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30 DE MAIO DE 2014

025ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO Á REALIZAÇÃO DA ENTREGA DO IX PRÊMIO ÁFRICA BRASIL 2014 "COPA DO MUNDO 2014"

 

Presidentes: CARLOS GIANNAZI e LUIS CARLOS GONDIM

 

RESUMO

 

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que o presidente Samuel Moreira convocara a presente sessão solene, a requerimento do deputado Luiz Carlos Gondim, com a finalidade de "Realizar a entrega do IX Prêmio África Brasil 2014 'Copa do Mundo 2014'". Nomeia as autoridades presentes. Convida o público a ouvir, de pé, os hinos da União Africana, da África do Sul e o Nacional Brasileiro. Defende que a história da África e afro-brasileira esteja presente nos currículos escolares da rede pública de ensino. Considera que o Brasil é o segundo país do mundo em termos de população negra, ficando atrás apenas da Nigéria. Lamenta que o racismo persista no Brasil. Cita o sociólogo brasileiro Florestan Fernandes sobre a inclusão da população afro-brasileiro na vida econômica e política de nosso País. Defende políticas afirmativas, como cotas, a fim de redimir a dívida que o Brasil possui com a população afrodescendente. Lembra os 50 anos do golpe militar no Brasil. Cita trecho da música "Milagres do Povo", de Caetano Veloso. Anuncia a exibição de vídeo institucional.

 

2 - LUIZ CARLOS GONDIM

Assume a Presidência. Justifica sua ausência no início desta sessão. Agradece ao deputado Carlos Giannazi pela condução dos trabalhos. Realiza a entrega do IX Prêmio África Brasil 2014 'Copa do Mundo 2014', na categoria 'Artistas' aos Srs. Airton Graça e Tommy Germain, atores.

 

3 - AÍLTON GRAÇA

Ator, cumprimenta os presentes. Agradece o recebimento do IX Prêmio África Brasil 2014. Cita grupo de estudos contra a discriminação racial, do qual participou no Hospital do Servidor, onde trabalhou como office-boy. Destaca a importância de grupos como este a fim de trabalhar a autoestima da população negra. Defende a disseminação da cultura oral afrodescendente. Fez apresentação musical.

 

4 - TOMMY GERMAIN

Ator, agradece a premiação. Diz se sentir acolhido no Brasil enquanto estrangeiro.

 

5 - PRESIDENTE LUIZ CARLOS GONDIM

Anuncia apresentação musical do grupo El Quba e Damian. Realiza entrega do IX Prêmio África Brasil 2014 'Copa do Mundo 2014', na categoria 'Arte de Cultura' para o Sr. Maurício de Souza, representado por seu filho, Mauro de Sousa.

 

6 - MAURO DE SOUSA

Representando Maurício de Souza, agradece pelo recebimento do prêmio. Destaca que a Maurício de Souza Produções está sempre empenhada em trabalhar com temas como a igualdade racial e a difusão da cultura afro-brasileira.

 

7 - PRESIDENTE LUIZ CARLOS GONDIM

Realiza entrega do IX Prêmio África Brasil 2014 'Copa do Mundo 2014', na categoria 'Comunicação', ao Senhor Oswaldo Martins (Wadão de Jesus).

 

8 - OSWALDO MARTINS

Comunicador, agradece à premiação.

 

9 - PRESIDENTE LUIZ CARLOS GONDIM

Realiza entrega do IX Prêmio África Brasil 2014 'Copa do Mundo 2014', na categoria 'Empresários' ao Dr. Abib Maldaun Neto.

 

10 - ABIB MALDAUN NETO

Médico, cumprimenta os presentes. Agradece o recebimento do IX Prêmio África Brasil 2014. Oferece seu prêmio à Nelson Mandela, por sua luta em prol da liberdade.

 

11 - PRESIDENTE LUIZ CARLOS GONDIM

Realiza entrega do IX Prêmio África Brasil 2014 'Copa do Mundo 2014', na categoria 'Empresários' ao Biyou'z Restaurante Afro, representado pela Senhora Melanito Biyouha.

 

12 - MELANITO BIYOUHA

Proprietária do Biyou'z Restaurante Afro, agradece o recebimento da premiação. Explica como ocorreu a ideia de fundar o restaurante, tipicamente africano.

 

13 - PRESIDENTE LUIZ CARLOS GONDIM

Realiza entrega do IX Prêmio África Brasil 2014 'Copa do Mundo 2014', na categoria 'Religiosidade' à Sra. Iyalorixa Carmem Oxum.

 

14 - CARMEM OXUM

Iyalorixá, agradece a todos. Enaltece a convivência entre brasileiros e africanos. Realiza homenagem a seus ancestrais. Faz apresentação musical.

 

15 - PRESIDENTE LUIZ CARLOS GONDIM

Realiza entrega do IX Prêmio África Brasil 2014 'Copa do Mundo 2014', na categoria 'Políticas Públicas', à deputada estadual Leci Brandão.

 

16 - LECI BRANDÃO

Deputada estadual, faz agradecimentos gerais. Considera que defende a população negra em seus pronunciamentos enquanto parlamentar. Combate o racismo institucional no Brasil. Canta as canções "Lá e Cá" e "Isso é Fundo de Quintal", de sua autoria.

 

17 - PRESIDENTE LUIZ CARLOS GONDIM

Nomeia as autoridades e personalidades que receberão o certificado de agradecimento pela colaboração ao Centro Cultural Africano. Realiza a entrega do IX Prêmio África Brasil 2014 'Copa do Mundo 2014', na categoria 'Jornalismo' a Sra. Patrícia Liberato, comunicadora.

