16 DE NOVEMBRO DE 2015
043ª SESSÃO
SOLENE EM HOMENAGEM
AO DR. CLAUDIO LOTTENBERG, PRESIDENTE DA SOCIEDADE BENEFICENTE ISRAELITA
BRASILEIRA ALBERT EINSTEIN
Presidente: DELEGADO OLIM
RESUMO
1 - DELEGADO OLIM
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - MARCUS VINICIUS
Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.
3 - PRESIDENTE DELEGADO OLIM
Informa que a Presidência Efetiva
convocara a presente sessão solene, a requerimento do deputado Delegado Olim, com a finalidade de "Homenagear o Doutor Claudio
Lottenberg, Presidente da Sociedade Beneficente
Israelita Brasileira Albert Einstein". Saúda as autoridades presentes.
Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional de Israel" e o "Hino Nacional Brasileiro. Justifica a ausência do
presidente Fernando Capez. Exibe vídeo com
pronunciamento da autoridade. Lê breve histórico profissional do homenageado.
Mostra-se honrado por presidir a solenidade. Acrescenta que o Hospital Albert
Einstein é referência nacional.
4 - JOSÉ ROBERTO BARATELLA
Presidente da Academia de Medicina de
São Paulo, manifesta contentamento por participar da
solenidade. Enaltece o compromisso profissional e a retórica do homenageado.
5 - BRÁULIO LUNA FILHO
Presidente do Conselho Regional de
Medicina do Estado de São Paulo, expressa admiração e apreço pelo Dr. Claudio Lottenberg. Tece considerações a respeito da premente
necessidade de se aprimorar o ensino da medicina. Assevera que fez parceria com
o agraciado, no sentido de vislumbrar tal objetivo. Afirma que a prática ilegal
da medicina é conduta inaceitável.
6 - MARCUS VINICIUS
Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo institucional do Hospital
Albert Einstein.
7 - FLORIANO PESARO
Secretário estadual de
Desenvolvimento Social, estende os cumprimentos do
governador Geraldo Alckmin aos presentes. Reflete acerca da vocação médica do
Dr. Claudio Lottenberg. Comenta o histórico
profissional do homenageado. Acrescenta que a instituição hospitalar é pioneira
no transplante de fígado, no País.
8 - MARCUS VINICIUS
Mestre de cerimônias, justifica a ausência de autoridades. Anuncia a entrega de
Colar de Honra ao Mérito ao Dr. Claudio Lottenberg.
9 - CLAUDIO LOTTENBERG
Presidente da Sociedade Beneficente
Israelita Brasileira Albert Einstein, saúda as autoridades da Mesa e demais
presentes. Agradece ao deputado Delegado Olim pela
homenagem recebida. Afirma que o momento é de maturidade profissional, pautada
pela defesa de valores. Tece elogios aos seus pais. Aduz que é no seio familiar
que se atesta o caráter. Argumenta sobre o simbolismo da premiação, haja vista
ter vivido nas proximidades deste Parlamento. Lembra homenagem prestada, por
esta Casa, aos oftalmologistas. Faz reflexão sobre a história do Hospital
Albert Einstein. Enumera atividades exercidas em prol da inclusão social. Admite
que prima pelo desenvolvimento do País, independente de partidarismos. Lembra
perseguição ao povo judeu, na Polônia. Considera que a perplexidade advinda dos
atentados terroristas, ocorridos na França, é a frequente realidade em Israel.
10 - MARCUS VINICIUS
Mestre de cerimônias, anuncia a entrega de flores para as Sras. Ida Sztamfater e Cecilia Lottenberg, respectivamente esposa e mãe do agraciado.
11 - PRESIDENTE DELEGADO OLIM
Anuncia apresentação musical do
cantor e chazan Claudio Goldman, a interpretar a
música "Jerusalém de Ouro". Estabelece paralelo entre a atividade
policial e a medicina, no que tange à proteção da vida. Faz agradecimentos
gerais. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr.
Delegado Olim.
* * *
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Boa noite, senhoras e senhores. Sejam
bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Neste instante,
iniciaremos a sessão solene com a finalidade de homenagear o Dr. Claudio Luiz Lottenberg,
presidente da Sociedade Beneficente Israelita-Brasileira Albert Einstein.
Convido para a composição da Mesa principal: o senhor deputado estadual Delegado Olim,
presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários desta
Casa e proponente desta sessão solene; o homenageado desta noite, Dr. Claudio Luiz Lottenberg,
presidente da Sociedade Beneficente Israelita-Brasileira Albert Einstein; o
governador Alberto Goldman; e, também, o governador Luiz Antônio Fleury Filho.
(Palmas.)
Como extensão da nossa Mesa, também registramos e
agradecemos a presença dos excelentíssimos senhores: Giovanni Guido Cerri, presidente do Conselho do Instituto de Radiologia do
Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo; Luiz Flávio Borges D’Urso, conselheiro
federal da OAB, representando o presidente da OAB São Paulo, Marcos da Costa;
Dr. Celso Lafer; Bráulio Luna
Filho, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo; João
Doria Júnior, presidente do Lide; Dr. Fernando Lottenberg,
presidente da Conib; Dr. Francisco Balestrin, presidente da Anahp;
Mario Fleck, presidente da Fisesp;
Dr. José Roberto Baratella, presidente da Academia de
Medicina de São Paulo; e, também, o Dr. Jack Terpins,
presidente do Congresso Judaico Latino-Americano. A todos o nosso muito
obrigado.
Comunicamos aos presentes que esta
sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e será transmitida
pela TV Assembleia no sábado, dia 21, às 21 horas, pela NET TV no canal 07,
pela TV Vivo no canal 66 analógico e 185 digital, e
pela TV digital aberta no canal 61.2.
