das palavras filho e cachorro,
fazendo referência ao estimado cão do homenageado, que estava presente no
plenário. Faz reflexão sobre a criação do ser humano, mencionando que apenas os
homens bons mereceriam viver neste mundo. Afirma que o médico Beny Schmidt faz parte desse grupo de homens honrados.
Conta história que exemplifica a honestidade do povo brasileiro. Agradece o
acolhimento do Brasil aos imigrantes.
10 - LUIZ FLÁVIO
BORGES D'URSO
Ex-presidente da OAB/SP, tece elogios aos membros da família Tripoli
presentes na solenidade. Saúda o Exército na pessoa do general de Exército,
João Camilo Pires de Campos. Elogia a dedicação do médico Beny
Schmidt, a quem aplaude pela trajetória de vida. Considera que o homenageado
leva esperança a milhares de vidas através de sua atividade profissional.
11 - PRESIDENTE ROBERTO TRIPOLI
Faz agradecimentos gerais. Encerra a
sessão.
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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Roberto Tripoli.
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O SR. PRESIDENTE - ROBERTO TRIPOLI - PV - Bom dia a todos e todas.
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JULIANA CAMILO LESSI - Senhoras e senhores, bom dia, sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear com o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo o médico Prof. Dr. Beny Schmidt.
Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web, e será retransmitida pela TV Assembleia Legislativa, pela NET canal 7, pela TV aberta canal 61.2 e pela TV Vivo Digital canal 185.
Anunciamos para compor a Mesa: presidindo, o deputado estadual proponente da homenagem, Roberto Tripoli; Sr. General de Exército, João Camilo Pires de Campos, comandante militar do Sudeste; Prof. Dr. Beny Schmidt, homenageado com o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo; deputado federal e líder da bancada do PSDB na Câmara dos Deputados, Ricardo Tripoli; vereador pelo município de São Paulo e líder da bancada do PV, Reginaldo Tripoli.
Com a palavra o nobre deputado estadual, Roberto Tripoli.
O SR. PRESIDENTE - ROBERTO TRIPOLI - PV - Bom, esta é uma sessão solene, mas nós temos que fazer todo o cerimonial de uma sessão ordinária.
Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Eu peço a todos os convidados que, de pé, ouçamos o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
- É executado o Hino Nacional Brasileiro.
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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JULIANA CAMILO LESSI - Gostaríamos de registrar a presença das seguintes autoridades: Sr. Celso Gabriel, secretário de Recursos Humanos do Município de São Paulo; o Sr. Coronel César Augusto Moura, ajudante de ordem do general do Exército; Coronel Igor Boechat, comandante militar do Sudeste, chefe da seção de Comunicação Social; guarda marinha médica, Marcella Motta, representando o comando do 8º Distrito Naval; Rabino Shabsi Alpern, diretor da Comunidade Beit Chabad.
Também gostaríamos de registrar a presença da família do homenageado, sua esposa Patrícia Schmidt, sua mãe Sima Maria Schmidt, e sua tia Sabrina Cukierkorn. Agradecemos também a presença dos demais familiares e amigos.
O SR. PRESIDENTE - ROBERTO TRIPOLI - PV - Muito bem, esta homenagem é por sua contribuição científica para a medicina, sobretudo, na área de reabilitação neuromuscular no Brasil e no exterior. O médico e neurologista e patologista neuromuscular, Beny, colaborou decisivamente para a implantação do setor de investigação de doenças neuromusculares da Unifesp, e com a fundação em 1984, do Laboratório de Patologia Muscular, que chefia até a atualidade.
Esse laboratório conta com o maior acervo de biópsias musculares do mundo, mais de 12 mil, todas com estudos e estoques químicos. É professor da Escola Paulista de Medicina na Unifesp. Tem conhecimento em nove especialidades médicas, e desde 1990 atua como reabilitador de múltiplas habilidades. É cientista, matemático, professor, autodidata em mitologia grega, filósofo, escritor e apresentador do programa “Ciência Livre”. Mesmo com tantas atividades e estudos o Dr. Beny consegue tempo para se dedicar ao voluntariado, ele trabalhou e trabalha como médico voluntário em clínica geral nas comunidades de Paraisópolis e Heliópolis.
