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12 DE MAIO DE 2017

021ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM ÀS MÃES

 

Presidente: CLÉLIA GOMES

 

RESUMO

 

1 - CLÉLIA GOMES

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

 

3 - PRESIDENTE CLÉLIA GOMES

Nomeia as demais autoridades presentes. Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, por solicitação da deputada Clélia Gomes, na direção dos trabalhos, em "Homenagem às Mães". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Enaltece as componentes da Mesa. Destaca a importância do empoderamento feminino. Tece considerações acerca do processo de criação dos filhos. Agradece os ensinamentos de sua mãe, a quem presta homenagem.

 

4 - IVANISE ESPIRIDIÃO

Fundadora e presidente do Movimento Mães da Sé, manifesta-se honrada pelo convite. Comenta seu sofrimento após o desaparecimento de sua filha. Considera que o Poder Público trata com desdém casos de desaparecimento. Menciona que, a seu ver, mulheres são privilegiadas por poderem ser mães. Comenta como se deu a criação do Movimento Mães da Sé. Destaca a importância do movimento no apoio às mães fragilizadas com o desaparecimento de seus filhos.

 

5 - ELIANE DIAS

Do SOS Racismo da Alesp, tece considerações acerca das dificuldades de ser mãe negra. Discorre sobre os problemas enfrentados na criação de seus filhos. Comenta que abandonou um ótimo emprego para dedicar-se a eles. Destaca a importância do afeto, da atenção e do tempo destinado à educação das crianças e adolescentes.

 

6 - PRESIDENTE CLÉLIA GOMES

Anuncia a apresentação de vídeo em homenagem às mães.

 

7 - CLARICE D' URSO

Coordenadora de ação social do Departamento de Cultura e Eventos da OAB/São Paulo, menciona que gostaria ter tido a oportunidade de ter convivido com sua mãe, falecida quando ainda era criança. Elogia a iniciativa da deputada Clélia Gomes em prestar homenagem às mães.

 

8 - PRESIDENTE CLÉLIA GOMES

Faz comentários sobre a história de superação da prefeita de Monteiro Lobato, Daniela de Cássia Santos Brito, a quem tece elogios.

 

9 - DANIELA DE CÁSSIA SANTOS BRITO

Prefeita de Monteiro Lobato, representando todas as prefeitas que são mães, tece comentários sobre seus filhos. Menciona que teve uma segunda chance de vida após um acidente. Considera que as mães têm capacidade de amar incondicionalmente. Faz analogia entre o papel das mães e das prefeitas.

 

10 - TATIANE MOREIRA LIMA

Juíza da Vara da Violência Doméstica Oeste do Foro Regional do Butantã, agradece à deputada Clélia Gomes pela oportunidade. Ressalta a importância de mulheres empoderadas para a sociedade. Comenta o atentado que sofreu em decorrência do seu trabalho em defesa dos direitos da mulher. Manifesta tristeza com os números de agressão a mulheres no Brasil. Destaca a força interna das mães, a seu ver inesgotável.

 

11 - PRESIDENTE CLÉLIA GOMES

Relata o atentado praticado contra a juíza Tatiane Moreira Lima, a quem enaltece.

 

12 - FABÍOLA SUCASAS

Promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica - Gevid, manifesta-se honrada por ter sido homenageada nesta cerimônia. Elogia a deputada Clélia Gomes por lutar pelos direitos humanos e das mulheres. Comenta como se deu a fundação da data comemorativa ao Dia das Mães. Agradece a sua mãe pelo esforço empreendido em sua educação, a quem, também, presta homenagem e diz ser a mulher em quem se espelha. Tece considerações acerca de programa, de sua autoria, de prevenção à violência doméstica.

 

13 - MAGDA LUZ SUCASAS NEGRÃO

Mediadora e conciliadora do Cejusc e do Ministério Público no Fórum de Santana e mãe da promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo Fabíola Sucasas, mostra-se emocionada com a homenagem de sua filha Fabíola Sucasas, a quem enaltece e considera um exemplo a ser seguido.

 

14 - PRESIDENTE CLÉLIA GOMES

Chama atenção para a dor de mães que se encontram com os filhos doentes. Presta homenagem a sua nora, mãe de seus netos. Anuncia a entrega de buquê de flores em homenagem a diversas personalidades.

 

15 - IZABEL DE JESUS PINTO

Mestre de cerimônias, lê a biografia das homenageadas.

 

16 - TEREZINHA MONTEIRO BATISTA

Membro do movimento SOS Edu chaves, Moradores contra Enchentes, agradece pela oportunidade. Presta homenagem à deputada Clélia Gomes com arranjo de flores.

 

17 - PRESIDENTE CLÉLIA GOMES

Menciona que as homenageadas da solenidade são inspirações para um mundo melhor. Saúda alunos do Instituto Profissionalizante Paulista, presentes nas galerias. Deseja um ótimo Dia das Mães a todos. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Clélia Gomes.

 

* * *

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Senhoras e senhores, bom dia, sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de prestar uma homenagem ao “Dia das Mães”.

Convidamos para compor a Mesa a deputada Clélia Gomes; Dra. Fabíola Sucasas, promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, integrante do Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica - Gevid; Dra. Tatiane Moreira Lima, juíza da Vara de Violência Doméstica, da região oeste, do Foro Regional do Butantã; Daniela de Cássia Santos Brito, prefeita de Monteiro Lobato; Dra. Clarice D’Urso, coordenadora de Ação Social do Departamento de Cultura e Eventos da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB/SP; Dra. Eliana Dias, do SOS Racismo da Alesp; Ivanise Esperidião, fundadora e presidente do Movimento Mães da Sé.

Para dar início a solenidade, com a palavra, a deputada Clélia Gomes.

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Bom dia a todas, bom dia a todos.

Todos sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de prestar uma homenagem ao “Dia das Mães”.

 Sras. Deputadas e Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, deputado Cauê, atendendo solicitação desta deputada, com a finalidade de homenagear as mães.

Convido a todos os presentes para que, em posição de respeito, ouçamos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela 1ª Seção da Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do 1º sargento, músico e PM, Eliseu Dias da Silva.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Esta Presidência agradece à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo sob a regência do 1º sargento músico PM, Eliseu Dias da Silva. Eles merecem uma salva de palmas. (Palmas.)

Agradeço à presença do Alexandre Curiati, representando o deputado estadual Antonio Salim Curiati; o Dr. Yuri Giuseppe Castiglione, promotor da Justiça da Infância e Juventude da Lapa; o Dr. Umberto Luiz D’Urso, conselheiro da OAB/SP; Vanderlei Bailoni, meu grande amigo e presidente da Aipesp - Associação dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo; Jair Stirbulov, vice-presidente da Aipesp; Rosângela de Mello, representando o Coren - Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo.

E, já aqui agradecendo a todas as enfermeiras, do dia 12 ao dia 20 será comemorado o dia de vocês. Parabéns pelo trabalho de vocês. Sem vocês, nós, doentes, não somos nada. Muito obrigada.

Eu gostaria de falar sobre a importância desta Mesa - olhem que linda. Podem bater fotos, podem aplaudir, podem assoviar.

Sabe por que, gente? Eu tenho certeza, como deputada e como uma mulher empoderada pelo Poder Público, que quando a nossa Mesa ou quando as nossas Casas de Leis estiverem empoderadas, com 50% das mulheres - não sei se vou viver para tudo isso, mas eu acredito -, nós teremos um país mais justo, um país com o coração mais leve.

