040ª SESSÃO
SOLENE EM COMEMORAÇÃO AOS “120 ANOS
DA ESCOLA POLITÉCNICA DA USP”
Presidente: RITA PASSOS
RESUMO
001 - RITA
PASSOS
Assume a Presidência
e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que a Presidência
Efetiva convocara a presente sessão solene, a requerimento da deputada Rita
Passos, na direção dos trabalhos, com a finalidade de "Comemorar os 120
anos de criação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo".
Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".
002 - NATAL
CALABRO NETO
Mestre de
Cerimônias, anuncia o lançamento do carimbo comemorativo e do selo
personalizado alusivos aos 120 anos da Escola Politécnica de Engenharia da
Universidade de São Paulo, lançados pelo Ministério das Comunicações e pelos
Correios. Discorre sobre os símbolos. Convida Alexandre Laguna, gerente
regional de vendas dos Correios, para se posicionar junto à Mesa de lançamento.
Convida a deputada Rita Passos a efetuar a primeira obliteração lançando
oficialmente o selo. Realiza a entrega de álbum contendo a peça filatélica ora
obliterada à deputada Rita Passos. Convida o professor doutor José Roberto
Cardoso, diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, para
carimbar a cartela de lançamento. Realiza a entrega de álbum contendo a peça
filatélica ora obliterada e uma réplica do carimbo e do selo ao professor
doutor José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo.
003 - ALEXANDRE
LAGUNA
Gerente Regional de
Vendas dos Correios, saúda as autoridades
presentes. Comemora o lançamento do carimbo postal e do selo em
homenagem aos 120 anos da Escola Politécnica de Engenharia da Universidade de
São Paulo. Enfatiza a importância da instituição de ensino no que se refere à
inovação e à produção científica.
004 - Presidente RITA PASSOS
Informa que o
carimbo ora lançado ficará à disposição dos interessados na agência de correios
Butantã.
005 - RAFAEL
GANZERLI AUAD
Presidente do Grêmio
Politécnico da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, saúda as
autoridades presentes. Enaltece os 120 anos de ensino, pesquisa e extensão que
a Escola Politécnica tem trazido para a sociedade brasileira com grande
qualidade. Lembra que o lema da Escola Politécnica da USP é tradição e modernidade,
associados à inovação. Destaca a importância do âmbito social na engenharia.
Faz histórico do surgimento do grêmio politécnico e discorreu sobre seus
valores.
006 - KAMAL
MATTAR
Presidente da
Associação dos Engenheiros Politécnicos, cumprimenta os presentes. Lembra o
tempo em que ingressou na Escola Politécnica de Engenharia da Universidade de
São Paulo, em 1950. Destaca a modernização que a instituição sofreu ao longo
dos anos.
007 - JOSÉ LUIZ DIAS
Engenheiro, faz
saudação aos 120 anos de criação da Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo. Enfatiza que a Escola Politécnica foi criada nesta Casa e fez histórico
da ocasião. Destaca a importância do Instituto de Pesquisas Tecnológicas dentro
da instituição de ensino. Cita grandes conquistas da Escola de Engenharia da
USP e engenheiros que foram seus expoentes.
008 - JOSÉ ROBERTO CASTILHO PIQUEIRA
Vice-Diretor da
Escola Politécnica da USP, homenageia os estudantes, docentes e funcionários da
instituição de ensino. Enaltece os membros da Marinha do Brasil, parceiros da
Escola Politécnica em diversos projetos. Agradece as entidades que apoiaram as
pesquisas da instituição durante estes 120 anos.
009 - JOSÉ ROBERTO CARDOSO
Diretor da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, agradece a deputada Rita Passos pela
homenagem à Escola Politécnica. Saúda as autoridades presentes. Destaca o papel
da engenharia na sociedade. Enfatiza a importância do trabalho em equipe na
profissão. Explica a política da instituição de ensino em enviar os alunos para
o exterior. Menciona os desafios de modernização da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo.
010 - NATAL
CALABRO NETO
Mestre de
Cerimônias, convida o Professor Doutor José Roberto Cardoso, diretor da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo a realizar a entrega da medalha
comemorativa dos 120 anos de criação da Escola às seguintes autoridades:
deputada Rita Passos, representando o presidente Samuel Moreira; deputada Rita
Passos; engenheiro José Luiz Dias e Alexandre Laguna, gerente regional de
vendas dos Correios.
011 - Presidente RITA PASSOS
Ressalta a
importância da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo nos cursos de
graduação e pós-graduação. Elogia o corpo docente da instituição. Destaca as
inovações tecnológicas geradas na Escola Politécnica. Parabeniza os alunos,
funcionários e professores pelos 120 anos da instituição de ensino. Informa que
esta sessão solene deverá ser exibida na TV Assembleia em data oportuna. Faz
agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência
e abre a sessão a Sra. Rita Passos.
*
* *
A SRA. PRESIDENTE - RITA PASSOS - PSD - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Senhores, autoridades, bom dia. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Agradecemos
a presença e daremos início à sessão solene em comemoração aos 120 anos da Escola Politécnica da USP, iniciativa da
deputada Rita Passos. Convido para compor a Mesa a Exma.
Sra. Deputada Rita Passos, presidente desta sessão solene.
(Palmas.) Professor Dr. José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da
USP. (Palmas.) Desembargador Luiz Edmundo Marrey Uint, representando o desembargador Ivan Ricardo
Garisio Sartori, presidente
do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. (Palmas.) Sr. Rafael Ganzerli Auad, presidente do
Grêmio Politécnico da Escola Politécnica da USP. (Palmas.) Vice-almirante
Liseo Zampronio, comandante
do 8º Distrito Naval. (Palmas.) Na extensão da mesa, Sr. Alexandre Laguna,
gerente regional de vendas e da diretoria dos Correios São Paulo Metropolitana.
(Palmas.)
Queiram se
acomodar, por favor. Para dar a abertura a esta sessão, as palavras da deputada
Rita Passos.
*
* *
A SRA. PRESIDENTE - RITA PASSOS - PSD - Senhoras e senhores e autoridades, está
aberta a solenidade. A presente sessão solene tem como finalidade
a “Comemoração aos 120 anos de criação
da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo”, conforme
requerimento número 188 de 14 de março de 2013.
Agora, quero
nomear as autoridades aqui presentes: professor Dr. José Roberto Cardoso, que é
o diretor da Escola Politécnica da USP; desembargador Luiz Edmundo Marrey, que é o representante do desembargador Ivan Ricardo
Sartori, presidente do Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo; Rafael Ganzerli Auad,
presidente do Grêmio Politécnico da Escola Politécnica da USP; o vice-almirante
Liseo Zampronio, comandante
do 8º Distrito Naval; Alexandre Laguna, gerente regional de vendas e da
diretoria dos Correios São Paulo Metropolitana. E cumprimento a todos vocês,
aqui presentes, todos vocês são muito importantes nesse evento.