É apaixonado também pela natureza e pelos animais, principalmente pelo seu grande amigo aqui presente, Tolsty, um cão de raça Golden, que inspirou o livro “Tolsty: retratos de um amor por um cão”, escrito pelo Dr. Beny em homenagem ao seu filho de quatro patas e querido companheiro. Esta homenagem foi criada em 2015 pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e é composta de uma medalha.
Já receberam esta homenagem aqui na Assembleia Legislativa, no pouco tempo em que foram criados, alguns eméritos na área de Saúde como o Dr. Raul Cutait do Hospital Sírio Libanês; o Dr. David Uip, que hoje é secretário de Saúde; o Dr. Cláudio Lottenberg, ex-presidente, do Albert Einstein; o Dr. Roberto Kalil Filho, e, agora o Dr. Beny. Eu passo a palavra ao Cerimonial.
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JULIANA CAMILO LESSI - Com a palavra agora o excelentíssimo senhor general de Exército, João Camilo Pires de Campos, comandante militar do Sudeste.
O SR. PRESIDENTE - ROBERTO TRIPOLI - PV - Da tribuna, por favor, general.
O SR. JOÃO CAMILO PIRES DE CAMPOS - Sr. Excelentíssimo Presidente desta sessão solene, integrantes da Mesa, estimadíssimo amigo Dr. Beny, familiares e todos os convidados, como disse a nossa repórter, hoje é um dia de festa, é o reconhecimento da Casa do Povo Bandeirante a um profissional ético e honrado.
Emolduram esta Assembleia Legislativa em vários locais, o brasão do estado de São Paulo. Esse brasão, possivelmente feito por Wasth Rodrigues, traz em seu centro uma espada que na heráldica militar significa comando, e eu entendo também que significa o valor do estado de São Paulo no contexto federativo.
E, tem um fundo vermelho, Dr. Beny, que representa na heráldica militar também o valor e há um texto em latim, que, traduzido significa: “Pelo Brasil os paulistas fazem grandes coisas”. E tudo a ver, o senhor é uma pessoa de extremo valor como profissional, como cidadão e brasileiro, e o senhor pelo Brasil e pelo mundo também faz grandes coisas.
Não poderia ser em outra Casa esta homenagem. E, vindo para o meu setor, em nome dos profissionais do Exército de Caxias, do Exército de todos os brasileiros que estão em São Paulo, e em nome de todos aqueles do Exército Brasileiro que trabalham com capacitação física e particularmente com recuperação, eu lhe trago o nosso abraço e os nossos cumprimentos.
Que Deus o abençoe lindamente, lindo amigo, excelente profissional que honra a todos que conhece. Muito obrigado.
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JULIANA CAMILO LESSI -Agora, com a palavra, o deputado federal e líder da bancada do PSDB na Câmara dos Deputados, Ricardo Tripoli.
O SR. RICARDO TRIPOLI - Bom dia a todos e todas, eu queria inicialmente cumprimentar o presidente desta sessão, o nobre deputado estadual Roberto Tripoli, vereador Reginaldo Tripoli, ao excelentíssimo general de Exército, João Camilo Pires de Campos, pela sua manifestação aqui, comandante militar do Sudeste. Cumprimento os representantes religiosos que aqui vieram também, e cumprimento a família do homenageado, a todas as senhoras e senhores.
Meu caro e estimado amigo Beny, eu tive o privilégio que poucos tiveram de conhecer o senhor seu pai, o Dr. Schmidt. Ele foi aquele cientista que conseguiu identificar o chamado teste do pezinho, a possibilidade de as crianças terem ou não algum tipo de doença.