 

18 - PATRÍCIA LIBERATO

Comunicadora, enaltece o trabalho realizado pelo deputado Luiz Carlos Gondim pelo trabalho realizado em Mogi das Cruzes. Enfatiza a importância da valorização da cultura negra.

 

19 - PRESIDENTE LUIZ CARLOS GONDIM

Presta homenagem ao Cônsul da Nigéria, Sr. Muntari Abdu Kaita com quadro de Nelson Mandela. Anuncia desfile das bandeiras de países africanos representados na Copa do Mundo 2014. Realiza entrega do IX Prêmio África Brasil 2014 'Copa do Mundo 2014', na categoria 'Relações Exteriores' ao Cônsul da Nigéria, Sr. Muntari Abdu Kaita.

 

20 - MUNTARI ABDU KAITA

Cônsul da Nigéria, faz pronunciamento em língua estrangeira.

 

21 - OTUNBA ADEKUNLE ADERONMU

Diretor-Presidente do Centro Cultural Africano, agradece a presença de todos no evento. Lembra o dia da luta pela independência da África.

 

22 - PRESIDENTE LUIZ CARLOS GONDIM

Defende a integração dos povos africanos na cultura brasileira. Pede o esforço de todos pelo fim do racismo no Brasil. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Boa noite a todos e a todas. Bem-vindos e bem-vindas à Assembleia Legislativa.

Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Nós estamos aqui no Plenário “Juscelino Kubitscheck” e vamos iniciar, então, a nossa sessão solene com a finalidade de entregar o 9º Prêmio “África-Brasil 2014, Copa do Mundo 2014”.

Esta audiência pública, esta Sessão Solene está sendo organizada a pedido do deputado Luiz Carlos Gondim.

Gostaria, então, de chamar, para compor a Mesa, o rei Otunba Adekunle Aderonmu, rei presidente do Centro Cultural Africano. (Palmas.)

Gostaria, também, de chamar, para compor a Mesa, o cônsul geral da Nigéria, Sr. Muntari Abdu Kaita. (Palmas.)

Chamo também, para compor a Mesa, o cônsul na Namíbia, o Sr. Ricardo Rosset. (Palmas.)

Ainda, para compor a Mesa, gostaria de chamar a cônsul geral da África do Sul, Sra. Mmaikeletsi Dube. (Palmas.)

Como disse, esta Sessão Solene foi convocada pelo presidente efetivo desta Casa, atendendo solicitação do deputado Luiz Carlos Gondim, com a finalidade de realizar a entrega do 9º Prêmio “África-Brasil 2014, Copa do Mundo 2014”.

Agora convido a todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino União Africana e o Hino da África do Sul, interpretados por Gloria Saraiva.

 

* * *

 

- É feita a execução do Hino União Africana e do Hino da África do Sul

 

* * *

 

O SR. Presidente - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Esta Presidência agradece à intérprete Gloria Saraiva.

Solicito que todos permaneçam de pé para que nós possamos agora cantar, juntamente com a banda da Guarda Civil Metropolitana, o Hino Nacional.

 

* * *

 

- É feita a execução do Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. Presidente - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Agradeço essa grande, brilhante apresentação da corporação musical da Guarda Civil Metropolitana, sob a regência do maestro Valdir Filho. Muito obrigado aos nossos colegas da Guarda Civil Metropolitana por essa grande apresentação.

Gostaria de registrar que esta audiência pública, esta Sessão Solene, na verdade, será transmitida, está sendo agora transmitida, ao vivo, pela TV Web, e também será transmitida, reprisada, pela TV Assembleia, no domingo, dia 1º de junho, às 23h, pela Net, no canal 7, pela TVA, no canal 66, e na TV digital aberta, no canal 61.2.

Gostaria de, primeiramente, me apresentar.

Sou o deputado Carlos Giannazi, estou aqui hoje, na verdade, fazendo esta abertura desta Sessão Solene a pedido do deputado Luiz Carlos Gondim, que foi o autor do requerimento aqui na Assembleia Legislativa.

Ele está a caminho, ele tinha um outro compromisso, uma aula, e eu vim aqui para fazer esta abertura, mas com muita honra, com muita satisfação, até porque eu tenho acompanhado, não só como deputado estadual mas, sobretudo, como professor, como diretor de escola, essa questão do ensino da cultura negra e da História afro-brasileira nas escolas, sobretudo fazendo o debate em relação à mudança na legislação brasileira, da LDB, da Lei de Diretrizes e Bases, que foi modificada em 2003, incluindo o ensino da história da África, a história da cultura afro-brasileira no currículo escolar na educação básica brasileira.

Isso significou um grande avanço do ponto de vista da legislação, mas agora nós temos implantar de verdade essa legislação. Ela tem de funcionar, porque o Brasil é um país negro, o Brasil é considerado hoje o 2º país negro do mundo, do planeta Terra. Nós só perdemos para a Nigéria em população negra.

Só que, ao mesmo tempo, o Brasil é um país racista, que discrimina os negros. Os negros não ocupam ainda os cargos de comando da sociedade brasileira, porque nós tivemos aqui o histórico da escravidão. Foram praticamente 400 anos de escravidão.