Eu acredito que teremos mães que chorarão menos. Eu acredito que o Poder Público terá menos problemas. Eu acredito que a OAB terá menos problemas, que o Ministério Público terá menos problemas.

Por que, gente? Porque mulher é racional. Ela fala com o coração, com a alma. A dor de uma mãe é a dor de todas as mães. Quando você tem um filho, você se dedica totalmente para que ele seja um homem de bem. Mas, se ele não vira um homem de bem, aquela que tem um filho do bem também sofre. Porque ela sabe a dor de uma mãe para ter, para criar, para dar dignidade, respeito. Ela sofre. Não estamos aqui - nós, principalmente mães - para julgar. Como veio esse filho ao mundo, nós só temos a obrigação de fazê-los melhores.

Eu acredito que Deus nos dá os nossos filhos para que os alimentemos. Não só o corpo, o corpo é uma consequência. Mas Ele, o Pai Todo Poderoso, nos dá para alimentar a alma, para alimentar o espírito, para fazer desta carcaça humana um espírito melhor. E nós, mães, temos a consciência desse trabalho.

Nós, mulheres, temos a consciência de trazer dias melhores aos nossos filhos. Nós lutamos, choramos, guerreamos, brigamos com medos - medo de perder, medo de quando ele sai, de quando ele vai para a escola, de quando ele vai para a faculdade, quando ele vai para a balada.

O coração fica na boca. Enquanto ele não chega, o marido diz: “Vai dormir, daqui a pouco ele está aqui”. Mas como dormir, como não sentir, não ter medo?

Qual é a diferença? Olhem para vocês. Qual a diferença dos seus filhos, e quando eles fazem as escolhas diferenciadas, como olhamos? Qual a diferença, doutoras? São os nossos filhos, continuam sendo os nossos filhos. Amamos indiferentemente do que eles querem ser.

Minha mãe está aqui, eu não a vejo faz algum tempo. Eu tenho que agradecer à senhora. Eu só tenho que agradecer por todas as minhas irmãs. Para quem conhece um pouquinho da minha história, a minha mãe sofreu todos os tipos de violência.

Todos os tipos de violência, todas as agressões possíveis e imagináveis. Mas ela sempre dizia para nós: “Vocês são negras, são pobres, são da periferia - sejam dignas, porque, para mim, mais tarde, será uma honra”. Eu espero, mãe, que eu esteja honrando a senhora, porque tudo que eu faço é para que a senhora tenha a honra dessa sua filha. Apanhamos muito, brigamos muito, mas a senhora me ensinou que ser mãe é isso.

Quando a senhora chorava, quando a senhora gritava de dor, eu estava aqui para abraçar a senhora, e continuo. Tudo que eu faço ainda é para que a senhora tenha orgulho de mim - não aquele orgulho negativo, mas a honra de ter tido uma filha que vai para o resto da vida homenageá-la, porque para mim foi uma honra. Eu falaria para Deus - se eu tivesse, 20, 100, 1000 reencarnações, eu gostaria de vir ao seu lado. Eu amo a senhora. Obrigada a todas as mães. Mãe Vera, sua benção.

Agradeço a todas as mães aqui presentes. Eu digo que sempre que falo da minha mãe é muita emoção, 76 anos. Mãe, não chora. Setenta e seis anos é muita coisa, mas vamos ter, se Deus quiser, muitas homenagens dessa. Um beijo no seu coração.

Com a palavra, a Sra. Ivanise Esperidião, fundadora e presidente do Movimento Mães da Sé.

 

A SRA. IVANISE ESPERIDIÃO - Bom dia a todos.

Eu quero cumprimentar a Mesa, muito bem representada. Conheço algumas das senhoras pelo excelente trabalho que as senhoras fazem. A juíza eu conheci pelo fato que aconteceu no fórum - eu vi a senhora semana passada na Fátima Bernardes, e sei também do trabalho da promotora e o que faz na periferia, porque trabalhamos com muitas mães da periferia, também.

Confesso que eu estou surpresa de estar aqui compondo esta Mesa - esse convite me pegou de surpresa, eu achei que ia ficar sentadinha ali. Mas, para mim, foi, e é, uma honra estar aqui. Eu quero agradecer ao convite.

Meu nome é Ivanise. Eu sou presidente e fundadora da ONG Mães da Sé. Esse trabalho nasceu há 21 anos, a partir do desaparecimento da minha filha.

Quando eu vivi a minha busca isoladamente, confesso a vocês que eu cheguei à beira da loucura, porque uma mãe nunca está preparada para a perda de um filho.

Como mãe, nós nos preparamos para os nossos filhos nos enterrarmos, e, como mãe, você tem a preocupação de dar o melhor para o seu filho - a melhor educação, mesmo como pobre. Mas eu acho que toda mãe tem essa preocupação, de dar o melhor para o filho.

Foi assim que eu fiz com as minhas duas filhas. Eu sempre conversei muito com elas. Eu tive uma infância muito pobre. Eu vim do interior de Alagoas, de uma família com dez irmãos. Eu trabalhava na roça, mas eu pensava que, no dia que eu casasse, tudo o que eu não tinha tido eu daria para os meus filhos. E foi assim que eu fiz.

No dia 23 de dezembro de 1995, minha filha, Fabiana, saiu para ir visitar uma colega que estava fazendo aniversário naquele dia. Ela saiu acompanhada de uma outra colega, que morava a poucos metros da nossa casa, para voltar em, no máximo, 20 minutos.

Elas foram lá, cumprimentaram a amiga e voltaram. No caminho, elas se separaram e, a cerca de 120 metros de distância da minha casa, nesse trajeto, minha filha desapareceu.

Eu confesso a vocês que os primeiros três meses do desaparecimento da minha filha foram os piores da minha vida. Eu achei que não suportaria, que eu não aguentaria. Eu questionava muito a Deus, por que eu? Por que minha filha? Mas, um dia, em um momento de desespero, eu pedi a Deus que Ele me mostrasse uma forma de poder esperar até a hora que Ele achasse que eu estava preparada para encontrar a minha filha, viva ou morta, porque eu não aguentava mais fazer aquela busca sozinha.

Infelizmente, o desaparecimento, no nosso País, é tratado com descaso, com um abandono muito grande por parte do Poder Público. Os nossos filhos são apenas um número para o Estado, é como se eles não existissem.

Eu me recordo que, quando eu fui à delegacia, há 21 anos, o delegado disse para mim: “Volta para casa, mãe”. Eram três horas da manhã. Ele disse: “Volta para casa, mãe, isso é coisa de adolescente. Sua filha deve estar com algum namoradinho, e até o dia amanhecer ela volta para casa”. Eu respondi para aquele delegado: “Doutor, uma mãe que dá liberdade para uma adolescente de 13 anos ficar na rua até essa hora não vem na sua delegacia lhe pedir ajuda”. E ele disse para mim: “Mãe não conhece filho. Vai por mim, mãe, até de manhã sua filha estará em casa”.

Já se passaram 21 anos. 21 “Dia das Mães” eu espero por esse dia. E esse dia não chegou até agora.

Mas eu não perdi a fé, eu não perdi a esperança. Três meses depois que minha filha desapareceu, eu resolvi me juntar a outras mães, e a partir do momento em que eu comecei a compartilhar da mesma dor que essas mulheres, eu fui aprendendo a lidar com esse luto, com essa ferida que não sara, que não cicatriza.