Solicito a todos que permaneçam em pé
para um minuto
de silêncio em homenagem às vítimas das tragédias de Mariana, em Minas Gerais,
e de Paris, na França.
* * *
- É feito um minuto de silêncio.
* * *
O SR.
MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado a todos.
O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP -
Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a
aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a
leitura da Ata.
Senhoras deputadas, senhores deputados, minhas senhoras e meus senhores,
esta sessão solene foi convocada pelo presidente efetivo desta Casa, deputado
Fernando Capez, atendendo solicitação deste deputado,
com a finalidade de homenagear o Dr.
Claudio Lottenberg, presidente da Sociedade
Beneficente Israelita-Brasileira Albert Einstein.
Cito, também, os componentes desta Mesa: Dr. Claudio Lottenberg, presidente da
Sociedade Beneficente Israelita-Brasileira Albert Einstein; nosso sempre
governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho; nosso também sempre
governador de São Paulo, Alberto Goldman; os deputados estaduais e federais aqui presentes, que sempre participam de
todas as solenidades; o nosso decano, o médico e deputado estadual Antonio
Salim Curiati, que aqui se encontra; o
deputado líder do PSDB, Carlão Pignatari, que está à minha esquerda também
prestigiando este evento; o deputado estadual Barros Munhoz, ex-presidente
desta Casa; o deputado estadual José Zico Prado, que também está presente; o
deputado Duarte Nogueira, secretário de Logística e Transportes do Governo do
Estado de São Paulo; a senhora Linamara Rizzo Battistella, secretária de Estado dos Direitos da Pessoa
com Deficiência do Estado de São Paulo; o deputado federal Jorge Tadeu Mudalen, que também está presente; e o Dr. Moises Cohen,
meu grande amigo, que veio prestigiar esta noite.
Acaba de chegar a esta Casa, representando o governador
Geraldo Alckmin, o deputado Floriano Pesaro,
secretário de Estado de Desenvolvimento Social. (Palmas.)
Convido a todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino
Nacional de Israel e o Hino Nacional Brasileiro, executados pelo cantor Claudio
Goldman.
*
* *
- É feita a execução do Hino Nacional de Israel e do Hino Nacional
Brasileiro.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Esta
Presidência agradece o cantor chazan Claudio Goldman.
Por compromissos assumidos anteriormente, o presidente Fernando Capez não pôde estar presente, mas deixou gravado um vídeo,
que assistiremos a seguir, para falar em nome dos deputados.
* * *
- É feita a exibição do vídeo.
* * *
O SR.
PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - A Assembleia Legislativa presta hoje uma
justa homenagem ao Dr. Claudio Luiz Lottenberg, cuja
história de vida e dedicação à saúde o conduziu à Presidência do Hospital
Israelita Albert Einstein.
Sinto-me muito honrado em presidir esta sessão solene e poderia passar um
longo tempo discorrendo sobre as qualificações do nosso homenageado.
Todos nós já conhecemos seu intenso trabalho como médico.
Mas além desse trabalho dedicado à saúde, empenha-se na administração do
Hospital Israelita Albert Einstein, como seu presidente, há quase 14 anos.
Ainda atua na pós-graduação da Universidade Federal de São Paulo, uma das
mais respeitadas de nosso país. Já tem ocupado inúmeros outros relevantes
cargos, inclusive secretário municipal da Saúde.
A sua visão ampla no exercício da medicina autêntica, e que é realmente
relacionada com a visão realista de sua juventude, foi levada a cabo em sua
atividade profissional. E como resultado, temos metodologias e pensamentos
inovadores que, aplicados, ajudaram a transformar o Hospital Albert Einstein em
uma referência para o nosso Estado e toda a Nação.
Conhecemos suas posições extremamente abalizadas sobre o exercício da medicina
no Brasil. Como disse uma conhecida revista recém-publicada, além de médico
atuante e um executivo de opiniões e atitudes originais e corajosas, não
podemos deixar de mencionar nessa rápida apresentação sobre o objetivo que o Dr. Claudio Luiz Lottenberg sempre
expôs no sentido de tornar a medicina mais virtuosa, mais humana, mais próxima
de alguém que sofre - que é o paciente fragilizado pela doença e que encontra
no seu médico alguém que realmente se interesse por ele e na sua sincera
cura.
Essas foram, sem sombra de dúvida, excelentes bases que nortearam o
universo acadêmico em sua nova faculdade de medicina.
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nesta sessão solene,
homenageia não somente o homem, o cientista, o professor, o administrador e o
profissional Dr. Claudio Luiz Lottenberg, mas toda a
exitosa medicina bandeirante.
Assim, o povo paulista presta-lhe hoje esta homenagem pelo que ele fez, pelo que ele faz e pelo muito que ainda fará por todos.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR.
MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Também registramos e agradecemos
as presenças da ex-deputada Clara Ant; os vereadores
da capital Andrea Matarazzo, Mário Covas Neto, Adolfo Quintas, e Ari Friedenbach; o comandante Amaral, representando o
vice-almirante Castilho, comandante do 8º Distrito Naval; Jayme Blay, presidente da Câmara Brasil-Israel de Comércio e
Indústria; Manuel Corrêa, diretor-geral da Saint-Gobain - Distribuição Brasil/Telhanorte; Heraldo Marchezini,
presidente da Biomm Technology; Florentino de Araújo
Cardoso Filho, presidente da Associação Médica Brasileira; o sempre deputado Eleuses Paiva, vice-presidente da Associação Médica
Brasileira, AMB; Eduardo Wurzmann, representando a
Confederação Israelita do Brasil; Jorge Carlos Machado Curi,
conselheiro federal, representando o Conselho Federal de Medicina; Dr. Pedro Eberhardt, presidente da Arteb; Claudio Bobrow,
presidente do Fundo Comunitário de São Paulo; Carlos Alberto Goulart,
presidente Executivo da Abimed; Dr. Yoel Barnea, cônsul-geral de
Israel em São Paulo.