Sras. Deputadas,
deputados que possam estar aqui nos assistindo, participando também, minhas
senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente,
deputado Samuel Moreira, atendendo solicitação desta deputada.
Convido todos
os presentes para, de pé, ouvirmos o “Hino Nacional Brasileiro”, executado pela
Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do 2º Tenente
PM Jássen Feliciano.
*
* *
- É feita a execução
do Hino Nacional Brasileiro.
*
* *
A SRA. PRESIDENTE - RITA PASSOS - PSD - Esta Presidência agradece a Banda da Polícia
Militar do Estado de São Paulo.
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Senhoras e senhores, gostaríamos de registrar e agradecer as presenças
dos senhores professor Dr. José Roberto Castilho Piqueira,
vice-diretor da Escola Politécnica da USP; Sr. Hélio Nogueira da Cruz,
vice-reitor, representando o reitor João Grandino
Rodas, reitor da Universidade de São Paulo; professor Marco Antonio Zago, pró-reitor de pesquisa da USP; Sra. Maria Arminda do
Nascimento Arruda, pró-reitora de cultura e extensão da USP; professor Adolpho
José Melfi, ex-reitor da USP e diretor do Centro
Brasileiro de Estudos do Memorial da América Latina; Sr. Jacques Marcovitch, professor titular da Universidade de São Paulo,
reitor da USP no quadriênio 1997-2001; professor Dr. Antônio Hélio Guerra
Vieira, diretor da Escola Politécnica da USP em 1980-1982 e reitor da USP
1982-1986; professor Dr. Fábio do Prado, reitor do Centro Universitário da FEI;
professor Nelson Zuanella, presidente da Fundação
para Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia; professor Dr. Geraldo Roberto
Martins da Costa, diretor da Escola de Engenharia de São Carlos da USP; professor
Dr. Sérgio de Albuquerque, diretor da Escola de Ciências Farmacêuticas de
Ribeirão Preto USP; capitão de mar e guerra Jordi Gracia Angelats, diretor do
Centro de Coordenação de Estudos da Marinha em São Paulo; professor Dr. Carlos
Eduardo Falavigna da Rocha, diretor do Instituto de
Biociência da Politécnica da USP. Biociência, perdão; professor Renato de
Figueiredo Jardim, diretor do Instituto de Física da USP; Sr. Flávio Ulhoa Coelho, diretor do Instituto de Matemática e
Estatística da USP; Adnei Melges
de Andrade, da vice-reitoria executiva de Relações Internacionais; Sr. Murilo
Celso de Campos Pinheiro, presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de
São Paulo; professor Christiano Lyra Filho, representando o Diretório da
Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação; professor Dr. Colombo Celso Gaeta Tassinari, vice-diretor do
Instituto de Energia e Ambiente da USP; professor Ildo Luís Sauer,
diretor do Instituto de Energia e Ambiente da USP; engenheiro Kamal Mattar, presidente da AEP, Associação dos Engenheiros
Politécnicos; professora Dra. Edith Ranzini, diretora
da Fundação para Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia; Sr. Pedro Sérgio
Mello, gerente regional de vendas 2, Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos; primeiro-tenente Amanda Hatsume Sato Sabbatini, neste ato representando o coronel PM Benedito
Roberto Meira, comandante geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo;
engenheiro politécnico, Sr. José Luiz Dias; Sra. Telma Manzi
Carvalho de Araújo, assessora técnica regional dos Correios; Sr. Pedro Wongtschowski, presidente da Associação dos ex-Alunos da
Politécnica.
Neste
momento, anunciamos o lançamento do selo e do carimbo comemorativo. O
Ministério das Comunicações e os Correios lançam, nesta oportunidade, o carimbo
comemorativo e selo personalizado, alusivos aos 120 anos da Escola Politécnica
de Engenharia da Universidade de São Paulo. O selo lançado, neste momento, é
composto por duas partes.
Na primeira,
o pavilhão nacional compõe o plano secundário e emoldura o mapa do Brasil,
preenchido pelas flores do ipê, árvore símbolo nacional. Na segunda, o selo
retrata a maquete do futuro prédio do Laboratório de Inovação e
Empreendedorismo da Poli, cujo objetivo será o de apoiar iniciativas criativas
e projetos focados em inovação.
O selo
personalizado será obliterado pelo carimbo comemorativo.
O carimbo
comemorativo circula nas peças filatélicas e correspondências das instituições
que pleiteiam sua emissão, propagando, por meio da imagem e legenda, o tema que
lhe deu origem. Tem local de lançamento, período de circulação definidos, com
base nos fatos e eventos que comemora.
Para o ato de
lançamento do carimbo comemorativo e do selo personalizado, convidamos o
gerente regional de vendas da Diretoria dos Correios de São Paulo Metropolitana,
Sr. Alexandre Laguna, a se posicionar junto à Mesa de lançamento.
O Sr.
Alexandre Laguna convida a deputada Rita Passos para efetuar a primeira
obliteração, lançando oficialmente o selo. (Palmas.)
*
* *
- É feita a
obliteração de lançamento do selo.
* * *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Neste momento, a nobre deputada Rita Passos recebe, em nome da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, um álbum
contendo a peça filatélica ora obliterada. (Palmas.)
*
* *
- É feita a
entrega do álbum.
*
* *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Com igual satisfação, o Sr. Alexandre Laguna convida o diretor da Escola
Politécnica, Politécnica da Universidade de São Paulo, professor Dr. José
Roberto Cardoso, para carimbar a cartela de lançamento.
*
* *
- É feita a
aplicação de carimbo na cartela.
*
* *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - O professor José Roberto Cardoso também recebe um álbum contendo a peça
filatélica ora obliterada e uma réplica do carimbo e do selo. (Palmas.)
*
* *
- É feita a
entrega de álbum e de réplica.
*
* *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Dando continuidade, ouviremos, agora, a deputada Rita Passos.
A SRA. PRESIDENTE -
RITA PASSOS - PSD - Convido
o Sr. Alexandre Laguna para fazer uso da palavra.
O SR. ALEXANDRE LAGUNA – Exma. Sra. Deputada Rita Passos, responsável por esta importante homenagem
à Poli, professor Dr. José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, em nome dos quais saúdo as demais autoridades
presentes, corpo docente e discente da Poli, em especial, o Rafael, que está
aqui do lado, senhoras e senhores, bom dia.
