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12 DE AGOSTO DE 2013

040ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AOS “120 ANOS DA ESCOLA POLITÉCNICA DA USP

 

 

Presidente: RITA PASSOS

 

RESUMO

001 - RITA PASSOS

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que a Presidência Efetiva convocara a presente sessão solene, a requerimento da deputada Rita Passos, na direção dos trabalhos, com a finalidade de "Comemorar os 120 anos de criação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

 

002 - NATAL CALABRO NETO

Mestre de Cerimônias, anuncia o lançamento do carimbo comemorativo e do selo personalizado alusivos aos 120 anos da Escola Politécnica de Engenharia da Universidade de São Paulo, lançados pelo Ministério das Comunicações e pelos Correios. Discorre sobre os símbolos. Convida Alexandre Laguna, gerente regional de vendas dos Correios, para se posicionar junto à Mesa de lançamento. Convida a deputada Rita Passos a efetuar a primeira obliteração lançando oficialmente o selo. Realiza a entrega de álbum contendo a peça filatélica ora obliterada à deputada Rita Passos. Convida o professor doutor José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, para carimbar a cartela de lançamento. Realiza a entrega de álbum contendo a peça filatélica ora obliterada e uma réplica do carimbo e do selo ao professor doutor José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

 

003 - ALEXANDRE LAGUNA

Gerente Regional de Vendas dos Correios, saúda as autoridades  presentes. Comemora o lançamento do carimbo postal e do selo em homenagem aos 120 anos da Escola Politécnica de Engenharia da Universidade de São Paulo. Enfatiza a importância da instituição de ensino no que se refere à inovação e à produção científica.

 

004 - Presidente RITA PASSOS

Informa que o carimbo ora lançado ficará à disposição dos interessados na agência de correios Butantã.

 

005 - RAFAEL GANZERLI AUAD

Presidente do Grêmio Politécnico da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, saúda as autoridades presentes. Enaltece os 120 anos de ensino, pesquisa e extensão que a Escola Politécnica tem trazido para a sociedade brasileira com grande qualidade. Lembra que o lema da Escola Politécnica da USP é tradição e modernidade, associados à inovação. Destaca a importância do âmbito social na engenharia. Faz histórico do surgimento do grêmio politécnico e discorreu sobre seus valores.

 

006 - KAMAL MATTAR

Presidente da Associação dos Engenheiros Politécnicos, cumprimenta os presentes. Lembra o tempo em que ingressou na Escola Politécnica de Engenharia da Universidade de São Paulo, em 1950. Destaca a modernização que a instituição sofreu ao longo dos anos.

007 - JOSÉ LUIZ DIAS

Engenheiro, faz saudação aos 120 anos de criação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Enfatiza que a Escola Politécnica foi criada nesta Casa e fez histórico da ocasião. Destaca a importância do Instituto de Pesquisas Tecnológicas dentro da instituição de ensino. Cita grandes conquistas da Escola de Engenharia da USP e engenheiros que foram seus expoentes.

 

008 - JOSÉ ROBERTO CASTILHO PIQUEIRA

Vice-Diretor da Escola Politécnica da USP, homenageia os estudantes, docentes e funcionários da instituição de ensino. Enaltece os membros da Marinha do Brasil, parceiros da Escola Politécnica em diversos projetos. Agradece as entidades que apoiaram as pesquisas da instituição durante estes 120 anos.

 

009 - JOSÉ ROBERTO CARDOSO

Diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, agradece a deputada Rita Passos pela homenagem à Escola Politécnica. Saúda as autoridades presentes. Destaca o papel da engenharia na sociedade. Enfatiza a importância do trabalho em equipe na profissão. Explica a política da instituição de ensino em enviar os alunos para o exterior. Menciona os desafios de modernização da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

 

010 - NATAL CALABRO NETO

Mestre de Cerimônias, convida o Professor Doutor José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo a realizar a entrega da medalha comemorativa dos 120 anos de criação da Escola às seguintes autoridades: deputada Rita Passos, representando o presidente Samuel Moreira; deputada Rita Passos; engenheiro José Luiz Dias e Alexandre Laguna, gerente regional de vendas dos Correios.

 

011 - Presidente RITA PASSOS

Ressalta a importância da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo nos cursos de graduação e pós-graduação. Elogia o corpo docente da instituição. Destaca as inovações tecnológicas geradas na Escola Politécnica. Parabeniza os alunos, funcionários e professores pelos 120 anos da instituição de ensino. Informa que esta sessão solene deverá ser exibida na TV Assembleia em data oportuna. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Rita Passos.

 

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A SRA. PRESIDENTE - RITA PASSOS - PSD - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Senhores, autoridades, bom dia. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Agradecemos a presença e daremos início à sessão solene em comemoração aos 120 anos da Escola Politécnica da USP, iniciativa da deputada Rita Passos. Convido para compor a Mesa a Exma. Sra. Deputada Rita Passos, presidente desta sessão solene. (Palmas.) Professor Dr. José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da USP. (Palmas.) Desembargador Luiz Edmundo Marrey Uint, representando o desembargador Ivan Ricardo Garisio Sartori, presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. (Palmas.) Sr. Rafael Ganzerli Auad, presidente do Grêmio Politécnico da Escola Politécnica da USP. (Palmas.) Vice-almirante Liseo Zampronio, comandante do 8º Distrito Naval. (Palmas.) Na extensão da mesa, Sr. Alexandre Laguna, gerente regional de vendas e da diretoria dos Correios São Paulo Metropolitana. (Palmas.)

Queiram se acomodar, por favor. Para dar a abertura a esta sessão, as palavras da deputada Rita Passos.

 

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A SRA. PRESIDENTE - RITA PASSOS - PSD - Senhoras e senhores e autoridades, está aberta a solenidade. A presente sessão solene tem como finalidade a “Comemoração aos 120 anos de criação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo”, conforme requerimento número 188 de 14 de março de 2013.

Agora, quero nomear as autoridades aqui presentes: professor Dr. José Roberto Cardoso, que é o diretor da Escola Politécnica da USP; desembargador Luiz Edmundo Marrey, que é o representante do desembargador Ivan Ricardo Sartori, presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo; Rafael Ganzerli Auad, presidente do Grêmio Politécnico da Escola Politécnica da USP; o vice-almirante Liseo Zampronio, comandante do 8º Distrito Naval; Alexandre Laguna, gerente regional de vendas e da diretoria dos Correios São Paulo Metropolitana. E cumprimento a todos vocês, aqui presentes, todos vocês são muito importantes nesse evento.