Agradecemos ainda ao Dr. José Roberto Baratella,
presidente da Academia de Medicina São Paulo, que nesse momento fará uso da
palavra.
O SR. JOSÉ ROBERTO BARATELLA -
Excelentíssimo deputado Delegado Olim, em nome de
quem cumprimento todos os componentes da tribuna de honra; minhas senhoras e
meus senhores; caro confrade Claudio Lottenberg, caro
companheiro do Hospital Israelita Albert Einstein; é com
muita satisfação que, como presidente da Academia de Medicina de São Paulo, e
como companheiro do Hospital Albert Einstein, estamos presentes nesta
justa homenagem prestada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo,
por iniciativa do deputado Delgado Olim.
Cremos que essa láurea outorgada pela principal Casa
Legislativa brasileira - nós sabemos que há duas outras Casas
Legislativas em Brasília, mas dado o momento político brasileiro me parece que
esta é a principal Casa Legislativa brasileira - vem coroar neste momento sua
brilhante carreira profissional. Aliás, temos a recordação de que em uma de
suas primeiras aparições públicas comentávamos ao lado do professor José Pinus, que àquele rapaz estava destinado um futuro
promissor. Acreditamos que nós estávamos certos.
Entretanto, sua viva inteligência, sua capacidade retórica e sua
perspectiva em atingir sempre metas mais ambiciosas mostra que o ápice ainda
não foi atingido. Receba, portanto, nossas congratulações e o nosso abraço
amigo. (Palmas.)
O SR.
MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Agradecemos ao Dr. José Roberto Baratella, por suas palavras.
Ouviremos agora palavras do Dr. Bráulio Luna
Filho, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo.
O SR. BRÁULIO LUNA
FILHO - Boa noite a todos. Não esperava ser contemplado com essa
oportunidade de saudar publicamente Claudio Lottenberg.
De qualquer maneira, faço com emoção, com grande admiração, porque é uma pessoa
com quem passei a me relacionar há pouco mais de 10
meses, numa atividade que oportunamente exerço como presidente do Conselho
Regional de Medicina.
Como presidente, faço meu trabalho em nome de todos os
médicos do estado de São Paulo, mas com a perspectiva de que, assim fazendo,
faço em prol de uma medicina de alto nível para toda a população brasileira. Foi
nesse cenário que passei a me relacionar com o Dr. Claudio Lottenberg,
uma pessoa que merece todos os nossos elogios, mas
particularmente de mim, um desconhecido dele. Com Claudio Lottenberg,
tive uma grata surpresa, na medida em que fiz uma proposta audaciosa no momento
em que vivemos - a formação médica com grandes complexidades, com aumento
exagerado de escolas médicas, com decaimento muito grande da qualidade da formação.
E, nesse cenário, procurei me aconselhar e conversar com o Dr. Claudio Lottenberg se era possível uma parceria no sentido de
melhorar a formação médica dos estudantes de medicina.
Qual foi minha surpresa ele ter aceitado esse desafio de
construir um cenário em que não fosse meramente legal, construir uma lei que
exigisse que o indivíduo, para ser médico, devesse ter formação adequada. No
Brasil, isso é uma heresia. Nos últimos cinco anos, não
conseguimos prosperar nesta direção no Congresso Nacional.
Então, conversando com o Dr. Claudio Lottenberg,
enfrentei o desafio de melhorar a formação médica. De criar isso como um valor
em si muito grande - que o mercado brasileiro reconheça o bom médico e não
simplesmente seu diploma.
Não vou me exceder muito. Claudio Lottenberg
aceitou esse desafio. Foi a primeira instituição não
acadêmica que aceitou colocar no seu Regimento Interno a necessidade de uma
qualificação feita pelo Conselho Regional de Medicina, que faz o exame público
há 10 anos, com qualidade internacional.
Portanto, esta é a oportunidade de reconhecer não só o seu
talento, mas de mostrar que esse pequeno gesto que você fez na nossa direção
teve um tremendo impacto para o Conselho Regional de Medicina. O Conselho,
hoje, queria um desafio para a sociedade brasileira de que não é mais possível
aceitarmos pessoas que não são médicas, no sentido real do termo, exercendo a medicina
no estado de São Paulo. Nosso próximo desafio é que o Governo do Estado de São
Paulo assuma esse compromisso também de exigir qualidade de seus formandos.
De maneira que quero externar publicamente meu agradecimento
ao Claudio Lottenberg, uma pessoa que foi de uma
audácia muito grande quando aceitou me receber e aceitou encampar essa
proposta.
Muito obrigado, Claudio, muita felicidade na sua atividade,
que sei que você tem muito a contribuir pelo país. (Palmas.)
O SR MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINÍCIUS - A seguir, ouviremos o Dr. Florentino de
Araújo Cardoso Filho, presidente da Associação Médica Brasileira, AMB. (Pausa.)
Fomos informados de que o Dr. Florentino teve que se ausentar.
A seguir, assistiremos à exibição de um vídeo.
* * *
- É feita a exibição de vídeo.
* * *
O SR PRESIDENTE - DELEGADO OLIM -
PP - Tem a palavra o deputado Floriano Pesaro,
secretário de Estado do Desenvolvimento Social, representando, neste ato, o
governador Geraldo Alckmin.
O SR. FLORIANO PESARO - Boa
noite a todos, boa noite a todas, boa noite Dr.