O carimbo
postal e o selo, relativos aos 120 da Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo, lançados nesta Casa de Leis, assinalam a história de uma instituição que
contribuiu e contribui significativamente para o desenvolvimento do estado de
São Paulo e do Brasil. Por trás da ascendente trajetória da Poli, ao longo das
décadas, é importante registrar o empenho e a dedicação de um número expressivo
de professores, alunos e apoiadores que, pela geração de conhecimento de porta,
forneceram os alicerces para o impulso e crescimento industrial no Brasil,
especialmente no decorrer do século passado.
A instituição
continua uma destacada referência educacional ao formar quadros profissionais
de qualidade para as empresas de todo país, ao mesmo tempo em que é associada à
significativa produção de pesquisa acadêmica que emana de suas salas de aula e
laboratórios.
Em nome da
Diretoria Regional dos Correios de São Paulo Metropolitana, agradeço à direção
da Escola Politécnica pelo convite e desejo que os próximos anos sejam tão
pujantes para a instituição quanto foi esse período de 120 anos de existência.
Muito
obrigado e os nossos parabéns. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE -
RITA PASSOS - PSD -
Agradecemos ao Sr. Alexandre Laguna por suas palavras e informamos que o
carimbo ora lançado ficará à disposição dos interessados na agência de correios
Butantã, situada na Rua Butantã, 235. Tem a palavra o Sr. Rafael Ganzerli Auad, presidente do
Grêmio Politécnico da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
O SR. RAFAEL GANZERLI AUAD – Olá,olá. Em
primeiro lugar, bom dia a todos. Eu ia começar saudando a todas as autoridades,
mas acho que não vou lembrar o nome de todo mundo, então, eu gostaria de
começar falando que, para mim, é uma honra poder ser uma das
primeiras falas em um evento tão importante quanto este e, ao mesmo tempo, eu
acho que isso é um pouco injusto para mim como aluno, no meio de tanta
experiência que se vê na Mesa, e mesmo fora da Mesa, com autoridades que
poderiam falar muito melhor do que eu.
Mas eu acho
que é justamente essa falta de experiência que me permite falar um pouco do que
eu quero dizer, porque depois de ter passado metade, exatamente metade da minha
trajetória dentro da Escola Politécnica, cinco, dos dez semestres que se espera
que um engenheiro se forme na Poli, eu acho que já tenho uma visão um pouco
mais crítica do que aqueles que estão chegando e, ao mesmo
tempo, ainda com aquele encanto de quem entende que toda vez que vai
para a Poli, sabe que está estudando num local privilegiado. A gente olha para
o lado, para os nossos docentes, para os nossos funcionários, para os nossos
alunos, e percebe que a Poli realmente se faz um lugar diferenciado. Não é à
toa que a gente tem só de organização estudantil mais de 20 grupos de extensão,
desenvolvendo trabalhos completamente independentes, completamente paralelos e
levando um pouco para a sociedade o que é aprendido dentro da nossa escola.
A Escola
Politécnica comemora, hoje, 120 anos, mas não é pelos 120 anos de idade que eu
acho que a gente tem que fazer essa homenagem, essa solenidade. É por 120 anos
com ensino, pesquisa e extensão de qualidade que a Poli tem trazido para a
sociedade brasileira. Não é à toa que tudo que a gente vê lá, a gente conseguir
garantir essa excelência.
A Poli é o
que é, não por ter um corpo de docentes de excelência
ou por ter alunos que passam por uma série de exames para chegar ou por ter
funcionários bem concursados. A Poli é o que é, há 120 anos, por causa da
harmonia dessas três frentes trabalhando juntas. Essas três frentes que fazem
com que nós, alunos, lembremos o tempo todo qual é o verdadeiro material do
engenheiro. Que o verdadeiro material do engenheiro não é o concreto, não são
os barcos ou as redes elétricas. O verdadeiro material de trabalho do
engenheiro é o ser humano. Trabalhar com engenharia é trabalhar em prol do
desenvolvimento da sociedade e do ser humano como um todo.
A minha
namorada, que faz Direito, que me perdoe, mas eu gosto de
falar que a Escola Politécnica é uma faculdade mais humana que a Faculdade de
Direito, porque aqui a gente trabalha com problemas que envolvem a vida
das pessoas e a gente trabalha para achar soluções para a vida das pessoas.
Há 120 anos
nos lembrando do mesmo lema, “Tradição e Modernidade”, “Tradição e
Modernidade”, “Tradição e Modernidade”. Eu vou além, se o professor Cardoso me
permitir ser um pouquinho mais provocativo, que tradição e
modernidade já são adjetivos ultrapassados para a Escola Politécnica.
Modéstia à parte, nós alunos, trazemos um novo adjetivo para esta escola.
Inovação. Inovação. Não é possível se pensar em uma escola de engenharia de
qualidade, hoje, sem se pensar em inovação, sem pensar em achar soluções novas,
econômicas e eficientes para melhorar o nosso país.
Se não fosse
pela inovação da Escola Politécnica, com certeza, nós estaríamos muito
atrasados e hoje já estamos. Se nós formos olhar para os nossos vizinhos, às
vezes até aqueles que não estão tão próximos, o Brasil ainda tem muito a
melhorar e muito a crescer. A engenharia desenvolvida nessa Escola é uma
engenharia social no melhor sentido que a palavra engenharia social pode ter.
Para falar um
pouquinho de inovação, eu gosto de lembrar um pouco de como que surgiu o Grêmio
Politécnico, que é a instituição da qual presido. O Grêmio Politécnico, no dia
1º de setembro, vai fazer 110 anos de história, 110. Existe uma frase no teatro
que diz “me dê a mão para que, juntos, possamos fazer
o que eu não posso fazer sozinho”. E somente dez anos depois da criação da
Escola Politécnica, os alunos viraram para diretoria e falaram, “Professor, a
escola que nós queremos fazer, a excelência que nós queremos fazer, não é
possível fazer sozinho". Nós precisamos de um instrumento que, até hoje, é
utilizado entre alunos, professores e funcionários, que é o diálogo.
Claro, no
papel de estudante, eu preciso discordar da diretoria a maioria das vezes.
Outras vezes não. Nós chegamos em acordos, mas sempre
com base no diálogo. Esse diálogo e essa inovação que fazem com que a Escola
Politécnica seja não uma simples escola de engenheiros, mas uma escola de
engenheiros e líderes. Líderes em suas famílias, líderes em mercado de
trabalho, líderes no Poder Público, por que não? Aliás, deputada, com todo o
respeito, eu acho que não há nenhuma profissão ou vocação melhor para exercer a
vida pública do que a vocação de ser um engenheiro. Por tudo que estudamos, por
tudo que trabalhamos em prol do desenvolvimento de uma sociedade, em prol do
desenvolvimento do país.