Dr. Schmidt era incansável nesse aspecto, tanto é que montou um dos maiores laboratórios que São Paulo e o Brasil tiveram. Eu lembro que a senhora sua mãe e seu pai, toda a sua família é de uma dedicação intensa na Escola Paulista de Medicina. Mas, não foi à toa que tudo isso aconteceu. Você se saiu não só igual, mas eu diria que você superou a expectativa familiar, na busca da ciência, do conhecimento, na busca da inteligência e sempre perseguindo êxitos.
Eu sei que você foi muito criticado ao longo da sua vida. Isso só não acontece com cientistas, mas também com a classe política, tenha certeza disso, nós somos sempre questionados, há sempre um problema que as pessoas levam dizendo: “Não, mas ele está questionando à toa.” “É um investimento perdido.” “Não terá resultados”.
O Beny sabe da importância que existe quando você busca um resultado com um grupo e ele não faz isso só sobre o aspecto científico. Ele foi buscar o encorajamento na periferia do estado de São Paulo, na cidade, e convivendo com os mais humildes, com os mais necessitados, ali encontrou um estímulo fantástico para buscar um resultado que pudesse oferecer não só à população paulista e paulistana, mas uma população mundial.
E a visão dele é de que o mundo pudesse ter solução para os seus problemas. Problemas que não foram encontrados. Eu me lembro que na Conferência Rio 92, os alemães diziam que o Brasil tinha ainda 18 mil espécies não identificadas na floresta Amazônica. Um dos maiores berços da biodiversidade de todo o planeta, e, que nós deveríamos incentivar a pesquisa naquela região. A Amazônia compreende nove estados brasileiros. E o maior berço da biodiversidade está ali, tanto que o Brasil ainda sofre com a biopirataria, levam da nossa floresta brasileira para fazerem experimentos científicos em outros países e voltam para cá com medicamentos sem pagar um único royalty para o Brasil.
Essa é uma questão dura que vamos ter que enfrentar, por outro lado, temos os abnegados cientistas como Beny Schimdt, que faz com vontade e recursos próprios, com muita dificuldade a busca de solução de problemas que não foram encontrados, a cura de doenças que ainda necessitam de trabalho intenso.
E eu vejo aqui hoje esta homenagem de forma muito correta e prestada pelo presidente desta sessão solene, o deputado estadual Roberto Tripoli, que também tem acompanhado o trabalho com muita dedicação, do Beny Schimdt. Beny, o senhor recebe esta homenagem, eu diria, no principal local do estado de São Paulo em termos de representação, como bem disse o general, e discorrendo a nossa importante figura do brasão e da Assembleia Legislativa, e eu que tive o privilégio de presidir esta Casa, à época em que Mário Covas era o governador do estado de São Paulo, o nível e o grau de importância que esta Casa tem.
Você viu pelos antecessores que receberam essa comenda na área médica e científica que são figuras de proa, que hoje marcam e continuam marcando o nosso Brasil em termos de desenvolvimento. Você tenha certeza disso, esta homenagem lhe é feita por conta do trabalho e dedicação, por conta de todo o empenho que você teve no sentido de fazer com que as pessoas tivessem orgulho de serem brasileiras, receba esta homenagem com a dedicação de todos os paulistas e paulistanos.
Os brasileiros deverão reconhecer ao longo do tempo, quando as suas pesquisas, com certeza, atingirão êxitos, é muito verdade de que às vezes as pessoas vão e os êxitos ficam, mas, se sinta homenageado antecipadamente por tudo aquilo que conquistará ao longo da sua vida, e eu tenho certeza de que levarei para Brasília e para o parlamento brasileiro um empenho e uma dedicação com que você tem feito no sentido de buscar o conhecimento e cada vez mais estimulando jovens para que possam seguir essa carreira científica que é fundamental a todos nós brasileiros.
Seja muito bem-vindo a esta homenagem a você e se sinta representado, não pelo parlamento do estado de São Paulo, mas por todos aqueles 14 milhões de brasileiros que aqui residem. Parabéns a você.