Eu descobri que, apesar de aquelas mulheres estarem na mesma situação que eu, elas eram completamente desconhecedoras dos seus direitos. São mulheres que, até hoje, chegam a uma delegacia e o delegado fala a mesma coisa para elas: “Volte daqui a 24 horas”. Quando ele faz isso, ele sabe que está cometendo crime de precarização.

Mas aquela mãe não sabe, e ela volta para casa e começa a procurar o seu filho sozinha. Depois de 24 horas ela volta e ele faz um boletim de ocorrência, que é simplesmente um documento de praxe que fala que alguém está desaparecido.

Eu tenho aprendido muito. Ser mãe é uma dádiva de Deus. Eu acredito que Deus foi muito sábio quando Ele nos escolheu para nos dar a maternidade. Ele sabia do que nós éramos capazes de suportar pelos nossos filhos - não desmerecendo dos homens, porque para termos um filho nós dependemos da contribuição do homem também.

Mas eu acredito que o homem não teria a estrutura que a mulher tem de carregar, por nove meses, uma criança no ventre. De sentir as dores do parto. São coisas que só quem é mãe sabe. Só as mulheres sabem. Quando pegamos o resultado e sabemos que vamos ser mães, mudamos completamente a partir daquele momento.

Mudamos nosso estado de espírito, mudamos nossa visão da vida. Quando vamos dar à luz, temos aquele prazer de pegar o filho no colo. Ele sai com aquele choro forte e a enfermeira o coloca em cima de nós. Quando passamos a mão, ele vai se acalmando. Só as mulheres, só mães sabem o que eu estou falando.

Então, nós somos mulheres privilegiadas. A Bíblia diz que um filho é herança bendita de Deus na nossa vida, e eu acredito que é verdade. Dessa forma tem sido a minha vida.

Há 21 anos eu procuro pela minha filha. Eu transformei a minha dor em luta, não só pela Fabiana, mas por mais de dez mil - e praticamente pelo Brasil inteiro, por quem já passou ou passa pela associação, todos os dias.

Mulheres que chegam ali fragilizadas, querendo uma palavra de conforto, uma palavra de apoio - que é o que elas não têm quando chegam a uma delegacia. Por quê? Porque o policial não tem paciência de ouvir aquela mãe. E ela só está querendo ajuda para saber o que aconteceu com o seu filho.

Nós somos irmanadas pela mesma dor, que é a dor da perda; e pela mesma esperança, que é o que nos mantém vivas - pela fé, porque temos que ter fé. Porque, sem fé, você acaba enlouquecendo. O amor de mãe é único, é exclusivo, é incondicional. E mantemos acesa a chama da esperança de um reencontro único, mesmo sem saber o dia e a hora em que ele possa acontecer.

Antes, nós íamos para a Praça da Sé aos domingos, no Dia das Mães. Mas era um dia muito triste para nós. Quando eu chegava lá no sábado, eu ia às floriculturas e pedia doações de flores, para levar para cada mãe um botão de rosas. Quando eu chegava lá, eu já encontrava aquelas mulheres chorando, e eu acabava chorando também. As pessoas que por ali passavam falavam para nós: “Eu acho que é muito difícil esse dia para vocês.” E então eu resolvi não ir mais. Hoje, comemoramos o Dia das Mães com os nossos filhos em casa.

Eu gostaria de agradecer por essa oportunidade de estar aqui compartilhando desta Mesa com essas mulheres e com essas mães maravilhosas. Mulheres guerreiras, assim como vocês.

Desejo a vocês um feliz Dia das Mães.

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - E nós achamos que temos problemas, não é? Eu fiquei muito emocionada.

Com a palavra, a Eliane Dias, do SOS Racismo da Alesp.

 

A SRA. ELIANE DIAS - Bom dia a todos e todas.

Eu vou ser bem breve. Cumprimento a Mesa na pessoa da minha amada e querida deputada.

Esse relato das mães me deixou realmente muito triste, mas me dá muita vontade de continuar lutando.

Eu sou mãe negra, e mãe negra é diferente. A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado nesse País. Eu tenho um filho de 21 anos e uma filha que completa 18 anos na semana que vem. Eles são a razão do meu viver. Eu voltei a estudar, sou advogada, porque meu filho, na verdade, a minha filha, com dois anos e meio, era totalmente independente. Ela, com dois anos e meio, pequenininha, ficou na ponta dos pés, abriu o chuveiro e foi tomar banho de roupa e tudo.

Então eu olhei bem para mim no espelho e pensei, quer saber de uma coisa? Eu vou ter que voltar para o mundo. Porque se eu ficar aqui dando o meu amor incondicional, sem ganhar nenhum salário - porque mãe não ganha salário -, se eu ficar aqui dando o meu amor, dando educação, sem nada, a minha filha, com dez anos, vai olhar para mim e vai dizer que eu não sei de nada, e isso vai acabar comigo.

Portanto, eu voltei a estudar quando ela tinha dois anos e meio. Eu me formei, sou advogada. Depois, demorei para conseguir um emprego, mas consegui um emprego que, em uns oito meses, cinco mil reais por semana - não é por mês. Eu, como advogada, ganhava cinco mil reais na época.

Em 2010 meu filho começou a dar trabalho. Ele tinha 12 para 13 anos, saía da escola - ele estudava em uma escola particular adventista - e ia para o Rodoanel. Eles estavam construindo o Rodoanel.

Eu sou casada com um cantor, e o meu esposo se chama Mano Brown. Inclusive, hoje, daqui a pouco, nós vamos fazer uma festa para cinco mil pessoas no Citybank Hall, porque eu sou produtora e ele também.

E, eu casada com o Mano Brown, o chamei e falei: “Você precisa me ajudar com o Jorge, porque ele está saindo da escola e indo para o Rodoanel”. Ele olhou para mim e respondeu: “Você se vira com isso, eu não tive pai, eu não sei ser pai”. Eu disse: “Engraçado, não existe cartilha para ser mãe. Se não existe cartilha para ser mãe, por que tem que existir cartilha para ser pai?

Então, apesar de eu ganhar cinco mil reais por semana, eu pedi a conta do trabalho. Eu trabalhava aqui na Praça da Sé, e falei para o doutor: “Doutor, eu não vou mais trabalhar com o senhor”. Ele perguntou: “Não vai?” E eu respondi: “Não, até sexta-feira eu trabalho”.

Eu era responsável por 800 processos, e falei: “Olha, seus processos estão todos no prazo, está tudo em andamento, o senhor coloca outra pessoa no meu lugar.” E fiquei na minha casa. Fiquei na minha casa por seis meses. Eu abraçava o meu filho no meio da sala, chorava e falava para ele que não o perderia para o tráfico, que estava decidida a não perdê-lo. E eu ia buscar o meu filho na escola, levava, dava carinho, dava beijos, fazia tudo que eu podia fazer.

Porque eu decidi que eu não perderia meu filho para o tráfico. Depois dos seis meses, eu entrei para a política, fui fazer campanha política. As pessoas falavam assim: “Você é advogada, vai ficar colando faixa?” E eu respondia: “Vou, porque tenho um bem maior em jogo”. O bem maior era a vida do meu filho.

