21 DE NOVEMBRO DE 2023
140ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, EDUARDO SUPLICY, VITÃO DO CACHORRÃO e ANDRÉ DO PRADO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - SOLANGE FREITAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Cumprimenta Fábio Jabá, presidente do Sifuspesp e secretário-geral da Fenasppen, presente nas galerias. Critica o governo por não elaborar o projeto que regulamenta a Polícia Penal.
4 - MÁRCIA LIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
6 - SIMÃO PEDRO
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou 10 minutos após o término da presente sessão.
9 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência. Cumprimenta Fábio Jabá. Reforça as críticas ao governo pela não edição do projeto que regulamenta a Polícia Penal. Manifesta apoio aos servidores da Educação, presentes nas galerias, contra a PEC 09. Solidariza-se com o deputado Vitão do Cachorrão, vítima de um sequestro-relâmpago no último final de semana.
10 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - VITÃO DO CACHORRÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência. Solidariza-se com o deputado Vitão do Cachorrão, vítima de um sequestro-relâmpago no último final de semana. Elogia a serenidade do deputado em lidar com essa situação.
13 - PAULO MANSUR
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Endossa o pronunciamento do deputado Paulo Mansur, acerca da morte de Gabriel Mongenot Santana Milhomem Santos, turista assassinado no Rio de Janeiro no último domingo.
15 - CAIO FRANÇA
Por inscrição, faz pronunciamento.
16 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
17 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
18 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
19 - VITÃO DO CACHORRÃO
Assume a Presidência.
20 - EDUARDO SUPLICY
Solicita a suspensão da sessão, por acordo de lideranças, até as 16 horas e 30 minutos.
21 - PRESIDENTE VITÃO DO CACHORRÃO
Defere o pedido e suspende a sessão às 15h11min.
ORDEM DO DIA
22 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h30min. Convoca os Srs. Deputados para uma reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Infraestrutura e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se no dia 22/11, às 14 horas, e em segunda convocação, às 14 horas e 20 minutos. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovados, separadamente, requerimentos de urgência ao PLC 95/23 e ao PLC 94/23.
23 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR
Solicita a suspensão da sessão até as 17 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.
24 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para uma reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 17 horas. Suspende a sessão às 16h34min, reabrindo-a às 17h38min. Coloca em discussão requerimento de urgência ao PR 51/23.
25 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
26 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Cumprimenta Silvia Forato, vereadora de Amparo, e o atleta Diogo Canina, presentes no plenário.
27 - PAULO FIORILO
Discute o requerimento de urgência ao PR 51/23.
28 - GILMACI SANTOS
Para comunicação, faz pronunciamento.
29 - TEONILIO BARBA
Discute o requerimento de urgência ao PR 51/23.
30 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Suspende a sessão, por conveniência da ordem, às 18h14min, reabrindo-a às 18h30min. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o requerimento de urgência ao PR 51/23. Retifica a convocação da sessão extraordinária.
31 - PAULO FIORILO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
32 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Faz aditamento à Ordem do Dia. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 22/11, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 18 horas e 42 minutos. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
A
SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra,
deputada.
A
SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO -
PARA COMUNICAÇÃO - Uma breve comunicação. Mais uma vez, os moradores da Baixada
Santista foram torturados, digamos assim, no Sistema Anchieta-Imigrantes, na
volta para casa ontem.
Sabemos que os
turistas também, que estavam na Baixada Santista, enfrentaram muitos problemas
na Anchieta, na Imigrantes. Só que o morador da Baixada que volta à tarde, à
noite, tinha apenas, como única opção, a Anchieta; aliás, uma pista da
Anchieta. Então teve gente que levou quatro, cinco, seis horas para voltar para
casa.
E o que é pior,
com falta de informação também, porque, em determinado momento, à noite, quando
a Imigrantes foi liberada para o pessoal que estava descendo a serra,
infelizmente não tinha essa informação nem nos luminosos, nem com os
funcionários, e muita gente acabou descobrindo que podia ir pela Imigrantes
pelo Waze. Então, faltou informação. Teve muita reclamação de buracos na pista,
tanto na subida quanto na descida, e poucas viaturas.
Isso não pode
mais acontecer, principalmente porque está chegando a temporada de verão, o
final de ano, e isso tende só a piorar. Então, nós sabemos que, quando tem a
Operação Subida, 2x8, o morador da Baixada sofre na volta para casa, no
domingo. Ontem não era domingo, era feriado, e sofreu também com a Operação
Subida na volta para casa.
Então, estou
fazendo hoje mais uma indicação para o Governo do Estado, para que o
governador, junto com a empresa, arrume alternativas para que a gente não sofra
mais esse tipo de transtorno, quando você fica quatro, cinco, seis horas na
pista para voltar para casa. Um percurso de uma hora, uma hora e meia, estava
levando até seis horas ontem, no feriado.
