6 DE OUTUBRO DE 2023
116ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI e REIS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão. Critica o Governo do Estado de São Paulo por não elaborar o projeto das APDs.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - REIS
Assume a Presidência.
5 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - PRESIDENTE REIS
Cumprimenta professores e alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Gianfrancesco Guarnieri.
7 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - EDUARDO SUPLICY
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
9 - PRESIDENTE REIS
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 09/10, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Dando início à lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Agente Federal Danilo
Balas. (Pausa.)
Antes de chamar o segundo orador, que é
o deputado Reis, que já está aqui, pronto para fazer o seu pronunciamento,
deputado Reis, eu só gostaria de, mais uma vez, dizer que o projeto das APDs
não chegou ainda à Assembleia Legislativa.
Hoje é dia seis de outubro, às 14
horas, e nada do projeto prometido pelo governo, pelo secretário da Educação,
Renato Feder, dono da Multilaser, que disse que estaria enviando para a
Assembleia Legislativa um projeto de lei para flexibilizar as Atividades
Pedagógicas Diversificadas.
Mas até agora nada aconteceu, o projeto
não foi protocolado e nós queremos esse projeto. A Assembleia Legislativa quer
aprovar em caráter de extrema urgência esse importante projeto, porque o que
nós defendemos, o Magistério inteiro, é que as APDs sejam feitas em local de
livre escolha.
Então fica aqui, mais uma vez, o nosso
pedido, a nossa exigência para que o governo acelere esse processo e cumpra a
sua palavra.
Com a palavra, o deputado Reis, que
fará uso regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT –
Quero cumprimentar o presidente Carlos Giannazi, o deputado Suplicy, os
integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia
Técnico-Científica; cumprimentar todos os funcionários desta Casa, o público
presente e todos aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp.
É, presidente,
o que passa, que eu já identifiquei que o governo é “Thorcísio”, porque ele tem
um martelo, e o martelo dele é do mal, o martelo das privatizações. É o
governador privatizador.
Ele segue o
mesmo modelo do seu antecessor, o João Agripino Doria, o privatizador, o cara
que vendeu São Paulo, privatizou, concedeu, vendeu, concedeu o parque e os
cemitérios. Naquela linha que, como falta competência para governar, é melhor
terceirizar, é melhor passar para terceiros governarem.
E essa lentidão
na produção, é um governo improdutivo, um governo que produz muito pouco. Hoje
eu até estava em uma reunião, visitando o Demacro, e aí me perguntaram e eu
falei: “Olha, eu acho que é um governo muito lento”, porque os funcionários
ficam perguntando: “E aí, tem algum projeto sobre a questão dos oficiais
administrativos?”. Vossa Excelência traz essa demanda das APDs, então é um
governo lento. É improdutivo.
Ele tem
dificuldade de produzir e talvez essa dificuldade de produzir seja por conta de
seu corpo técnico também. O seu primeiro escalão, são poucos os que são de São
Paulo, tem uma boa parte importada de outros estados, do Rio de Janeiro, de Minas
Gerais, de Goiás e de Brasília.
Então, até
essas pessoas se apropriarem, conhecerem realmente o que é o estado de São
Paulo, leva um tempo. E por isso essa inércia, essa “tartaruguice”. Pode-se
dizer, um governo tartaruga, lento, improdutivo.
Mas eu quero
voltar aqui à questão da Segurança Pública, presidente Carlos Giannazi, porque
me surpreenderam hoje os indícios da investigação que se dá no Rio de Janeiro,
e a polícia encontrou corpos - segundo as matérias que estão nos jornais - que
seriam de suspeitos de terem matado os médicos no Rio de Janeiro.
Aquela
barbaridade que aconteceu no Rio de Janeiro - inclusive, nós, ontem, falamos
bastante sobre essa questão - e aí parece que houve um “tribunal do crime”
onde, por videoconferência, determinou-se a morte dos autores da chacina que se
deu ontem. E ainda falam que eles teriam matado por engano.
Quer dizer, de
toda forma o “animus” dessas pessoas, segundo apresenta aqui a investigação,
era de matar outras pessoas. Então, mataram por engano, mas de toda forma eles
queriam matar.
Então, eu quero
falar, repercutir essa matéria para demonstrar a ineficiência do Estado
brasileiro, para demonstrar a ineficiência dos governos, de todos os governos,
do governo federal, dos governos estaduais, porque eles não conseguem dar
resposta para esse crescimento da violência no Brasil que não é de hoje, não é
desse governo, mas que vem de muitos anos.