Sras. Deputadas, deputados que possam estar aqui nos assistindo, participando também, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente, deputado Samuel Moreira, atendendo solicitação desta deputada.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o “Hino Nacional Brasileiro”, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do 2º Tenente PM Jássen Feliciano.

 

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- É feita a execução do Hino Nacional Brasileiro.

 

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A SRA. PRESIDENTE - RITA PASSOS - PSD - Esta Presidência agradece a Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Senhoras e senhores, gostaríamos de registrar e agradecer as presenças dos senhores professor Dr. José Roberto Castilho Piqueira, vice-diretor da Escola Politécnica da USP; Sr. Hélio Nogueira da Cruz, vice-reitor, representando o reitor João Grandino Rodas, reitor da Universidade de São Paulo; professor Marco Antonio Zago, pró-reitor de pesquisa da USP; Sra. Maria Arminda do Nascimento Arruda, pró-reitora de cultura e extensão da USP; professor Adolpho José Melfi, ex-reitor da USP e diretor do Centro Brasileiro de Estudos do Memorial da América Latina; Sr. Jacques Marcovitch, professor titular da Universidade de São Paulo, reitor da USP no quadriênio 1997-2001; professor Dr. Antônio Hélio Guerra Vieira, diretor da Escola Politécnica da USP em 1980-1982 e reitor da USP 1982-1986; professor Dr. Fábio do Prado, reitor do Centro Universitário da FEI; professor Nelson Zuanella, presidente da Fundação para Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia; professor Dr. Geraldo Roberto Martins da Costa, diretor da Escola de Engenharia de São Carlos da USP; professor Dr. Sérgio de Albuquerque, diretor da Escola de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto USP; capitão de mar e guerra Jordi Gracia Angelats, diretor do Centro de Coordenação de Estudos da Marinha em São Paulo; professor Dr. Carlos Eduardo Falavigna da Rocha, diretor do Instituto de Biociência da Politécnica da USP. Biociência, perdão; professor Renato de Figueiredo Jardim, diretor do Instituto de Física da USP; Sr. Flávio Ulhoa Coelho, diretor do Instituto de Matemática e Estatística da USP; Adnei Melges de Andrade, da vice-reitoria executiva de Relações Internacionais; Sr. Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo; professor Christiano Lyra Filho, representando o Diretório da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação; professor Dr. Colombo Celso Gaeta Tassinari, vice-diretor do Instituto de Energia e Ambiente da USP; professor Ildo Luís Sauer, diretor do Instituto de Energia e Ambiente da USP; engenheiro Kamal Mattar, presidente da AEP, Associação dos Engenheiros Politécnicos; professora Dra. Edith Ranzini, diretora da Fundação para Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia; Sr. Pedro Sérgio Mello, gerente regional de vendas 2, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; primeiro-tenente Amanda Hatsume Sato Sabbatini, neste ato representando o coronel PM Benedito Roberto Meira, comandante geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo; engenheiro politécnico, Sr. José Luiz Dias; Sra. Telma Manzi Carvalho de Araújo, assessora técnica regional dos Correios; Sr. Pedro Wongtschowski, presidente da Associação dos ex-Alunos da Politécnica.

Neste momento, anunciamos o lançamento do selo e do carimbo comemorativo. O Ministério das Comunicações e os Correios lançam, nesta oportunidade, o carimbo comemorativo e selo personalizado, alusivos aos 120 anos da Escola Politécnica de Engenharia da Universidade de São Paulo. O selo lançado, neste momento, é composto por duas partes.

Na primeira, o pavilhão nacional compõe o plano secundário e emoldura o mapa do Brasil, preenchido pelas flores do ipê, árvore símbolo nacional. Na segunda, o selo retrata a maquete do futuro prédio do Laboratório de Inovação e Empreendedorismo da Poli, cujo objetivo será o de apoiar iniciativas criativas e projetos focados em inovação.

O selo personalizado será obliterado pelo carimbo comemorativo.

O carimbo comemorativo circula nas peças filatélicas e correspondências das instituições que pleiteiam sua emissão, propagando, por meio da imagem e legenda, o tema que lhe deu origem. Tem local de lançamento, período de circulação definidos, com base nos fatos e eventos que comemora.

Para o ato de lançamento do carimbo comemorativo e do selo personalizado, convidamos o gerente regional de vendas da Diretoria dos Correios de São Paulo Metropolitana, Sr. Alexandre Laguna, a se posicionar junto à Mesa de lançamento.

O Sr. Alexandre Laguna convida a deputada Rita Passos para efetuar a primeira obliteração, lançando oficialmente o selo. (Palmas.)

 

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- É feita a obliteração de lançamento do selo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Neste momento, a nobre deputada Rita Passos recebe, em nome da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, um álbum contendo a peça filatélica ora obliterada. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do álbum.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Com igual satisfação, o Sr. Alexandre Laguna convida o diretor da Escola Politécnica, Politécnica da Universidade de São Paulo, professor Dr. José Roberto Cardoso, para carimbar a cartela de lançamento.

 

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- É feita a aplicação de carimbo na cartela.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - O professor José Roberto Cardoso também recebe um álbum contendo a peça filatélica ora obliterada e uma réplica do carimbo e do selo. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega de álbum e de réplica.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Dando continuidade, ouviremos, agora, a deputada Rita Passos.

 

A SRA. PRESIDENTE - RITA PASSOS - PSD - Convido o Sr. Alexandre Laguna para fazer uso da palavra.

 

O SR. ALEXANDRE LAGUNA – Exma. Sra. Deputada Rita Passos, responsável por esta importante homenagem à Poli, professor Dr. José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, em nome dos quais saúdo as demais autoridades presentes, corpo docente e discente da Poli, em especial, o Rafael, que está aqui do lado, senhoras e senhores, bom dia.

O carimbo postal e o selo, relativos aos 120 da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, lançados nesta Casa de Leis, assinalam a história de uma instituição que contribuiu e contribui significativamente para o desenvolvimento do estado de São Paulo e do Brasil. Por trás da ascendente trajetória da Poli, ao longo das décadas, é importante registrar o empenho e a dedicação de um número expressivo de professores, alunos e apoiadores que, pela geração de conhecimento de porta, forneceram os alicerces para o impulso e crescimento industrial no Brasil, especialmente no decorrer do século passado.