Claudio Lottenberg, Delegado Olim,
que felicidade a sua de propor essa justa homenagem.
Felicidades ao presidente Capez, que, mesmo lá
em Chicago, antes de viajar, pôs em votação e, unanimidade desta Casa, os
líderes Barros Munhoz, Carlão Pignatari e demais deputados estaduais aprovaram
esta homenagem ao nosso Dr. Claudio Lottenberg.
Quero aqui cumprimentá-lo, Dr. Claudio. O governador Geraldo Alckmin
estava conosco até agora e não conseguiu sair do Palácio. Então, pediu para que
eu viesse. Eu o aguardava para nós virmos juntos, mas não conseguiu sair do
Palácio, dada a quantidade de compromissos ainda na agenda. Mas pediu para que
eu o representasse e estendesse a todo este plenário a sua alegria e o seu
reconhecimento pelo vosso trabalho.
Quero cumprimentar aqui a Ida, que faz o dia a dia ao lado do Dr. Claudio
Lottenberg. Parabéns estendido a você e também à dona
Cecília Lottenberg, mãe do homenageado, no nome de
quem quero estender os cumprimentos do governador a todos os familiares aqui
presentes.
Meus colegas secretários de Estado aqui presentes; os ministros aqui
presentes, o ministro José Gregório e o ministro Celso Lafer;
os nossos governadores; o nosso cônsul de Israel; os nossos rabinos.
Quero cumprimentar especialmente o Jack Terpins,
presidente do Congresso Judaico Latino-Americano; o Fernando Lottenberg, presidente da Conib;
Jayme Blay, presidente da Câmara Brasil-Israel.
Demais secretários municipais, vereadores, autoridades civis, militares e
autoridades religiosas.
É um enorme privilégio, eu diria imenso, participar da homenagem da
Assembleia Legislativa ao meu amigo pessoal, o Dr. Claudio
Lottenberg. Filho de um gravateiro e de uma dona de
casa.
Lottenberg
diz que descobriu a medicina por causa do pai, que via
nos médicos uma espécie de alma sacerdotal. Tamanha foi a
influência paterna que os três filhos entraram para o campo da Saúde: o irmão
mais velho do Lottenberg oftalmologista é
endocrinologista; e a caçula, dentista.
Dr. Claudio é
professor e coorientador do Curso de Pós-Graduação em Oftalmologia da Escola
Paulista da Medicina que, a partir de 1994, tornou-se Universidade Federal, a Unifesp. Lá, ele se formou e fez a residência de três anos.
Também estudou no exterior para se tornar o oftalmologista de renome que é hoje
em nosso país.
Pai de cinco
filhos, sendo dois pequenos gêmeos, é autor do livro “A saúde brasileira pode
dar certo”. Este homem, extremamente organizado, ainda foi secretário municipal
de Saúde, de quem eu tive a honra e o privilégio de ser colega.
Apesar de
presidente da Confederação Israelita do Brasil e conselheiro da Associação
Hebraica de São Paulo, suas atividades primordiais são a clínica - aberta em
90, onde pratica a oftalmologia, tem mais de 10 unidades e já atendeu mais de
150 mil pacientes - e a presidência do Hospital Israelita Albert Einstein.
Todo
brasileiro conhece o Einstein, que é uma instituição famosa no Brasil e no
exterior pela sua excelência. O hospital tem uma atuação meritória de
benevolência - eu sou testemunha, como secretário municipal de Assistência
Social e, agora, como secretário de Estado da Assistência Social - com a favela
Paraisópolis, uma das maiores do país. Um programa de
apoio ao Sistema Unificado de Saúde, um programa educacional de vanguarda abrindo
até, recentemente, uma Faculdade de Medicina.
O Einstein é
pioneiro na área de transplantes e em muitas especialidades. Junto ao Hospital
Albert Einstein, eleva a qualidade da medicina nacional e latino
americana, sendo não só um hospital reconhecido, mas o seu presidente,
Dr. Claudio Lottenberg, reconhecidos
mundialmente. São 630 leitos, 220 mil metros quadrados, 32 salas de cirurgia,
mais de 11 mil colaboradores e 35 iniciativas sociais com orçamento de mais de
1 bilhão e meio de reais.
Tudo isso
administrado pelo incansável Claudio Lottenberg e sua equipe bem
escolhida. Esse é o médico renomado, que chega regularmente ao hospital por
volta das seis e meia da manhã. Por isso, provavelmente, o filho estranhou
quando estava às sete e meia em casa.
Como gosta de
citar, enfatiza que o segredo para o tempo funcionar é ter prazer naquilo que a
gente faz - e o Claudio sabe identificar todos aqueles que fazem o seu ofício
com prazer. Sabe e enfatiza o prazer como algo fundamental para o
desenvolvimento do trabalho.
Vale lembrar que,
no curto espaço de tempo em que o Claudio preside a Associação Israelita Albert
Einstein, o número de leitos da nossa comunidade judaica - e de todos os
paulistas - quintuplicou.
Sendo
um homem espiritualizado, Lottenberg também tem uma
intensa atuação comunitária - eu diria, praticamente, em todas as associações,
especialmente a israelita, que tem a presença, a mão forte e o espírito do
Claudio do ponto de vista do seu desenvolvimento - trabalhando efetivamente
para que os anseios do povo judeu aqui, e em todo mundo, sejam alcançados.
Um lado inusitado
do Claudio - e que pouca gente sabe - é que ele também é formado em hazanut. Foi hazan, o canto
litúrgico da religião judaica. Claudio é um homem de fé. Com justiça, e grande
orgulho, a Assembleia Legislativa reconhece o que essa pessoa representa para o
nosso estado. O governador Geraldo Alckmin, novamente, reitera o privilégio de
poder enaltecer, a partir deste discurso, a assertiva desta Assembleia
Legislativa na figura do deputado Delegado Olim e dos
nossos líderes.