E as marcas da escravidão continuam com muita força ainda. Elas estão enraizadas na sociedade brasileira, na nossa cultura, no nosso vocabulário, no nosso comportamento, nas escolas, nas igrejas, aqui na Assembleia Legislativa, no Parlamento, no Judiciário. Ou seja, o Brasil continua sendo um país racista e que discrimina o povo negro, o povo afrodescendente.

Tanto é, isso é tão verdade que nós temos na Constituição Federal um artigo que diz que o racismo é crime inafiançável e imprescritível, e esse item da Constituição é regulamentado pela Lei do Racismo. É muito sério o que acontece neste país.

Nós temos de superar isso. Joaquim Nabuco, naquele seu livro “O Abolicionista” já dizia que não bastava só acabar com o regime escravocrata, aquele movimento abolicionista já tinha a preocupação com as marcas da escravidão que permaneceriam por muito tempo ainda na alma brasileira. Então, a nossa tarefa tem de ser a de superar esse processo de discriminação.

O grande sociólogo brasileiro, um dos sociólogos que mais defendeu os negros, e mais estudou e colocou toda a sua, o seu trabalho intelectual e político, a serviço da libertação dos negros no Brasil, nós tivemos vários, mas quero citar um, que foi o Florestan Fernandes.

O grande sociólogo Florestan Fernandes dizia o seguinte, que no Brasil nós só teremos democracia de verdade quando a população afro-brasileira for incluída, de fato, no processo social, no processo político e no processo econômico brasileiro. Sem isso não haverá democracia no nosso país.

Eu sinto que Florestan Fernandes falou isso nos anos 1960, 1970, 1980, durante toda sua vida, como outros também, Darcy Ribeiro, os grandes intelectuais que trabalharam essa questão, e desmistificaram, rompendo com o mito da democracia racial.

O mito da democracia racial já foi desmentido, já foi decifrado por todos nós. O Brasil não acredita mais nisso, porque nós tivemos uma grande contribuição desses teóricos todos que estudaram e contribuíram para que nós tivéssemos uma visão real da situação dos negros no Brasil.

Então, nós temos de superar isso, nós temos de acabar com as marcas da escravidão no Brasil, até porque o Brasil tem uma dívida hoje com a população afro-brasileira, porque foram os negros escravos que construíram o Brasil, foram os negros escravos que construíram o Brasil não só do ponto de vista cultural. (Palmas.) Mas também toda a nossa base econômica e material nós devemos aos negros, aos escravos. Os grandes ciclos econômicos da história do Brasil, o ciclo da cana-de-açúcar foi sustentado pela mão de obra dos negros, mão de obra escrava. O ciclo do algodão, o ciclo do ouro. Todos os grandes ciclos econômicos.

Então, o Brasil tem uma dívida material, cultural e espiritual com a população afrodescendente no Brasil. E tem de pagar essa dívida. Por isso nós defendemos cotas. Nós defendemos cotas sim, que é uma forma pequena ainda, não resolve a situação, mas é, pelo menos, uma sinalização. As políticas afirmativas que nós tanto lutamos. Aqui na Assembleia, nós tentamos votar projetos nessa direção, no Congresso Nacional, mas é pouco ainda, porque essa dívida, na verdade, é impagável.

E hoje nós estamos discutindo os 50 anos do golpe civil-militar. Falar nisso hoje, porque são 50 anos. O golpe civil-militar foi em 1964, e se fala muito da tortura, do que houve no Brasil, as perseguições, enfim, e nós fazemos e é importante resgatar esse capítulo da história.

Mas, na escravidão foi muito pior, no Brasil. Nós tivemos aqui o holocausto negro no Brasil. Holocausto que tem de ser resgatado através das escolas, através das instituições, para que nós possamos fazer justiça com os negros no Brasil.

Então, para nós é uma honra, uma satisfação, uma alegria, estar aqui contribuindo neste momento com a abertura desse trabalho, que tem como finalidade homenagear as pessoas, as personalidades que em cada área deram, ou estão dando, a sua contribuição para a superação dessa desigualdade racial que ainda é muito forte no Brasil.

Quero aqui só citar uma frase de uma música que foi feita em homenagem a um livro do Jorge Amado, que foi um autor que tanto divulgou essa questão dos negros no Brasil, “Tenda dos Milagres”, uma música do Caetano Veloso, que inclusive tocou muito em 1985, 1986, quando a Rede Globo fez um seriado “Tenda dos Milagres”, em cima da obra do Jorge Amado. E essa música dele se chama “Milagres”.

Ele diz o seguinte, só um trecho para abrir, continuar, na verdade, não abrir, mas continuar aqui a nossa Sessão Solene. Ele diz: “Foi o negro que viu a crueldade bem de frente, e produziu milagres de fé no extremo ocidente”.

Ou seja, com toda crueldade que o negro sofreu no Brasil, no processo de escravidão, mesmo assim ele produziu grandes milagres aqui no Brasil, em todo ocidente, nos Estados Unidos, toda essa cultura.

A cultura brasileira é toda permeada pela cultura negra. O que é a música popular brasileira? Toda negra. A nossa cultura é toda permeada pela grande contribuição dos negros brasileiros.

Então, faço esta introdução inicial.

E dando continuidade aos nossos trabalhos, nós vamos assistir agora a um vídeo institucional feito pela organização do evento.

 

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- É feita a exibição do vídeo.

 

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O SR. Presidente - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito bem. Quero parabenizar o Centro Cultural Africano pela produção desse vídeo institucional, que foca exatamente nesses pontos de levantei, do resgate da cultura.