A instituição continua uma destacada referência educacional ao formar quadros profissionais de qualidade para as empresas de todo país, ao mesmo tempo em que é associada à significativa produção de pesquisa acadêmica que emana de suas salas de aula e laboratórios.

Em nome da Diretoria Regional dos Correios de São Paulo Metropolitana, agradeço à direção da Escola Politécnica pelo convite e desejo que os próximos anos sejam tão pujantes para a instituição quanto foi esse período de 120 anos de existência.

Muito obrigado e os nossos parabéns. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - RITA PASSOS - PSD - Agradecemos ao Sr. Alexandre Laguna por suas palavras e informamos que o carimbo ora lançado ficará à disposição dos interessados na agência de correios Butantã, situada na Rua Butantã, 235. Tem a palavra o Sr. Rafael Ganzerli Auad, presidente do Grêmio Politécnico da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

 

O SR. RAFAEL GANZERLI AUAD – Olá,olá. Em primeiro lugar, bom dia a todos. Eu ia começar saudando a todas as autoridades, mas acho que não vou lembrar o nome de todo mundo, então, eu gostaria de começar falando que, para mim, é uma honra poder ser uma das primeiras falas em um evento tão importante quanto este e, ao mesmo tempo, eu acho que isso é um pouco injusto para mim como aluno, no meio de tanta experiência que se vê na Mesa, e mesmo fora da Mesa, com autoridades que poderiam falar muito melhor do que eu.

Mas eu acho que é justamente essa falta de experiência que me permite falar um pouco do que eu quero dizer, porque depois de ter passado metade, exatamente metade da minha trajetória dentro da Escola Politécnica, cinco, dos dez semestres que se espera que um engenheiro se forme na Poli, eu acho que já tenho uma visão um pouco mais crítica do que aqueles que estão chegando e, ao mesmo tempo, ainda com aquele encanto de quem entende que toda vez que vai para a Poli, sabe que está estudando num local privilegiado. A gente olha para o lado, para os nossos docentes, para os nossos funcionários, para os nossos alunos, e percebe que a Poli realmente se faz um lugar diferenciado. Não é à toa que a gente tem só de organização estudantil mais de 20 grupos de extensão, desenvolvendo trabalhos completamente independentes, completamente paralelos e levando um pouco para a sociedade o que é aprendido dentro da nossa escola.

A Escola Politécnica comemora, hoje, 120 anos, mas não é pelos 120 anos de idade que eu acho que a gente tem que fazer essa homenagem, essa solenidade. É por 120 anos com ensino, pesquisa e extensão de qualidade que a Poli tem trazido para a sociedade brasileira. Não é à toa que tudo que a gente vê lá, a gente conseguir garantir essa excelência.

A Poli é o que é, não por ter um corpo de docentes de excelência ou por ter alunos que passam por uma série de exames para chegar ou por ter funcionários bem concursados. A Poli é o que é, há 120 anos, por causa da harmonia dessas três frentes trabalhando juntas. Essas três frentes que fazem com que nós, alunos, lembremos o tempo todo qual é o verdadeiro material do engenheiro. Que o verdadeiro material do engenheiro não é o concreto, não são os barcos ou as redes elétricas. O verdadeiro material de trabalho do engenheiro é o ser humano. Trabalhar com engenharia é trabalhar em prol do desenvolvimento da sociedade e do ser humano como um todo.

A minha namorada, que faz Direito, que me perdoe, mas eu gosto de falar que a Escola Politécnica é uma faculdade mais humana que a Faculdade de Direito, porque aqui a gente trabalha com problemas que envolvem a vida das pessoas e a gente trabalha para achar soluções para a vida das pessoas.

Há 120 anos nos lembrando do mesmo lema, “Tradição e Modernidade”, “Tradição e Modernidade”, “Tradição e Modernidade”. Eu vou além, se o professor Cardoso me permitir ser um pouquinho mais provocativo, que tradição e modernidade já são adjetivos ultrapassados para a Escola Politécnica. Modéstia à parte, nós alunos, trazemos um novo adjetivo para esta escola. Inovação. Inovação. Não é possível se pensar em uma escola de engenharia de qualidade, hoje, sem se pensar em inovação, sem pensar em achar soluções novas, econômicas e eficientes para melhorar o nosso país.

Se não fosse pela inovação da Escola Politécnica, com certeza, nós estaríamos muito atrasados e hoje já estamos. Se nós formos olhar para os nossos vizinhos, às vezes até aqueles que não estão tão próximos, o Brasil ainda tem muito a melhorar e muito a crescer. A engenharia desenvolvida nessa Escola é uma engenharia social no melhor sentido que a palavra engenharia social pode ter.

Para falar um pouquinho de inovação, eu gosto de lembrar um pouco de como que surgiu o Grêmio Politécnico, que é a instituição da qual presido. O Grêmio Politécnico, no dia 1º de setembro, vai fazer 110 anos de história, 110. Existe uma frase no teatro que diz “me dê a mão para que, juntos, possamos fazer o que eu não posso fazer sozinho”. E somente dez anos depois da criação da Escola Politécnica, os alunos viraram para diretoria e falaram, “Professor, a escola que nós queremos fazer, a excelência que nós queremos fazer, não é possível fazer sozinho". Nós precisamos de um instrumento que, até hoje, é utilizado entre alunos, professores e funcionários, que é o diálogo.

Claro, no papel de estudante, eu preciso discordar da diretoria a maioria das vezes. Outras vezes não. Nós chegamos em acordos, mas sempre com base no diálogo. Esse diálogo e essa inovação que fazem com que a Escola Politécnica seja não uma simples escola de engenheiros, mas uma escola de engenheiros e líderes. Líderes em suas famílias, líderes em mercado de trabalho, líderes no Poder Público, por que não? Aliás, deputada, com todo o respeito, eu acho que não há nenhuma profissão ou vocação melhor para exercer a vida pública do que a vocação de ser um engenheiro. Por tudo que estudamos, por tudo que trabalhamos em prol do desenvolvimento de uma sociedade, em prol do desenvolvimento do país.

E eu espero que realmente, ao longo dos próximos 120 anos, a Escola Politécnica possa continuar contribuindo para o desenvolvimento disso que nós chamamos e queremos ter orgulho de chamar de nação. Até porque, se não fosse pelo desenvolvimento da vida das pessoas, não haveria porque existir as duas instituições que hoje se consagram, a Escola Politécnica e todas as Assembleias Legislativas de todos os estados desse país.