E, assim, de lá para cá o vento vem soprando. Eu vou encarando grandes desafios por causa dos meus filhos. Por causa de uma filha eu voltei a estudar. Por causa do meu filho eu estou aqui, hoje - e assim sucessivamente.

Eu quero só deixar um recado às mães. É preciso falar sobre isso às mães e às avós. Hoje, existe um evento chamado Baleia Azul.

A Baleia Azul entra na casa da mãe e do pai que não pode tomar conta do filho. Eu sei que nós temos que trabalhar bastante - eu também trabalho muito. Eu faço quatro jornadas diárias. Mas eu tiro o sábado e o domingo para ficar com a minha filha. Eu beijo, abraço, converso. E quando eu chego em casa - normalmente, às 23 horas da noite -, ela já está na cama.

Eu faço massagem no pé, pergunto se ela está com cólica, se o dia foi bom, se ela está bem, se ela está com algum problema - porque ela vai fazer 18 anos, mas só tem tamanho. Ela tem 18 mas ainda não tem maturidade para enfrentar problemas simples, como uma dor no pé.

A tal da Baleia Azul está matando crianças. Em Curitiba, 16 crianças foram salvas - porque tentaram o suicídio. Às vezes, a criança não precisa de um celular novo, às vezes ela não precisa ir para Orlando, ela só precisa de um sábado à tarde no sofá, ou com o pai, ou com a mãe ou com a , ou com a babá.

E isso é um fenômeno que está tomando conta do nosso Brasil. E, infelizmente, nós sabemos que é por causa da correria. Então, ao invés de comprarmos coisas caras, de fazermos algo que achamos que nossos filhos necessitem, nós temos, hoje, algo que é mais valioso do que qualquer joia para um filho - que é o tempo.

Portanto, se vocês tiverem filhos, e puderem, deem um pouquinho de tempo para eles. Não existe cartilha para ser mãe, mas eu acho que ajuda.

Muito obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Obrigada, doutora. Muito obrigada.

Vamos assistir, agora, o vídeo em homenagem às mães.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Eu acho que é só para chorarmos. Dia das Mães eu acredito que seja para isso. Todas as homenagens são muito fortes.

Com a palavra, agora, a Dra. Clarice D’Urso, coordenadora de ação social do Departamento de Cultura e Eventos da OAB/SP.

 

A SRA. CLARICE D’URSO - Bom dia a todos e a todas.

Deputada, para mim é muito difícil falar de mães. Eu perdi a minha mãe quando tinha sete anos. Portanto, eu não tive a oportunidade de vocês. E você falando da sua mãe - linda, maravilhosa, sentada aqui, é uma benção de Deus. Eu queria ter tido a oportunidade de ter convivido com a minha mãe, mas, infelizmente, eu não tive.

Mas eu tive uma mãe, sim, que foi a minha sogra, a dona Ruth Amália Borges D’Urso, com quem eu tive o prazer de conviver por muitos anos - 32 anos da minha vida. Foi a minha mãe adotiva, e que, na semana passada, a perdemos - mas também foi minha mãe.

 

A SRA. - Somos mulheres, não é gente? Se as lágrimas não escorrerem perde a graça.

 

A SRA. CLARICE D’URSO - E, mudando de assunto, eu quero agradecer à deputada Clélia Gomes, muito obrigada pela sua lembrança; à Dra. Damaris, que é a nossa presidente da Liberdade Religiosa, pela indicação e agradeço à senhora que, como mãe, como avó, presta essa homenagem para as mães. É muito bacana, é muito legal.

Como eu disse, se eu começar a falar das mães eu vou começar a chorar. No Dia das Mães eu choro o dia inteiro, e agora sem a minha sogra piorou - porque eu só tenho o meu marido, Umberto D’Urso. Eu vou começar a chorar.

Mas eu gostaria de parabenizar, em nome da nossa querida deputada, esta homenagem linda que ela está fazendo para nós, para todas as nossas mães.

O Dia das Mães é todos os dias. Não é só um dia. Ser mãe é todos os dias ser o nosso dia. Eu sei que o pessoal comemora muito o Dia das Mães, mas mãe é aquela que está todos os dias ao nosso lado, dando conforto, carinho e muito amor - é isso que precisamos.

Muito obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Eu conheci a prefeita de Monteiro Lobato. Sempre que estamos juntas contamos as nossas histórias, e a história dela é de uma mulher guerreira. Ela era aquela que fazia e oferecia o cafezinho na prefeitura - e ela virou prefeita. É uma mulher de garra, de personalidade, e agora, nas últimas eleições, ela teve todos os homens contra ela, e ela venceu, e mereceu. Ela merece muitas palmas. É a minha amiga Daniela de Cássia Santos Brito.

 

A SRA. DANIELA DE CÁSSIA SANTOS BRITO - Olá, bom dia a todos e a todas.

Será que vai ser possível falar? Antes de pegar o meu rascunho - porque a marca registrada da prefeita Daniela é escrever os seus discursos com caneta e papelzinho de caderno, tenho um monte deles e escrevi no carro - gostaria de dizer que sou mãe do Gabriel. Um adolescente lindo, que nasceu para ser o meu filho, que, como a sua de dois anos e meio, que era superindependente, hoje eu vinha comentando no carro que meu filho é assim. Ele quer morar sozinho, ele quer morar fora do país, quer ser emancipado - então ele tinha que ser filho da prefeita Daniela, mesmo.

E, também, a vida me deu de presente duas enteadas, que, com muito carinho, me chamam de mãezinha, a Mariane e a Ana Clara, que perderam a mãe para o câncer e me escolheram para ser esposa do pai. É uma história bem engraçada, mas foi exatamente isso.

Deus me deu a Mariane de 24 anos e a Ana Clara de 22, que são as minhas filhas do coração. Quantas mulheres não geram os seus filhos no ventre, mas geram no coração? A nossa homenagem a todas essas mães, também.

Cumprimento a minha queridíssima deputada Clélia Gomes, em cuja pessoa eu cumprimento todas essas mulheres maravilhosas da Mesa.

Eu quero dizer que o sentimento, quando comecei a rascunhar as minhas breves palavras, era de alegria. De imensa alegria, quando a Gladis me ligou dizendo que eu fui escolhida como uma das homenageadas - e nem sei se eu mereço. Mas, depois, eu falei: “Nós merecemos, sim, não é Gladis?” Eu fiquei super feliz. Contei para todos os grupos que nós iriamos ser homenageadas junto com outras mulheres hoje.

Eu quero dizer que o sentimento de alegria continua, mas tomado por um imenso sentimento de emoção e de força depois de ouvir esses relatos.

Eu vou ler, para não me perder, porque a emoção realmente é muito grande.

Clélia, hoje não é dia de contar muito da minha história. Mas, a cada dia que passa, eu tenho mais certeza de por que Deus me manteve viva depois daquele acidente. Eu só tenho a agradecer a Deus, porque Deus tem colocado muitas pessoas no meu caminho.

Quando temos uma segunda chance, temos que agarrar com unhas e dentes, e temos que nos sentir merecedoras, as três, de tudo. Sinto-me lisonjeada pela lembrança. Porém, é uma responsabilidade enorme de sempre fazer jus a essa deferência. E nós, lideranças femininas, nos colocamos muitas vezes como mães para as pessoas que, muitas vezes, necessitam de acolhida, de colo.

