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10 DE AGOSTO DE 2016

103ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, CARLOS GIANNAZI, WELSON GASPARINI e WELLINGTON MOURA

 

Secretário: CORONEL TELHADA

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CORONEL CAMILO

Critica a prefeitura de São Paulo por não reprimir, em sua opinião, a pichação de espaços públicos e privados. Cobra do governo estadual a regulamentação da lei que coíbe os "pancadões" nas cidades.

 

3 - CARLOS GIANNAZI

Discorre sobre o PLP nº 257/16, em tramitação no Congresso Nacional. Coloca-se contra a proposição, afirmando que esta penaliza os servidores públicos. Comenta a influência do poder econômico no processo eleitoral.

 

4 - WELSON GASPARINI

Combate o tabagismo, discorrendo sobre as diversas doenças decorrentes da prática. Afirma que o hábito deve ser desencorajado em prol do interesse público.

 

5 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

6 - JOOJI HATO

Considera o alcoolismo um vício tão prejudicial quanto o tabagismo. Defende maiores investimentos na Saúde. Comenta reunião da CPI que investiga a "epidemia do crack". Defende política de "tolerância zero" no combate à criminalidade.

 

7 - WELSON GASPARINI

Assume a Presidência. Faz coro ao pronunciamento do deputado Jooji Hato.

 

8 - ORLANDO BOLÇONE

Lê e comenta artigo de Celso Ming, publicado no jornal "O Estado de S. Paulo", acerca da contribuição dos imigrantes para o desenvolvimento do País, lembrada na abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro.

 

9 - ORLANDO BOLÇONE

Solicita a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

10 - PRESIDENTE WELSON GASPARINI

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h11min.

 

11 - WELLINGTON MOURA

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h31min.

 

12 - CLÉLIA GOMES

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

13 - PRESIDENTE WELLINGTON MOURA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 11/08, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Coronel Telhada para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - CORONEL TELHADA - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Coronel Camilo.

 

O SR. CORONEL CAMILO - PSD - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da assessoria, queria falar mais uma vez sobre Segurança Pública.

Tivemos, infelizmente, o caso da morte de um dentista na zona norte de São Paulo - que é onde eu moro, também batalho por aquela região - por causa de uma pichação. Todos sabem que sou um grande defensor da Segurança Pública, da polícia comunitária, das liberdades, mas a pichação tem extrapolado os limites e causado problemas sérios para a cidade, tornando o ambiente totalmente degradado.

Agora foi longe demais. Por causa de uma pichação. O pai do Wellington saiu para tentar impedir a pichação, ou para pelo menos tirar satisfação. Acabou sendo agredido e o filho acabou sendo morto.

Queria chamar a atenção das nossas autoridades, principalmente das autoridades municipais. A cidade de São Paulo está largada. Há pichação para todo lado, lixo para todo lado, moradores de rua em todos os lugares da cidade e em todas essas regiões. Depois, a culpa sempre será de quem é responsável pela segurança.

A prevenção primária é tão importante quanto aquela feita pela Polícia Militar e Civil, ou seja, pelo trabalho de repressão. Essa desordem não pode continuar. Nós precisamos cobrar fortemente do poder municipal para que faça a intervenção na cidade, zelando por ela.

A assistência social deve pegar esses moradores e dar um destino a eles. Cada vez mais, as cidades estão com moradores de rua e temos mais degradações. Conhecemos a teoria das janelas quebradas. Quanto mais degradação, mais degradação teremos. Faço um apelo - saindo um pouco da área municipal, mas continuando na desordem urbana - ao nosso governador Geraldo Alckmin.

Nós fizemos a Lei dos Pancadões e ela foi sancionada pelo Governo do Estado, justamente contra a desordem. Até hoje essa lei não foi regulamentada. Já passou o prazo para a regulamentação da lei. As pessoas continuam sofrendo com o som alto nas comunidades; as pessoas continuam sendo impedidas de sair de casa, principalmente nos finais de semana, porque não há a regulamentação da lei.

A Polícia Militar não pode agir de pronto, porque não tem competência legal e o respaldo da lei. Na segunda-feira, iremos conversar com nosso secretário de Segurança sobre a regulamentação da lei para que possamos dar mais tranquilidade à vida das pessoas e para que tenhamos mais ordem na cidade.

Se todos trabalharem contra essa desordem, município e Estado, nós teremos uma cidade melhor, um ambiente melhor para viver e conviver com os nossos filhos. Quem sabe, com mais fiscalização, poderemos diminuir fatos como esse do dentista. Foi um fato grave que começou com uma desordem urbana e terminou com um homicídio.