E eu espero
que realmente, ao longo dos próximos 120 anos, a Escola Politécnica possa
continuar contribuindo para o desenvolvimento disso que nós chamamos e queremos
ter orgulho de chamar de nação. Até porque, se não fosse pelo desenvolvimento
da vida das pessoas, não haveria porque existir as duas instituições que hoje
se consagram, a Escola Politécnica e todas as Assembleias Legislativas de todos os estados desse país.
Muito
obrigado a todos e eu gostaria de terminar falando, professor Cardoso, feliz
aniversário para você.
Muito
obrigado. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE -
RITA PASSOS - PSD - Tem a palavra o Sr. engenheiro Kamal Mattar, presidente da Associação dos Engenheiros Politécnicos.
(Palmas.)
O SR. KAMAL MATTAR - Senhores, bom dia. Eu sou Kamal Mattar. Talvez o mais velho, mais idoso de todos os
politécnicos aqui presentes. E não vou citar os nomes, porque já foram citados
e eu não quero, não gosto de repetir. Então, eu vou falar pouca coisa, porque
eu não sabia que eu seria homenageado também com o direito de falar aqui para
uma Assembleia tão, tão maravilhosa como essa que eu
vejo.
E, eu também
agradeço ao professor Cardoso a oportunidade de também falar aqui para cumprimentar
a todos. E eu lembro que quando eu entrei na Escola, em 1950, eram quatro
cursos só. Um era Civil, e eu sou Civil da turma de 50, Mecânica, Química e
Metalurgia, só. Hoje, eu não sei dizer quantos são os cursos. Deve ser de 20 ou
30, ou mais até, os cursos, porque é tanta, é tanta modernidade que a gente se
perde. E eu sou como presidente da Associação da AEP, eu fico embasbacado por,
por ter que citar o nome de todo mundo, mas eu ainda sou do tempo que se usava
régua de cálculo e se desenhava com pranchetas, réguas T e eu me modernizei,
mas muito pouco.
Bom, então eu
vou agradecer a oportunidade de falar a tão seleta plateia e agradeço e muito obrigado. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE -
RITA PASSOS - PSD - Tem a
palavra o Sr. engenheiro José Luiz Dias, que fará saudação aos 120 anos de
criação Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. (Palmas.)
O SR. JOSÉ LUIZ DIAS – Bom dia a todos, Sra.
Deputada Rita Passos, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, demais autoridades,
nosso diretor José Roberto Cardoso, aniversariante; presidente do Grêmio
Politécnico, legítimo sucessor de Alexandre de Albuquerque, principalmente
colegas politécnicas, professores.
Não há
satisfação maior para um politécnico do que poder falar da sua Escola. Poder
falar da sua Escola nesta Assembleia junta alegria à
honra porque foi nesta Casa que a Escola Politécnica foi criada. No final do
século XIX, logo após a Proclamação da República, o Congresso Legislativo de
São Paulo, lá no casarão do João Mendes, onde hoje está o Tribunal de Justiça,
teve acalorados debates sobre a necessidade ou não de se criar uma escola de
engenharia em São Paulo.
Em 1892,
foram aprovados dois projetos. Um criava uma Escola Agrícola e uma Escola de
Engenharia, projeto 26 e o projeto 67, uma Escola de Ciências Práticas e
Matemáticas Aplicadas à Engenharia. Em 24 de agosto de 1893,
foi aprovada pelo Congresso Legislativo de São Paulo a lei n.191, criando a
Escola Politécnica de São Paulo, a terceira escola de engenharia do Brasil, a
primeira escola superior do Brasil criada por um Estado da Federação, todas as
demais haviam sido criadas pelo Governo Imperial ou pelo Governo da nascente
república e a primeira escola de engenharia do Brasil a adotar o modelo alemão,
juntando o rigor da formação científica e matemática com a vivência prática.
Um modelo até hoje mantido pela Escola Politécnica.
É
interessante enfatizar que desde o seu começo, a Escola Politécnica manteve
cursos técnicos junto aos cursos de Engenharia Civil, Agrícola, Mecânica, teve
os cursos de Mecânica Aplicada, Química Industrial e acreditem,
Contadores, mostrando a importância da gestão da engenharia.
A Escola
Politécnica foi e é obra de Antônio Francisco de Paula Souza, deputado , presidente desta Casa, autor do projeto que criou
a Escola Politécnica, ituano, deputada. Paula Souza foi um engenheiro graduado
na Alemanha e na Suíça, fundador do Partido Republicano, signatário da
Convenção de Itu, Ministro de Relações Exteriores e da Agricultura do governo
Floriano Peixoto, um defensor intransigente do ensino tecnológico em todos os
níveis. Paula Souza renunciou ao seu mandato para ser o primeiro diretor da
Escola Politécnica, posição que manteve até o seu falecimento em 1917.
O início da
Escola Politécnica foi bastante modesto, sete professores, 38 alunos e 21
alunos ouvintes. Eu acho que havia mais ouvintes naquela época do que
atualmente, Sr. Rafael. No entanto, desde os seus primórdios, a Escola
Politécnica manteve intensa cooperação com a indústria, com entidades públicas,
com entidades privadas. Já em 1903, o laboratório de materiais da Escola
Politécnica elaborou o primeiro manual de resistência dos materiais, englobando
características técnicas dos materiais disponíveis para a indústria e a
construção civil do Brasil na época. Ensaios de telhas, de trilhos, de cimento,
de compostos, de areia e a publicação deste manual foi feita
pelo Grêmio Politécnico. A primeira publicação do Grêmio Politécnico foi este
manual.
O laboratório
de testes de materiais evoluiu e em 1934 transformou-se no Instituto de
Pesquisas Tecnológicas, sob a liderança de Ari Torres, o IPT que dispensa
qualquer apresentação, foi um dos elementos fundamentais para a normalização no
Brasil e Ari Torres foi o primeiro presidente da ABNT.
Em 1901, a Escola Politécnica, instituiu a disciplina eletrotécnica como
obrigatória para todos os cursos e criou o gabinete de física industrial que ao
longo do tempo evoluiu, cresceu, transformou-se no gabinete de eletrotécnica,
depois no laboratório de máquinas eletrotécnicas e em dezembro de 1940, recebeu
a denominação de Instituto de Eletrotécnica, atualmente o Instituto de Energia
e Ambiente da Universidade de São Paulo.
O Instituto
de Eletrotécnica, o Instituto de Energia e Ambiente tem uma longa tradição de
cooperação com a indústria e com o Poder Público. O primeiro ensaio oficial
feito pelo laboratório de eletrotécnica da Escola Politécnica foi em 1927, um
aquecedor elétrico fabricado por Francisco Chiapazzo,
uma fábrica na Rua Piratininga. Trinta e cinco anos depois, o Instituto de
Eletrotécnica fez os ensaios de aceitação e conformidade de todo o sistema da
hidrelétrica de Jurumirim.