Estava lembrando agora que só depois de 500, 600 anos, 500 anos na verdade, que o Brasil começa a discutir essa questão da influência das várias nações africanas na nossa história.

Os cursos de História do Brasil só agora que começam a falar sobre isso, que é um absurdo total, que nós tenhamos passado tanto tempo sem essa discussão, sem que os nossos alunos, sem que a população no Brasil tenha conhecido, por exemplo, a história de Zumbi dos Palmares, a resistência dos negros, mas, sobretudo, essa influência das várias nações africanas na constituição do povo brasileiro.

Quero aqui chamar, para agora assumir, de fato, a presidência desta Sessão Solene, porque foi ele o proponente que organizou aqui na Assembleia Legislativa a Sessão Solene, o deputado estadual Luiz Carlos Gondim, que vai assumir, então, a presidência. (Palmas.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Carlos Gondim.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Agradecer ao deputado Carlos Giannazi, pedir desculpas a vocês porque tinha uma aula no curso de pós-graduação de enfermagem, que nós estamos comemorando este mês, o mês da enfermeira aqui em São Paulo e coincidiu das duas atividades, e o Carlos Giannazi veio aqui, com essa cultura afro que ele conhece abrir esta solenidade.

Queria agradecer, pedir desculpas. Muito obrigado.

Dando continuidade ao nosso evento, nós vamos iniciar já com a nomeação das demais autoridades aqui presentes.

Cumprimentamos o vice-cônsul dos Estados Unidos, Sr. Rodrick Chambers, aqui presente. (Palmas.)

O Sr. Alexandre Ratsuo Uehara, diretor das Faculdades Integradas Rio Branco, representando o Rotary também.

O Sr. Sipho Dube, esposo da cônsul da África do Sul. (Palmas.)

Professor Alexis Pomerantzeff, presidente da Nação Linguística Portuguesa. (Palmas.)

Professor José Roberto da Silva, diretor da Nação Linguística Portuguesa. (Palmas.)

E Sr. Dioka Mogano, e Sra. Salome Masuku, cônsules políticos da África. (Palmas.)

Vamos passar às premiações.

Iniciando aqui com o Aílton Graça e o Tommy Germain, que vão fazer uma apresentação. O Aílton Graça vai receber o troféu pela categoria “Artista”. (Palmas.)

 

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- E feita a entrega do prêmio.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Passamos agora à entrega do troféu ao Sr. Tommy Germain. (Palmas.)

 

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- E feita a entrega do prêmio.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Já passamos, vamos passar a palavra ao Aílton Graça.

 

O SR. AÍLTON GRAÇA - Gente, queria pedir licença a todas as autoridades presentes, a este público que veio prestigiar este evento maravilhoso. Eu não sei ser breve, porque estou aqui com essa emoção de participar de um evento desta magnitude.

Tem uma amiga minha, a Dalva, que está aqui dentro, ela compõe, tem um trabalho que a gente fazia há muito tempo dentro do Hospital do Servidor, quando eu trabalhava lá dentro, era office-boy, contínuo, e nós tivemos a oportunidade de trabalhar junto num grupo chamado “Ao Qual Tune” que era um grupo de estudos contra a discriminação racial, dentro do hospital, e foi muito interessante trabalhar nesse grupo e consegui encontrar pessoas que estavam, que tinham a mesma preocupação, a mesma preocupação em trabalhar isso, em trabalhar a nossa autoestima, em juntar pessoas que tinham a mesma vontade de avançar nessas questões.

E nesse grupo eu tive a oportunidade, eu, que até então, quando criança, procurava nas revistas em quadrinho algum personagem, algum herói, alguma coisa para ter a minha referência de um negro, encontrei, às vezes, encontrei muito tempo atrás uma revistinha, “O Pantera Negra”, que achei o máximo encontrar um herói negro.

E conforme a gente foi convivendo junto, dentro desse grupo, a gente foi encontrando uma série de outras histórias. Depois disso fui trabalhar, fui fazer um trabalho dentro do Balé Folclórico de São Paulo, Abaçaí. Fiquei lá durante mais de 20 anos. Foi onde eu consegui encontrar, não dentro da escola formal, mas da escola não dita, os grandes mestres griôs, os contadores de histórias, que lecionam através da oralidade. E foi ali que eu consegui aprender muita coisa. Foi ali que eu consegui entender um pouco mais que às vezes a escola, dentro da estrutura como ela está, ela precisa inserir esses nossos griôs, esses nossos grandes mestres, para contarem as suas histórias, as histórias dos nossos jongos, dos tambores. São contadores de história, são pessoas que, na verdade, narram a história de toda uma nação por detrás. Às vezes eles narram através de música.

E por falar em música, é rápido, prometo, eu aprendi algumas coisas com alguns griôs, que eu considero griôs, dentro das escolas de samba, onde eu encontrei os pequenos quilombos. E foi um samba que dizia assim, a gente chegou a cantar junto:

laiá, laiá, laiá, ilusão, laiá, laiá, laiá, ilusão, achei uma bola de ferro, presa nela uma corrente, tinha um osso de canela”... É o samba do Camisa. Achei uma bola de ferro, presa a ela uma corrente, tinha um osso de canela, deu tristeza em minha mente, esse osso de canela, veio de outro continente, de jeito nenhum, não é preconceito, preto ou branco tem direito, nossa Escola não faz distinção de cor, pra falar sobre essa gente, foi que o problema pela vila se avizinhou, Ôô, ôô, a nossa Escola enaltece a negra gente, que nunca ficou chorando, sempre viveu cantando, fingindo contente, que nunca ficou chorando, sempre viveu cantando, fingindo contente. Negro paga imposto, negro vai à guerra, negro ajudou a construir a nossa terra, temos a pergunta, não nos leve a mal, por que só no tríduo de Momo que o negro é genial? Ele é capitão, ele é general, poderia ser tanta coisa dentro da vida real, Ele é capitão, ele é general, poderia ser tanta coisa dentro da vida real”.

