30 DE JUNHO DE 2023

71ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: EDUARDO SUPLICY e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - REIS

Assume a Presidência.

        

4 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - PRESIDENTE REIS

Cumprimenta alunos da Escola Técnica Estadual de Itararé, presentes nas galerias.

        

6 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

9 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - REIS

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

11 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Anota o pedido.

        

12 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

13 - REIS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

14 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

15 - REIS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

16 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Defere o pedido do deputado Reis. Tece considerações a respeito da decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que declara inelegível o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 01/08, à hora regimental, com Ordem do Dia. Informa que esta Casa estará em recesso parlamentar até o dia 31/07. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Eduardo Suplicy.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o Expediente.

Oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente: Tomé Abduch. (Pausa.) Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Dr. Elton. (Pausa.) Paulo Fiorilo. (Pausa.) Valdomiro Lopes. (Pausa.) Delegado Olim. (Pausa.) Caio França. (Pausa.) Major Mecca. (Pausa.) Deputado Reis. Tem a palavra pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Saudar o presidente que conduz os trabalhos na data de hoje, deputado Suplicy; saudar todos os funcionários dessa Casa, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica, saudar todos aqueles e aquelas que estão em suas residências nos acompanhando pela TV Alesp.

Sr. Presidente, eu entendo que nós temos que repercutir na data de hoje o resultado do julgamento feito pelo Tribunal Superior Eleitoral em que decidiu que o Sr. Jair Messias Bolsonaro fique inelegível pelo período de oito anos.

Esse fato, esse julgamento vem em decorrência daquela reunião onde o então presidente da República Jair Bolsonaro se reuniu com embaixadores de vários países e passou a questionar o nosso sistema eleitoral, e também tecer críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal e também do Tribunal Superior Eleitoral.

O Jair Messias Bolsonaro disputou várias eleições e foi eleito várias vezes para o cargo de deputado federal e foi eleito, inclusive, presidente da República. Então, não tinha cabimento e não tem cabimento questionar o sistema, o nosso sistema eleitoral, um sistema sólido e que garante em prazo recorde de tempo que o povo brasileiro fique sabendo o resultado das urnas.

No TSE, teve o resultado desfavorável a ele e favorável à democracia, em que votaram o ministro Benedito Gonçalves, o ministro Floriano Azevedo, o ministro André Ramos, a ministra Cármen Lúcia e o ministro Alexandre de Moraes, que formaram a maioria de cinco votos pela sua inelegibilidade, pelo prazo de oito anos.

Então Bolsonaro está inelegível, está condenado por oito anos a não disputar as eleições. Ele não vai poder disputar as eleições de 2024, de 2026 e de 2028. Votaram a favor dele, formando a divergência no processo de julgamento, o ministro Raul Araújo e o ministro Kassio Nunes.

O Bolsonaro, na sua exposição, quando então estavam os embaixadores de vários países naquela reunião, trouxe informações falsas, distorcidas sobre o processo eleitoral. Desde quando o Sr. Jair foi eleito, ele trouxe um clima de beligerância. Nós vivemos um clima de guerra, em que havia ataques a jornalistas, ataque às mulheres, ataque às minorias.

Ou seja, foram quatro anos em que ele participou de um cercadinho próximo à sua residência oficial para proferir ataques ao povo brasileiro, ataques de ódio, discursos antidemocráticos. Inclusive, tem-se o conhecimento e é objeto de investigação que ali, no Palácio do Planalto, de que tinha um gabinete do ódio, responsável por espalhar notícias falsas, as fake news.

Nós sobrevivemos a todo esse período, só que eu sempre tenho uma tese, nada neste mundo é eterno, nada é duradouro, tudo tem prazo. Enfim chegou o prazo de Jair Messias Bolsonaro, o condenado. O condenado a não disputar eleições nos próximos oito anos. Bolsonaro inelegível!

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Obrigado, deputado Reis. Agora, tem a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Thaynara Faria. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)

Agora vou passar a Presidência para o deputado Reis, para que eu possa também fazer o meu pronunciamento.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Assumindo aqui a Presidência, eu chamo o deputado Eduardo Matarazzo Suplicy para fazer uso da palavra pelo tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente. 

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente deputado Reis, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.