Ao longo
desses anos a contribuição à indústria no Instituto de Eletrotécnica é
absolutamente notável.
No final dos
anos 40, havia uma necessidade premente de energia elétrica neste país. A
industrialização dependia disso. A Escola Politécnica tinha um pequeno
laboratório de hidráulica construído pelo professor Lucas Nogueira Garcez. A
partir do final dos anos 40, esse laboratório cresceu. Na década de 50, em convênio
com o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado, transformou-se no
Centro Tecnológico de Hidráulica, que fez a modelagem, participou de projetos,
de barragens como Rosana, Porto Primavera, Jurumirim,
Sobradinho e muitas outras fora do Brasil; além de muitos projetos nas áreas de
saneamento, portos e vias navegáveis e meio-ambiente.
Em 1956,
graças a um convênio com a Marinha do Brasil, convênio esse sempre atualizado e
renovado, a Escola Politécnica passou a oferecer o primeiro curso de Engenharia
Naval da América Latina. Ainda em 56, em convênio com o IPT e a Marinha do
Brasil, foi construído o tanque de provas, que permite o ensaio de cascos e
hélices. Em 1959, foi feito o projeto do primeiro navio oceanográfico
brasileiro, Professor Besnard. Foi autor, foi líder
desse projeto, o almirante Yupery Tupiassu de Brito Guerra, professor de teoria do
navio da Escola Politécnica. Em 1968, o professor Antônio Hélio Guerra Vieira
criou o laboratório de sistemas digitais, o LSD, nome sugestivo, professor. Em
1971, o LSD, construiu, projetou, desenvolveu o hardware e o software do
primeiro computador nacional, o Patinho Feio. Entre 1973 e 1975, o laboratório
de sistemas digitais da Escola Politécnica desenvolveu e construiu o
minicomputador G10 para uso embarcado da Marinha do Brasil.
Poucos de nós
sabemos que em 1932, um pouco antes da Revolução Constitucionalista, o governo
federal autorizou o governo de São Paulo a criar uma Universidade Tecnológica e
a esta Universidade incorporar a Escola Politécnica. Esta Universidade teria
cursos de nível superior, técnico e operacional. Considerando que a Escola
Politécnica manteve cursos técnicos quando de sua criação e que em 1913, Paula
Souza convidou Roberto Mange, um jovem engenheiro
suíço, a vir ao Brasil para ser professor de tecnologia mecânica e o nosso
amigo, Roberto Mange, criou junto com Roberto
Simonsen o Senai, o Idort, a vocação da Escola Politécnica em ser um centro de
excelência na formação e na divulgação da tecnologia estava caracterizado com a
Universidade Tecnológica, infelizmente não implementada em função do próprio
conflito de 32. No entanto, não por coincidência, o sistema de ensino
tecnológico de São Paulo recebe adequadamente o nome de Centro Paula Souza.
Se nós
olharmos para a Revolução de 1932, nós veremos uma ativa participação da Escola
Politécnica, dos seus professores, funcionários e alunos; indo desde a
fabricação de armamento e munição, ao desenvolvimento de uma substância para
substituir o trotil, o TNT, já que a matéria-prima
para a fabricação do TNT não era obtenível em São Paulo em função do bloqueio
sofrido pelas forças constitucionalistas. E foi desenvolvido o amonal, que foi utilizado durante toda a Revolução.
Em 1934, foi
criada a Universidade de São Paulo, quando era governador-interventor Armando
de Sales Oliveira, engenheiro civil formado na turma de 1905 da Escola
Politécnica. A incorporação da Escola Politécnica à Universidade de São Paulo
permitiu que a cooperação já existente entre a Politécnica e as demais unidades
da então recém-estabelecida Universidade se tornasse ainda mais fácil e
permitiu que, ao longo do tempo, as novas unidades criadas pudessem ter também
uma intensa correspondência com a Escola Politécnica, sempre com benefícios
mútuos.
Vale a pena
aqui mencionar que a Escola Politécnica participou da criação de inúmeras
outras instituições e escolas de engenharia. Gostaria de poder citar aqui a
Escola de Engenharia de São Carlos, em cuja criação teve preponderância a atividade professor Theodureto
Ramos, aliás, eu nunca imaginei um nome tão adequado a um professor de química
e ele o era, professor Theodureto.
O curso de
Geociências, o Instituto de Geociências, sempre teve uma cooperação intensa com
o curso de minas e metalurgia da Escola Politécnica. Já em 1902, a Escola
Politécnica tinha um laboratório de fundição. Em 1935, foi criado o curso de
engenheiro de minas e metalurgia, que foi separado em 1955. Em 1957, surgiu o
curso de geologia como um desmembramento do curso de história natural da
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Essa cooperação permanece, é
extremamente ativa, principalmente nos cursos de minas e de petróleo.
Nós vamos
falar um pouco também do não tão formal. Em abril de 1913, a aula inaugural da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, posteriormente Universidade
de São Paulo, ocorreu no anfiteatro de química da Escola Politécnica. Por algum
motivo, os alunos da Escola resolveram dar uma recepção à base hidráulica para
os calouros da Faculdade de Medicina e a imprensa da época falou do conflito
campal que ocorreu na Praça Fernando Prestes e durante anos, tanto na casa de
Arnaldo quanto na casa de Paula Souza, se comentava do conflito. No entanto, um
dos alunos da primeira turma da Faculdade de Medicina, era um politécnico graduado
em 1906, engenheiro civil e que trabalhava com Ramos de Azevedo. Ele ingressou
na Faculdade de Medicina, quando aluno da Politécnica, Ernesto de Souza Campos
foi um dos fundadores do Grêmio Politécnico, assinou a ata, trabalhou com Ramos
de Azevedo, como eu mencionei, entrou na Faculdade de Medicina, fundou o Centro
Acadêmico Oswaldo Cruz, foi professor da Faculdade de
Medicina, foi diretor da Faculdade de Medicina em 1931, foi diretor da
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de 1937 a 1939, foi chefe do
escritório técnico responsável pela construção dos prédios da Faculdade de
Medicina na Avenida Doutor Arnaldo e depois foi Ministro da Educação e
Saúde no governo Dutra. Em outras palavras, Rafael, uma figuraça.
Eu gostaria
aqui de falar um pouco sobre o corpo docente da Escola Politécnica, mas não vou
fazê-lo. Seria injusto. Por mais que me alongasse, por mais que detalhasse, por
mais que não quisesse esquecer todos os magníficos e dedicados professores da
Escola Politécnica. Permito-me apenas citar Ramos de Azevedo, além do próprio
Paula Souza.