É esse o meu depoimento. (Palmas.) É a emoção de estar aqui, gente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Agora o Tommy.

 

O SR. TOMMY GERMAIN - Boa noite a todos. Uau! Jesus Cristo. Obrigado, obrigado e obrigado mais uma vez.

Por ser africano, numa terra como o Brasil, além de ser uma terra de acolhimento para os africanos, que chegam ao Brasil hoje em dia, não falando da escravidão, os africanos que chegam hoje em dia, do jeito que o Brasil acolhe a gente, só temos a agradecer ao Brasil.

Eu agradeço a Deus primeiro, agradeço pelo Centro Cultural Africano, muito obrigado por esse presente. Isso só vem fortalecer a minha carreira como artista, como ator, no Brasil e pelo mundo.

Muito obrigado a quem está aqui hoje para prestigiar este momento muito incrível para mim. Muito obrigado mais uma vez.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Agora nós vamos ouvir a apresentação de um número artístico do grupo El Quba.

 

O SR. EL QUBA - Muito boa noite.

Me apresentando, sou El Quba, sou colombiano.

Somos um dueto de Argentina, também Damian Zantedeschi, mestre do violino. Estamos fazendo hoje parte deste grande evento, muito obrigado pelo convite para atuar aqui, pelas pessoas da organização.

Venho de um país sul-americano, Colômbia, que tem uma influência muito grande do povo africano e mais de 70% ou 80% da cultura, da música, da raiz do nosso país foi gerada pelos africanos. Por toda essa influência grande que tem a música como a “cumbia”, “el porro”, como muitas variantes diversas que ficaram no norte do país, no Caribe, e toda essa influência que gerou em toda a América Central.

Agora vamos fazer um pequeno show, uma pequena amostra, muito pequena amostra, somente duas músicas, dessas culturas, dessas misturas e desse envolvimento que tornou essa cultura agora um pouco mais eletrônica, e seus tambores, esse som, esse “beat, tão tradicional da África que foi dado para nós.

Esperamos que gostem dessas músicas da Argentina, também de Damian Zantedeschi, mestre do violino, e humildemente aqui seu servidor El Quba. Esperamos que gostem dessa música diferente e é assim.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Obrigado, parabéns pela apresentação.

Vamos dar continuidade à premiação.

Nós vamos, pela parte cultural, Maurício de Souza, representado pelo seu filho. (Palmas.)

Maurício de Souza nasceu em Santa Isabel, no Alto Tietê, aqui próximo de São Paulo, e estudou na minha cidade, Mogi das Cruzes.

A Turma da Mônica. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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O SR. MAURO SOUSA - Boa noite a todos. Sou Mauro Sousa, filho do Maurício, que infelizmente não pôde estar presente aqui devido a uma viagem internacional, mas eu o represento, represento toda a Maurício de Souza Produções. Estamos todos muito felizes por este prêmio.

A gente sabe a responsabilidade que a marca Turma da Mônica tem na sociedade, com os pais, a participação na educação das crianças e, por isso, a gente sempre toma muito cuidado com o conteúdo, com o tema que a gente aborda nos nossos gibis, nos nossos projetos.

E este prêmio, é uma honra receber este prêmio, porque ele simboliza justamente esse reconhecimento do nosso trabalho em abordar temas tão importantes como a riqueza da cultura africana, a diversidade cultural e étnica, a integração entre os povos.

Através dos personagens, tão queridos entre as crianças, Jeremias, Ronaldinho Gaúcho, Pelezinho, que fazem parte da Turma da Mônica, e são tão queridos pelas crianças todas, acredito que nós estamos fazendo uma diferença muito positiva para a sociedade brasileira.

É uma honra receber este prêmio também porque, na categoria “Arte e Cultura”, justamente porque arte e cultura são o DNA de todos os projetos da Maurício de Souza Produções.

Ele é um grande incentivo para que continuemos nesse caminho, que é promover a igualdade e a diversidade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Convidamos agora, na categoria “Comunicação”, o professor Oswaldo Martins de Jesus, Wadão.

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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O SR. OSWALDO MARTINS DE JESUS - (O Sr. Oswaldo Martins de Jesus fala em inglês)

Este prêmio é muito importante para mim. Eu ofereço à OrozimbaKunta Kinte”, meu avô, que veio num navio negreiro, aliás, meu bisavô, que veio num navio negreiro.

Muito obrigado aos meus antepassados da África. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Continuando com a premiação, o nosso prêmio para o empresário Dr. Adib Maldaun Neto.

Convidamos para receber o prêmio. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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O SR. ADIB MALDAUN NETO - Senhoras e senhores, muito boa noite.

Com muita honra que agradeço ao Centro Cultural Africano. Agradeço, em especial, o carinho, a Sergio Rosset, cônsul da Namíbia e estou extremamente emocionado, agradecido, porque me inspirei quando li a biografia de Nelson Mandela, Madiba.