Reitero, portanto,
o privilégio de poder enaltecer o meu amigo pessoal,
Claudio Lottenberg.
Claudio, São
Paulo tem muito orgulho do seu trabalho e muito orgulho de você. Parabéns. Mazal Tov! (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Agradecemos as palavras do deputado Floriano Pesaro,
secretário de Estado de Desenvolvimento Social, aqui representando o governador
Geraldo Alckmin.
Autoridades
convidadas que não puderam comparecer a esta cerimônia, mas que enviaram
agradecimentos e cumprimentos ao homenageado: Exma.
Sra. Dilma Roussef, presidente da República; Exmo.
Sr. Michel Temer, vice-presidente da República; os ex-presidentes Fernando
Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva; ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal e do
Conselho Nacional de Justiça; ministro José Antonio Dias Toffoli,
presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal
Federal; Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central; Exma. Sra. Nilma Lino Gomes,
ministra de Estado do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos
Direitos Humanos; senadora Marta Suplicy e Prof. Edevaldo
Alves da Silva.
Neste momento
chamamos o Deputado Delegado Olim, juntamente com as
autoridades presentes, à Mesa, para fazer a entrega do Colar de Honra ao Mérito
Legislativo do Estado de São Paulo ao homenageado desta noite, Dr. Claudio Luiz
Lottenberg.
* * *
- É feita a entrega da homenagem.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Este colar foi instituído através do Ato da Mesa nº 28, de 2015, a ser
conferido pela Assembleia Legislativa a pessoas naturais ou jurídicas,
brasileiras ou estrangeiras, civis ou militares, que tenham atuado de maneira a
contribuir para o desenvolvimento social, cultural e econômico de nosso estado,
como forma de prestar-lhes, pública e solenemente, uma justa homenagem.
Neste momento
é feita a foto oficial do homenageado e das autoridades presentes conosco.
* * *
- É feita a fotografia oficial.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Parabéns ao homenageado, Dr. Claudio Luis Lottenberg.
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Com a palavra o homenageado, Dr. Claudio. Peço ao Cerimonial que
acompanhe o Dr. Claudio até a tribuna dos deputados. Só quem tem o voto popular
pode falar dessa tribuna, mas hoje o senhor fará parte, hoje o senhor é o dono
da Casa e o dono da festa, além de ser o mais homenageado. Por gentileza,
desça, fale e fique à vontade.
O SR. CLAUDIO
LUIZ LOTTENBERG - Meu prezado e querido deputado
Delegado Olim, a quem agradeço demais pela gentileza
e pela generosa homenagem; prezado e querido governador Fleury, amigo e querido
paciente, a quem agradeço pela presença; prezado e querido amigo governador
Alberto Goldman, a quem tenho enorme respeito; prezado e querido Floriano Pesaro, secretário de Estado da área de Desenvolvimento
Social; meus amigos componentes da Mesa, senhoras e senhores, para dizer a
verdade, tentei no dia de ontem ensaiar algo que
pudesse ser escrito. Confesso que sentei duas vezes ao computador e, numa
delas, o Gustavo sentou em um colo. Ele queria datilografar no computador,
muito possivelmente já puxando alguns traços genéticos do pai. Quando
finalmente ele sossegou e percebeu que não poderia me ajudar, o outro, Fábio,
veio e também sentou. Cheguei à conclusão que o melhor era realmente tentar
falar de improviso, algo que certamente traria muito mais uma proximidade e
retrataria muito mais a alegria e o prazer que estou sentindo neste momento.
Confesso a
vocês que fiquei muito feliz com a homenagem. Janusz Korczak, que foi um pediatra e educador, dizia que nós não
solicitamos uma homenagem e não demandamos, mas também não negamos ou
rejeitamos. É por isso, deputado Delegado Olim, que
eu recebo, com muito orgulho e satisfação, a honra que V. Exa.
me concede ao prestar esta homenagem em um momento
muito especial da minha vida, um momento de maturidade no contexto daquilo que
me propus a fazer, dentro de uma vida pautada por valores e ideais.
Eu nasci e
cresci na cidade de São Paulo. Adoro esta cidade e este país. Quando muitos se
orgulham dos seus currículos e de uma formação acadêmica sofisticada, o maior
orgulho da minha formação reside no seio da minha casa. Há pouco, o Floriano Pesaro citou o meu pai, que nasceu em Odessa,
na Rússia. Ele era uma pessoa que tinha enorme orgulho de ser brasileiro,
porque havia servido ao Exército do Brasil.
Portanto,
envolto em um sentimento patriótico, posto que o Exército é
um símbolo nacional, Marcos Lottenberg viveu, cresceu
e se desenvolveu neste país. Embora imigrante, era cidadão brasileiro e,
durante a sua vida, ensinou isso aos seus filhos. Ele teve a felicidade de se
casar com uma pessoa absolutamente impecável, minha querida mãe que, aos 93
anos de idade, está aqui presente. Eles constituíram a melhor faculdade que eu
poderia cursar - a “Faculdade Marcos e Cecília Lottenberg”.
(Palmas.)
Alguns se
orgulham de grandes centros acadêmicos, de terem frequentado universidades fora
do País. Talvez eles possam discursar sob esta perspectiva da referência que um
currículo pode trazer. Contudo, eu aprendi uma coisa. Os currículos podem
trazer qualquer tipo de declaração, mas nenhum deles é capaz de atestar
validade e qualidade de caráter. Caráter é reprodução de valores, caráter é
reprodução de princípios. A “Faculdade Lottenberg” me
ensinou isso. Ela me contextualizou no exercício das minhas atividades.