De dez, 20, 30
anos atrás, a gente vê sempre as pessoas falarem que têm medo de ir ao Rio de
Janeiro por conta da violência. Então, não é uma coisa que nasceu agora, mas
que vários governos passaram e eles não conseguiram dar resposta. Nós tínhamos
no governo do nosso presidente Lula a promessa de que teria um Ministério da
Segurança Pública, que também não se consumou.
Houve aquela
pressão política e acabou o Ministério da Justiça acumulando a Secretaria
Nacional de Segurança Pública, quando no processo eleitoral veio esse tema,
esse debate que o governo havia se comprometido de criar o Ministério da
Segurança Pública.
Nem as
secretarias de Segurança estão conseguindo dar resposta à violência praticada
pelo crime organizado e o crime organizado é que define quem morre e quem vive.
Quer dizer, por
conta de que aquelas pessoas que foram lá ontem e praticaram aquela
barbaridade, também o crime organizado definiu o fim da vida delas. Então, isso
atenta contra o Estado Democrático de Direito, atenta contra a harmonia, a paz
social e os governos estão incapazes. Eles não conseguem dar resposta, porque
volta e meia, presidente Giannazi, nós vamos ver outros casos.
Aconteceu esse
caso envolvendo, inclusive, o irmão da deputada Sâmia e os médicos aqui de São
Paulo, mas quantos casos de chacina têm acontecido no Brasil? Quantas pessoas
têm tido as suas vidas ceifadas no dia a dia por conta dessa violência, por
conta do narcotráfico, por conta do crime organizado e esse estado dentro do
estado - porque o crime organizado está se transformando num estado dentro do
estado - é que define quem vive, é que define realmente as condições que se
deva ter.
Aquela paz
naquelas comunidades se dá quando o crime organizado determina. Há ineficiência
dos governos. Os governos estão se demonstrando incapazes para resolver, para
pôr fim a esta demanda onde o crime organizado é que está dando o tom, é que
está dando a ordem, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito
obrigado, deputado Reis. Dando sequência à lista de oradores inscritos no
Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Simão
Pedro. (Pausa.) Com a palavra a deputada Andréa Werner. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Luiz Claudio
Marcolino. (Pausa.) Com a palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Com a
palavra a deputada Professora Bebel. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado
Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Com a palavra a deputada Leci Brandão.
(Pausa.)
Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Donato. (Pausa.) Com a palavra o deputado Guilherme Cortez. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Marcos
Damasio. (Pausa.) Com a palavra o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Rogério Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafael Saraiva.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Dani Alonso. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Rui Alves.
(Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Paulo Mansur. (Pausa.)
E com a palavra o deputado Eduardo
Suplicy, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro deputado Carlos Giannazi, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, deputado Reis, eu queria registrar diversos fatos que aconteceram
nesses últimos momentos.
“Pelo terceiro
dia seguido, a Linha 9-Esmeralda tem falha e os passageiros descem na via. Uma
falha na Estação Primavera-Interlagos, na Linha 9-Esmeralda da ViaMobilidade
fez com que passageiros desembarcassem nos trilhos. Esse foi o terceiro dia
seguido de falhas na linha privada.
Um passageiro
relatou ao UOL que houve uma queda de energia no trem, na altura da Estação
Primavera-Interlagos, no sentido Grajaú. O incidente ocorreu aproximadamente às
19 horas de ontem, horário de pico de movimento.
O trem ficou
com tudo fechado por 20 minutos, relatou Emerson Alves, de 28 anos, supervisor
de marketing que estava no trem na hora da falha. Pessoas que estavam em vagões
próximos à plataforma conseguiram sair normalmente, mas quem estava em vagões
do fundo precisou descer a via, disse Alves.
Passageiros
foram orientados por avisos sonoros e pelos agentes de atendimento e segurança
a permanecerem na composição para desembarque em segurança nos dois carros
alinhados em plataforma, porém alguns abriram as portas e desembarcaram na via.
A CPTM e a
ViaMobilidade afirmam que a situação foi normalizada às 20 horas e 10 minutos.
A mesma Linha
9-Esmeralda ficou 27 horas com falhas na circulação de trens por uma falha no
sistema elétrico. O Ministério Público de São Paulo apura se houve falha de
concessionária ou algum tipo de sabotagem ao trem. Um ofício também será
entregue ao delegado Paulo Baccin, que investiga o caso.
A linha havia
sido elogiada pelo governador Tarcísio de Freitas na terça-feira, dia três,
quando o Metrô, a CPTM e a Sabesp entraram em greve contra os planos de
privatização do serviço de transporte e água em São Paulo.”.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Reis.