Fica um pedido às nossas autoridades municipais e estaduais. Nós temos o poder de fazer a lei e pedir que ela seja aprovada. Ela foi sancionada, mas agora depende do nosso Poder Executivo colocá-la em prática. Vamos regulamentar a Lei dos Pancadões.

Sr. Presidente, muito obrigado e boa tarde a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho da Construção. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, telespectadores que nos acompanham pela TV Assembleia na Capital, interior paulista, Grande São Paulo e Baixada Santista, gostaria, primeiramente, de registrar a honrosa presença na Assembleia Legislativa do presidente do Sinafresp, Sr. Alfredo Maranca, que irá participar, dentro de alguns instantes, do programa Assembleia Convida, na nossa TV pública.

Iremos debater assuntos importantes como a aprovação ocorrida ontem, no Congresso Nacional, da pauta do ajuste fiscal e do PLP 257, que é um projeto que já debatemos exaustivamente. É um projeto que, na prática, ataca os direitos de todos os servidores estaduais.

Graças à mobilização feita, principalmente em São Paulo, que foi liderada pelo Sinafresp e seu presidente Alfredo Maranca, tivemos uma meia vitória, porque foram retirados do texto os itens que congelavam salários e promoções e que aumentavam a contribuição previdenciária de todos os servidores de 11 para 14 por cento.

Porém, ainda ficou no texto, aprovado ontem na Câmara dos Deputados, o item do teto do gasto público. Isso também pode ser utilizado contra os servidores. O projeto de lei segue para o Senado e, caso seja aprovado definitivamente no Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas terão de aprovar também nos seus estados. Então teremos uma outra batalha, uma outra guerra aqui na Assembleia Legislativa, porque vamos obstruir e faremos junto com os movimentos dos servidores, das entidades de São Paulo, sobretudo com o Sinafresp, um grande movimento de resistência para que essa proposta não seja aprovada no nosso Estado.

Aproveitando ainda a presença do Alfredo Maranca, quero agradecer a grande contribuição que a sua entidade tem dado no sentido de esclarecer a população de um fato importante.

O Governo fala que tem de arrochar salários, que tem de congelar salários, os benefícios dos servidores, que não tem dinheiro para a USP, Unicamp, Unesp, que não tem dinheiro para a Educação, para a Saúde por conta da crise, mas o Sinafresp mostrou de uma forma didática e pedagógica através de artigos e de um vídeo, que, aliás, apresentamos várias vezes aqui no plenário, como o Governo oferece benefícios fiscais para empresas como a AmBev, para os grandes frigoríficos, para as grandes avícolas, para as mineradoras, enfim, para setores do agronegócio aqui em São Paulo que são grandes financiadores de campanhas eleitorais, que financiaram campanhas de deputados estaduais aqui da Alesp, de deputados federais e do próprio governador. É só pegar o nome das empresas beneficiadas com as isenções fiscais, esse presente que o governador oferece para esses grandes grupos econômicos, e as doações feitas, para perceber claramente por que os benefícios são dados, ou seja: porque eles estão financiando inclusive os deputados estaduais. Uma boa parte da Assembleia Legislativa é financiada por esses grupos econômicos. É só observar o debate da lei das Olimpíadas que está sendo feito aqui.

Deputados que nunca aparecem na Assembleia Legislativa estão aparecendo agora para votar o projeto, para fazer média com a AmBev, porque talvez a AmBev tenha financiado algumas campanhas. Temos visto sistematicamente a influência do poder econômico no financiamento das campanhas eleitorais, um fato já conhecido pelo Brasil inteiro. Está aí a Operação Lava mostrando como funciona esse mecanismo. E o Sinafresp mostra isso claramente aqui em São Paulo fazendo essa denúncia e esclarecendo para a população e para o conjunto dos servidores.

Tem dinheiro, sim, no Orçamento. O Orçamento está sendo disputado por nós, pela população, pelos servidores. Nós queremos que o Orçamento estadual seja canalizado para a Educação pública, para a Saúde pública, para a Segurança Pública, para investimento em cultura, lazer, assistência social, saneamento. Orçamento é para isso. Agora ele é também disputado pelo poder econômico, ou seja, as grandes empresas e o capital. Tem dinheiro, sim. Prioridade é a questão. Qual a prioridade do Governo.