Somos especialistas nisso, pois somos mulheres. Mãe não é apenas aquela que gera um filho no ventre, mãe é toda mulher com capacidade de amar incondicionalmente e gerar muitos filhos no seu coração. Nós, prefeitas, somos as mães de um povo todo - deputadas, vereadoras. Eu acho que todos veem todas nós, mulheres, e esperam de nós o colo de mãe e sensibilidade para entender o seu pedido, para entender os seus problemas.

Nem sempre a mãe tem condições de resolver todos os problemas de seus filhos, e o mesmo ocorre conosco - vereadoras, prefeitas, deputadas. Muitas pessoas nos procuram, anseiam por nossa ajuda. Mas a forma com que você os acolhe, os aconselha e se importa, irá impactar a vida deles - tenho muitas experiências na minha cidade.

Temos o estereótipo de superpoderosas - mas somos humanas e também falhamos, às vezes. Mas, o que realmente importará, será sempre a intenção dos nossos atos.

Nesse dia, praticamente véspera do Dia das Mães, o meu desejo é que as nossas intenções sejam a de amar incondicionalmente. Agradeço a Deus pelas muitas mães que ele colocou em minha vida, isso me fez ser imensamente amada. Ensinaram-me, através de seus atos, a amar o próximo com tamanha intensidade, que me fez querer mudar o mundo - e é por isso que eu sou prefeita, pelo segundo mandato.

Na verdade, o mudar o mundo é mudar o mundo de muitas pessoas. Porque, quando falamos em mudar o mundo, parece muito subjetivo. Mas, quando colocamos as pessoas nesse mundo, começa a ser real. Incentivaram-me muito a sonhar e me tornar a primeira mulher prefeita da minha cidade. Ensinaram-me que as dificuldades só existem para nos tornar mais resilientes, e que os obstáculos foram feitos para ser vencidos.

Sem mais palavras para traduzir o que essa homenagem significa para mim, que Deus abençoe todas as mulheres do planeta e os queridos cavalheiros que aqui se encontram. Obrigada por nos dar segurança e obrigada por nos amar.

Feliz Dia das Mães.

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Obrigada, minha prefeita preferida.

Com a palavra, a Dra. Tatiane Moreira Lima, juíza da Vara de Violência Doméstica, da região oeste, Foro Regional do Butantã.

 

A SRA. TATIANA MOREIRA LIMA - Bom dia a todos.

Eu quero agradecer imensamente à homenagem, à indicação da deputada Clélia Gomes, e na pessoa dela cumprimento todas. É um prazer muito grande estar entre mulheres tão empoderadas, nesta Mesa, pessoas de movimentos sociais, advogadas, negras - todas mães, todas mulheres que fazem a diferença na nossa sociedade.

Eu gostaria de dizer, prefeita, que, como a senhora, eu também tive uma segunda chance. E, na verdade, eu acredito muito nisso. Só Deus é capaz de transformar algo de ruim da nossa vida em bem. E o atentado do qual eu fui vítima foi muito impactante na minha vida, porque ele me mostrou a verdadeira importância dos nossos filhos, da nossa família, e de tudo que existe de mais importante e está dentro da nossa casa - que é o nosso trabalho.

Eu gostaria de dizer que mães e muitas mulheres, infelizmente, são agredidas todos os dias. Um terço, uma a cada três mulheres, são agredidas todos os dias. Por ano, eu escuto em média 800 histórias de mulheres diferentes sendo agredidas. Elas são vítimas de violência em todas as etapas da vida.

Quando crianças, muitas vezes abusadas sexualmente por pais, padrastos, conhecidos. Quando adultas, sofrem a violência por seus parceiros, companheiros, maridos, ex-maridos. E, quando idosas, são vítimas, muitas vezes, de agressões físicas pelos seus filhos, que, muitas vezes, se perderam no mundo das drogas.

Essa é a realidade dura que eu escuto todos os dias. Mas, o que eu posso perceber, é que as mulheres são fortes. Mas as mães são ainda mais fortes - duplamente fortes -, porque, quando viramos mães, viramos verdadeiras leoas, capazes de lutar por nós mesmos e pelos nossos filhos.

É por isso hoje que estamos aqui, para celebrarmos essa força inesgotável que é colocada por Deus em nós. Eu estou muito emocionada de estar aqui, acho que fui a que mais chorei - acabei com a maquiagem, já foi tudo. É muita emoção ouvir cada história e ver essa força interna que irradia de cada uma de vocês e de cada uma dessas mulheres que estão aqui na Mesa e que também estão na plateia.

Todas nós lutamos muito e merecemos essa comemoração especial do Dia das Mães, por essa força interna que trazemos conosco e que nos faz desbravar esse mundo e lutar.

Muito obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Quando eu disse que esta Mesa era poderosa, ela era poderosa. Cada um com a sua história, cada um com a sua luta.

A Dra. Tatiane é uma mulher de uma luta enorme, todos nós presenciamos o que aconteceu com ela. Foi um caso de violência, de um agressor, de um homem que eu não acredito que seja um homem, que jogou álcool em cima dela - ela foi para a televisão e ele disse que iria tacar fogo nela para todo mundo ver.

Ela é uma mulher que luta por todas as mulheres contra a violência. Dra. Tatiane, a senhora nos representa - nós, todas as mulheres. A senhora merece muitas palmas.

Com a palavra, a Dra. Fabíola Sucasas, promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, do Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica – Gevid. Fique à vontade.

 

A SRA. FABÍOLA SUCASAS - Bom dia a todas, a todos.

Também fui tomada pela emoção. Como eu já sei que fico emocionada, costumo escrever os meus discursos.

Eu gostaria de agradecer imensamente o convite da deputada Clélia Gomes. Eu me sinto muitíssimo honrada por estar ao lado de mulheres tão admiráveis, que guardam histórias de vida, e que são, na verdade, exemplos para todas nós. Para todos nós.

A prefeita falou sobre mudar o mundo. Eu recebi uma mensagem essa semana da Dra. Tatiane, e gostaria muito de falar isso, porque me inspirou a semana inteira. É uma pessoa muito grande falando para uma criança: “Então, você quer mudar o mundo sozinho?” A criança, com uma planta, uma sementinha, responde: “Eu não estou sozinho, só estamos espalhados, mas já começamos a nos reunir”.

É esta a mensagem que me inspira como promotora no nosso trabalho de enfrentamento à violência contra mulher. A cada mulher, nós temos que pensar assim. É uma verdadeira corrente do bem. Que encontremos essas pessoas espalhadas, que reunamos essas pessoas espalhadas.

Agora, eu vou começar a ler o meu discurso.

Exma. Sra. Deputada Estadual Clélia Gomes, procuradora especial da mulher da egrégia Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo; Exmas. colegas de Mesa; Exmos. Srs. Deputados Estaduais desta Casa; caríssimas e caríssimos presentes, quando surgiu o convite da deputada estadual Clélia Gomes para receber a homenagem ao lado da minha amada mãe, a Dra. Magda Luz Sucasas Negrão, eu fui tomada por alguns sentimentos iniciais.

Primeiro, uma enorme alegria, em razão da absoluta importância da cerimônia, vindo de uma Casa de grande prestígio para este estado de São Paulo, de grande respeito.

Veio também uma imensa satisfação por estar aqui muito mais do que como mãe - eu sou mãe de três filhos, de um menino de 14 anos e de gêmeas de seis anos -mas por estar aqui, também, como mulher.