Como se eu já
não tivesse sorte na minha atividade de educação e na minha faculdade, Deus
ainda me concedeu outro privilégio: encontrar alguém que tivesse em sua
realidade a perspectiva de uma professora de pós-graduação. Eu voltei dos
Estados Unidos na sexta-feira. O Sidney Klajner
estava sentado, conversando comigo. Ele perguntou se eu veria o filme antes.
Respondi que não iria conseguir esperar, pois sou curioso. Disse que, pelo
menos, passaria os olhos.
Comecei a
assistir e me deparei com o que a Ida falava. Achei que ela foi um pouco
exagerada em alguns sentidos, mas conseguiu sintetizar muito bem com o seu
senso de humor e sua espiritualidade.
Se não
tivermos ao nosso lado pessoas que nos estimulem, nos joguem para cima, nos
coloquem na dianteira e queiram, de fato, nos sensibilizar e nos envolver, não
conseguimos traçar qualquer caminho na nossa vida. Acho que a Ida representa
muito bem esse lado. Portanto, sou graduado de uma forma positiva e
pós-graduado de uma forma ainda melhor. (Palmas.)
Eu tive
algumas felicidades em minha vida. Estudei perto desta Assembleia Legislativa.
Foi interessante, porque na manhã de ontem eu comecei a lembrar de alguns
momentos da minha vida. Nos Estados Unidos, eu e o Sidney passamos a semana
passada discutindo questões de corporação tecnológica. Fiz questão absoluta de
telefonar para algumas pessoas. Por quê?
Porque eu não
posso enxergar esta Assembleia Legislativa sem me lembrar de Jacob Salvador Zveibil, que era amigo de meu pai. Para nós, judeus, ele
era um verdadeiro estadista. Fiz questão de telefonar para a família Cunha
Bueno, porque poucas pessoas - no contexto público e em uma época difícil que
foi a ditadura militar - simpatizaram com a causa de uma forma tão verdadeira e honesta como a família
Cunha Bueno. Eles absorveram o contexto da relação judaica neste país e
trabalharam pelas nossas instituições.
De repente,
entro aqui e vejo o meu querido Barros Munhoz. Aliás, faz tempo que ele não
checa os seus olhos. Deve estar enxergando bem, graças a Deus. Há pouco, recebi
uma mensagem muito simpática do sempre presidente desta Casa, senhor Walter
Feldman, que tem uma relação extremamente carinhosa e afetuosa comigo e com a
comunidade. No fundo, ele é um médico, sempre foi um médico, meu colega de
Escola Paulista de Medicina.
Falar da
Assembleia é falar de grande parte de minha vida. Eu morava aqui perto, vivia
aqui perto. Eu participava ativamente de uma série de coisas que aconteciam
aqui dentro. Portanto, essa homenagem que me é prestada tem um simbolismo muito
forte no contexto da minha vida.
Há cerca de 14 anos, deputado, se o senhor consultar as bases
de dados desta Casa, verá que foi realizada aqui uma importante homenagem à
classe oftalmológica. Por essa razão também, antes de vir para cá, na semana
passada, pedi para a Cristina que telefonasse ao deputado Salim Curiati, que está aqui presente, médico oftalmologista e
criador do “Dia do Oftalmologista”. Naquela época, acabávamos de perder Ayrton
Senna; ontem, eu estava presente justamente no autódromo; não há como visitá-lo
e deixar de se lembrar de uma figura como foi Ayrton Senna.
Acho
importante falar de Ayrton Senna, pois ele sempre foi uma pessoa que se orgulhava, que falava bem de ser brasileiro. O Brasil sempre
terá crises, sempre terá problemas. O Brasil sempre terá dificuldades e não
cabe a nós questionarmos aquilo que o Brasil pode fazer por nós, mas sim o que
nós podemos fazer pelo Brasil. Ou seja, a resposta a qualquer tipo de crise é a
resposta do trabalho. Na verdade, Ida, essa foi a
resposta que você muito bem narrou e que tive, graças a Deus, a felicidade de
incorporar no convívio e na relação com meu saudoso pai.
Vivi dentro
desta Assembleia durante bom período de minha vida, me espelhando e
participando. Citei a Escola Paulista de Medicina, onde tive o prazer de poder
me desenvolver como médico oftalmologista. Exerço com paixão, com amor.
Infelizmente,
Floriano, você está desatualizado. Tenho direito também - já que o deputado Olim falou - de fazer um pouco de propaganda: são 18
clínicas. São 350 profissionais que conosco trabalham. São 50 médicos
oftalmologistas que atuam conosco. Portanto, tenho muito orgulho daquilo que
construí em minha vida profissional.
Mas, de
verdade, se posso citar alguma coisa que me tem muito valor, é a vida dentro da
comunidade judaica. Fui convidado pelo meu antecessor, Reynaldo Brandt, para
integrar sua diretoria. O Hospital Israelita Albert Einstein é um orgulho não
apenas para a comunidade judaica. O Hospital Israelita Albert Einstein é um orgulho para a comunidade brasileira, referência que é em
termos de qualidade, referência que é na utilização de recursos tecnológicos,
referência que é na geração de conhecimento.
O Hospital
Israelita Albert Einstein teve, no bojo de sua história, figuras que são
absolutamente singulares. Não fiz nada além do que dar sequência àquilo que
figuras como Manoel Tabacow Hidal,
Jozef Fehér e Reynaldo
Brandt fizeram em períodos anteriores à minha gestão. O que pude fazer foi
aprimorar. Recebemos um hospital em ordem, bem estruturado, e o fizemos
crescer. O Mario Adler, que é nosso vice-presidente
do nosso Conselho Deliberativo, sabe muito bem como foi a
luta para que esse hospital pudesse funcionar.