Esse homem que perseguiu um ideal durante 27 anos. Tentaram corrompê-lo na cadeia, falando “Vá lá, dissipe essas rebeliões que nós vamos te tirar daqui”. E ele não abriu mão de um ideal, o ideal da liberdade, o ideal de acabar com o “apartheid”.

Esse homem, para mim, foi um exemplo, um exemplo de ser humano, e eu ofereço esse prêmio ao Nelson Mandela.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Obrigado, Abid.

Continuando a nossa premiação, também empresário, Sra. Melanito Byouha, restaurante Afro. (Palmas.)

 

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- E feita a entrega do prêmio.

 

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A SRA. MELANITO BYOUHA - É um grande prazer estar aqui com vocês.

Quando cheguei ao Brasil, falei: olha, nossa raça tem de marcar mais um ponto neste país. E falei: “O que posso fazer para marcar um ponto com o povo brasileiro, os negros e os brancos, essa mistura mestiça?”. Falei: “Vou fazer um restaurante”.

Foi uma luta muito grande, muita dificuldade, mas hoje posso dizer que valeu a pena, porque foi tão difícil que hoje sou premiada. Eu agradeço. (Palmas.)

 

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Continuando com a nossa premiação, vamos passar à premiação “Religiosidade”, à ialorixá Carmem Oxum.

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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A SRA. CARMEM OXUM - O momento de hoje é importantíssimo para todos nós. Eu, antecipadamente, agradeceria, e me colocaria prostrada aos pés dos meus ancestrais, me colocaria à disposição dos meus ancestrais pela honra, pelo prazer, pelo orgulho, pela satisfação de compartilhar este Brasil junto com essa Mãe África, de compartilhar a nossa cor e a gente dividir o nosso pão, o nosso trabalho, o nosso dia a dia.

Como é bom conviver com todos. Como é bom nós estarmos juntos, eu diria, comungando. Como eu tenho orgulho de apresentar isso para vocês babalorixás, meus amigos, meus irmãos, e dizer que tudo isso que nós recebemos vem da nossa luta incansável, vem da nossa discriminação, que nós passamos por cima, vem do apoio, como do senhor, que está junto com a gente nesses momentos. Vem de uma menina como Ogumadê. Vem de pessoas que, entre sangue, entre esforços, entre suor, entregam a alma à nossa religiosidade.

Emoção, como falou o meu amigo Aílton, nesse momento é muita emoção, e muito prazer e muito orgulho.

Eu levanto e apresento a todos, e tomo a benção como falo: motumbá.

Motumbá todas as pessoas, a todos os meus amigos, a todos os meus filhos, meus irmãos que estão aqui.

Vou cantar bem rapidinho.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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A SRA. CARMEM OXUM - Motumbá. Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Bem, continuando a nossa premiação, quero convidar uma pessoa muito importante para nós aqui dentro desta Casa. No prêmio “Política”, eu me orgulho muito de ser deputado junto com essa moça, Leci Brandão.

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Deus abençoe, proteja e ilumine todos que aqui estão. A benção para quem é de a benção: motumbá, “kolofé”, “mukuiu.

Excelentíssimo senhor deputado Gondim, eu sinto-me extremamente honrada de estar aqui nesta celebração. Quero parabenizá-lo por essa iniciativa.

Quero me dirigir à cônsul Sra. Mmaikeletsi Dube, cônsul geral da Nigéria, Muntari Abdu Kaita, senhor presidente do Centro Cultural Africano, rei Otunba, Sr. Ricardo Rosset, meus irmãos, camaradas e companheiros.

Receber este prêmio, para mim, é motivo de muito orgulho, motivo de muita gratidão, principalmente aos orixás, porque dentro desta Casa Legislativa nós não temos nenhum problema, temos muita liberdade e muita tranquilidade e muita legitimidade.

Porque quando entramos aqui, entramos com os nossos fios de conta no pescoço, nunca o escondemos e todas as vezes que acontece qualquer fato que possa tentar nos ofender e nos atingir, eu não tenho, como a gente diz, não tenho papas na língua para chegar nesta tribuna e defender a população negra, porque o Brasil, ainda que seja um país, tropical, um país maravilhoso, um país de gente bonita, enfim, é um país que tem racismo, e racismo institucional. Isso a gente não pode deixar de falar nesta noite de celebração.

O racismo institucional é o que mais nos atrapalha, é o que mais nos prejudica. (Palmas.)

Combatemos aqui todo tipo de preconceito, e combatemos principalmente o preconceito que existe diante das religiões de matriz africana. É matriz africana.

Vou dizer uma coisa que algumas pessoas do Brasil sabem porque ouviram, em 1987, uma música de nossa autoria, que diz o seguinte: “Negro do lado de cá, sambando, sob um céu azul, negro do lado de lá, batalhando, África do Sul. Um tambor na avenida, que bate, a pancada no couro que abate, é a glória de um estandarte, morte pela arte, é a negra ousada que fala, é o negro usado que cala, é a consciência contra a inocência, o canto, a dança, a crença, o pranto, matança, sentença”.

Falei do Brasil e da África, e quero dizer o seguinte: nós não temos os nossos ancestrais como escravos. Os nossos ancestrais foram escravizados. Escravizados. Obrigada e que Deus abençoe a todos. (Palmas.)

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Agora faremos a nomeação de autoridades e personalidades que receberão o certificado de agradecimento pela colaboração ao Centro Cultural Africano.