Muito obrigado a todos e eu gostaria de terminar falando, professor Cardoso, feliz aniversário para você.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - RITA PASSOS - PSD - Tem a palavra o Sr. engenheiro Kamal Mattar, presidente da Associação dos Engenheiros Politécnicos. (Palmas.)

 

O SR. KAMAL MATTAR - Senhores, bom dia. Eu sou Kamal Mattar. Talvez o mais velho, mais idoso de todos os politécnicos aqui presentes. E não vou citar os nomes, porque já foram citados e eu não quero, não gosto de repetir. Então, eu vou falar pouca coisa, porque eu não sabia que eu seria homenageado também com o direito de falar aqui para uma Assembleia tão, tão maravilhosa como essa que eu vejo.

E, eu também agradeço ao professor Cardoso a oportunidade de também falar aqui para cumprimentar a todos. E eu lembro que quando eu entrei na Escola, em 1950, eram quatro cursos só. Um era Civil, e eu sou Civil da turma de 50, Mecânica, Química e Metalurgia, só. Hoje, eu não sei dizer quantos são os cursos. Deve ser de 20 ou 30, ou mais até, os cursos, porque é tanta, é tanta modernidade que a gente se perde. E eu sou como presidente da Associação da AEP, eu fico embasbacado por, por ter que citar o nome de todo mundo, mas eu ainda sou do tempo que se usava régua de cálculo e se desenhava com pranchetas, réguas T e eu me modernizei, mas muito pouco.

Bom, então eu vou agradecer a oportunidade de falar a tão seleta plateia e agradeço e muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - RITA PASSOS - PSD - Tem a palavra o Sr. engenheiro José Luiz Dias, que fará saudação aos 120 anos de criação Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. (Palmas.)

 

O SR. JOSÉ LUIZ DIAS – Bom dia a todos, Sra. Deputada Rita Passos, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, demais autoridades, nosso diretor José Roberto Cardoso, aniversariante; presidente do Grêmio Politécnico, legítimo sucessor de Alexandre de Albuquerque, principalmente colegas politécnicas, professores.

Não há satisfação maior para um politécnico do que poder falar da sua Escola. Poder falar da sua Escola nesta Assembleia junta alegria à honra porque foi nesta Casa que a Escola Politécnica foi criada. No final do século XIX, logo após a Proclamação da República, o Congresso Legislativo de São Paulo, lá no casarão do João Mendes, onde hoje está o Tribunal de Justiça, teve acalorados debates sobre a necessidade ou não de se criar uma escola de engenharia em São Paulo.

Em 1892, foram aprovados dois projetos. Um criava uma Escola Agrícola e uma Escola de Engenharia, projeto 26 e o projeto 67, uma Escola de Ciências Práticas e Matemáticas Aplicadas à Engenharia. Em 24 de agosto de 1893, foi aprovada pelo Congresso Legislativo de São Paulo a lei n.191, criando a Escola Politécnica de São Paulo, a terceira escola de engenharia do Brasil, a primeira escola superior do Brasil criada por um Estado da Federação, todas as demais haviam sido criadas pelo Governo Imperial ou pelo Governo da nascente república e a primeira escola de engenharia do Brasil a adotar o modelo alemão, juntando o rigor da formação científica e matemática com a vivência prática. Um modelo até hoje mantido pela Escola Politécnica.

É interessante enfatizar que desde o seu começo, a Escola Politécnica manteve cursos técnicos junto aos cursos de Engenharia Civil, Agrícola, Mecânica, teve os cursos de Mecânica Aplicada, Química Industrial e acreditem, Contadores, mostrando a importância da gestão da engenharia.

A Escola Politécnica foi e é obra de Antônio Francisco de Paula Souza, deputado , presidente desta Casa, autor do projeto que criou a Escola Politécnica, ituano, deputada. Paula Souza foi um engenheiro graduado na Alemanha e na Suíça, fundador do Partido Republicano, signatário da Convenção de Itu, Ministro de Relações Exteriores e da Agricultura do governo Floriano Peixoto, um defensor intransigente do ensino tecnológico em todos os níveis. Paula Souza renunciou ao seu mandato para ser o primeiro diretor da Escola Politécnica, posição que manteve até o seu falecimento em 1917.

O início da Escola Politécnica foi bastante modesto, sete professores, 38 alunos e 21 alunos ouvintes. Eu acho que havia mais ouvintes naquela época do que atualmente, Sr. Rafael. No entanto, desde os seus primórdios, a Escola Politécnica manteve intensa cooperação com a indústria, com entidades públicas, com entidades privadas. Já em 1903, o laboratório de materiais da Escola Politécnica elaborou o primeiro manual de resistência dos materiais, englobando características técnicas dos materiais disponíveis para a indústria e a construção civil do Brasil na época. Ensaios de telhas, de trilhos, de cimento, de compostos, de areia e a publicação deste manual foi feita pelo Grêmio Politécnico. A primeira publicação do Grêmio Politécnico foi este manual.

O laboratório de testes de materiais evoluiu e em 1934 transformou-se no Instituto de Pesquisas Tecnológicas, sob a liderança de Ari Torres, o IPT que dispensa qualquer apresentação, foi um dos elementos fundamentais para a normalização no Brasil e Ari Torres foi o primeiro presidente da ABNT.

Em 1901, a Escola Politécnica, instituiu a disciplina eletrotécnica como obrigatória para todos os cursos e criou o gabinete de física industrial que ao longo do tempo evoluiu, cresceu, transformou-se no gabinete de eletrotécnica, depois no laboratório de máquinas eletrotécnicas e em dezembro de 1940, recebeu a denominação de Instituto de Eletrotécnica, atualmente o Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo.

O Instituto de Eletrotécnica, o Instituto de Energia e Ambiente tem uma longa tradição de cooperação com a indústria e com o Poder Público. O primeiro ensaio oficial feito pelo laboratório de eletrotécnica da Escola Politécnica foi em 1927, um aquecedor elétrico fabricado por Francisco Chiapazzo, uma fábrica na Rua Piratininga. Trinta e cinco anos depois, o Instituto de Eletrotécnica fez os ensaios de aceitação e conformidade de todo o sistema da hidrelétrica de Jurumirim.