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JULIANA CAMILO LESSI - Chamo agora para fazer o uso da palavra o nobre vereador pelo município de São Paulo, líder da bancada do PV, Reginaldo Tripoli.
O SR. REGINALDO TRIPOLI - Bom dia a todos, eu cumprimento o Sr. general do Exército João Camilo Pires de Campos, comandante militar do Sudeste. Eu cumprimento aqui o meu irmão Roberto Tripoli, presidente desta solenidade, meu irmão Ricardo Tripoli, deputado federal, e o meu amigo querido Beny Schmidt.
Eu gostaria de fazer um pequeno depoimento muito mais pessoal, até eu vou colocar aqui um pouquinho da minha vivência com o Beny, independente dele como médico, como cientista e o sucesso todo que ele teve na carreira. Eu conheço o Beny há pouco tempo, mais ou menos uns 35 anos. A Patrícia, esposa do Beny, é minha amiga de infância, de juventude, e por coincidências da vida, como meus irmãos. Nós nos conhecemos em momentos diferentes, e assim, teve uma situação em que isso me marcou muito, após saber quem era o Beny e o que ele vinha fazendo, após eu tê-lo conhecido, após 10 ou 15 anos e ter convivido com o Beny todos os finais de semana.
Tínhamos uma turma em que jogávamos futebol no final de semana. O Beny teve um acidente com 17 anos, na época eu não o conhecia, ele se recuperou muito bem desse acidente e teve uma pequena sequela na perna. Quando o Beny voltou a jogar futebol, nos encontramos na praia e ele tinha uma sequela, tem até hoje um pouco dessa sequela na perna, eu tenho a liberdade de falar isso, porque é um exemplo que eu gostaria de deixar aqui. Quando escolhíamos o time de futebol na praia, o Beny era o último a ser escolhido. Eu até me emociono em falar isso, porque nós fazíamos um time e ganhávamos todas, e depois do segundo jogo todos queriam escolher o Beny, porque ele jogava muito, independentemente de ser um cientista e médico, não é modo dizer e brincadeira o que eu estou falando, é verdade, ele jogava muito bem, melhor que as pessoas que tinham as duas pernas perfeitas. E, a partir daí nos tornamos amigos.
Uma pessoa sempre alegre, sempre feliz, sempre disposta a ajudar as pessoas que ali viviam, os nativos da praia que não tinham muita condição, nós íamos à praia aos finais de semana e voltávamos a São Paulo, uma condição um pouco melhor, e ele sempre ia ali ajudando as pessoas, sendo uma pessoa alegre, uma pessoa feliz. Então, eu só queria fazer esse depoimento pequeno e pessoal, porque além de tudo que ele já construiu na área científica e na área médica, é uma pessoa, um ser humano incrível.
E eu posso vir aqui falar por experiência própria, Beny, meus parabéns, mais do que merecido e eu queria dizer em público que eu te amo. Muito obrigado.
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JULIANA CAMILO LESSI - Neste momento o deputado Roberto Tripoli prestará homenagem ao professor e Dr. Beny Schmidt com a entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
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- É feita a entrega da homenagem.
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O SR. PRESIDENTE - ROBERTO TRIPOLI - PV - Antes de entregar a medalha ao homenageado, como o meu irmão Reginaldo colocou, eu também não poderia deixar de dar um testemunho aqui quebrando um pouco o cerimonial. Eu sou casado com Dóris, uma descendente de alemães, que é psicóloga e assistente social, e ela tem uma amiga que tem um testemunho maravilhoso ao seu respeito.
Ela tinha um problema neurológico e não conseguia andar. Foi ser tratada com o Beny, ele a levou na calçada e falou: “Agora anda.” E ela saiu andando. Parece coisa religiosa, João de Deus ou coisa parecida, mas não é, é a realidade.
Então, quero dizer que dentro da minha casa é importante você estar entre nós. Eu queria neste momento passar ao Beny então a nossa homenagem com muito carinho e amor. Com a palavra, o Dr. Beny, por favor.