Parabéns, Alfredo Maranca, pelo seu trabalho, você que tem feito uma gestão revolucionária, pioneira e protagonista do ponto de vista da defesa da carreira dos auditores fiscais de renda do estado de São Paulo, inclusive indo mais além: um trabalho de esclarecimento e de defesa da cidadania no nosso Estado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Coronel Telhada. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Leci Brandão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas: venho a esta tribuna para dizer que é preciso, no Brasil, declarar uma guerra. Quem fuma não pode mais alegar desconhecimento. A vida é a nossa maior riqueza. Hoje, está provado, o uso do cigarro é responsável pela morte prematura de milhares de pessoas. O oncologista Gustavo Fernandes, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, destaca: a literatura médica aponta que os fumantes vivem, em média, 10 anos a menos do que quem não fuma. A medicina já comprovou: o fumante tem o risco aumentado para doenças cardiovasculares como AVC, infarto e aneurisma, além de doenças pulmonares. As estatísticas mostram: até 90% dos casos de câncer de pulmão têm relação com o cigarro. E esse tipo é o mais mortal entre homens e mulheres.

Por isso, Sr. Presidente, venho à tribuna, neste instante, conclamar o estado de São Paulo a ser um exemplo para o Brasil, declarando essa guerra contra o tabagismo. É necessário, pois, eliminar o tabagismo, pois 85% das mortes por câncer de pulmão estão relacionadas ao consumo de cigarro. Mortes por outros tipos de câncer, como de laringe, esôfago, bexiga, colo de útero e de estômago também têm relações com o cigarro.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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É uma droga, infelizmente, tolerada pelas nossas autoridades, que permitem seu livre comércio, não obstante seus irrefutáveis malefícios. Em estudo recente, a Aliança de Controle de Tabagismo concluiu: o Brasil gastou, apenas em 2015, o equivalente a 30% do orçamento do Ministério da Saúde com vítimas do hábito de fumar. Eu vou repetir: 30% do orçamento do Ministério da Saúde foi para atender a vítimas desse vício terrível. O Brasil gasta por ano cerca de 21 bilhões de reais para tratar de doenças relacionadas com o cigarro, responsável por aproximadamente 130 mil mortes anuais.

Você que fuma, tendo na família pessoas fumantes, preste atenção nisso: por ano, no Brasil, morrem aproximadamente 130 mil pessoas vítimas do mal do cigarro. O tabagismo é responsável, como já disse, por cerca de 50 doenças diferentes, principalmente as cardiovasculares, como hipertensão, infarto, angina, derrame, e é também a causa principal de muitos outros tipos de câncer.

A Universidade da Austrália, em pesquisa realizada com mais de 200 mil pessoas, concluiu: dois em cada três fumantes, caso continuem fumando, vão morrer de doenças relacionadas ao cigarro. O estudo mostrou, ainda: os fumantes têm risco três vezes maior de morte prematura.

Gostaria de, neste instante, fazer um apelo ao governador Geraldo Alckmin, porque ele é médico e sabe de tudo isso: faça de São Paulo o centro dessa grande guerra contra o cigarro. É possível conseguirmos grandes colaborações, a começar pelas escolas. Que os professores orientem seus alunos para os malefícios do cigarro, pedindo a eles para, caso tenham algum familiar fumante, contarem a essas pessoas os malefícios do cigarro. Já pensaram na vergonha de um pai, de uma mãe, quando uma criança chegar e dizer “pai, mãe, não fumem; isso causa a morte da pessoa”.

Também apelo para participarem dessa guerra pastores e padres, pregando sobre os malefícios do cigarro à saúde de tantos brasileiros. São mais de 20 bilhões gastos, por ano, pelo Ministério da Saúde, para atender às vítimas que buscam, nos hospitais, com os médicos, um socorro essas doenças.

Coloquem nas escolas - professores e diretores - cartazes mostrando o que é o cigarro e os seus malefícios. Desta maneira, sem dúvida alguma, vamos vencer esta guerra: para isso, é preciso todos nós nos tornarmos voluntários para participarmos, como combatentes, a partir deste instante, nessa guerra sem tréguas ao cigarro!!.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a palavra o nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Angelo Perugini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Gileno Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Davi Zaia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Cezinha de Madureira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Geraldo Cruz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Caio França. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Marta Costa. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Alencar Santana Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Márcio Camargo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Teonilio Barba. (Pausa.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Coronel Camilo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho da Construção. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Gileno Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, estava ouvindo há poucos instantes o nobre deputado Welson Gasparini falando sobre o tabagismo, que causa um prejuízo enorme ao nosso País.