Ao longo desses anos a contribuição à indústria no Instituto de Eletrotécnica é absolutamente notável.

No final dos anos 40, havia uma necessidade premente de energia elétrica neste país. A industrialização dependia disso. A Escola Politécnica tinha um pequeno laboratório de hidráulica construído pelo professor Lucas Nogueira Garcez. A partir do final dos anos 40, esse laboratório cresceu. Na década de 50, em convênio com o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado, transformou-se no Centro Tecnológico de Hidráulica, que fez a modelagem, participou de projetos, de barragens como Rosana, Porto Primavera, Jurumirim, Sobradinho e muitas outras fora do Brasil; além de muitos projetos nas áreas de saneamento, portos e vias navegáveis e meio-ambiente.

Em 1956, graças a um convênio com a Marinha do Brasil, convênio esse sempre atualizado e renovado, a Escola Politécnica passou a oferecer o primeiro curso de Engenharia Naval da América Latina. Ainda em 56, em convênio com o IPT e a Marinha do Brasil, foi construído o tanque de provas, que permite o ensaio de cascos e hélices. Em 1959, foi feito o projeto do primeiro navio oceanográfico brasileiro, Professor Besnard. Foi autor, foi líder desse projeto, o almirante Yupery Tupiassu de Brito Guerra, professor de teoria do navio da Escola Politécnica. Em 1968, o professor Antônio Hélio Guerra Vieira criou o laboratório de sistemas digitais, o LSD, nome sugestivo, professor. Em 1971, o LSD, construiu, projetou, desenvolveu o hardware e o software do primeiro computador nacional, o Patinho Feio. Entre 1973 e 1975, o laboratório de sistemas digitais da Escola Politécnica desenvolveu e construiu o minicomputador G10 para uso embarcado da Marinha do Brasil.

Poucos de nós sabemos que em 1932, um pouco antes da Revolução Constitucionalista, o governo federal autorizou o governo de São Paulo a criar uma Universidade Tecnológica e a esta Universidade incorporar a Escola Politécnica. Esta Universidade teria cursos de nível superior, técnico e operacional. Considerando que a Escola Politécnica manteve cursos técnicos quando de sua criação e que em 1913, Paula Souza convidou Roberto Mange, um jovem engenheiro suíço, a vir ao Brasil para ser professor de tecnologia mecânica e o nosso amigo, Roberto Mange, criou junto com Roberto Simonsen o Senai, o Idort, a vocação da Escola Politécnica em ser um centro de excelência na formação e na divulgação da tecnologia estava caracterizado com a Universidade Tecnológica, infelizmente não implementada em função do próprio conflito de 32. No entanto, não por coincidência, o sistema de ensino tecnológico de São Paulo recebe adequadamente o nome de Centro Paula Souza.

Se nós olharmos para a Revolução de 1932, nós veremos uma ativa participação da Escola Politécnica, dos seus professores, funcionários e alunos; indo desde a fabricação de armamento e munição, ao desenvolvimento de uma substância para substituir o trotil, o TNT, já que a matéria-prima para a fabricação do TNT não era obtenível em São Paulo em função do bloqueio sofrido pelas forças constitucionalistas. E foi desenvolvido o amonal, que foi utilizado durante toda a Revolução.

Em 1934, foi criada a Universidade de São Paulo, quando era governador-interventor Armando de Sales Oliveira, engenheiro civil formado na turma de 1905 da Escola Politécnica. A incorporação da Escola Politécnica à Universidade de São Paulo permitiu que a cooperação já existente entre a Politécnica e as demais unidades da então recém-estabelecida Universidade se tornasse ainda mais fácil e permitiu que, ao longo do tempo, as novas unidades criadas pudessem ter também uma intensa correspondência com a Escola Politécnica, sempre com benefícios mútuos.

Vale a pena aqui mencionar que a Escola Politécnica participou da criação de inúmeras outras instituições e escolas de engenharia. Gostaria de poder citar aqui a Escola de Engenharia de São Carlos, em cuja criação teve preponderância a atividade professor Theodureto Ramos, aliás, eu nunca imaginei um nome tão adequado a um professor de química e ele o era, professor Theodureto.

O curso de Geociências, o Instituto de Geociências, sempre teve uma cooperação intensa com o curso de minas e metalurgia da Escola Politécnica. Já em 1902, a Escola Politécnica tinha um laboratório de fundição. Em 1935, foi criado o curso de engenheiro de minas e metalurgia, que foi separado em 1955. Em 1957, surgiu o curso de geologia como um desmembramento do curso de história natural da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Essa cooperação permanece, é extremamente ativa, principalmente nos cursos de minas e de petróleo.

Nós vamos falar um pouco também do não tão formal. Em abril de 1913, a aula inaugural da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, posteriormente Universidade de São Paulo, ocorreu no anfiteatro de química da Escola Politécnica. Por algum motivo, os alunos da Escola resolveram dar uma recepção à base hidráulica para os calouros da Faculdade de Medicina e a imprensa da época falou do conflito campal que ocorreu na Praça Fernando Prestes e durante anos, tanto na casa de Arnaldo quanto na casa de Paula Souza, se comentava do conflito. No entanto, um dos alunos da primeira turma da Faculdade de Medicina, era um politécnico graduado em 1906, engenheiro civil e que trabalhava com Ramos de Azevedo. Ele ingressou na Faculdade de Medicina, quando aluno da Politécnica, Ernesto de Souza Campos foi um dos fundadores do Grêmio Politécnico, assinou a ata, trabalhou com Ramos de Azevedo, como eu mencionei, entrou na Faculdade de Medicina, fundou o Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, foi professor da Faculdade de Medicina, foi diretor da Faculdade de Medicina em 1931, foi diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de 1937 a 1939, foi chefe do escritório técnico responsável pela construção dos prédios da Faculdade de Medicina na Avenida Doutor Arnaldo e depois foi Ministro da Educação e Saúde no governo Dutra. Em outras palavras, Rafael, uma figuraça.

Eu gostaria aqui de falar um pouco sobre o corpo docente da Escola Politécnica, mas não vou fazê-lo. Seria injusto. Por mais que me alongasse, por mais que detalhasse, por mais que não quisesse esquecer todos os magníficos e dedicados professores da Escola Politécnica. Permito-me apenas citar Ramos de Azevedo, além do próprio Paula Souza.