* * *
Mais uma vez,
quero aqui sugerir ao governador Tarcísio de Freitas que organize um plebiscito
para saber se a maioria dos paulistas são a favor ou não da privatização e que
respeite o resultado dessa pesquisa, desse plebiscito.
Gostaria também
de aqui ressaltar mais um Datafolha, que diz que 76% dos entrevistados em
pesquisa é favorável ao uso medicinal da Cannabis. A pesquisa realizada pelo
Instituto Datafolha, publicada na Folha, revelou um amplo apoio à legalização
do uso da Cannabis para fins medicinais entre os entrevistados: 76% dos
participantes da pesquisa manifestaram seu apoio ao uso medicinal da Cannabis,
enquanto 22% se mostraram contrários. Uma minoria de 1% mostrou-se indiferente
e 2% não tinham opinião formada.
Quando o
assunto é a legalização da Cannabis para uso recreativo, que engloba o consumo
sem penalidades medicinais, a opinião se inverte. Nessa pesquisa, 72% dos
brasileiros se mostraram contrários à legalização da Cannabis para uso geral,
mas é importante destacar que há um elevado nível de conhecimento sobre o tema
da Cannabis medicinal.
Entre os
entrevistados, 85% declaram ter algum grau de informação sobre o assunto, e
dentre os que se consideram bem-informados, 42% se consideraram razoavelmente
informados, 11% afirmaram estar mal-informados.
Então, avalio
que nós temos que avançar em direção à legalização da Cannabis para fins
medicinais.
Sr. Presidente,
deputado Reis, gostaria também de registrar que, em Guarulhos, dois homens são
retirados de empresa, na Grande São Paulo, dois homens foram resgatados em uma
empresa que processa plástico, nesta quinta-feira, em Guarulhos, na Grande São
Paulo. Segundo a Polícia Civil, eram mantidos em condições análogas à
escravidão. Segundo a investigação, ficavam trancados dentro do imóvel e
respiravam fumaça tóxica.
A equipe só
conseguiu chegar aos funcionários depois de estourar a porta e prender um cão
de guarda. O proprietário está sendo procurado. O que é trabalho análogo à
escravidão?
A ação foi
feita por policiais da 3ª Delegacia do Patrimônio durante cumprimento de
mandado de busca e apreensão na empresa localizada na Rua Maria Paula Motta, no
Jardim Presidente Dutra, e a equipe apurava crime de furto de energia elétrica.
Então, são três
fatos que considerei importante aqui registrar, caro presidente Reis.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado
Suplicy. Seguindo a lista de oradores, a próxima oradora é a deputada Ana
Perugini. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Entrando na Lista
Suplementar, deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Gil
Diniz. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputada Professora Bebel.
(Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta
Casa, venho à tribuna hoje para denunciar a farsa da bonificação por resultado,
Sr. Presidente, que é inclusive fruto de uma lei aprovada aqui na Assembleia
Legislativa, a Lei nº 1361, de 2021.
Hoje, caiu o
pagamento do bônus para os profissionais da Educação. Na verdade, para muitos
não caiu, para muitos profissionais da Educação não houve pagamento, ou houve
pagamento incorreto, irregular.
É uma vergonha,
Sr. Presidente, o que está acontecendo na rede estadual de ensino. Todos os
dias nós temos uma denúncia. Parece que há um projeto mesmo de destruição do
Magistério estadual, dos profissionais da Educação e de toda a rede.
Quero mostrar
aqui, Sr. Presidente, a situação. É grave, é gravíssima. Até falei aqui, é a
farsa do bônus. Nós estamos exigindo que a Secretaria tome providências e faça
uma revisão dos critérios que ela estabeleceu, critérios nefastos, injustos.
Até mesmo uma
professora que teve licença médica teve desconto. Mais apavorante, mais
execrável, Sr. Presidente, são os valores. É uma afronta à dignidade dos
profissionais da Educação, porque não é só o Magistério que tem acesso ao
bônus, o agente de organização escolar também, o gestor da escola, todos têm
direito.
Mas olha só o
que o governo fez, olha o valor do bônus. Eu vou mostrar aqui, Sr. Presidente,
tenho aqui vários, estou recebendo já centenas e centenas de holerites da rede
estadual, os professores me passando, horrorizados, falando, denunciando essa
injustiça. Então, vamos pegar aqui um caso.
* * *
- É exibido o
slide.
* * *
Ali, o primeiro
caso. Esse, de um professor que recebeu apenas 62 reais e 19 centavos de
bonificação, Sr. Presidente. Isso é uma vergonha, é uma afronta ao trabalho dos
profissionais da Educação.