Em primeiro lugar, irei comentar sobre como o estado de São Paulo não pode ter uma reforma agrária às avessas. De 100 a 200 fazendeiros poderão ter posse de área de até 300 mil hectares, assim a “Folha de S. Paulo” hoje, na página três, abre o artigo que enviei e foi publicado nesta sexta-feira, 30 de junho de 2023.

Com pouco conhecimento da população, está em curso no estado de São Paulo uma liquidação ilegal de terras públicas para fazendeiros a preço de banana, com descontos que chegam a até 90% do valor do imóvel.

O governador Tarcísio de Freitas está colocando em prática a Lei Estadual nº 17.557, de 2022, aprovada na gestão de Rodrigo Garcia, que cria novos e graves problemas no campo. A cada dia, o tema ganha maior relevância, alcança o Supremo Tribunal Federal e a CPI sobre o MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Por isso, é necessário que a população de São Paulo entenda como chegamos até aqui.

A nova legislação autoriza o estado a celebrar acordos para transferir terras públicas, além de regularizar posses em terras devolutas, sem atender a função social da propriedade.

A partir do pretexto de regularizar terras, os terrenos que deveriam ser destinados aos agricultores familiares e à produção de alimentos, agora estão à venda por preços simbólicos e sem avaliação de valor de mercado a fazendeiros que estão em terras griladas.

Para quem não está familiarizado com o tema, é importante saber que as terras devolutas são áreas públicas que nunca tiveram dono e que foram ocupadas irregularmente. A ação atual do governo dá preferência a quem as ocupa atualmente, os chamados grileiros.

O mais grave é que a lei de 2022 revogou a Lei Estadual nº 4.925, de 1985, do ex-governador Franco Montoro, que destinava terras devolutas e públicas do estado a pequenos agricultores e garantiu a implantação de 140 assentamentos em 40 municípios. Nos últimos 40 anos, os assentamentos ocuparam uma área de 153.539 hectares, onde residem e trabalham hoje 7.159 famílias.

A partir da urgência da temática, enviei um ofício à ministra Cármen Lúcia, do STF, e me reuni com ela, juntamente com o ministro Paulo Teixeira e com o deputado Simão Pedro, solicitando agilidade para uma decisão que pode barrar a liquidação de terras.

A ministra é relatora da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 7.326/2022, que tramita no Supremo e foi elaborada pela bancada do PT na Assembleia Legislativa paulista. Alertamos para os riscos a partir de uma legislação que afronta normas constitucionais definidas pelo Plano Nacional de Reforma Agrária.

A Procuradoria-Geral da República e a Advocacia-Geral da União emitiram pareceres favoráveis à ADI e o procurador-geral da República, Augusto Aras, foi eloquente ao destacar que a nova lei parece invadir competência da União e viola preceitos que envolvem a compatibilização com a Reforma Agrária.

Enquanto o órgão responsável pela liquidação das terras, o Instituto de Terras do Estado de São Paulo, o Itesp, entra em ação considerando dez processos aptos para a regularização, a “Folha de S. Paulo” revelou um vídeo no qual o diretor executivo do Itesp, Guilherme Piai, orienta a agilização de processos antes que a lei caia.

Estima-se que, no curto prazo, de 100 a 200 fazendeiros poderão ter suas posses transformadas em propriedade privada por valores ínfimos, em área a ser alienada que pode alcançar até 300 mil hectares. Em um prazo mais longo, os processos podem envolver até um milhão de hectares.

Entre os fazendeiros beneficiados, seis estão em Marabá Paulista, na região do Pontal do Paranapanema, historicamente um território em disputa, especialmente pela grilagem de terras. A nova regularização pode gerar mais tensão entre proprietários de terra e movimentos de trabalhadores rurais na região.

Não há dúvida de que o que está em jogo é evitar que o Governo de São Paulo acelere um processo de antirreforma agrária, que pode aumentar a desigualdade em um estado já tão desigual, e prejudicar quem produz comida orgânica e saudável no prato dos paulistas, tanto do campo como das cidades.

Alerto para um severo retrocesso nos direitos que devem garantir condições básicas à população de baixa renda. Não há mais tempo a perder. Faz-se necessário e urgente suspender o efeito de uma nova lei, para que volte a valer o ordenamento jurídico anterior, e o estado retome a sua função social.

Quero dizer que confio na decisão da ministra Cármen Lúcia a respeito deste assunto. E ela nos transmitiu que será em agosto o momento desta decisão.

Presidente Reis, estamos só nós dois apenas no plenário. Então formulo a seguinte questão. Eu gostaria também de comentar o tema que...