Mas gostaria de falar, para alegria do Sr. Cardoso, de um professor que não foi. Se nós olharmos um pouco a correspondência do início do século XX, final do século XIX, se nós olharmos um pouco o que os jornais diziam na época, nós vamos ver que Euclides da Cunha, quando da criação da Escola Politécnica, fez artigos no Estado de São Paulo, no jornal Estado de São Paulo, atacando violentamente a criação da Escola, a forma como ela estava sendo criada e a sua estruturação, a ponto de num artigo dizer: “O autor do desastroso projeto”, Paula Souza, “com tantos defeitos que nem seu autor ousaria arrostar as consequências de defendê-lo”. Paula Souza se absteve de responder e isso levou Euclides da Cunha a publicar um artigo dizendo que ele havia vencido a polêmica, embora Paula Souza tivesse ficado absolutamente quieto. No entanto, logo em seguida, Euclides da Cunha pleiteou ser professor da Escola Politécnica. Isto está documentado em extensa correspondência de Euclides, tanto com Ronaldo Porchat, quanto com Teodoro Sampaio. Só em 1904 ele desistiu da ideia, também segundo uma carta que ele enviou a Teodoro Sampaio.

É importante frisar um detalhe, apesar do brilhantismo euclidiano, quando ele atacou Paula Souza, Euclides tinha 26 anos de idade e havia se reformado alguns meses antes na Academia Militar. Esse talvez seja um caso sui generis de um grande professor que não foi.

Sem dúvida os politécnicos são a alma da Escola. Eu me permito dizer que a Escola, como muito bem enfatizado pelo Rafael, depende dos professores, dos funcionários e dos alunos, mas eu acredito que são os alunos que fazem a cola, eu acho que eu exagerei um pouco, talvez cola possa ser interpretada de outra forma. Mas fazem a aglutinação dos professores e dos funcionários e dos próprios alunos. A vida acadêmica da Escola Politécnica é um elemento fundamental para formação de líderes, para a preparação do profissional para as áreas técnicas e de gestão. Nesta vida acadêmica sempre houve uma presença preponderante do Grêmio Politécnico. Formado em 1903 por um grupo de alunos, sob a liderança de Alexandre de Albuquerque. Alexandre de Albuquerque foi em 1935, o primeiro ex-aluno diretor da Escola Politécnica. Trabalhou também no escritório técnico Ramos de Azevedo, teve uma atuação fundamental na consolidação da Escola Politécnica na década de 30, dizem as más línguas que foi amante de Tarsila do Amaral, mas o certo é que ele foi presidente do sindicato, não dos engenheiros, mas dos artistas de São Paulo, mostrando uma inegável flexibilidade dos politécnicos.

Senhoras, senhores, se eu me deixar levar pela emoção e pela honra, eu ficaria aqui indefinidamente. Certamente, nenhum das senhoras ou dos senhores aguentaria, mas eu creio que eu tenho aqui a obrigação de fazer um comentário, antes de me despedir e agradecer a paciência de todos. Se por uma artimanha dos deuses, Paula Souza voltasse ao nosso convívio, tomasse conhecimento do que se tornou a Escola Politécnica, das contribuições que a sua Escola fez à engenharia e a tecnologia nacional, se ele viesse a este plenário, da Casa que ele presidiu, visse o brasão do Estado de São Paulo, tenho certeza que ele diria, “Bem-construído, meus alunos, continuem pelos próximos 120 anos fazendo o que fizeram nos últimos 120” e olhando a divisa de São Paulo “Pro Brasilia Fiant Eximia” diria, “pelo Brasil façam-se grandes coisas” e nós responderíamos, “A Escola Politécnica o fará”.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - RITA PASSOS - PSD - Parabéns, engenheiro José Luiz Dias, nós tivemos uma retrospectiva, aqui, da história da Escola Politécnica, com muitas particularidades, contando os detalhes, foi uma aula realmente. E dizer que a história continua, não é? Vão ter muitos anos pela frente. Nós não vamos estar mais aqui, mas a história da Escola Politécnica vai continuar, e sempre com sucesso. Tem agora a palavra o Sr. Prof. Dr. José Roberto Castilho Piqueira, vice-diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

 

O SR. JOSÉ ROBERTO CASTILHO PIQUEIRA – Bom dia a todos e a todas. Na pessoa do meu diretor, José Roberto Cardoso, saúdo todas as autoridades presentes e como cabe a um vice, vou fazer um discurso bem rápido.

Olhando daqui a plateia e as pessoas que estão aqui ao meu lado e olhando a Mesa, não posso me furtar a dizer, a complementar o que disse o Rafael em seu discurso. Que a nossa Escola é uma Escola de grandes conquistas tecnológicas, pedagógicas etc. Mas que todas essas conquistas são basicamente conquistas humanas obtidas por pessoas que trabalham o dia todo pela nossa Escola, que pensam na nossa Escola, que trabalham na nossa Escola. Então, eu vou homenagear rapidamente a esses grupos.

Na pessoa do meu colega Fernando José Barbin Laurindo, homenageio todos os docentes da nossa Escola; na pessoa do Rafael Auad, homenageio todos os alunos da nossa Escola; na pessoa da funcionária Enaége Dalan Sant'Ana, homenageio todos os funcionários da nossa Escola.

E gostaria também de complementar, homenageando a Marinha do Brasil, que durante todos esses anos, sempre depositou uma grande confiança no trabalho dos professores, dos alunos e dos funcionários da Poli. Participamos juntos de uma porção de projetos muito importantes, muito interessantes e certamente novos projetos virão nos próximos anos. Então, na pessoa do meu colega, comandante Jordi Angelats, gostaria de homenagear a Marinha do Brasil.

Não posso também deixar de homenagear as entidades privadas que nos deram apoio, não só as públicas, mas as entidades privadas que nos deram apoio em uma porção de projetos interessantes. Então, na pessoa do engenheiro Pedro Wongtschowski, eu homenageio todas as entidades que nos auxiliaram em pesquisa ao longo desses anos todos.

Então, encerro por aqui, completando e pedindo a todos que continuem nos ajudando, que continuem ajudando a nossa Instituição, que continuem trabalhando junto com a nossa instituição, para que nós possamos construir um Brasil novo, um Brasil que tenha inovação e que tenha na tecnologia a riqueza de todos.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - RITA PASSOS - PSD - Senhoras e senhores, agora eu peço que faça uso da tribuna, convido o Sr. Prof. Dr. José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

 

O SR. JOSÉ ROBERTO CARDOSO – Bom dia a todos. O diretor tem lá os seus privilégios. Reservaram aqui uma posição em que é ótima para ver todos, não só os que estão aqui na audiência, mas também aqueles que estão lá em cima.