Quando o
hospital nasceu, na região do Morumbi, existia fundamentalmente um trabalho que
encenava a construção do estádio do glorioso São Paulo Futebol Clube e um local
que seria a sede, primeiramente, de uma universidade, mas que virou o Palácio
dos Bandeirantes. O terreno foi ali comprado porque se tratava de uma região
menos custosa. Era mais barato, e a cidade cresceu para aquela região. O
Einstein, antes mesmo de existir como hospital, já tinha, na sua realidade, a
existência de um programa maravilhoso de assistência às crianças carentes da região,
que se materializou dentro do “Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis”, que hoje é dirigido pela entusiástica e
incansável Telma Sobolh.
Então, o
Einstein nasceu com princípios fortes e com valores. Nós tínhamos a obrigação
de dar sequência a isso e honrar os valores que criaram essa organização. É
verdade que o hospital dobrou de tamanho. É verdade que o hospital, hoje, tem
um papel em várias partes da cidade de São Paulo. É verdade que o hospital,
hoje, é referência para o nosso país em uma série de frentes: na cooperação
tecnológica, na prática de qualidade, com programas de referência de qualidade
para o próprio Ministério da Saúde.
Há o “Projeto
Parto Adequado”; temos um dos maiores programas, senão o melhor programa de
transplante hepático do mundo, que acontece dentro do nosso hospital. Se não
bastasse um hospital público - e está aqui Henrique Neves -, nos próximos dias
já teremos um segundo hospital público, o que dá uma noção daquilo que
crescemos nos últimos anos no sentido da responsabilidade social.
Para o judeu,
justiça social não é simplesmente caridade. Justiça social é inclusão. É isso
que marca a vida desta comunidade e eu poderia dizer de uma série de exemplos,
pois, antes mesmo de a FAB chegar ao Haiti, o Hospital Israelita Albert
Einstein já estava lá. Quando houve o incêndio trágico na cidade de Santa
Maria, tomamos conhecimento de maneira praticamente simultânea com o ministro
da Saúde. Junto com o ministro, embarcamos de São Paulo um grupo de médicos do
Hospital Israelita Albert Einstein para prestar assistência. A Clara Ant, que está aqui presente, sabe muito bem que, quando
surgiu o programa “Fome Zero”, uma das primeiras instituições a apoiar o
programa de inclusão social, independentemente de qualquer condição, como sempre,
foi o Hospital Israelita Albert Einstein.
Participei do
Conselho de Segurança Alimentar do governo Luiz Inácio Lula
da Silva, participei do Conselho Nacional de Assistência Social ao lado
do Floriano Pesaro no governo do presidente Fernando
Henrique Cardoso. Por quê? Porque o meu compromisso é com este País. O
compromisso desta comunidade é com este País. O compromisso deste hospital é
com este País e por ele trabalhamos e por ele nós faremos, porque amamos esse
Brasil que nos recebeu.
O rabino
David Weitman sempre diz :“Esse
País recebe bem a todos, esse País dá oportunidade a todos, esse País cria
condições e abre suas portas a todos para que possam se desenvolver.” No
contexto do meu convívio com a Ida eu tive o prazer de conhecer as histórias
contadas pela minha sogra a respeito do que acontecia na Polônia nos períodos
de perseguição pelos quais os judeus acabaram passando.
É do
governador Alberto Goldman que tenho uma das histórias mais emblemáticas, que
aconteceu quando ele pôde visitar a Polônia, o que ele fez somente após o
falecimento do seu pai. O governador queria naquela época, se não me falha a
memória, visitar os cemitérios, e perguntou aos poloneses onde estavam os
cemitérios nos quais estavam enterrados os judeus. Os poloneses apontavam para
os campos e o governador disse: “Vocês conseguiram matar os judeus duas vezes,
quando mataram e depois que eles morreram, destruindo até a existência dos
cemitérios.”
Portanto,
quando falo da minha comunidade, do meu Brasil, do exercício da medicina, quando
lembro aspectos da minha família, quando me recordo da minha infância, dos meus
pais, Ida, você está absolutamente certa, você e o secretário Floriano Pesaro, eu não sei viver sem paixão. A minha vida é movida
por paixão. Visão de futuro e estratégia, base sólida, mas, sobretudo, paixão.
Se já é difícil sem paixão, imaginem o que fazer se por acaso não tivermos
paixão.
Vejo aqui uma
pessoa emblemática, Pascoal, da área do banco de córneas, uma pessoa que me
acompanha há anos e que dirige uma das entidades mais emblemáticas, que é o
banco de olhos de São Paulo, o banco de olhos de Sorocaba. Eu
lembro quando começamos a conversar sobre a questão de transplante de córneas,
sobre a dificuldade que era para se obter uma córnea nesse Estado e o trabalho
que vocês fizeram em Sorocaba e nós aqui em São Paulo, criando o segundo banco
de córneas, que foi criado no Hospital Israelita Albert Einstein.
Começo a
pensar o que tentamos fazer na área de Educação. Se hoje temos cerca de oito
mil alunos nos nossos cursos de pós-graduação, 15 mil colaboradores e agora uma
faculdade de medicina, meus amigos, não tem forma, não há por que parar e a
gente não pode parar. Por que a gente não pode parar?
Primeiro,
porque temos a obrigação de atender àqueles que nos procuram, dando o melhor
atendimento e o melhor daquilo que podemos produzir. Mas também temos uma
responsabilidade com aqueles que trabalham conosco, que precisam do nosso
crescimento para sua realização pessoal.