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Eu vou avançar a lista de chamada, e novamente V. Exa. entra mais cinco minutos. Aí V. Exa. assume a Presidência para eu poder falar. Só vou seguindo a orientação de avançar a lista de chamada.

Quero anunciar a presença dos alunos da Etec de Itararé. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Bem-vindos! (Palmas.) (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Continuando na lista de oradores, eu chamo, para fazer uso da palavra, o deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.)

Entrando na Lista Suplementar, deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente Reis. Saúdo também os estudantes de Itararé. Sejam sempre bem-vindos aqui nesta Casa, 94 representantes do povo, escolhidos em todas as 645 cidades, ou municípios do estado de São Paulo. Mas tem dias que apenas alguns vêm aqui para expressar o seu sentimento.

Eu, como o deputado Reis, temos feito questão de vir aqui praticamente todos os dias. Nem sempre acontece de os 94 estarem aqui. Mas avaliamos que, para cumprir bem o nosso dever constitucional de bem representar vocês, seus pais, todos os seus  familiares, que nos elegeram, é importante que venhamos transmitir o nosso pensamento.

Eu tenho, por exemplo, uma afinidade grande com o deputado Reis, que, como eu, também é do PT.

Nós estamos saudando hoje a decisão tão importante do Tribunal Superior Eleitoral, que, por um placar de cinco a dois, como o deputado Reis explicou, votou para reconhecer o abuso de poder político e o uso indevido dos meios de comunicação por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro. E onde ele expressou uma série de inverdades, de ataques ao sistema eleitoral.

Acabou recebendo a punição de ficar inelegível por oito anos. Isso significa que ele estará inelegível até 2030, quando completará 75 anos.

Eu transmito a minha avaliação de que foi realmente um tanto absurdo que, por volta de abril, o presidente Bolsonaro tenha resolvido convidar todos os embaixadores de todos os países em Brasília para uma reunião na qual ele procurou transmitir a sua não confiança no sistema eleitoral brasileiro, que - está mais do que comprovado - é muito eficaz. E é com base nesse sistema eleitoral que o próprio Jair Bolsonaro foi eleito deputado federal e eleito presidente.

Mas aí, quando surgiu a possibilidade concreta de que ele iria, em função das ações que realizava, não mais ser eleito presidente, então ele resolveu fazer essa campanha tão forte para que o Tribunal Superior Eleitoral, a Justiça Eleitoral não aceitasse o resultado das urnas, quando todas as pesquisas de opinião mostravam que o povo brasileiro queria um outro presidente que não ele; queria um presidente que não estivesse como que incitando o ódio entre nós brasileiros, nós brasileiras.

Que pudéssemos, sim, ter um presidente da República que procure unir mais a nação, que esteja muito solidário aos povos indígenas, aos povos originários, aos indígenas brasileiros, como os Yanomami, que estavam sendo ameaçados por garimpeiros.

Também para que tenhamos um presidente da República que venha a efetivar programas sociais muito importantes, como o “Minha Casa, Minha Vida”, e como as cisternas que trouxeram água para os municípios nordestinos que não tinham água suficiente.

E sobretudo para garantir o direito à vida com dignidade e liberdade real, através de programas sociais como o “Bolsa Família”, que vai se tornar uma renda básica de cidadania universal e incondicional para todos.

Se vocês, estudantes em Itararé, quiserem, depois da sessão, me visitar no gabinete, que é o Gabinete 07 aqui deste andar chamado M - Monumental, serão muito bem-vindos.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. Seguindo a lista de oradores, o próximo orador é o deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, deputado Reis; boa tarde, nobre deputado Suplicy; boa tarde aos alunos da Etec Itararé. Sejam muito bem-vindos aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Deputado Suplicy convidou vocês a irem ao seu gabinete; o meu gabinete é no quarto andar, na Sala 403. Também fiquem à vontade se ali quiserem visitar. Precisa subir até o terceiro andar, depois um vão de escada, e estarão lá. Eu brinco que é no sótão da Assembleia Legislativa. Sejam muito bem-vindos.

Preciso, deputado Suplicy, discordar de Vossa Excelência. Hoje é um dia triste para a nossa República, para a nossa democracia. Não se faz justiça com perseguição política.