O SR. BENY SCHMIDT – Nós estávamos no Shopping Center Iguatemi, eu com a minha família, quando me encontrei pela última vez com o meu amigo Roberto Tripoli. E, brincando, disse a ele que queria prestar uma homenagem. E nos últimos anos, eu disse ao Roberto, tive muitos problemas de saúde, e, eu disse que ele precisava ser rápido, mas eu não imaginava que seria tão rápido.
Eu quero deixar três mensagens, uma à família Tripoli, e eu vou uni-la aos docentes do Exército Brasileiro aqui presentes, como o general Campos e uma mensagem aos rabinos do Beit Chabad aqui presentes, e, para terminar, eu gostaria de deixar uma homenagem à minha mulher e esposa.
Eu vou começar pelos rabinos. Nesse último ano em que a vida estava me escapando pelos dedos, a religiosidade foi muito importante. Eu sou judeu e foi dentro da sinagoga Beit Chabad que aprendi que nunca devemos desistir, e me encheram muito de força, é um verdadeiro milagre eu estar presente aqui hoje. Aprendi, entre outras coisas, a amar todas as criaturas. E que Deus sempre está em primeiro lugar, então eu aproveito para agradecer a Deus por este momento.
E, logo em seguida, eu queria deixar a mensagem a vocês, Tripolis e ao general Campos. Uma história maravilhosa e que ficará eternamente na literatura mundial, que é “A Revolução dos Bichos”. Em certo momento, os porcos dominaram um pedaço da terra, dominaram os animais e dominaram certos homens. E com o passar do tempo esses mesmos porcos começaram a fazer amizade com os próprios homens. Colocaram os outros animais para trabalharem para eles, quer dizer, os porcos foram virando homens, e os porcos inclusive aprenderam a jogar cartas. E foi exatamente assim que aconteceu em “A Revolução dos Bichos”. Os porcos jogavam cartas com dois homens, e eles tiraram no jogo de pôquer os quatros mesmos ases de ouros, na mesma jogada, e aí começa uma confusão: os porcos brigando com os homens, os homens brigando com os porcos e os outros animais que estavam na janela lá fora, quando olharam para dentro da sala, já não podiam mais diferenciar quem era homem, de quem era porco e quem era porco, de quem era homem. Quando George Orwell escreveu isso, ele achou por um momento da sua vida, que Deus tenha cometido um engano em nos criar e dividir a Terra com os outros animais.
O tempo passou e esse livro sempre ficou marcado em mim, e eu conheci e vi que ele não está totalmente correto, porque na minha vida eu tive o grande prazer de conhecer militares na Marinha, no Exército e essa família Tripoli. Existem, em resposta a George Orwell, homens que valem a pena e que dão dignidade à vida. É a vocês que eu dedico esta homenagem e a neuromuscular da Escola Paulista de Medicina.
E a você, minha esposa, Patrícia, minha mulher, o que eu posso dizer? Simplesmente, que parece que nosso amor é maior do que essa vida, porque uma vida só é pouca e parece que tivemos tantas vidas juntos, e eu não sei, mas alguma coisa me diz profundamente que eu sempre te amei. Muito obrigado, amor.
Obrigado a todos vocês aqui presentes.
O SR. PRESIDENTE - ROBERTO TRIPOLI - PV - Então, antes de encerrar a sessão, passamos a palavra ao rabino, vamos quebrar o cerimonial, faz parte. Alpern tem a palavra, senhor.
O SR. SHABSI ALPERN – Na verdade, eu não pensava em pedir a palavra, mas esta cena me emocionou, por isso eu fui um pouco ousado e pedi dois minutos. Vários pensamentos se passaram por minha cabeça nestes últimos momentos. Em primeiro lugar, a regra cabalística diz que todas aquelas palavras que tem o mesmo valor numérico - porque em hebraico as letras são números também - e todas aquelas palavras cujo número combina com mais uma palavra, tem uma relação. A palavra “filho” e a palavra “cachorro”, ambas têm o mesmo valor numérico, 52, então, justificam aquilo que foi dito até agora. Mesmo valor.