E a convite da deputada Clélia. Sua história de vida, deputada, legitima cada passo da sua luta, da luta pelos Direitos Humanos, dos direitos das mulheres - que me remete neste espaço como promotora de Justiça, como defensora da sociedade e como defensora das mulheres no Ministério Público, que é comprometido com a garantia dos direitos sociais e que tem solidificado o enfrentamento da violência contra a mulher.

Mas veio uma ponta de inquietação pela tarefa de não só representar como mãe, mas, principalmente, como filha - o símbolo e a voz dos quatro filhos de Magda, além de seus seis netos e seu bisneto.

A data comemorativa do Dia das Mães surgiu nos Estados Unidos a partir de uma reivindicação de Anna Jarvis. Ela perdeu sua mãe e queria homenageá-la por ter sido um exemplo de mulher - ela havia prestado serviços comunitários durante a Guerra Civil americana - e a Anna organizou um culto na Igreja Metodista Andrews, em Grafton. Foi ali, na Igreja Metodista, que surgiu essa data. Sua repercussão foi tamanha que resultou na definição de uma data comemorativa ao Dia das Mães.

Este relato me chamou muito a atenção porque minha mãe, Magda, é filha do bispo Isaías Sucasas, da Igreja Metodista, e meu avô tem uma história de fundação de muitas igrejas por esse País.

A vinda dos seus pais, do meu avô, ao Brasil guarda uma história de intolerância religiosa. Se católicos perseguiam protestantes na Europa, o Brasil lhes deu espaço. Aqui meus avós construíram a sua família e fundaram igrejas metodistas por cidades afora. Magda, a única mulher dos seis filhos de uma casa, perpetuou e espalhou a fé em Deus do Sul ao Sudeste.

Cresceu nos espaços dos louvores e fincou a sua alma e energia altiva e ativa. Mãe-mulher, mas mulher-mãe. Chimamanda Ngozi Adichie, em “Para Educar Crianças Feministas”, sugere em suas primeiras linhas: ‘Seja uma pessoa completa. A maternidade é uma dádiva maravilhosa, mas não seja definida apenas pela maternidade. Seja uma pessoa completa’.

Ao ler essa parte do livro, eu pensei em você, minha mãe, nas suas palavras ao me encorajar e me fortalecer nos momentos mais difíceis, e também nos mais felizes. A maternidade é uma dádiva, uma escolha. Antes da maternidade, há uma mulher completa em você, uma mulher que representa a sua história, a sua luta, a sua bandeira da dignidade e do respeito.

Se hoje eu luto pelo empoderamento das mulheres, essa chama está em você, a minha mãe. Essa sempre foi a sua premissa ao educar as suas filhas mulheres. Hoje mesmo ela deu uma entrevista e disse: “Eu lecionei e depois eu cuidei dos meus quatro filhos, porque meu marido médico não estava em casa.

E eu falei: ‘Não, não era só isso. Você era ativista, você é ativista, você nos educou, você educou as suas filhas mulheres e seus filhos homens. Mas educou as suas filhas mulheres para serem independentes’.

 A sua vida nos mostra que você impôs a sua liberdade de pensamento e de comportamento - argumentos não lhe faltam e o seu poder de convencimento nos inspira.

A arte sempre foi o seu instrumento de expressão. A criatividade não tem fim, pela música com os dedos ao piano ou pelas letras retratadas em seu livro “Brincando de Letrinhas” - uma reflexão de momentos e pensamentos de uma mulher madura. A sensibilidade, minha mãe, aflora de sua alma.

As suas inspirações do alto nos dão o recado e confiança. A sua vida é mais vivida do que nunca. Recém-formada em Direito, aos 74 anos de idade, líder de sua turma, segue hoje em pós-graduação, e das mediações resolve conflitos servindo à Justiça e à sociedade.

A idade é só um detalhe, mas não a sua fé, que te move, que te conduz, que te faz uma guerreira admirável. A Fabíola, que vos fala, diz à senhora, que é a mulher a quem eu me espelho: ‘Sou grata por conduzir a luta das mulheres’.

Tornei-me promotora de Justiça ao agarrar-me à sua força e ao seu exemplo. Construímos no Ministério Público um projeto grandioso de enfrentamento à violência contra a mulher.

Por isso, eu e meus irmãos, os seus filhos, escrevemos um acróstico, representado nesta placa, que assim lhe diz: ‘Magnânima mulher, além do tempo de gerações, nos deu a dádiva de nascer do seu corpo e a alma com liberdade. Nos ensinou a única verdade, a luz de Jesus. O seu sorriso, o seu brilho, a sua alegria unem-se em uma constelação em que o amor é a estrela maior. Seres privilegiados somos, amados somos desde o seu ventre, selando os nossos laços para a eternidade. Nossa amada mãe, exemplo para a família, grandeza de caráter e pura energia, rainha virtuosa. Adjetivos não lhe faltam, oremos em agradecimento pela benção de sermos seus filhos. Maurício, Adriana, Fernando e Fabíola’.”

Eu gostaria de agradecer esse espaço. Eu queria dizer que todas as mães, as mães de todos nós, somos mães porque queremos mudar o mundo, queremos unir essas sementes, queremos plantar esta corrente do bem, porque acreditamos e temos fé que nós vamos realmente mudar este mundo.”

Eu agradeço a homenagem. Não falei de mim, falei de minha mãe porque eu quis aproveitar esse espaço, porque era o único espaço em que eu acredito que eu poderia deixar essa homenagem para ela marcada para sempre. Obrigada. Eu vou entregar a placa.

 

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- É entregue a placa

 

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A SRA. MAGDA LUZ SUCASAS NEGRÃO - Eu estou sob forte emoção. Fui pega de surpresa, mas o que eu gostaria de dizer é bem rapidinho.

Fabíola, você ouviu quando eu disse ali em cima que você era um exemplo para mim. Eu tinha comentado com a minha neta - que me deu a maior felicidade de poder hoje ser bisavó - no carro: “Nós estamos indo para homenagear a nossa Fabíola, sua tia e minha filha, mas eu me espelho nela”, e falei para a Mariana: “Mariana, espelhe-se nela, espelhe-se na Fabíola”.

Por quê? Porque eu sabia que, hoje, ela tinha um evento pela manhã. E ela foi ao evento e aqui estava às dez horas. E disse à minha neta: “Espelhe-se nela, Mariana, porque quando você precisar de alguém que queira trabalhar, que queira te ajudar, que queira empreender, procure aquelas que são mais ocupadas, essas é que terão tempo para poder ajudar ao próximo”. E a Fabíola é um exemplo disso.

O meu pai, há muitos anos, me ensinou que a maior oração que podemos prestar a Deus é o trabalho. Parabenizo todas as senhoras mães que aqui estão, esta Mesa, nossa deputada.

Com muito orgulho estou aqui, e gostaria de deixar minhas últimas palavras, que não são minhas, mas sim daquele que é o dono da nossa vida, ele disse para a humanidade: “Sê, tu, uma bênção”.

Que sejamos todos aqui, e diante de todos aqueles que nos cercam, uma bênção. Sê, tu, uma benção, Fabíola. Eternamente, porque é o que você sempre foi e está sendo para a sua mãe.

Muito obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - São muitas emoções, Dra. Fabíola. Muito bom.