Não se faz justiça dessa maneira, colocando uma das maiores lideranças políticas do país, o presidente Jair Messias Bolsonaro, tornando-o inelegível, repito aqui, por perseguição política, acreditando que vão tirá-lo do pleito eleitoral, seja de 24, 26, 28. Foi 5 a 2 o resultado, porém os brasileiros que votaram no presidente Bolsonaro são milhões, e esse movimento conservador, esse movimento que tem, com o presidente Bolsonaro, a sua liderança, não vai deixar de existir.

Alexandre de Moraes é uma figura deplorável da nossa democracia. É um juiz que, ao mesmo tempo que se diz vítima, acusa, julga e manda prender. Isso não existe em nenhuma democracia do mundo. São lamentáveis os inquéritos de ofício que esse senhor faz. Hoje, as vítimas somos nós; amanhã, serão vocês, serão os que aplaudem esse senhor. Não se faz justiça dessa maneira.

Eu discordo aqui do deputado Suplicy, porque é prerrogativa do presidente da República chamar, conversar, dialogar com os embaixadores, seja lá de que assunto for.

Em uma democracia, nós não podemos vetar qualquer tipo de discussão. Eles querem tutelar o debate.

Senhores, há deputados aqui que têm medo de tecer uma crítica a Alexandre de Moraes. Este deputado que vos fala pode ser punido por essa mínima crítica. Isso não é democracia em nenhum lugar do mundo.

Repito: hoje, as vítimas somos nós; amanhã, serão esses que aplaudem mais um absurdo liderado por esse senhor. Absurda mesmo, antirregimental, foi a reunião do Sr. Fachin, então presidente do TSE, com os mesmos embaixadores, para falar de eleição. Não é prerrogativa do Supremo Tribunal Federal, ele não tem poder para isso.

Apesar de que hoje, no Brasil, nós não temos uma Constituição que nós devemos seguir, nós temos 11 constituições. Cada um ali decide como quer. Não é dessa forma que nós vamos conduzir e chegar a um bom termo na nossa democracia.

Como eu disse e sempre digo, eu estou aqui nesta Assembleia Legislativa graças ao trabalho do presidente Bolsonaro, graças ao trabalho do seu filho Eduardo Bolsonaro. Eu fui assessor parlamentar dele, e disso eu me orgulho muito. Debato, dialogo com qualquer um que seja, mas, senhores, nós não podemos admitir esse nível de perseguição, seja ela qual for. Pessoas ainda estão presas.

Eu conheci, deputado Reis, uma senhora que veio do Rio Grande do Sul, descendo em Brasília no dia 8. Ela ia para as manifestações, não participou de quebra-quebra nenhum. Ela foi presa por estar em frente ao quartel. Isso não existe em democracia nenhuma no mundo. Centenas de pessoas, presidente, para finalizar, ainda estão presas.

O ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, que estava de férias, senhores, naquele 8 de janeiro, quando aconteceram aqueles atos lamentáveis, abomináveis, que nós reprovamos... Ele estava de férias, de férias! E, ainda hoje, um coronel da Polícia Militar, comandante do DF, está preso, a mando desses que se acham todo-poderosos, que se acham acima do bem e do mal.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

* * *

 

Senhores, nós estamos nesta terra aqui, e a nossa vida é finita. O poder é momentâneo. Não tem problema, amanhã é um outro dia. Nós, com esse tipo, com esse nível de perseguição, só nos mantemos ainda mais unidos, focados e fortes, para disputar as outras eleições, porque o presidente Bolsonaro é, e sempre será uma das nossas maiores lideranças políticas, se é que não é a maior nos dias de hoje.

Como ele sempre diz, jogou dentro das quatro linhas da Constituição, essa Constituição que esses juízes hoje rasgam a mando de uma ideologia, a serviço de um partido político. É um dia a se lamentar na nossa democracia.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Agora passo a palavra ao o próximo orador inscrito, que seria eu mesmo, mas eu vou chamar o deputado Reis, com atenção a ele próprio.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - O fato é que nós vivemos em uma democracia, e na democracia é isso. O deputado Gil Diniz, quase sempre ele sobe a tribuna e fala que o Lula é um descondenado.

Descondenado é um inocentado, e agora o Bolsonaro é um condenado e, da mesma forma que ele tem todo o direito de defender o Bolsonaro, porque ele é do partido do Bolsonaro, defender todas as ações do Bolsonaro, nós, da esquerda, temos todo o direito de divergir dele, e assim anda a democracia, cada um respeitando os seus pontos de vista, os seus ideais. É isso que faz com que o Brasil seja do tamanho que é.