Em segundo lugar, na nossa crença, quarta-feira à noite, se Deus quiser, é ano novo. Pela Bíblia, o dia da criação do primeiro homem teve lugar nesta data, quarta-feira à noite, para quinta. O interessante, é que todas as criaturas foram criadas em grande número, apenas o homem apareceu sozinho. Por quê? Dizem os livros nossos que um homem bom merece um mundo, por isso Deus criou o homem sozinho, para mandar um recado para todas as gerações. O homem bom e decente merece um mundo e bem nesta semana estamos honrando o nosso querido Beny, que faz parte desse grupo seleto, parabéns.
Na verdade, eu acho que esta homenagem é dupla, estamos honrando o Beny, mas também o Brasil. Eu não sou brasileiro, sou americano, moro aqui há 56 anos, mas me sinto muito bem aqui, melhor do que nos Estados Unidos, não porque vocês estão sentados aqui. Aqui é um lugar de calor, de braços abertos, um lugar de muita gente decente, esperamos que aquela tempestade de Brasília termine logo para que o povo brasileiro possa mostrar quem realmente é.
E, eu vou dar para vocês um exemplo, que aconteceu hoje de manhã cedo. A história começou na quinta, uma moça humilde que trabalha em nossa entidade veio me procurar: “Rabino, eu acabei de achar uma nota de 50 reais, subindo no elevador, o que é que eu faço com isso?”. Ela não colocou no bolso, ela veio perguntar, e eu falei: “Olha, fulana, pela nossa lei, quando você encontra dinheiro em lugar público, sem nenhuma identificação, é teu”. E ela falou: “Não vou pegar, vamos aguardar uns dias”. E eu falei: “Avise o porteiro, caso alguém procure pelo dinheiro.” E ela falou: “Eu já avisei”. Hoje de manhã cedinho, seis horas da manhã ela chega, me encontra e fala: “Rabino, o que eu faço? Já se passaram quatro dias e ninguém veio.” E eu falei: “É teu, use com saúde.” Ela falou: “Com uma condição: eu vou dar um dízimo para algum pobre”.
E este é o meu Brasil, por isso eu me emociono e digo que a homenagem é dupla, Beny e o Brasil. E, no Brasil, gente filhos de imigrantes como eu, o Beny, entre outros, nos sentimos muito bem, muito obrigado Brasil.
O SR. PRESIDENTE - ROBERTO TRIPOLI - PV - Quebrando mais um pouco o protocolo, eu não poderia deixar de pedir que usem da tribuna desta Casa, o nosso grande e querido amigo, o doutor Luiz Flávio Borges D’Urso, um grande amigo da família e do Beny também.
O SR. LUIZ FLÁVIO BORGES D´URSO - Brilhante presidente, Roberto Tripoli, ilustre deputado, aniversariante, meus parabéns. Toda vez que eu vejo o sobrenome Tripoli, especialmente nesta Mesa, onde o Xexéu, representando a nossa Câmara Municipal, e bem, a família, e no plano federal o Ricardo também representa muito bem a família, e eu lembro-me do papai, do Tripoli. Quando eu ingressei na faculdade, era o presidente do diretório acadêmico, e foi quem efetivamente me ingressou na política acadêmica. Ao conhecer os seus filhos e verificar esse legado que ele deixa e que é tão bem representado e honrado, honrando esse sobrenome extraordinário. Toda vez que me deparo com o sobrenome Tripoli, tenho uma pontinha de saudade no coração de seu pai e eu tenho uma felicidade muito grande em ver esse nome brilhando na figura de seus três filhos, aqui representando as três esferas de Poder Legislativo do nosso País.