Bom, dando início aqui às saudações, eu quero agradecer imensamente deputada Rita Passos por propor essa solenidade à Escola Politécnica. Estamos eternamente penhorados por esta homenagem. Quero saudar o professor Hélio Nogueira da Cruz, vice-reitor da Universidade, representando o professor Grandino. Saudar nosso reitor, Antônio Hélio Guerra Vieira, está lá em cima também, professor Jacques Marcovitch, reitor também da Universidade de São Paulo, prazer tê-lo aqui, professor. Desembargador Luiz Edmundo Marrey, obrigado pela presença, representando aqui Ivan Sartori, o presidente do Tribunal de Justiça. Caro amigo, professor Marco Antonio Zago, pró-reitor de pesquisa; caro amigo, Fábio Prado, reitor da FEI, eu não sei onde ele está, um grande amigo, colaborador e sempre discutimos nossas angústias. Professor José Roberto Castilho Piqueira, vice-diretor da Escola Politécnica; Alexandre Laguna, gerente regional de vendas dos Correios; caro amigo, Geraldo Roberto Martins da Costa, diretor da EESC, a nossa grande parceira; professor Ildo Sauer, diretor do Instituto de Energia e Ambiente.

Não posso esquecer de falar também da professora Maria Arminda que está aqui do lado, muito obrigado, professora Maria Arminda, nossa pró-reitora de Cultura e Extensão; professor Christiano Lyra, foi diretor da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Unicamp, está aqui representando seu diretor, muito obrigado, essa faculdade que é uma parceira nossa, sobretudo do Departamento de Engenharia Elétrica da Poli, dividimos nossas angústias de vez em quando e de vez em quando, nos reunimos para conspirar. Vice-almirante Liseo Zampronio, comandante, pela presença. Professora Edith Ranzini, diretora da FDTE, minha professora, década de 70, tenho muito carinho por ela, me ensinou computação. E que de fato, depois dela, quem me ensinou computação foram os meus alunos e Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do Sindicato, também esteve presente; um grande amigo, capitão de mar e guerra, Jordi Angelats, que é diretor do Centro de Coordenação de Estudos da Marinha, aqui em São Paulo; grande politécnico, Kamal Mattar, esse é nosso grande homem, presidente da Associação dos Engenheiros Politécnicos; meu amigo José Luiz Pereira Dias, engenheiro eletrotécnico, colega meu de turma, profundo conhecedor da Escola Politécnica, não só da Escola Politécnica, mas também do Instituto de Eletrotécnica, da história da Engenharia Elétrica em geral, muito obrigado pelo discurso importante que relatou aí a pujança da nossa Escola.

Ao politécnico, Pedro Wongtschowski, presidente da Associação Amigos da Poli, um dos primeiros endowments criados por uma escola pública. Caro amigo, Nelson Zuanella, presidente da FDTE e o Sr. Rafael Ganzerli Auad está aí a nova geração da Escola Politécnica, presidente do Grêmio Politécnico.

Bom, falar agora da história depois do que o Zé Luiz falou não tem mais sentido. Eu queria falar um pouco do que se espera, do que esperamos do futuro da Escola Politécnica, isso é que é importante nesse momento, que isso seja de fato destacado.

A Engenharia mudou. Todo mundo sabe que a Engenharia agora tem um papel importantíssimo na sociedade. É talvez a profissão que mais qualidade de vida agrega ao ser humano. Tudo isso agora está em um cenário completamente diferente do cenário em que a maioria de nós convivemos. O engenheiro antigamente trabalhava em gabinete, isolado, ele era o técnico, ele fazia a técnica, fazia o projeto, raramente se preocupava com o recurso, sobretudo o financeiro. Mas ele fazia o projeto o melhor possível.

Não é mais assim. O engenheiro não trabalha mais isolado. Ele está em uma equipe. E não é em uma equipe constituída apenas de engenheiros, ele está numa equipe multidisciplinar. Trabalham com ele, engenheiros, elementos, pessoal de marketing, sociólogos, uma plêiade de profissões em que o engenheiro agora precisa se integrar nesse contexto e a partir disso, criar. Para que isso seja feito de uma forma adequada, é necessário que tenha outras habilidades que não apenas a técnica. Comentei agora, precisa saber trabalhar em equipe. Ele precisa se comunicar muito bem, porque a todo instante será necessário fazer apresentações. E ao fazer essas apresentações, tem que ser bem feita, para que todo mundo entenda. Ele precisa dessas habilidades para que ele possa de fato liderar essa equipe. Essa equipe não está, muitas vezes, sediada em apenas um país. Está distribuída pelo mundo. Então, ele precisa ter conhecimento de sistemas econômicos de outros países. Ele precisa ter conhecimento de restrições religiosas sobre certo produto. Quer dizer, o engenheiro agora não é mais um técnico essencialmente. Ele precisa conhecer profundamente a técnica, mas ele precisa ter outras habilidades.

Não dá para, por outro lado, colocar essas habilidades na estrutura curricular. Não podemos colocar isso na estrutura, ter um professor para ensinar isso. Mas nós temos, como dirigentes de uma escola de Engenharia, estimulá-lo a essas práticas. Então, eles precisam estar continuamente investidos em projetos que os levem a esse tipo de conhecimento.

Eu falo da internacionalização, por exemplo. Porque se ele vai trabalhar numa equipe que está distribuída no planeta, ele precisa ter uma formação internacional. A Escola Politécnica disparou um processo de internacionalização arrojado há 10, 12 anos atrás. Quem trabalhou nesse processo está aqui do lado, professor Adnei, não sei onde está o professor Adnei, eu o vi agora pouco, não está aqui nesse horário. Lançou esse processo de internacionalização da Escola Politécnica que agora, 10, 12 anos depois é um paradigma de internacionalização de ensino de engenharia no país.

Nós mandamos para o exterior mais de 1500 alunos, recebemos 1300, maioria para estágios de curta duração. Desses 1500 que mandamos, quase 400 são em duplo diploma. Esse aluno volta para o país com uma formação diferente. Ele está com a cultura do país na cabeça, não apenas com a língua. Isso o faz diferente em todo tipo de relacionamento comercial.