Mas gostaria
de falar, para alegria do Sr. Cardoso, de um professor que não foi. Se nós olharmos um pouco a correspondência do início do século XX,
final do século XIX, se nós olharmos um pouco o que os jornais diziam na época,
nós vamos ver que Euclides da Cunha, quando da criação da Escola Politécnica,
fez artigos no Estado de São Paulo, no jornal Estado de São Paulo, atacando
violentamente a criação da Escola, a forma como ela estava sendo criada e a sua
estruturação, a ponto de num artigo dizer: “O autor do desastroso
projeto”, Paula Souza, “com tantos defeitos que nem seu autor ousaria arrostar
as consequências de defendê-lo”. Paula Souza se
absteve de responder e isso levou Euclides da Cunha a publicar um artigo
dizendo que ele havia vencido a polêmica, embora Paula Souza tivesse ficado
absolutamente quieto. No entanto, logo em seguida, Euclides da Cunha pleiteou
ser professor da Escola Politécnica. Isto está documentado em extensa
correspondência de Euclides, tanto com Ronaldo Porchat, quanto com Teodoro
Sampaio. Só em 1904 ele desistiu da ideia, também
segundo uma carta que ele enviou a Teodoro Sampaio.
É importante
frisar um detalhe, apesar do brilhantismo euclidiano, quando ele atacou Paula
Souza, Euclides tinha 26 anos de idade e havia se reformado alguns meses antes
na Academia Militar. Esse talvez seja um caso sui generis de um grande professor
que não foi.
Sem dúvida os
politécnicos são a alma da Escola. Eu me permito dizer que a Escola, como muito
bem enfatizado pelo Rafael, depende dos professores, dos funcionários e dos
alunos, mas eu acredito que são os alunos que fazem a cola, eu acho que eu
exagerei um pouco, talvez cola possa ser interpretada de outra forma. Mas fazem
a aglutinação dos professores e dos funcionários e dos próprios alunos. A vida
acadêmica da Escola Politécnica é um elemento fundamental para formação de
líderes, para a preparação do profissional para as áreas técnicas e de gestão.
Nesta vida acadêmica sempre houve uma presença preponderante do Grêmio
Politécnico. Formado em 1903 por um grupo de alunos, sob a liderança de
Alexandre de Albuquerque. Alexandre de Albuquerque foi em 1935, o primeiro
ex-aluno diretor da Escola Politécnica. Trabalhou também no escritório técnico
Ramos de Azevedo, teve uma atuação fundamental na consolidação da Escola
Politécnica na década de 30, dizem as más línguas que foi
amante de Tarsila do Amaral, mas o certo é que ele foi presidente do
sindicato, não dos engenheiros, mas dos artistas de São Paulo, mostrando uma
inegável flexibilidade dos politécnicos.
Senhoras,
senhores, se eu me deixar levar pela emoção e pela honra, eu ficaria aqui
indefinidamente. Certamente, nenhum das senhoras ou dos senhores aguentaria, mas eu creio que eu tenho aqui a obrigação de
fazer um comentário, antes de me despedir e agradecer a paciência de todos. Se
por uma artimanha dos deuses, Paula Souza voltasse ao nosso convívio, tomasse
conhecimento do que se tornou a Escola Politécnica, das
contribuições que a sua Escola fez à engenharia e a tecnologia nacional, se ele
viesse a este plenário, da Casa que ele presidiu, visse o brasão do Estado de
São Paulo, tenho certeza que ele diria, “Bem-construído, meus alunos, continuem
pelos próximos 120 anos fazendo o que fizeram nos últimos 120” e olhando
a divisa de São Paulo “Pro Brasilia Fiant Eximia”
diria, “pelo Brasil façam-se grandes coisas” e nós responderíamos, “A Escola
Politécnica o fará”.
Muito
obrigado. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE -
RITA PASSOS - PSD -
Parabéns, engenheiro José Luiz Dias, nós tivemos uma retrospectiva, aqui, da
história da Escola Politécnica, com muitas particularidades, contando os
detalhes, foi uma aula realmente. E dizer que a história continua, não é? Vão
ter muitos anos pela frente. Nós não vamos estar mais aqui, mas a história da
Escola Politécnica vai continuar, e sempre com sucesso. Tem agora a palavra o Sr.
Prof. Dr. José Roberto Castilho Piqueira, vice-diretor
da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
O SR. JOSÉ ROBERTO CASTILHO PIQUEIRA – Bom dia a todos e a todas. Na pessoa do meu
diretor, José Roberto Cardoso, saúdo todas as
autoridades presentes e como cabe a um vice, vou fazer um discurso bem rápido.
Olhando daqui
a plateia e as pessoas que estão aqui ao meu lado e
olhando a Mesa, não posso me furtar a dizer, a complementar o que disse o
Rafael em seu discurso. Que a nossa Escola é uma Escola de grandes conquistas
tecnológicas, pedagógicas etc. Mas que todas essas conquistas são basicamente
conquistas humanas obtidas por pessoas que trabalham o dia todo pela nossa
Escola, que pensam na nossa Escola, que trabalham na nossa Escola. Então, eu
vou homenagear rapidamente a esses grupos.
Na pessoa do
meu colega Fernando José Barbin Laurindo, homenageio
todos os docentes da nossa Escola; na pessoa do Rafael Auad,
homenageio todos os alunos da nossa Escola; na pessoa da funcionária Enaége Dalan Sant'Ana, homenageio todos os funcionários da nossa
Escola.
E gostaria
também de complementar, homenageando a Marinha do Brasil, que durante todos
esses anos, sempre depositou uma grande confiança no trabalho dos professores,
dos alunos e dos funcionários da Poli. Participamos juntos de uma porção de
projetos muito importantes, muito interessantes e certamente novos projetos
virão nos próximos anos. Então, na pessoa do meu colega, comandante Jordi Angelats, gostaria de
homenagear a Marinha do Brasil.
Não posso
também deixar de homenagear as entidades privadas que nos deram apoio, não só
as públicas, mas as entidades privadas que nos deram apoio em uma porção de
projetos interessantes. Então, na pessoa do engenheiro Pedro Wongtschowski, eu homenageio todas as entidades que nos
auxiliaram em pesquisa ao longo desses anos todos.
Então,
encerro por aqui, completando e pedindo a todos que continuem nos ajudando, que continuem ajudando a nossa Instituição, que continuem
trabalhando junto com a nossa instituição, para que nós possamos construir um
Brasil novo, um Brasil que tenha inovação e que tenha na tecnologia a
riqueza de todos.
Muito
obrigado. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE -
RITA PASSOS - PSD -
Senhoras e senhores, agora eu peço que faça uso da tribuna, convido o Sr. Prof.