Evidentemente que como o próprio Tripoli falou, isso aqui é uma quebra de protocolo, mas eu considero uma quebra de protocolo que muito me honra, porque eu posso saudar também aqui o meu querido amigo, general Campos, Sua Excelência que recentemente pude brindá-lo, representa o que é ser soldado, o que é o amor à Pátria, à disciplina e, acima de tudo o que é integrar especialmente na figura de comando uma das instituições de maior respeito da nação brasileira.
E o brasileiro por vezes se desencanta, e às vezes com razão, mas se há uma instituição que permanentemente repousa naquela lista daqueles que efetivamente tem respeito, admiração e esperança, sem dúvida nenhuma o Exército Brasileiro encabece essa lista, então na pessoa de V. Exa., eu saúdo o soldado e o Exército brasileiros.
E, vejam que esta Mesa ao lado de tantos convidados ilustres que aqui se encontram, e eu não vou citar todos, evidentemente, a não ser a figura do rabino que também aqui brilhou com as suas palavras, e eu embora assanhado em fazê-lo para citar um a um, não o farei, mas a razão de estarmos aqui hoje é para celebrar a carreira, celebrar o trabalho e, acima de tudo, a existência de uma figura humana, que, quando o conhecemos temos que agradecer pela oportunidade de cruzar a sua vida.
Dr. Beny Schmidt, que vem de uma família extraordinária e que não é só ele, é exemplo do que acontece aqui com os Tripoli, o seu pai também inicia, é o precursor de algo muito importante e extraordinário. E você, com muita honra dá a razão a tudo que seu pai plantou e o seu trabalho, à mercê dessa dedicação pontual, cirúrgica, quase que como um artesão, cuidando da saúde das pessoas e fazendo com que os desesperançados possam ter um alento como nas mãos de uma das maiores figuras deste País, como nas mãos de alguns dos maiores cientistas que este País já aconteceu, eu só posso vir aqui para abraçá-lo e dizer que eu sou mais um a aplaudir o seu trabalho e a sua trajetória.
E, se tivesse que lançar mão de uma figura, as minhas palavras nesta manhã festiva desta Casa, Tripoli, meu caro general, eu lembraria a historinha da serpente e do vagalume. Quando a serpente, rastejando, observa o vagalume, e, sorrateiramente chega próximo dele e dá um bote, tentando abocanhá-lo e o vagalume com muita presteza, salta, se protege e diz: “Serpente, que coisa, nós estamos aqui juntos e você tenta me devorar? O que é isso, eu faço parte da sua cadeia alimentar?” E a serpente diz: “Não, não faz.” Mas, novamente a serpente dá o bote e tenta comê-lo, e o vagalume então, de uma distância segura, insiste e diz: “Escuta, você tem um ódio mortal por mim? É isso que lhe move?”
E a serpente diz: “Não, não é isso vagalume.” E mais uma vez dá o bote tentando comê-lo, e o vagalume escapa pela terceira vez e aí de uma distância muito longa e segura diz: “Serpente, mas o que é isso? Será que você tem alguma atração sexual por mim?” E a serpente responde: “Não!” “Então por que você me persegue?” pergunta o vagalume. E a serpente diz: “É porque você brilha”.
E, é por isso que estamos aqui, Beny, nós o perseguimos porque você brilha e com o seu brilho você encanta as nossas vidas e dá esperança a tantas outras milhares de vidas que depositam as esperanças em suas mãos, na sua ciência, na sua dedicação e na sua atividade profissional. Que Deus continue te iluminando sempre, e que você continue sempre brilhando para que possamos estar sempre lhe perseguindo, parabéns.
O SR. PRESIDENTE - ROBERTO TRIPOLI - PV - Antes de encerrar a cerimônia eu queria convidar a todos para ir ao Salão dos Espelhos, pois teremos um buffet onde poderão cumprimentar o homenageado. Um bom dia a todos, muito obrigado e fiquem com Deus.
Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, à Mesa, à minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, Cerimonial, Imprensa, à TV Legislativa, às assessorias das Polícias Civil e Militar, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.
Está encerrada a sessão.
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- Encerra-se a sessão às 11 horas e 05 minutos.
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