É em nome
dessas pessoas que nos ajudam, desses colaboradores, em nome da minha
comunidade, da comunidade judaica, em nome da sociedade paulistana e da
sociedade de São Paulo, em nome dos valores em que acredito,
em nome da minha família e da minha medicina eu, neste momento, de maneira
muito franca, objetiva e carinhosa, lhe agradeço por essa homenagem, deputado Olim.
Acho que ela
vem em um momento muito importante da minha vida, mas, sobretudo, em um momento
muito importante do contexto da sociedade internacional. Sexta-feira passada fomos surpreendidos com um episódio dos mais tristes. Pois
saibam os senhores que aquilo que ocorreu na França ocorre em Israel
diariamente. Tivemos a oportunidade de visitar Israel há cerca de três semanas,
um grupo de brasileiros não judeus que tiveram a chance de ver aquilo que
acontece. Esse cenário de terror que aconteceu em Paris nada mais é do que o
que acontece em Israel.
Israel que é
um polo democrático, Israel que é um polo de incorporação
tecnológica, Israel que é uma referência para o mundo em termos de apropriação
de conhecimento, porque quem está lá percebe que não existe outra coisa a ser
produzida que não seja o conhecimento. Também é em nome de Israel que
nós trabalhamos porque para nós, judeus, a questão do antissemitismo é algo
muito claro. Se o antissemitismo durante a época da inquisição se transvestiu
de um caráter de discriminação religiosa, durante a Segunda Grande Guerra
Mundial ele marcou pela intolerância, aí sim, de caráter racial.
Hoje ele vem
maquiado na forma de anti-israelismo. Digo isso para
vocês de peito aberto, porque acredito muito naquilo que faço,
em que me integro, em que me entrego e faço com muito amor.
Agradeço a
presença de vocês, meus amigos. Agradeço ao deputado Olim,
agradeço às autoridades e agradeço, sobretudo, a Deus. Acho que as pessoas não
necessariamente devem ter na religiosidade um foco de inspiração. A religião,
claro, talvez seja uma maneira mais tangível de atingirmos a fé. Mas a fé não
deriva simplesmente do sentido religioso; a fé é a crença. Enquanto houver
crença, otimismo e amor, vamos lutar e trabalhar. Eu amo o que faço, amo este País e as pessoas com quem trabalho. Minha
mãe está aqui quietinha. Ela sabe que hoje estou encerrando um capítulo. Estou
de pé; seis e meia pode ser tarde, mas estou pronto para trabalhar. Muito
obrigado e grande abraço a todos vocês. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Neste momento, solicitamos ao homenageado desta noite, Dr. Claudio
Luiz Lottenberg, que proceda à entrega de homenagens.
Entregará flores às senhoras Ida Sztamfater, sua
esposa, e Cecilia Lottenberg,
sua mãe. Mais uma vez parabenizamos ao homenageado Dr. Claudio Luiz Notemberg, presidente da Sociedade Beneficente Israelita
Brasileira Albert Einstein. (Palmas.)
* * *
- É feita a
entrega de homenagens.
* * *
O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Parabéns, doutor. Convido o cantor e chazan Claudio
Goldman para a execução da melodia “Jerusalém de Ouro”.
* * *
- É feita a
execução de música.
* * *
O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Esta Presidência agradece ao cantor chazan
Claudio Goldman.
Estamos no
fim desta solenidade. Hoje, fiz rapidamente um rascunho. Dr. Claudio, gostaria que o senhor soubesse da emoção, do que eu estou
sentindo por hoje poder homenageá-lo, o senhor e a sua instituição. Sou delegado
de polícia há 23 anos e, nessa minha vida pública, desvendei vários crimes,
vários casos, tirei várias pessoas de cativeiro: crianças, senhoras, senhores,
pessoas jovens. Nesses meus anos, Deus sempre me deu a sorte e o trabalho de
chegar e poder tirá-las. Não tem nada mais gratificante para um policial que
levar essas vítimas para os seus entes queridos, seus pais, poder ver a família
aguardando e entregá-las vivas e sem nenhum problema.
Queria deixar
claro o porquê de eu estar falando disso. O senhor é um salva-vidas também. A
sua profissão, o seu hospital, o senhor, os senhores, a colônia e aqueles que
estão aqui prestigiando o senhor fazem pelo povo. Então é a mesma emoção que
tirar uma vítima de cativeiro e levar para o seu ente querido. Não tem nada que
pague, não tem dinheiro que pague, não tem nada que seja mais gratificante. No
senhor eu vejo isso, vejo-o como uma pessoa que faz isso todos os dias.
Agradeço a
sua presença, agradeço o fato de o senhor ter aceitado o convite, agradeço a
presença de todos. Tenho vários amigos médicos, vários amigos empresários. O
senhor merece mais do que isso, o senhor e a sua família. Todos os deputados,
os 94 deputados fizeram questão de que a homenagem a você fosse feita hoje. Foi
feita hoje porque este é o único dia que se pode usar este plenário, só sextas
e segundas-feiras. Nos outros dias só os deputados. Sinta-se cumprimentado por
todos. A minha sensação é a mesma, de entregar uma criança para uma família. Shalom!
Esgotado o objeto da presente sessão, a Presidência agradece às
autoridades, à equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de
Atas, do Cerimonial, da Secretaria-Geral Parlamentar,
da Imprensa da Casa, da TV legislativa, das Assessorias da Polícia Civil e da
Polícia Militar que aqui se encontram, bem como ao Dr. Marzagão,
pelo apoio que nos deu, e à Vera, a toda assessoria e a todos os presentes que
colaboraram com o êxito desta sessão. Convido a todos para o coquetel que
será servido no Hall Monumental.
Está
encerrada a sessão.
* * *
- Encerra-se
a sessão às 21 horas e 38 minutos.
* * *