Mas, Gil Diniz, fique tranquilo, porque eu preciso falar de outro assunto aqui, porque do Bolsonaro eu já falei. Agora eu preciso falar do PL 102, deputado Suplicy. O PL 102 foi o que deu o aumento para todos os funcionários públicos, somente excluindo aí a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Técnico-Científica, porque já tinham sido contemplados com o PLC 75, e o PLC 102 é que trouxe então para os professores, médicos, para todos os demais servidores o aumento de 6%, que foi aprovado nesta Casa, que nós, inclusive, votamos a favor.

Porque, em que pese que 6% é muito pouco, e que os profissionais da Educação, da Saúde, os demais funcionários públicos estavam esperando um aumento maior, melhor. Até porque o governador esteve aqui, e pela forma que ele falou, quando ele encheu o peito, o peito de pombo, para dizer que os servidores teriam aumento acima da inflação.

Então, todo mundo ficou esperando 10%, 15%, “nossa, o governador vai dar um grande aumento”. Até porque 6%, para uma grande quantidade de servidores públicos, não atinge eles, porque você tem a questão do salário mínimo regional, que é 1.550 reais, e os servidores recebem, muitos servidores têm um salário de 500 reais, 600 reais, 400 reais, aí ele recebe um abono complementar para atingir o salário de 1.550 reais, que é o salário mínimo regional, e quando ele atinge, dentro desse abono complementar, os 6% não vão atingir em nada ele.

Os 6% não atingem, porque ele ganha 600 reais, ele tem 6% de aumento, ele vai ter 36 reais de aumento, e aí ele está dentro desse salário que precisa de um abono complementar para poder chegar a 1.550 reais, o que acontece é que vai reduzir o tamanho do abono complementar, mas ele não vai ter esse reflexo dos seis por cento.

E a outra questão que veio no projeto é a questão das Ufesps, do aumento do teto de unidades fiscais, para o servidor ter direito ao vale que a gente chama vale-coxinha, porque são 12 reais, e em muitos lugares não se compra uma coxinha com 12 reais.

Só que no projeto de lei estabeleceu sim um teto para a Polícia Militar de 228 Unidades Fiscais, e que isso eleva para até 7.811 reais. Ou seja, para quem tem o salário de até 7.800 reais, vai ter direito a esse vale-coxinha, mas quando chega para os demais servidores esse reajuste não aconteceu.

Nós cobramos o Xerife do Consumidor, que é o líder do Governo aqui, o deputado Jorge, para que equiparasse, para que elevasse também para 228 Unidades Fiscais, para que os demais funcionários públicos pudessem também ter acesso, porque muitos vão perder, porque eles vão ter um aumento agora, esses 6%, alguém que está lá com 4.900 reais, ele sobe um pouquinho, se ele passar um real acima dos 5.031, ele já perdeu o vale-coxinha de 12 reais, que é muito pouco, mas é alguma coisa.

Eu propus uma emenda para que fosse pelo menos uma Unidade Fiscal, pelo menos um auxílio-alimentação, um vale, um VR de 34 reais, porque 12 reais é muito pouco.

Então tudo isso eu quero repercutir, porque nós não temos garantia, porque como a gente depende de um decreto, não há essa garantia de que os demais servidores que tiveram esse reajuste e, principalmente, os servidores da Polícia Civil, que tiveram o seu reajuste e ultrapassaram esse teto de 5.031 reais, que terão direito ao vale-coxinha. Muitos vão perder o vale-coxinha. Ou seja, esse reajuste acaba por tirar o direito de ter esse vale-refeição.

Sr. Presidente, eu quero também dar os parabéns a V. Exa. pelo artigo que saiu publicado na “Folha de S. Paulo”, que trata da questão das terras devolutas. Está muito bem explicativo o artigo de V. Exa., inclusive aguardando que o Supremo decida sobre isso para que as terras devolutas, que são terras que podem ser usadas para a Reforma Agrária, para assentamentos, não sejam doadas aos senhores fazendeiros por valores irrisórios, não é? Então V. Exa. escreveu um artigo muito bom e eu dou os parabéns a Vossa Excelência.

E quero desejar a todos os deputados, a todas as deputadas, desejar a todos os funcionários desta Casa um excelente recesso, porque praticamente hoje é o último dia desse período em que nós estamos fazendo uso desta tribuna.