A Escola Politécnica, por outro lado, precisa pensar em resolver os seus problemas, que é justamente a questão da aula presencial. Todo mundo sabe que os jovens agora têm à sua disposição uma quantidade imensa de informação na ponta do dedo. É difícil fazê-lo ficar sentado em uma aula de uma hora e meia, duas horas. Difícil. Nós precisamos de fato investir e aproveitar todas as condições que o ensino online oferece. Não há como conceber que daqui 20 anos, o nosso aluno vá para a Escola assistir a mesma aula que a gente assiste. E nós estamos assistindo quase a mesma aula que assistimos há 20 anos atrás.

Se nós pegamos a Lei de Moore que diz aí, uma que vislumbrou, Moore foi presidente da Intel, que a cada dois anos, a capacidade de processamento dos computadores dobrava. Isso tem sido fiel desde 65. Nós chegaremos em 2020 com o nosso notebook trabalhando com milhares de giga-hertz; a gente tem condições de telepresenças, de ver o que está acontecendo naquele instante com qualidade espetacular. Nós não podemos deixar de pensar que isso vai acontecer. Não podemos esperar isso acontecer. Temos que nos preparar. A nossa aula não pode mais ser a mesma.

Os Estados Unidos têm uma técnica chamada, que está aparecendo muito lá, blending education, eu tenho conversado com o professor Renato Jardim, um dos colegas da Matemática e da EAG, o professor Nei, sobre essa nova ferramenta que nós precisamos, de fato, ter um conhecimento profundo para que possamos de fato revolucionar agora o ensino.

Esse é o grande desafio da Escola Politécnica, que a gente deve de fato ficar atento e eu tenho certeza que é isso que os nossos jovens professores estão ingressando na Escola Politécnica, estão envolvidos. Vejo vários deles aqui. De modo que, eu agradeço muito a presença de todos nessa sala. É uma honra muito grande para um politécnico essa homenagem. Só quem é politécnico sabe o que é isso, ? Ser homenageado pelos pares, pelos amigos, pelos funcionários, pelos alunos e eu agradeço a todos mais uma vez e muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Senhoras e senhores, neste momento, o professor José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica fará a entrega do diploma e da medalha comemorativa dos 120 anos de criação da Escola às seguintes autoridades: deputada Rita Passos, proponente e presidente desta sessão comemorativa. Convido, ainda, a deputada Rita Passos para que receba, em nome do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Samuel Moreira, o diploma e a respectiva medalha. Ao engenheiro José Luiz Dias; ao gerente regional de vendas dos Correios de São Paulo, Alexandre Laguna.

 

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- É feita a entrega de medalhas comemorativas.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Senhoras e senhores, ouviremos agora as palavras da deputada Rita Passos.

 

A SRA. PRESIDENTE - RITA PASSOS - PSD - Diretor José Roberto me disse agora: “Você é a primeira pessoa a receber esta medalha, nunca ninguém recebeu antes”, é isso? Falei, “Poxa, eu vou ficar na história”.

Bom, senhoras e senhores, é uma alegria muito grande poder homenagear a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Por tudo que foi dito aqui, por mais de um século de história, 120 anos, considerada como um dos maiores centros de pós-graduação do país e o maior na área de Engenharia. É maravilhoso isso, não é mesmo?

A Poli contribuiu e continua contribuindo com desenvolvimento do Brasil. Por ela passaram alunos e professores renomados que deram a sua contribuição na construção de hidrelétricas, ferrovias, entre outras importantes obras, porque sempre iam ao encontro da necessidade que se vivia.

Começou com poucos alunos, hoje temos tantos alunos. Cinco mil alunos na graduação, cinco mil alunos na pós-graduação, doutorado, mestrado e vale a pena também ressaltar que pelo menos 80% do corpo docente têm, pelo menos, a titularidade de doutor, é isso, ? Fantástico isso. Tem 17 cursos de graduação, enfim, 120 anos de história não é para qualquer escola. É porque tem uma história grande, uma história de sucesso.

E todos aqui mencionaram o Rafael e eu também vou mencionar o Rafael, não é? Ele é o presidente do Grêmio. Ele destacou aqui duas palavras que ficaram bem marcadas no seu discurso. Que é a inovação e o diálogo, que realmente são essenciais. A inovação que vai sempre ao encontro da necessidade da sociedade. Não adianta simplesmente, como ele falou, a tradição e a modernidade. Há realmente a necessidade da inovação. Tem acontecido que o desejo, como foi falado aqui do diretor, Dr. José Roberto, é que isso continue e que possa avançar cada vez mais. Porque hoje nós estamos também fazendo história nesse momento. E queremos também, que daqui dez, 20, 30 ou 120 anos, as pessoas também possam falar dos avanços que ocorreram daqui para frente. A inovação. A inovação e não é para todo mundo. Nem todo mundo tem esse espírito de inovador, mas a Escola Politécnica tem. É o diferencial. E o diálogo. O diálogo sempre é bom. Entre professores, alunos, direção. Essa integração em prol do desenvolvimento humano e do desenvolvimento da sociedade.

Eu falo que sempre o diálogo, ele traz o equilíbrio das ideias, a conversa, o diálogo, sempre você acaba se entendendo, um cede aqui, o outro ali e procuram o melhor caminho. É a busca da perfeição.

Parabéns, professores. Parabéns à direção. Parabéns, Dr. José Roberto, que é o diretor. Parabéns aos alunos. Não adianta parabenizar os professores se não tivermos os alunos e vice-versa. Parabéns a todos vocês que fazem a Escola Politécnica ser um grande sucesso. Parabéns a todos. (Palmas.)

Gostaria também de deixar um comunicado aos presentes, que esta sessão solene está sendo transmitida, ao vivo, pela TV WEB, e será transmitida no dia 17, sábado, às 21h, pela TV Assembleia, NET é o canal 13, TVA, canal 66, TVA digital, canal 185 e TV Digital Aberta, canal 61.2

Esgotado o objeto da presente sessão, encerramos a sessão solene. A Presidência agradece às autoridades, aos funcionários da Casa e a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Essa Presidência convida os presentes para um brunch, na Sala dos Espelhos, no hall de entrada deste Plenário.

Obrigada a todos. Um bom dia. Fiquem com Deus. (Palmas.)

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 06 minutos.

 

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