Na verdade, ele
receberia 98 reais, mas tem desconto ainda do INSS. Ainda é um professor
categoria “O”, que não tem nem direito ao Iamspe. Olha só a gravidade da
situação. E esse desconto do INSS de 12,25 reais nem está sendo depositado no
INSS. Esse dinheiro está desaparecendo.
A Secretaria
não explica para onde que está indo o dinheiro dos professores da categoria
“O”. E depois tem Imposto de Renda e sobra, de bônus, 62 reais. Esse é o bônus
do governador Tarcísio. É o bônus do Renato Feder, secretário da Educação, dono
da Multilaser, Sr. Presidente.
Tem um outro
exemplo lá em cima, de 98, é isso? Está meio apagado. Mas, olha, são vários
os... deixa eu ver aqui... Não, lá em cima... O professor também que vai
receber 34 reais e 15 centavos. É um professor efetivo, tem Iamspe. Ele paga o
Iamspe e tem o desconto do Iamspe ainda. Olhe, um absurdo. Tem Imposto de
Renda...
Esse último
aqui embaixo também, que é um professor da categoria “O”, vai receber 26 reais
e 80 centavos. E assim vai. Eu tenho vários holerites aqui, mostrando esses
valores absurdos. Tem um outro professor aqui que vai receber 177 reais; tem
desconto do Iamspe, desconto do Imposto de Renda. São vários. São centenas de
holerites chegando ao nosso gabinete. Então, eu quero dizer que isso é uma
farsa total.
Sem contar que
me parece que a Secretaria da Educação está instrumentalizando o bônus para
pressionar os professores concursados, efetivos - que não aderiram à farsa
também da nova carreira -, a aderirem.
Porque esses
professores foram os mais prejudicados na bonificação. Muitos professores da categoria
“O” receberam... Alguns deles receberam o valor correto. Mas, na mesma escola,
que teve o mesmo desempenho, esses professores não receberam o mesmo valor.
Então há uma
denúncia gravíssima na rede, dos professores efetivos que não aderiram à nova carreira,
deixar isso bem claro - que é uma farsa também... Porque o professor que adere
à nova carreira, Sr. Presidente, ele praticamente perde o quinquênio, a
sexta-parte, a licença-prêmio; ele perde a evolução por tempo de serviço.
Mas, o que eu
quero destacar é isso, Sr. Presidente: são várias irregularidades, vários
erros, pagamentos que afrontam a dignidade humana dos profissionais da
Educação, da rede estadual de ensino. A Secretaria tem que fazer uma revisão
urgente. Eles estão descontando falta de TRE, licença médica,
licença-maternidade... Daí é isso que o professor está recebendo.
Então, nós
exigimos a revisão imediata desse pagamento do bônus; que se faça justiça com
os professores. Porque o governo fez propaganda dizendo que pagaria 450 milhões
de bonificação por resultado, mas o que está caindo na conta dos professores é
exatamente isso que eu falei. São centenas de denúncias chegando. Nós não
estamos dando nem conta, de tantas que são essas denúncias.
Então, Sr.
Presidente, daqui da tribuna nós exigimos que o governo tome providências e
faça a revisão imediata, porque isso é uma vergonha, é uma farsa. É a farsa da
bonificação de resultado.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
Presidente,
acho que... Não sei se o deputado Suplicy vai falar ainda.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Sim, se o Suplicy vai
falar, antes de chamar o próximo orador, eu quero anunciar a presença dos
alunos, alunas e professores da EMEF Escola Municipal de Ensino Fundamental
Gianfrancesco Guarnieri, que fica lá no Jardim Antonieta, do lado do Parque
Maria Helena.
Eles conhecem... Eu também sou de lá,
viu? Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Dizer também do Gianfrancesco Guarnieri, que foi um grande ator e também
secretário municipal de Cultura na gestão Mário Covas.
Eu chamo o próximo orador, o deputado
Eduardo Matarazzo Suplicy.
Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco
minutos.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Reis, também quero saudar os estudantes
e professores da Escola Municipal Gianfrancesco Guarnieri.
E conforme o
presidente, deputado Reis, ressaltou, Guarnieri foi um extraordinário
dramaturgo, ator, diretor de teatro, criador do Teatro de Arena. E eu, na minha
adolescência e, também, como estudante, quando diretor cultural, depois
presidente do Centro Acadêmico da Escola de Administração de Empresas de São
Paulo, eu muitas vezes organizava que nós pudéssemos assistir a peças, por
exemplo, no Teatro de Arena, no Teatro Oficina, no Teatro Brasileiro de
Comédia, Nydia Licia e outros.