Eu gostaria que
esta minha fala fosse encaminhada para o governador, para a Ecovias, para os
responsáveis, para que possam melhorar a nossa situação em relação ao Sistema
Anchieta-Imigrantes.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Parabéns pela
sua iniciativa, deputada Solange Freitas. Nós faremos o encaminhamento do seu
pronunciamento para o governador e para os órgãos competentes. Muito obrigado.
Dando início à lista de oradores
inscritos, com a palavra, o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada
Márcia Lia, que fará uso regimental da tribuna.
Registro aqui a honrosa presença do
Fábio Jabá, presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Prisional, acompanhado
aqui da sua diretoria, e dizer que o Fábio Jabá está aqui cobrando da Assembleia Legislativa e do governo
estadual o encaminhamento do projeto para a regulamentação da PEC da Polícia
Penal, que não chegou ainda aqui na Assembleia
Legislativa.
Todo o nosso apoio, Fábio Jabá, à luta
do sindicato e à luta dos servidores do sistema prisional em defesa da
regulamentação urgente da Polícia Penal.
Muito obrigado.
Deputada Márcia Lia.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT -
Muito boa tarde a todos e a todas, aos colegas deputados e deputadas. Eu quero iniciar a minha fala com uma breve
explanação e a nossa solidariedade ao nosso companheiro Vitão do Cachorrão, que
nesse final de semana foi abordado por vários bandidos que o prenderam,
maltrataram.
Ele, com
certeza, deve se pronunciar aqui sobre o ocorrido e eu quero deixar a
solidariedade da nossa Bancada do Partido dos Trabalhadores para o nosso
companheiro Vitão do Cachorrão.
Quero também
dizer que ontem, dia 20 de novembro, foi Dia da Consciência Negra, um dia que
nós paramos para nos debruçar sobre as questões da discriminação racial que nós
estamos vivendo nesse país.
Hoje, a
população do Brasil é composta majoritariamente de pessoas negras. A gente sabe
que é estrutural a questão da discriminação contra os nossos companheiros, que
vivem aí sob o impacto dessa discriminação desordenada do ódio, da intolerância
e da discriminação racial.
Quero também
fazer coro com o Giannazi, quando ele se reporta aos policiais penais. Nós
tínhamos um compromisso do Sr. Governador, que assumiu esse compromisso com os
policiais penais que, quando viesse o aumento dos policiais civis e dos
policiais militares, também estaríamos debatendo a questão dos policiais
penais.
Até agora, nós
já estamos no dia 21 de novembro, nós não recebemos ainda aquilo que o
governador havia prometido para os policiais penais e também para os deputados desta Casa.
Nós fizemos
várias conversas aqui com o líder do Governo na Casa e a informação que vinha
era de que esse projeto de lei dos policiais penais seria votado neste ano
ainda.
Nós já estamos
acabando o ano com uma lista de projetos imensa para votar e a gente não vê o
compromisso assumido, a assunção da responsabilidade de mandar o projeto dos
policiais penais.
Outra questão
que eu acho que a gente precisa dizer, é que nós precisamos, Sr. líder do
Governo, da contratação de mais pessoas para que a gente possa ter um sistema
penitenciário que dê conta dos compromissos e das responsabilidades de cada um
dos agentes penitenciários que sofrem, inclusive, principalmente, afetando até
a saúde mental desses profissionais por falta de estrutura, por falta de gente,
por falta de compromisso, por falta de tudo aquilo que a gente sabe que falta
nas penitenciárias paulistas.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.
* * *
Quero também...
E agora a minha fala vai de encontro ao momento que a gente vive no estado de São
Paulo, que é um
momento em que o governador pretende privatizar a Sabesp. Há vários equívocos
no projeto de privatização da Sabesp, mas eu quero dizer para as pessoas que
assistem, as pessoas que nos ouvem, as pessoas que nos veem, que vai ser um
tremendo desastre a privatização da Sabesp.
A gente tem
parâmetros para poder anunciar esse desastre, quais são esses parâmetros? A
telefonia, a energia elétrica. Olha o que está acontecendo no estado de São
Paulo com a questão
da privatização da energia.
A Enel ficou
mais de uma semana, em alguns lugares da cidade de São
Paulo, da Região
Metropolitana, para resolver o problema da devolução da energia elétrica para
os consumidores.
Muitos bairros,
muitas famílias, muitas pessoas sofreram porque a privatização visa lucro, ela
vai aumentar as tarifas daqueles que consomem o que é direito humano.
Água é direito
humano, energia é direito humano, habitação é direito humano, e a gente sabe
que esses sistemas de privatização, na verdade, precarizam muito os serviços, e
a gente viveu isso, e eles acabam aumentando por demasia o valor das tarifas
públicas. Como é um serviço concessionado, ele deveria visar não lucro, mas ele
deveria visar a prestação de serviços com qualidade para a população.