Dr. José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo.
O SR. JOSÉ ROBERTO CARDOSO – Bom dia a todos. O diretor tem lá os seus
privilégios. Reservaram aqui uma posição em que é ótima para ver todos, não só
os que estão aqui na audiência, mas também aqueles que estão lá em cima.
Bom, dando
início aqui às saudações, eu quero agradecer imensamente deputada Rita Passos por
propor essa solenidade à Escola Politécnica. Estamos eternamente penhorados por
esta homenagem. Quero saudar o professor Hélio Nogueira da Cruz, vice-reitor da
Universidade, representando o professor Grandino.
Saudar nosso reitor, Antônio Hélio Guerra Vieira, está lá em cima também,
professor Jacques Marcovitch, reitor também da
Universidade de São Paulo, prazer tê-lo aqui, professor. Desembargador Luiz
Edmundo Marrey, obrigado pela presença, representando
aqui Ivan Sartori, o presidente do Tribunal de Justiça.
Caro amigo, professor Marco Antonio Zago, pró-reitor de pesquisa; caro amigo, Fábio Prado,
reitor da FEI, eu não sei onde ele está, um grande amigo, colaborador e sempre
discutimos nossas angústias. Professor José Roberto Castilho Piqueira, vice-diretor da Escola Politécnica; Alexandre
Laguna, gerente regional de vendas dos Correios; caro amigo, Geraldo Roberto Martins da Costa, diretor da
EESC, a nossa grande parceira; professor Ildo Sauer,
diretor do Instituto de Energia e Ambiente.
Não posso esquecer de falar também da professora Maria Arminda que
está aqui do lado, muito obrigado, professora Maria Arminda, nossa pró-reitora
de Cultura e Extensão; professor Christiano Lyra, foi diretor da Faculdade de
Engenharia Elétrica e Computação da Unicamp, está aqui representando seu
diretor, muito obrigado, essa faculdade que é uma parceira nossa, sobretudo do
Departamento de Engenharia Elétrica da Poli, dividimos nossas angústias de vez
em quando e de vez em quando, nos reunimos para conspirar. Vice-almirante
Liseo Zampronio,
comandante, pela presença. Professora Edith Ranzini,
diretora da FDTE, minha professora, década de 70, tenho muito carinho por ela,
me ensinou computação. E que de fato, depois dela, quem me ensinou computação
foram os meus alunos e Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do
Sindicato, também esteve presente; um grande amigo, capitão
de mar e guerra, Jordi Angelats,
que é diretor do Centro de Coordenação de Estudos da Marinha, aqui em São
Paulo; grande politécnico, Kamal Mattar, esse é nosso
grande homem, presidente da Associação dos Engenheiros Politécnicos; meu amigo
José Luiz Pereira Dias, engenheiro eletrotécnico, colega meu de turma, profundo
conhecedor da Escola Politécnica, não só da Escola Politécnica, mas também do
Instituto de Eletrotécnica, da história da Engenharia Elétrica em geral, muito
obrigado pelo discurso importante que relatou aí a pujança da nossa Escola.
Ao
politécnico, Pedro Wongtschowski, presidente da
Associação Amigos da Poli, um dos primeiros endowments criados por uma escola pública. Caro
amigo, Nelson Zuanella, presidente da FDTE e o Sr.
Rafael Ganzerli Auad está
aí a nova geração da Escola Politécnica, presidente do
Grêmio Politécnico.
Bom, falar
agora da história depois do que o Zé Luiz falou não tem mais sentido. Eu queria
falar um pouco do que se espera, do que esperamos do futuro da Escola
Politécnica, isso é que é importante nesse momento, que isso seja de fato
destacado.
A Engenharia
mudou. Todo mundo sabe que a Engenharia agora tem um papel importantíssimo na
sociedade. É talvez a profissão que mais qualidade de vida agrega ao ser
humano. Tudo isso agora está em um cenário completamente diferente do cenário
em que a maioria de nós convivemos. O engenheiro
antigamente trabalhava em gabinete, isolado, ele era o técnico, ele fazia a
técnica, fazia o projeto, raramente se preocupava com o recurso, sobretudo o
financeiro. Mas ele fazia o projeto o melhor possível.
Não é mais
assim. O engenheiro não trabalha mais isolado. Ele está em uma equipe. E não é
em uma equipe constituída apenas de engenheiros, ele está numa equipe
multidisciplinar. Trabalham com ele, engenheiros, elementos, pessoal de
marketing, sociólogos, uma plêiade de profissões em que o engenheiro agora
precisa se integrar nesse contexto e a partir disso, criar. Para que isso seja
feito de uma forma adequada, é necessário que tenha outras habilidades que não
apenas a técnica. Comentei agora, precisa saber trabalhar em equipe. Ele
precisa se comunicar muito bem, porque a todo instante será necessário fazer
apresentações. E ao fazer essas apresentações, tem que ser bem feita, para que
todo mundo entenda. Ele precisa dessas habilidades para que ele possa de fato
liderar essa equipe. Essa equipe não está, muitas vezes, sediada em apenas um
país. Está distribuída pelo mundo. Então, ele precisa ter conhecimento de
sistemas econômicos de outros países. Ele precisa ter conhecimento de
restrições religiosas sobre certo produto. Quer dizer, o engenheiro agora não é
mais um técnico essencialmente. Ele precisa conhecer profundamente a técnica,
mas ele precisa ter outras habilidades.
Não dá para,
por outro lado, colocar essas habilidades na estrutura curricular. Não podemos
colocar isso na estrutura, ter um professor para ensinar isso. Mas nós temos,
como dirigentes de uma escola de Engenharia, estimulá-lo a essas práticas.
Então, eles precisam estar continuamente investidos em projetos que os levem a
esse tipo de conhecimento.
Eu falo da
internacionalização, por exemplo. Porque se ele vai trabalhar numa equipe que
está distribuída no planeta, ele precisa ter uma formação internacional. A
Escola Politécnica disparou um processo de internacionalização arrojado há 10,
12 anos atrás. Quem trabalhou nesse processo está aqui do lado, professor Adnei, não sei onde está o professor Adnei,
eu o vi agora pouco, não está aqui nesse horário. Lançou esse processo de
internacionalização da Escola Politécnica que agora, 10, 12 anos depois é um paradigma de internacionalização de ensino de
engenharia no país.
Nós mandamos
para o exterior mais de 1500 alunos, recebemos 1300, maioria para estágios de
curta duração. Desses 1500 que mandamos, quase 400 são
em duplo diploma. Esse aluno volta para o país com uma formação diferente. Ele
está com a cultura do país na cabeça, não apenas com a língua. Isso o faz
diferente em todo tipo de relacionamento comercial.