Voltaremos em agosto, mas quero desejar aqui que o trabalho durante o recesso... Porque o recesso é aqui do Parlamento, os deputados continuam trabalhando em suas bases, conversando com seus eleitores e até quando voltam vêm com ideias mais oxigenadas e dando respostas mais produtivas a nossa população.

 

O SR. REIS - PT - Quero aproveitar aqui, Sr. Presidente, para pedir o levantamento da presente sessão. 

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente, antes de dar por levantados os trabalhos, posso fazer uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - É regimental a solicitação de Vossa Excelência. 

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente, mas só para dialogar com o deputado Reis aqui, que diz agora que o presidente Bolsonaro é um condenado e, como eu sempre digo, Luiz Inácio é um “descondenado”. Inocentado? Não, ele é “descondenado”.

Ele foi condenado, Reis, a 12 anos de prisão e, quando recorreu, aumentaram a pena de maneira unânime, o TRF 4, de 12 para 17 anos. O presidente Bolsonaro hoje é condenado no TSE - e coloquem aí aspas nesse condenado - por, em uma reunião com embaixadores, tecer críticas ao nosso sistema eleitoral, à maneira como são computados os votos, e se tornou inelegível.

Luiz Inácio, o “descondenado”, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, uma quadrilha que tomou o poder aqui no País, julgado em primeira, segunda, terceira instância e “descondenado” por conta de um CEP.

Senhores, como eu digo aqui sempre, nós não podemos esquecer, e eu faço um desafio aqui aos petistas: critiquem o tucano Alexandre de Moraes. Vocês não conseguem. Talvez pelo temor que muitos hoje aí tem, ou por ele, neste momento, estar associado aos desejos de Vossas Excelências.

Alexandre de Moraes era filiado ao PSDB, tucano, foi supersecretário aqui em São Paulo, no município de São Paulo, foi secretário também no governo estadual, foi secretário do governo federal, subiu ali ao STF não pelo notório saber jurídico, mas por ser um companheiro aí da tucanada.

Então, um militante político que hoje, utilizando seu poder, faz política e prejudica um adversário político. Isso não é democracia. Poucos ainda têm coragem de tecer uma mínima crítica como essa que eu faço aqui do plenário da Assembleia Legislativa sem o receio de serem perseguidos por esse senhor.

O poder é fugaz, o poder é momentâneo. Estamos aqui nesta terra de passagem. Hoje, é um episódio triste da nossa democracia. O presidente Bolsonaro se tornou inelegível por conta de uma reunião com embaixadores. Luiz Inácio foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Antes de fazer o levantamento dos trabalhos, para uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - É regimental.

 

O SR. REIS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Então, assim vamos seguindo a batalha, né? O deputado Gil Diniz falou que o Lula... Realmente ele foi condenado por um juiz que, em tese, não tinha as condições para condená-lo. Um juiz que estava pensando em um projeto de poder, um projeto político, tanto é que depois virou ministro do Sr. Jair Bolsonaro.

Ele passou a ser ministro. E o Jair Bolsonaro, atentando até quanto ao funcionamento das instituições, pois ele queria dirigir a Polícia Federal para preservar as questões que atentavam contra os seus filhos no Rio de Janeiro, acabou o Sergio Moro deixando de ser seu ministro. Hoje, ele é senador da República.

Então, está claro que aquele juiz, usando da sua estratégia para atingir os seus objetivos, acabou usando a tese de um apartamento aqui nas Astúrias que nunca foi do Lula, do qual o Lula nunca teve a propriedade, o Lula nunca teve a posse; ele nunca pôde me emprestar aquele apartamento, porque não era dele. E acabou condenando o presidente.

O presidente ficou 580 dias preso. Ele poderia ter fugido, poderia ter se abrigado em alguma embaixada, poderia ter ido para algum país, mas ele falou: “Eu sou inocente e vou provar a minha inocência.

Eu não vou fugir e não vou aceitar tornozeleira, porque não sou pombo”. E está aí hoje, presidente eleito pelo povo, presidente da República. Temos orgulho de ter Luiz Inácio Lula da Silva presidente da República.

O ex-presidente Bolsonaro tem uma série de processos para responder. Esse é apenas um dos primeiros de muitos que virão pela frente. Tem a questão das joias, que não está explicada.