Gostaria de dizer ao deputado Welson Gasparini que o governo tem interesse em que haja o tabagismo, porque arrecada muito dinheiro com isso e não gasta, já que a Saúde em nosso País está lá embaixo, não há investimento. Eles entendem que saúde é gasto, mas na verdade, na minha forma de ver, a saúde é investimento. Arrecada-se muito dinheiro em impostos com o tabagismo, mas não se dá o contraponto àqueles fumantes que adoecem, porque a nossa Saúde é precária. Nós economizamos muito e não gastamos.

Nobre deputado Welson Gasparini, se o tabagismo causa tanto prejuízo, tanta doença, imagine se pensarmos no alcoolismo. Quanto prejuízo o álcool traz? A bebida alcoólica compromete a todos, causando desagregação familiar e acidentes a todo instante. Já vi trabalhadoras no ponto de ônibus serem atropeladas por um bêbado, toda hora acontece isso, levando pessoas a UTIs e a centros cirúrgicos com internações gravíssimas.

O alcoolismo leva às brigas em família. O pai chega bêbado e espanca a esposa, espanca a filha, depreda orelhões e bens públicos, quebra tudo, briga e não vai trabalhar no dia seguinte. O alcoolismo traz muitos prejuízos, muito mais do que o tabagismo. O tabagismo muitas vezes prejudica o próprio indivíduo, enquanto o alcoolismo provoca danos a terceiros, a pessoas inocentes. É por isso que criei a lei seca, chamada “lei fecha bar” e “lei do silêncio” por meus opositores na época. Fico muito feliz por essa lei, que era municipal, quando eu era vereador, ter se tornado uma lei nacional.

Falamos do tabagismo, do alcoolismo, e quero agora falar das drogas ilícitas. Ontem tivemos na CPI do Crack a presença do Dr. Drauzio Varella, que foi meu professor e que é uma das maiores autoridades em termos de toxicologia, uma pessoa que entende do crack, da cocaína e escreveu livros. Quero mais uma vez parabenizar o trabalho incansável desse grande professor. O depoimento dele ontem na CPI foi extremamente importante e enriquecedor para trazer propostas que possam ajudar nossa cidade, nosso Estado e nosso País.

Às vezes até perdemos a esperança de que poderemos combater o crack, a cocaína, a maconha e outras tantas drogas ilícitas. Porém, ouvindo o Dr. Drauzio e outras pessoas, vemos que há aqueles que querem salvar os usuários de drogas que estão, como uma epidemia, se alastrando pelo Brasil inteiro, trazendo grandes prejuízos.

Eu, como médico, tenho a obrigação de lutar com isso. Como brasileiro e como deputado, quero influenciar muitas pessoas em relação a isso, e por isso sou o coordenador da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas. Estamos lutando para que as pessoas não adentrem esse caminho, principalmente os jovens que não têm o que fazer. É por isso que estamos aqui sempre parabenizando o juiz Evandro Pelarin, que hoje é desembargador em Rio Preto. Ele fez um projeto judiciário com a intenção de fazer um toque de acolher, tirar as crianças e adolescentes do mundo das drogas, inclusive sendo explorados sexualmente.

Deputado Orlando Bolçone, meu companheiro dessa Frente Parlamentar, V. Exa. sabe da importância desse gesto. E ontem o Dr. Dráuzio expôs tudo isso na CPI do Crack.

Quero finalizar dizendo que precisamos ajudar o Governo. O Governo às vezes pensa que arrecadar é melhor, deixa correr solto o consumo de cigarros e de álcool, de drogas ilícitas, mas o Governo tem prejuízo, ou seja, nós temos, porque o Governo é povo, é dinheiro nosso. O que o Governo gasta com esses dependentes é muito mais do que arrecada. Então gostaria de solicitar mais uma vez aos órgãos competentes que tomem as devidas providências. Há solução, sim. Basta ter vontade política, coragem política para resolver esses problemas de droga.

Quero ainda falar sobre pichadores. Assassinaram um dentista de apenas 39 anos por causa de pichação. Qual a dificuldade para se evitar as pichações? É justo alguém ter a fachada de sua casa pichada, ou de seu prédio? Isso é falta de fiscalização, falta de ordem pública. Buscamos a tolerância zero, aplicada em Nova York e em outros grandes centros, e que deu certo. É possível aplicá-la em São Paulo, em nosso País. Não dá para aceitar mais pichadores, drogados, nem quem bebe demais e sai atropelando e matando pessoas.

Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Welson Gasparini.

 

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O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Parabéns, deputado Jooji Hato, pela maneira feliz como focalizou esse importante assunto, mostrando bem a questão do consumo de drogas em nosso País. Ontem, realmente, foi muito importante a vinda à Assembleia Legislativa, na Frente Parlamentar de Combate ao Crack, do Dr. Drauzio Varella, que apresentou importantes observações sobre o tema.