Nós vamos nominar as pessoas e elas pegam o diploma:

Arquiteto Michael Adisa Adeimi; Sr. Candinho; Sr. Gláucio de Oliveira Santos; Sra. Dalva de Souza; Dr. Clemento Akiboreva, Dr. Emanuel Oluvatui; Dr. Joshua Onome; Dr. Henry Lapido; Dr. Rachedid Chid, Dr. Yusuf Adezina; Sr. Eduardo dos Santos, o Mestre Chocolate; Sr. Fernando Carvalho; Sra. Gloria Maletsabisa Saraiva; Sr. Johnny Adelier, Sr. Mounir Ismael; CMB Produções, Atinie Obie; Sr. Beruk; Sr. Cassid Ivaik Kisioma; Sr. Ciprian Williams; Eric Agoha; Joseph Arizi; Laurence Bologuin; reverendo Cliff Charles; Sr. Rubens de Souza Fernandes; Rutineia de Carvalho; vereador Marquito. Está presente o Marquito? Vai receber o Igor Felipe, no lugar do Marquito; e Sr. Abel Sussi Erebe. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega dos certificados.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Gostaria de convidar aqui, pelo prêmio “Jornalismo”, Patrícia Liberato.

Essa moça nos orgulha muito pela sua voz e pelo que ela fez pela 104,7. Parabéns Patrícia.

 

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- É feita a entrega do prêmio.

 

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A SRA. PATRÍCIA LIBERATO - Muito boa noite. Quando dou boa noite assim, peço sempre a participação das pessoas, e queria o boa noite de vocês. (Pausa.)

Muito foi falado aqui, nesta noite, a respeito deste prêmio maravilhoso.

Queria aproveitar e agradecer esta oportunidade, parabenizar toda a Mesa, agradecer ao Centro Cultural, parabenizar o deputado Gondim pelo trabalho excelente que faz há anos.

Uma vez já apresentei até um showmício, na época que havia showmícios, lá em Mogi das Cruzes, afinal de contas a Transcontinental FM é lá. E parabenizar o seu trabalho com as periferias lá de Mogi das Cruzes, e principalmente com as mulheres, um trabalho super bonito que o senhor faz. Nosso muito obrigada. A gente acompanha diariamente.

Estou 21 anos na Transcontinental FM, em Mogi das Cruzes, 21 anos não são 21 dias, e a gentes sempre mostrando a cultura popular brasileira, o samba, o pagode, agora o funk que está sendo tão pedido pela nossa população, a nossa “black music”, enfim.

E uma coisa que é muito importante para mim como comunicadora é poder estar sempre ressaltando a questão da nossa cultura, da cultura negra.

As pessoas olham para mim, como olham para uma série de mestiços aqui no Brasil dizendo que a gente é branco e acho muito importante a gente ressaltar a questão da consciência negra.

Acho tão importante a gente festejar o dia 13 de maio, quanto que nós possamos festejar também, em novembro, o dia da consciência negra, principalmente para poder mostrar para as pessoas, as pessoas entenderem que todos nós temos as nossas raízes na África, como foi dito aqui no vídeo que foi passado, e pelas pessoas que passaram por aqui.

Então, esse é um trabalho que eu faço diariamente, e sinto que estou no lugar certo, porque se a cultura africana é muito notável pelos tambores, os atabaques, enfim, a percussão toda está lá no meu trabalho, e a oralidade também é superimportante, então estou fazendo o trabalho corretamente também.

Fico muito honrada, muito feliz, agradecida também, vou aproveitar aqui o espaço, pelo primeiro lugar no Ibope que vocês me dão sempre, quase 400 mil pessoas por hora, diariamente, nesses 21 anos. Então, meu muito obrigada.

E queria que as pessoas tivessem mais consciência, e continuo reforçando isso no meu trabalho.

Minha mãe veio aqui me acompanhar, minha mãe é professora universitária, e lembro que uma vez ela formou a 1ª turma dela de hotelaria, em Itapetininga, e ela era a única professora negra, e tinha só mais uma aluna negra, numa turma de uma faculdade inteira da Unip.

Então, que nós possamos ter todos os negros e afrodescendentes em todos os postos aqui do nosso país, de acordo com a nossa competência.

A gente não precisa de favores, a gente precisa de espaço para poder mostrar a nossa competência. É isso. Meu muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Patrícia, obrigado.

Essa homenagem é muito importante para nós, porque você adentra as nossas casas, os nossos lares, sempre, e no nosso carro, às vezes eu digo, é um momento íntimo que nós temos sempre te ouvindo. Parabéns pelo seu trabalho.

 

A SRA. PATRÍCIA LIBERATO - Muito obrigado, deputado. E agradecer também, mandar um beijo para a minha madrinha política, Leci Brandão, queridíssima. Obrigado por todo carinho, todo apoio em todos esses anos. Muito obrigada e boa noite.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Agora o artista Gláucio fará uma homenagem ao cônsul da Nigéria, Sr. Muntari Adbu Kaita.

Ele vai ser homenageado com um quadro do Mandela. Parabéns, Gláucio. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Momento importante. Vamos assistir ao desfile das bandeiras que representam a África na Copa do Mundo. Por favor, aquelas mulheres bonitas com as bandeiras.

 

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- É feito o desfile das bandeiras.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Categoria “Relações Exteriores”, Sr. Muntari Adbu Kaita. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. MUNTARI ABDU KAITA - (O Sr. Muntari Abdu Kaita fala em inglês com uma tradutora.)

 

A SRA. - (traduzindo o que diz o Sr. Muntari Abdu Kaita) - ... que relação entre Nigéria e Brasil, muitos nigerianos vêm para o Brasil, e isso criou bom relacionamento entre Nigéria e Brasil.