Então, nós
comprávamos o espetáculo para que pudessem todos os estudantes assistir com 50%
do preço e lotávamos o teatro. Aí, ao final da peça, acostumávamos a realizar
um debate entre os diretores, os artistas, os nossos professores e nós,
estudantes.
Eu quero lhes
dizer que foi uma das formas muito importantes da minha própria formação
pessoal. Então, como a escola de vocês honra o nome deste extraordinário
dramaturgo, é importante que venhamos aqui dar as boas-vindas a vocês.
Gostaria aqui
de trazer mais duas informações importantes sobre o que ocorre em São Paulo. A
Justiça determinou que a Prefeitura de São Paulo atualize dados da população em
situação de rua, que deve ser feito todo na plataforma “Cadastro Único”. A liminar
atende a uma ação movida pelo Ministério Público, que aponta, desde o ano
passado, falta de atualização nos dados e prejuízo da população mais
vulnerável.
Então, essa
atualização é de responsabilidade da gestão municipal, através da Secretaria
Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. A decisão estabelece que
sejam tomadas em 30 dias medidas urgentes e eficientes para garantir tanto a
inclusão de mais famílias, quanto a atualização das que já estão cadastradas.
Foi estabelecido 20 mil de multa em caso de descumprimento.
O coordenador
do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas para a População em Situação
de Rua, André Luiz Dias, afirma que essa é uma decisão histórica.
Não temos
dúvida alguma de que é reflexo daquela decisão do ministro Alexandre de Moraes,
que determinou que governos federais, estaduais e municipais, além de outras
instituições, organizem-se para cumprir a Constituição Federal com a população
em situação de rua. Trata -se, portanto, de decisão inédita.
Segundo o Ministério
Público de São Paulo, entre 2018 e 2021, apenas 52% dos cadastros foram
atualizados. Hoje a taxa é de 67%, e ainda assim o índice está abaixo da média
nacional, que é de 82,8 por cento.
O Ministério
Público de São Paulo também pede que o município apresente em até seis meses um
estudo que mostre quais as regiões da cidade têm maior necessidade de
atualização cadastral.
Um levantamento
feito pelo programa “Polos da Cidadania”, da Universidade Federal de Minas
Gerais, mostrou que a capital paulista tem em caixa cerca de 12 milhões para
serem investidos na atualização do cadastro único.
O levantamento
do “Polos da Cidadania” também mostra que em agosto de 2023 a cidade de São
Paulo tinha 56.288 pessoas em situação de rua, o que representa cerca de 25% do
total de pessoas que vivem nas ruas no Brasil. Em todo o estado de São Paulo,
são 93.763 pessoas em situação de rua.
Eu gostaria de
dizer ao professor e aos estudantes da Escola Gianfrancesco Guarnieri que
daqui a pouco, se vocês quiserem me fazer uma visita no meu gabinete, aqui no
andar M, quando vocês subirem lá em cima, precisa descer dois andares, no andar
M, lá no corredor.
A sala é seis e
sete, é o meu gabinete, e eu terei o maior prazer de dialogar com vocês e de
responder a perguntas que tenham sobre o que faz um deputado estadual, um
representante do povo.
Nós aqui temos
a função de legislar, de representar o povo, de fiscalizar o Poder Executivo,
mas se quiserem saber mais a respeito, com prazer. Acho que o Reis também
gostaria de dialogar com vocês. Queria só assinalar ainda mais que saiu o
resultado da designação do Prêmio Nobel da Paz, que vai para Narges Mohammadi, uma iraniana presa por lutar pelos
direitos das mulheres.
No
Prêmio Nobel da
Paz de 2023, a vencedora ganhou o prêmio pela sua luta pelos direitos das
mulheres do Irã, contra a sistemática discriminação e opressão do regime
iraniano. Ela já foi presa 13 vezes no Irã, condenada a 31 anos de prisão por
conta de seu ativismo, mas mesmo da prisão, ela conseguiu continuar a sua luta
pelos direitos das mulheres no país persa.
Foi uma das
lideranças da onda de protesto no ano passado, no Irã, após a morte de Masha
Amini, uma jovem de 22 anos morta por ser detida pela polícia iraniana inteira,
sob acusação de não usar o hijab, aquele véu que cobre os cabelos de maneira
adequada.
Muito obrigado,
presidente Reis.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Se houver acordo das
lideranças, peço que possa ser levantada a presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de
lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca
V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem
do Dia.
Está levantada a sessão.
Tenham todos uma excelente tarde.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 14 horas e 33 minutos.
*
* *