Assino em baixo de tudo o que o deputado Jooji Hato falou, mas vou continuar preferencialmente a guerra contra o tabaco. Acho que essa é uma guerra que pode envolver imediatamente desde o Governo do Estado até todas as entidades e associações que querem dar um novo rumo ao desenvolvimento da nação brasileira.

Tem a palavra o nobre deputado Orlando Bolçone.

 

O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero trazer um tema que foi resgatado na Olimpíada, na sua abertura, e que foi alvo de excelente artigo publicado ontem, na coluna de Celso Ming, brilhante economista, que trata da importância dos imigrantes no desenvolvimento brasileiro.

Aproveito para registrar alguns tópicos dessa excelente coluna do economista Celso Ming, publicada em jornais brasileiros, "O Estado de S.Paulo" e também no Diário da minha região, da minha querida São José do Rio Preto.

“A festa de abertura dos Jogos Olímpicos ajudou a reparar uma grave omissão dos principais estudiosos da gênese do povo brasileiro. Quando incluiu entre os grandes esculpidores da nossa cultura e da nossa economia a importante, e até agora incompreensivelmente ignorada contribuição dos imigrantes, a festa de abertura avançou sobre as grandes análises clássicas.

Até hoje se ensina nas escolas que o caldeirão demográfico do Brasil foi construído pela fusão do branco, aí entendido o português descobridor, pelo índio e pelo negro africano. E se esquece dos outros. A partir de meados do século 19, especialmente pela política imigratória desenvolvida pelo então senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, o Brasil recebeu imigrantes da Europa e da Ásia cuja principal função inicial foi substituir a mão de obra escrava.

Nós, deputado Gasparini e eu, e muitos aqui nesta Casa, somos descendentes dessa primeira leva de imigrantes que vieram para substituir os escravos.

“A solenidade de abertura mencionou apenas sírios e japoneses, mas a contribuição de alemães, italianos, espanhóis, poloneses, suíços e, mais recentemente, de chineses e coreanos, foi e continua sendo incomensurável.”

Gilberto Freyre em “Casa Grande e Senzala” e Sergio Buarque de Holanda nas “Raízes do Brasil” são dois nomes que estudaram o DNA do Brasil, dentro dessa primeira referência das três raízes primeiras: do português, do negro e dos índios. A contribuição exata da Olimpíada foi de chamar a atenção para os demais integrantes.

“As contribuições do imigrante ao brasileiro não se limitaram ao uso de botas pelo conformado e fatalista Jeca Tatu, depois que o italiano apareceu nas lavouras brasileiras. O imigrante inventou o colonato e trouxe práticas racionais de cultivo até hoje em desenvolvimento. Introduziu no País a nova ética do trabalho, que mudou o jeito de encarar a vida, mudou o jeito de produzir e de buscar em vida a recompensa de quem madruga, sua a camisa e caleja as mãos.”

Entre os novos campeões do agronegócio, a região de Ribeirão Preto é testemunha, São José do Rio Preto, todo o interior do estado de São Paulo, está grande número de sobrenomes estrangeiros. A indústria de transformação foi moldada por famílias também de imigrantes.

“Nosso maior arquiteto se chamava Niemeyer. Nossa campeã das passarelas, Gisele Bündchen. Ambos foram lembrados com os encantamentos da festa de abertura. Niemeyer, por meio das curvas projetadas no cenário; Bündchen, ao vivo, com seu sorriso, graça e curvas.”, diz Celso Ming.

“Apenas nos últimos 50 anos, sete presidentes brasileiros ostentaram sobrenomes estrangeiros: Kubitschek, Goulart, Médici, Geisel, Collor, Rousseff, e podemos acrescentar o ainda interino, descendente de libaneses, Michel Temer.

Quem sabe se depois que a festa dos Jogos Olímpicos lembrou aos brasileiros - e não só ao resto do mundo - que a imigração foi um dos elementos que moldaram nossa personalidade, alguém agora se dedique a escrever a gênese do nosso povo como elemento que até agora estava ignorado pelos livros-texto.

A chamada quarta raiz são os nossos imigrantes a quem tanto devemos, em especial, no estado de São Paulo, que é a síntese do Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.

 

O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre deputado Orlando Bolçone e suspende a sessão até as 16 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 15 horas e 11 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 31 minutos, sob a Presidência do Sr. Wellington Moura.

 

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A SRA. CLÉLIA GOMES - PHS - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - WELLINGTON MOURA - PRB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 31 minutos.

 

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