Até o povo fica tirando, fazendo meme: “Tudo joia? Tudo joia?”. Tem uma série de coisas que o envolvem e que agora, deputado Gil Diniz, vão acontecer. Os processos estão aí. Eles vão ser julgados, não tenha dúvida. Não tenha dúvida.

Vossa Excelência vai vir aqui atacar o nosso presidente e nós vamos atacar aquilo que a gente entende do que foi realmente o Bolsonaro para o nosso país, o prejuízo que o nosso país teve com os quatro anos do Jair Bolsonaro.

Assim vai ser até o término desta legislatura e, se V. Exa. continuar na próxima e eu continuar na próxima, assim vai continuar este debate, porque ele não morre aqui.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente. Uma última comunicação, presidente, para a gente finalizar os trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Está bem.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente. Olha, aí V. Exa. precisa criticar o companheiro Palocci. Ele dizia em depoimento que Luiz Inácio recebia dinheiro vivo em caixas de whisky no avião presidencial.

O companheiro Palocci. O presidente Bolsonaro não foi condenado pelos pedalinhos com os nomes dos netos em Atibaia, tampouco tem, como V. Exa. disse, um triplex nas Astúrias, no Guarujá, reformado pela OAS. Um grande esquemão de corrupção.

Vossa Excelência fala de Sergio Moro. O Moro era um juiz que se tornou político. Alexandre de Moraes é um político que se tornou juiz e hoje atua politicamente dentro de um tribunal. Está claro, todos enxergam isso.

Agora, dentro da democracia, estamos enxergando esse sufocamento. Não há debate, não há diálogo. As pessoas temem. Se deputados legitimamente eleitos estão sendo cassados hoje, literalmente, de todas as maneiras, estão sendo presos, onde o cidadão comum vai parar? Há centenas deles presos também na Papuda, na Colmeia, lá em Brasília, e isso é lamentável. Isso nós não podemos aceitar e precisamos denunciar enquanto temos voz.

Então, deputado Reis, eu entendo vossa crítica. Vamos fazer aí nos próximos meses muitos embates, muitos debates, sempre dentro da democracia, mas há agentes políticos que querem cercear os nossos direitos.

Hoje, nós somos os perseguidos; amanhã, serão Vossas Excelências. Não preciso dizer que Alexandre de Moraes era um secretário de Geraldo Alckmin, é uma criatura que foi criada, obviamente, por Geraldo Alckmin e não preciso dizer aqui onde Geraldo Alckmin está hoje.

Então mais uma vez faço aqui essa crítica pública a Alexandre de Moraes. Faz um desserviço, presidente, à nossa democracia.

Muito obrigado.

 

O SR. REIS - PT - Seguindo aqui a última comunicação... Ele falou que é a última dele.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Depois eu posso fazer uma última?

 

O SR. REIS - PT - Eu acho que não. Ele pode fazer uma última comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Não vejo problema, mas diga.

 

O SR. REIS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - O que eu quero dizer para o deputado Gil Diniz é isso. Eu não sou seguidor do ministro Alexandre de Moraes, só que num dado momento o processo caiu na mão dele e é assim que funciona.

Vossa Excelência sabe que é distribuído e aí o juiz que assume aquele processo tem que produzir os resultados. Por isso chama processo: é um conjunto de procedimentos.

Ele não pode engavetar e nós temos outras questões, deputado Gil Diniz, que vão vir à tona, que não estão ainda explicadas. A questão lá do Rio de Janeiro, do vizinho do Bolsonaro com aquele monte de armamento, mais de cento e tantos fuzis em sua residência, a questão da Marielle Franco, que até hoje sabe-se quem matou mas não tem o mandante, quem foi o mandante.

E que acabou-se descobrindo que um dos responsáveis era vizinho do Sr. Bolsonaro. Então tudo isso está sendo apurado. Toda essa verdade real vai aparecer. Agora, qual o juiz que vai julgar, que vai ali fazer os despachos sobre as diligências? É do Rio de Janeiro? É o Alexandre de Moraes?

Aquele que tiver a responsabilidade tem que dar continuidade e a verdade vai aparecer. Então por isso que eu digo: tem muita coisa que envolve o Sr. Jair Messias Bolsonaro que ainda não apareceu, está escondida, inclusive o 8 de janeiro. Então é o que eu digo: as coisas vão acontecendo e, obviamente, à medida que vão acontecendo, elas vão repercutindo.