A Escola
Politécnica, por outro lado, precisa pensar em resolver os seus problemas, que
é justamente a questão da aula presencial. Todo mundo sabe que os jovens agora
têm à sua disposição uma quantidade imensa de informação na ponta do dedo. É
difícil fazê-lo ficar sentado em uma aula de uma hora e meia, duas horas.
Difícil. Nós precisamos de fato investir e aproveitar todas as condições que o
ensino online oferece. Não há
como conceber que daqui 20 anos, o nosso aluno vá para a Escola assistir a
mesma aula que a gente assiste. E nós estamos assistindo quase a mesma aula que
assistimos há 20 anos atrás.
Se nós
pegamos a Lei de Moore que diz aí, uma que vislumbrou, Moore foi presidente da
Intel, que a cada dois anos, a capacidade de processamento dos computadores
dobrava. Isso tem sido fiel desde 65. Nós chegaremos em 2020 com o nosso
notebook trabalhando com milhares de giga-hertz; a
gente tem condições de telepresenças, de ver o que
está acontecendo naquele instante com qualidade espetacular. Nós não podemos
deixar de pensar que isso vai acontecer. Não podemos esperar isso acontecer.
Temos que nos preparar. A nossa aula não pode mais ser a mesma.
Os Estados
Unidos têm uma técnica chamada, que está aparecendo muito lá, blending education,
eu tenho conversado com o professor Renato Jardim, um dos colegas da Matemática
e da EAG, o professor Nei, sobre essa nova ferramenta que nós precisamos, de
fato, ter um conhecimento profundo para que possamos de fato revolucionar agora
o ensino.
Esse é o
grande desafio da Escola Politécnica, que a gente deve de fato ficar atento e
eu tenho certeza que é isso que os nossos jovens professores estão ingressando
na Escola Politécnica, estão envolvidos. Vejo vários deles aqui. De modo que,
eu agradeço muito a presença de todos nessa sala. É uma honra muito grande para
um politécnico essa homenagem. Só quem é politécnico sabe o que é isso, né? Ser homenageado pelos pares, pelos amigos, pelos
funcionários, pelos alunos e eu agradeço a todos mais
uma vez e muito obrigado. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Senhoras e senhores, neste momento, o professor José Roberto Cardoso,
diretor da Escola Politécnica fará a entrega do diploma e da medalha
comemorativa dos 120 anos de criação da Escola às seguintes autoridades: deputada
Rita Passos, proponente e presidente desta sessão comemorativa. Convido, ainda,
a deputada Rita Passos para que receba, em nome do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Samuel Moreira, o diploma
e a respectiva medalha. Ao engenheiro José Luiz Dias; ao gerente regional de vendas
dos Correios de São Paulo, Alexandre Laguna.
*
* *
- É feita a
entrega de medalhas comemorativas.
*
* *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Senhoras e senhores, ouviremos agora as palavras da deputada Rita
Passos.
A SRA. PRESIDENTE -
RITA PASSOS - PSD - Diretor
José Roberto me disse agora: “Você é a primeira pessoa a receber esta medalha,
nunca ninguém recebeu antes”, é isso? Falei, “Poxa, eu vou ficar na história”.
Bom, senhoras
e senhores, é uma alegria muito grande poder
homenagear a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Por tudo que foi
dito aqui, por mais de um século de história, 120 anos, considerada como um dos
maiores centros de pós-graduação do país e o maior na área de Engenharia. É
maravilhoso isso, não é mesmo?
A Poli
contribuiu e continua contribuindo com desenvolvimento do Brasil. Por ela
passaram alunos e professores renomados que deram a sua contribuição na
construção de hidrelétricas, ferrovias, entre outras importantes obras, porque
sempre iam ao encontro da necessidade que se vivia.
Começou com
poucos alunos, hoje temos tantos alunos. Cinco mil alunos na graduação, cinco
mil alunos na pós-graduação, doutorado, mestrado e vale a pena também ressaltar
que pelo menos 80% do corpo docente têm, pelo menos, a titularidade de doutor,
é isso, né? Fantástico isso. Tem 17 cursos de
graduação, enfim, 120 anos de história não é para qualquer escola. É porque tem
uma história grande, uma história de sucesso.
E todos aqui
mencionaram o Rafael e eu também vou mencionar o Rafael, não é? Ele é o
presidente do Grêmio. Ele destacou aqui duas palavras que ficaram bem marcadas
no seu discurso. Que é a inovação e o diálogo, que realmente são essenciais. A
inovação que vai sempre ao encontro da necessidade da sociedade. Não adianta
simplesmente, como ele falou, a tradição e a
modernidade. Há realmente a necessidade da inovação. Tem acontecido que o
desejo, como foi falado aqui do diretor, Dr. José Roberto, é que isso continue
e que possa avançar cada vez mais. Porque hoje nós estamos também fazendo
história nesse momento. E queremos também, que daqui dez, 20, 30 ou 120 anos,
as pessoas também possam falar dos avanços que ocorreram daqui para frente. A
inovação. A inovação e não é para todo mundo. Nem todo mundo tem esse espírito
de inovador, mas a Escola Politécnica tem. É o diferencial. E o diálogo. O
diálogo sempre é bom. Entre professores, alunos, direção. Essa integração em
prol do desenvolvimento humano e do desenvolvimento da sociedade.
Eu falo que
sempre o diálogo, ele traz o equilíbrio das ideias, a
conversa, o diálogo, sempre você acaba se entendendo, um cede aqui, o outro ali
e procuram o melhor caminho. É a busca da perfeição.
Parabéns,
professores. Parabéns à direção. Parabéns, Dr. José Roberto, que é o diretor.
Parabéns aos alunos. Não adianta parabenizar os professores se não tivermos os
alunos e vice-versa. Parabéns a todos vocês que fazem a Escola Politécnica ser
um grande sucesso. Parabéns a todos. (Palmas.)
Gostaria
também de deixar um comunicado aos presentes, que esta sessão solene está sendo
transmitida, ao vivo, pela TV WEB, e será transmitida no dia 17, sábado, às
21h, pela TV Assembleia, NET é o canal 13, TVA, canal
66, TVA digital, canal 185 e TV Digital Aberta, canal 61.2
Esgotado o
objeto da presente sessão, encerramos a sessão solene. A Presidência agradece às
autoridades, aos funcionários da Casa e a todos que colaboraram para o êxito da
solenidade. Essa Presidência convida os presentes para um brunch, na Sala dos Espelhos,
no hall de entrada deste Plenário.
Obrigada a
todos. Um bom dia. Fiquem com Deus. (Palmas.)
Está encerrada a sessão.
*
* *
- Encerra-se
a sessão às 12 horas e 06 minutos.
*
* *