Agora, nós vamos dar início às homenagens. Eu gostaria de deixar para todas vocês, não só para todas as mães que estão aqui nessa manhã - que está maravilhosa, que tem uma luz muito grande. Eu quero, neste instante, homenagear todas as mães que estão com os seus filhos doentes, que estão pedindo por eles em algum momento, que estão com os seus filhos encarcerados, que estão neste momento com algum problema.

Eu quero aqui dizer para a minha nora, muito obrigada por me dar duas bênçãos. São essas bênçãos que me fazem caminhar. Minha mãe me deu o caminho, as minhas netas me dão o seguimento. Muito obrigada, amo muito você, você sabe. Muito obrigada pelas minhas belezas, eu estou morrendo de saudades.

Vamos dar início às nossas homenagens. Eu não poderia deixar de homenagear minha nora, porque sem ela eu não teria as minhas netas, que eu amo tanto.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Gostaria de chamar a primeira homenageada, Alba Stela Matos Medardoni, fundadora e presidente da Associação Amigos do Mirante de Jardim São Paulo há 18 anos. Realiza reunião mensal com algumas prefeituras regionais da Zona Norte, junto com autoridades de diversas áreas levando demandas da comunidade, como, por exemplo, tapar buracos, iluminação e segurança. Também realiza projetos sociais em toda a Zona Norte. Nessa Páscoa, distribuiu cinco mil sacolinhas para as crianças carentes. Parabéns.

Chamamos agora, Ana Carolina Lobo Mainardi, tem 36 anos é engenheira, faixa preta de taekwondo, trabalha como coordenadora esportiva e é voluntária no Grupo Escoteiro São Paulo e do Projeto Acolher, que é um grupo de apoio à adoção e à convivência familiar, oferecendo um espaço de convívio e troca de ideias e experiências entre famílias que se formam pela adoção. Há um ano e cinco meses é mãe do Daniel, que tem três anos. Sua gestação durou dois anos e meio, de muita preparação e ansiedade. Vive a maternidade com muita intensidade e amor e já está na fila da adoção novamente, aguardando uma irmãzinha para o Daniel.

Daniela de Cássia Santos Brito, prefeita de Monteiro Lobato, mãe, é formada em Pedagogia e pós-graduada em Gestão de Políticas Sociais pela FMU/SP. Exerceu no município de Monteiro Lobato os cargos de secretária de gabinete, secretária municipal de Turismo e Cultura, e chefe de gabinete. Trabalhou no Governo do Estado de São Paulo durante três anos atuando como técnica regional do Fundo Social de Solidariedade, responsável pelas regiões do Vale do Paraíba e Campinas. Foi eleita prefeita em 2012 pelo partido do PSB e reeleita em 2016.

Dra. Clarice D’Urso, bacharel em Ciências Jurídicas, mestre em Direito da Sociedade da Informação pela UniFMU. Conciliadora na área da família. Atualmente é conselheira do Conselho Estadual da Condição Feminina, representando a obra social Dom Bosco. É presidente da coordenadoria de ação social, secretária executiva da Comissão de Direitos Infanto-Juvenis, membro de várias comissões da OAB, entre elas a de Igualdade Racial, Direito e Liberdade Religiosa, Diversidade Sexual e Combate à Homofobia. Também é coordenadora de Cultura e Eventos da comissão de ação social e coordenadora do setor social de Departamento de Cultura e Evento da OAB/SP. Autora da cartilha “Agressão à mulher e seus aspectos jurídicos”, entre outras publicações. Idealizadora do prêmio “Maria Imaculada Xavier da Silveira”, uma homenagem à primeira mulher inscrita na OAB/SP, sob o nº 615, e que tem por objetivo reconhecer e também homenagear as valorosas mulheres que se destacam na área jurídica, e pelo combate contra a violência contra a mulher.

Dra. Eliane Dias, mulher, negra, esposa, mãe, política e feminista. Começou a trabalhar aos nove anos de idade para ajudar a mãe, se formou em Direito há dez anos e hoje coordena o SOS Racismo na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Junto com o marido, o rapper Mano Brown, criou a produtora Boogie Naipe, que administra a carreira do Racionais MC. Desde 2015, faz parte do grupo Negras Empoderadas.

Dra. Fabíola Sucasas Negrão Covas, promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo. É diretora da APMP Mulher, da Associação Paulista do Ministério Público, diretora do Ministério Público Democrático, promotora do Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica do Ministério Público do Estado de São Paulo e atualmente é promotora de Justiça e assessora do Centro de Apoio Cível e Tutela Coletiva, Núcleo de Direitos Humanos/Inclusão Social e responsável pela criação do projeto de Prevenção da Violência Doméstica com a Estratégia de Saúde da Família, que, recebeu a menção honrosa no XIII Prêmio Innovare, e, integra o Plano Nacional de Segurança Pública.

Dra. Tatiane Moreira Lima, bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas em 2001. Especialista em processo civil pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas em 2002. Ingressou na magistratura em 2007, judicando na região de Jundiaí. Promovida à juíza titular em 2008, na comarca de Cerquilho. Em 2011, veio para São Paulo, onde atuou na Vara da Infância e Juventude de São Miguel Paulista, e, desde 2012, atua na Vara da Violência Doméstica Oeste do Foro Regional do Butantã. Por ano faz, em média, 800 audiências de mulheres em situação de violência. Realiza projeto com os homens em situação de violência familiar, para que não voltem a reincidir. Realiza também reuniões e capacitações constantes com a rede de atendimento da mulher em situação de violência. Mãe de dois filhos, Sofia de seis e Lorenzo de quatro. Mestranda em Violência Doméstica pela Faculdade de Medicina da USP.

Francisca de Fátima Costa, líder religiosa cristã, é mãe de três filhos, seis netos e um casal de bisnetos. Trabalha como autônoma e é voluntária ajudando as populações mais carentes de sua congregação religiosa. É casada com o pastor evangélico Adilson Costa e, hoje, Dia das Mães, está comemorando 40 anos de casamento.

Ione Aparecida Marques, mãe de três filhos e dois netos, Gustavo e Laura. Costureira, líder comunitária do Jardim Flor de Maio, onde mora há 20 anos. Busca benfeitorias para o bairro junto ao Poder Público. Atua também na regularização fundiária dos imóveis de moradores do bairro.

Ivanise Esperidião. Em 23 de dezembro de 1995, Fabiana Esperidião, de 13 anos, não voltou para casa após ter ido visitar uma vizinha. A partir daquele momento, a vida de sua mãe nunca mais foi a mesma. Durante três meses, ela percorreu diariamente hospitais, delegacias e unidades do Instituto Médico Legal, atrás de alguma pista sobre a garota, que nunca chegou. Nessa busca, conheceu outras famílias na mesma situação, e, em março de 1996, após um encontro organizado por ela em frente à Catedral da Sé, nasceu o Movimento Mães da Sé, entidade que ajuda na divulgação de fotos de pessoas desaparecidas. Em 20 anos de atuação, a instituição cadastrou mais de dez mil casos no País. Desse total, cerca de quatro mil tiveram um final feliz.

Katia Shirley Quintieri, é mãe de um casal de jovens, bacharel em Direito, secretária do Conseg Jaçanã/Tremenbé, onde atua para melhorar a segurança de sua região. Também é empresária e proprietária de centro automotivo.

Lusmar Cavalcante, mãe de três filhos, formada em Marketing, é membro e voluntária da ONG Elas Por Elas, Vozes e Ações das Mulheres, que atua ajudando as mulheres na luta contra o câncer.