Esse caso do julgamento por cinco a dois, V. Exa. questiona o ministro Alexandre de Moraes, mas não é só ele, ele não votou sozinho. São cinco ministros que votaram, não é só o Alexandre de Moraes. Ele é o presidente do TSE, mas o voto dele não deixaria inelegível o Bolsonaro. Mais quatro o acompanharam e ele não era o relator. O relator do procedimento não foi o ministro Alexandre de Moraes.

Então nós temos que entender bem o funcionamento da Justiça para não atacar pessoalmente uma pessoa. Ali é um conjunto, é um colegiado como é aqui. Eu fui lá à Comissão de Ética, representei um deputado desta Casa. Eu não tinha maioria. Por sete a um a minha representação não foi aceita.

Democraticamente, não adianta eu ficar esperneando. Democraticamente, eu tenho que aceitar o veredito dos resultados. Isso é a democracia. Não adianta eu atacar um e não entender o funcionamento da lógica da democracia.

Nós temos que sim aceitar o veredito dos resultados como o nosso presidente quando foi condenado. Aceitou e ficou lá 580 dias preso e que tudo isso foi anulado.

Vossa Excelência sabe que foi anulado. Vossa Excelência cria uma narrativa para atacar o presidente Lula, mas V. Exa. sabe que todos os procedimentos do presidente Lula foram anulados. Se são nulos é como se não tivessem existido.

Muito obrigado, Sr. Presidente

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Prezados deputados Reis e Gil Diniz, será que eu posso ler aqui na conclusão o artigo do jornalista Ruy Castro, no dia de hoje?

“O julgamento da inelegibilidade de Bolsonaro é só a primeira das séries a que vamos assistir, não pela Netflix, mas pela TV Justiça. Em todas, o bandido perde no fim, e em algumas puxará cadeia com direito, por deferência do carcereiro, a ração diária de pão com leite condensado.

O que isso nos custará aos cofres é irrelevante, não se compara ao que poderia ter sido poupado se os poderes tivessem cumprido seu papel quando solicitados. Exemplos? Durante seu império de quatro anos, Bolsonaro foi alvo de 158 pedidos de impeachment - o referente à reunião com os embaixadores foi apenas o 145º -, 66 dos quais sob Rodrigo Maia na Presidência da Câmara e sob Arthur Lira.

Todos foram arquivados, desconsiderados ou postos em análise, a qual nunca foi feita e agora é desnecessária. Já o relatório da CPI da Covid, que custou mais de seis meses de audiências e acusou Bolsonaro de crimes contra a Administração Pública, a paz pública e a Saúde pública, foi dirigido ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a quem competia avaliar as acusações.

Mas Aras o mandou para uma gaveta na Procuradoria-Geral da República reservada ao parto de ratos. Diz-se que Bolsonaro tem 600 processos contra ele, além de 16 acusações tão graves quanto esta em curso. E sabe-se agora que o Judiciário o advertiu 31 vezes por seus ataques ao sistema eleitoral. Não seria mais econômico tê-lo barrado na quinta, 12ª ou 21ª advertência?

Imagine o quanto as ações contra Bolsonaro já nos custaram em clipes, papel timbrado, carga de impressora, leitura de atas, busca em compêndios, serões nos tribunais, horas extras remuneradas e lavagem de togas.

Só porque o deixaram ir longe demais. E não vai parar. Condenado nas várias instâncias, Bolsonaro recorrerá em cada uma ao Supremo. Perderá em todas, mas continuará a dar baita despesa e a ocupar o tempo que o Brasil deveria estar destinando a consertar seu estrago.”

Caro deputado Gil, tenho a convicção de que tivesse Jair Bolsonaro dado maior atenção e realizado todos os esforços para cumprir o que diz o Art. 3.º da Constituição, com respeito aos objetivos fundamentais da nação brasileira, de erradicar a pobreza, promover maior igualdade e o bem-estar de todos, ele estaria bem melhor.

Havendo acordo de lideranças, antes de dar por levantada a sessão, esta Presidência convoca V. Exas. para a sessão ordinária do dia primeiro de agosto, com a mesma Ordem do Dia da última quarta-feira, e comunica que com a aprovação da redação final da LDO, completaram-se as atividades do primeiro semestre, e a Alesp entrará em recesso parlamentar até o dia 31 de julho, nos termos dos parágrafos 1º e 4º, do Art. 9º, da Constituição do Estado.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 59 minutos.

 

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