Neste momento, agora com essa grande atividade que vai acontecer em duas semanas, a Nigéria estaria jogando aqui, e desejo que quando nós terminarmos, em um mês, depois do evento nós poderemos levar a Copa para a Nigéria.

Quero agradecer este presente de hoje à noite. É muito importante para nós, e quero agradecer. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Agora nós convidamos para falar o Sr. Otunba Adekunle Aderonmu. Espero que tenha pronunciado direito.

 

O SR. OTUNBA ADEKUNLE ADERONMU - Boa noite a todos. Hoje é um dos dias mais felizes da minha vida. Todos vocês sabem que esse projeto é uma coisa que fascinou minha vida.

Em primeiro lugar quero cumprimentar o deputado Gondim por este espaço cedido a nós para podermos realizar este evento, o cônsul geral da África do Sul, deputada Leci Brandão, e a gente fez isso de surpresa para ela, porque a maioria das coisas da África ela que faz.

A gente entra na Casa para dar essa surpresa para você. Você falou: por que não entraram atrás de mim, que luto por esse continente faz tempo? Mas nós entramos pelo deputado Gondim para te dar essa surpresa. Você merece. (Palmas.)

Exatamente há um ano, nesta mesma data, tive o privilégio de dar boas-vindas a todos os convidados, na 8ª edição do Prêmio “África-Brasil”. É uma honra estar aqui mais uma vez, neste dia, para a 9ª edição do Prêmio “África-Brasil”, no dia 25 de maio, dia da luta pela independência da África, instituído pela Organização das Nações Unidas, ONU, em 1962.

Este evento não existe, só pelo seu significado, mas sim pelo dia que é, para a raça negra, para o africano e para os afrodescendentes do mundo todo. Assim como é na África, o Brasil não poderia ser uma exceção.

Foi por isso que o Centro Cultural Africano realiza todo ano essa comemoração. Por essa razão estamos aqui hoje na Assembleia Legislativa de São Paulo, para homenagear personalidades, empresários, governos que contribuem para a inclusão dos afrodescendentes.

A premiação é dada em várias categorias, como vocês puderam ver, e gostaria de cumprimentar e parabenizar toda a equipe que coordena este evento, tão bem feito e maravilho. Como também gostaria de passar um imenso apoio aos representantes do continente africano nessa Copa do Mundo, como também ao país da Copa, o Brasil.

Se a Copa não for para o continente africano, que pelo menos fique aqui no Brasil. (Palmas.)

Cumprimento também, felicito a todos os premiados nesta 9ª edição do Prêmio “África-Brasil”, deste ano de 2014. Com certeza, com plena convicção que em 2015 estaremos de volta, com a presença de grandes personalidades como as que hoje estão aqui.

Gostaria de agradecer, com imensa satisfação, a presença de todos, dos nossos convidados, com imensa honra, aos nossos amigos e irmãos que vêm para prestigiar e comemorar essa data tão importante. Estamos honrados com a presença de todos. Nossos distintos convidados, senhoras e senhores, mais uma vez sejam bem-vindos e aproveitem junto conosco essa noite de celebração dos premiados filhos e filhas da África.

Que Deus abençoe a todos, vida longa para a República Federativa do Brasil, vida longa aos países do continente africano. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - De antemão já gostaria de convidar o Carlos Giannazi, que veio aqui, enquanto eu fazia minha aula de pós-graduandos da escola de enfermagem, para participar da premiação no próximo ano.

Como você, Leci Brandão, nós poderíamos estar juntos em maio do próximo ano, se Deus quiser, porque Deus vai nos dar essa condição de nos reeleger, e nós vamos estar aqui fazendo esse 10º Prêmio “África-Brasil”.

Alguma coisinha eu gostaria de falar.

Primeiro, o meu orgulho, o meu prazer de estar aqui participando deste 9º Prêmio “África-Brasil”, e entregar prêmios, essa premiação a tanta gente importante, tanta gente que faz pela cultura áfrica, pelo desenvolvimento da nossa integração Brasil-África.

O que é tão importante, e a Leci falou uma coisa que é muito interessante. Aqui na política, ainda hoje, nós estamos defendendo os negros, os idosos, as crianças, os menos favorecidos, e essa luta é porque temos vocês, que vivem e dão total apoio para a gente.

Vocês ao as pessoas mais importantes que nós temos dentro da política. O olhar que nós temos que transmitir, toda votação que se tem de fazer, é pensando justamente em implantar, em colocar aquela pedrinha ainda para dizer vamos acabar com qualquer tipo de preconceito, qualquer tipo de racismo. Vamos fazer um Brasil bonito, bom, mas para todos, sem problema de cor, de raça.

Nós temos de pensar no ser humano como um todo. É essa a função do político.

Muito obrigado pela presença de todos, e estou muito agradecido em estar aqui com vocês e ter recebido esse diploma aqui com muito orgulho.

Esgotado objeto da presente sessão, a presidência agradece às autoridades, e à minha equipe, que tanto lutou para que este evento saísse numa condição tão bem organizada, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, ao Cerimonial, à Secretaria Geral Parlamentar, à Imprensa da Casa, à TV Legislativa e às Assessorias Policiais Civil e Militar, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.

Convido a todos para o coquetel no “Salão dos Espelhos”

Muito obrigado, que Deus nos proteja. Viva a África, viva o Brasil. (Palmas.)

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 34 minutos.

 

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