Luzinete de Souza Silva, mãe de seis filhos, cinco mulheres e um homem, oito netos, um a caminho, duas bisnetas. Bordava vestidos de noiva na rua São Caetano, para ajudar a sustentar a família. Mesmo sem saber ler e nem escrever, olhava os cadernos dos filhos e, se não achava a letra bonita, mandava refazer a lição. Ensinou a respeitar especialmente os professores e todas as pessoas, indistintamente. Batalhadora, guerreira, nunca deixou faltar nada em casa. É a mãe da deputada Clélia Gomes.

Mãe Vera Lúcia de Oxum, é a mãe biológica da Fernanda, sua casa de candomblé Ilê Maroketu Axé Oxum, uma das mais tradicionais de São Paulo, e tem vários filhos de santo. Realiza trabalhos sociais com sua comunidade, ajudando aqueles que precisam de apoio espiritual.

Magda Luz Sucasas Negrão, professora de piano, concertista pelo Conservatório Dramático da cidade de São Paulo, professora normalista pelo Instituto Caetano de Campos, com especialização em Canto Orfeônico e Licenciatura Plena em Educação Artística e Musical. Aos 74 anos, graduou-se como bacharel em Direito e com pós-graduação em Direito Processual Civil. É mediadora e conciliadora do Cejusc e do Ministério Público no Fórum de Santana.

Márcia Christina Badari, vereadora eleita em 2016 pela cidade de Piracaia, mãe de três filhos e bacharel em Direito. Aposentada após 30 anos de trabalho no Tribunal de Justiça.

Maria Aparecida Paulino, militante do Conseg Jaçanã, Conselho de Segurança, que ajudou efetivamente em diminuir a insegurança do bairro. Trabalhou 30 anos como enfermeira e é mãe de um casal de filhos.

Maria Goreti Oliveira Souza é conselheira tutelar do Jaçanã, mãe de dois filhos, três netos, trabalhou como gestora da UBS Jaçanã por quatro anos, onde conseguia consultas e exames para os que tinham mais dificuldade no agendamento desses serviços.

Mércia Barros Bailoni, natural de Lucélia, São Paulo, é casada com Vanderlei Bailoni há 50 anos. Tem três filhos, Sérgio, Márcio e Adriano, dois netos, Guilherme e Danilo. Formou-se em música, piano, no Conservatório Musical de Santana, tendo lecionado para inúmeras crianças e adolescentes. Mãe e esposa exemplar, é o braço direito de seu esposo. Atualmente com 70 anos, ainda trabalha com floricultura no cemitério da Vila Alpina. Como mãe, procurou sempre manter a família unida, pois entende que a família é a base da sociedade.

Marisa Amaro Malvestio, enfermeira do SAMU São Paulo, consultora técnica da CGUE, Ministério da Saúde e coordenadora do grupo de trabalho UEPH do Coren, São Paulo.

Mônica Penco Villas, terceira filha de uma família de quatro crianças, desde pequena afirmava que seria professora quando adulta. Fez curso de magistério no Cefam, e, com 18 anos, iniciou a área educacional, já com desafio de alfabetização em mãos. O encantamento foi tanto, que, reafirmou o sonho de infância. Formou-se em Letras e passou a ter contato com os mais variados níveis de ensino, da Educação Infantil ao Ensino Médio. Em 2010, foi convidada para dirigir uma escola de Educação Infantil, onde está até hoje. A escola é sua vida. Dedica seus dias a cuidar e ensinar os filhos das famílias que confiam a ela suas joias mais preciosas. Em paralelo a esse processo, realizou seus sonhos pessoais - formar a sua própria família. Mônica é mãe de duas lindas meninas, e procura sempre a melhor forma de conciliar os anseios e realizações pessoais e profissionais. Em seu nome, homenageamos todas as professoras que cuidam dos nossos filhos enquanto trabalhamos.

Noêmia Mincauscaste, mãe de dois filhos, avó de quatro netos, viúva oito anos, militante e fundadora do SOS Edu Chaves, Moradores Contra Enchentes.

Tatiana Corina Medéa Antonioli Presti, 37 anos de idade, cirurgiã dentista há 15 anos. Mãe. Busca a universalização do acesso à saúde bucal como forma de inclusão social e garantia da própria cidadania.

Terezinha Monteiro Batista, é membro do movimento SOS Edu Chaves, Moradores contra Enchentes. Trabalhou durante 15 anos para a construção do NCI, Núcleo de Convivência do Idoso, do parque Edu Chaves, que foi inaugurado no final de 2016. É conselheira de saúde da UBS Parque Edu Chaves e do Hospital São Luiz Gonzaga.

 

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- São entregues os buquês de flores.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Para falar em nome de todas as homenageadas, chamamos a Sra. Terezinha Monteiro Batista.

 

A SRA. TEREZINHA MONTEIRO BATISTA - Depois de ouvir tantas coisas, apesar de algumas mais tristes, do nosso sofrimento, mas também da alegria de nós podermos estar aqui ouvindo a vitória de todas essas pessoas que permanecem aqui.

Eu me incluo no meio delas, porque também trabalhamos bastante para a construção do nosso NCI, durante 15 anos, lutamos desde de 1991. Durante 13 anos para a canalização do Rio Cabo Sul, com o Movimento do SOS Edu Chaves, Moradores Contra Enchentes.

Atualmente, faço parte do conselho gestor do Hospital São Luiz Gonzaga, e do conselho gestor da Unidade Básica do Parque Edu Chaves.

Quero agradecer a todos por essa oportunidade de estarmos aqui, e também quero fazer uma homenagem à nossa digna deputada pelo seu trabalho na nossa comunidade, e quero agradecer mais uma vez a essa oportunidade, de estar aqui e dizer que estou muito sensibilizada.

Eu gostaria também de falar dos meus problemas, mas eu já sei que eles se incluem no meio de todos os outros problemas e de todas as mães vencedoras.

Muito obrigada.

 

A SRA. - A todas as mães eu dedico também o meu carinho. Nós somos do Parque Edu Chaves, e aqui temos a nossa coordenadora, também, a Jussara. Venha aqui, Jussara, assim todos vão ver você também.

Temos muitos amigos e amigas no nosso novo lar, é muito lindo, e todas as senhoras e senhores que estão indo lá estão muito felizes com o acontecimento.

Convido a Sra. Magda para comparecer lá e ver a nossa sede, é muito boa. Conheço a Magda há muitos anos, ela é está com 74 agora. Eu estou com 79. Eu tenho 79 anos e me orgulho da minha idade, porque Deus me deu felicidade, amém.

 

A SRA. PRESIDENTE - CLÉLIA GOMES - PHS - Essas senhoras são as minhas inspirações de luta por uma sociedade melhor, por um País melhor. Nós mulheres somos firmes. Nós somos maravilhosas, realmente. Eu quero agradecer a presença da visita monitorada na Alesp pelo Instituto Profissionalizante Paulista, o IPP - muito obrigada.

Nós estamos fazendo homenagem ao “Dia das Mães”. Eu quero desejar a mãe de todos vocês também muita luz, muita paz e muita saúde. Um beijo no coração de vocês.

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, à Mesa, à minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, ao Cerimonial e à Imprensa, à TV Legislativa, às assessorias das Polícias Civil e Militar, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.

Sintam-se todas abraçadas, um feliz dia das mães.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 34 minutos.

 

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