Então nós
queremos alertar as pessoas, e dizer que só a luta, só a rua vai fazer com que
a gente impeça essa privatização nefasta, horrível, que vai acontecer se a
gente não estiver unido na luta para acabar com essa história de privatização
da água. Água é direito humano.
Obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem.
Deputada Márcia Lia. Agora a deputada Thainara Faria.
(Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Doutor Jorge do Carmo. (Pausa.)
Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Professora Bebel. (Pausa.)
Deputado Rui Alves. (Pausa.)
Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada
Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Donato.
(Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Vinícius
Camarinha. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.)
Tem a palavra pelo tempo regimental.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Nobre deputado
Eduardo Suplicy, que preside esta comissão, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, e
público que nos acompanha. Deputado Suplicy, inscrevi-me para falar, nós
estamos ainda dentro da Semana da Consciência Negra, ontem foi o dia 20 de
novembro, dia de Zumbi dos Palmares, de Dandara dos Palmares.
Tivemos uma
grande marcha pedindo políticas públicas para a gente combater no Brasil as
injustiças que ainda recaem sobre a população negra na área de salário, na área
da discriminação, da violência policial e tantas outras sequelas da escravidão.
Eu tive oportunidade, senador, de acompanhar o ministro Paulo Teixeira no
último sábado, lá no Vale do Ribeira.
Eu queria
destacar dessa viagem... Aliás, antes de tudo, parabenizar o ministro Paulo
Teixeira pela disposição de diálogo com as comunidades de agricultura
tradicional.
Por exemplo,
quando ele foi lá em Barra do Turvo anunciar a contratação por parte do Incra,
da Conab, dentro do programa de aquisição de alimentos, a contratação de
cooperativas, associações de comunidades quilombolas ali na região de Barra do
Turvo. São várias comunidades quilombolas de remanescentes.
Também
acompanhei o ministro lá na cidade de Eldorado, quando, em um grande encontro
no Quilombo do Abobral, na margem esquerda do Rio Ribeira do Iguape, um grande
encontro das comunidades quilombolas, lideranças, onde celebramos o Dia da
Consciência Negra, mas também com conquistas.
A cooperativa
de agricultores familiares das comunidades quilombolas, sediada em Eldorado,
assinou um contrato também com a Conab, de um milhão de reais, para continuar
fornecendo a sua produção de alimentos para abastecer as mesas da população
aqui de São Paulo, da Grande São Paulo.
É
impressionante a força das cooperativas, a força das comunidades quilombolas aqui
do nosso estado, e muita gente não conhece. Mas, por exemplo, a comunidade
quilombola de Ivaporunduva, ela fornece banana orgânica para alimentação
escolar da Prefeitura de Campinas. As comunidades quilombolas em Eldorado
fornecem para alimentação escolar na cidade de Piracicaba, Santo André, o ABC,
São Bernardo, São Paulo.
Então a gente
deve muito aos quilombolas do estado de São Paulo e não só a eles, mas toda a
categoria de pequenas agricultoras e agricultores familiares, principalmente
daquela região que garante o abastecimento para as nossas mesas, as mesas dos
trabalhadores. Então saudar essa iniciativa.
Depois nós
tivemos um festival de agricultura familiar em Registro, pudemos conversar numa
reunião do Codivar, o Consórcio de Desenvolvimento do Vale do Ribeira, com oito
prefeitos, vários vice-prefeitos, vereadores, um projeto de desenvolvimento
cuja força é a agricultura familiar, é a produção de alimentos.
E o tema também
da transição ecológica. Ainda, infelizmente, 80% dos nossos agricultores
familiares utilizam o modelo tradicional, inclusive usando veneno, agrotóxico
na sua produção.
E, felizmente,
20% já está produzindo de forma orgânica, através do sistema da Agroecologia
que não usa venenos, que utiliza a própria força da natureza para produção dos
alimentos. Deputado Vitão do Cachorrão, V. Exa. com certeza conhece aquela
região, porque seguindo ali o Alto Vale também perto de Sorocaba, descendo um
pouco mais, você já vai estar ali no Vale do Ribeira.
Mas eu me
inscrevi aqui, Sr. Presidente, para saudar o Dia da Consciência Negra,
parabenizar os coletivos, os movimentos que lutam contra a discriminação,
contra o racismo. Numa sociedade desigual como a nossa, como já disse a
escritora e ativista Ângela Davis, não basta ser contra a discriminação e o
racismo, nós temos que ser antirracistas.
E é
impressionante a resistência desse povo, povo negro brasileiro, principalmente
nos seus quilombos e a importância que os quilombos tiveram na resistência e
ainda têm hoje na produção de alimentos, na sua cultura, nas tradições. Uma
coisa fantástica a contribuição a nossa sociedade brasileira.
Muito obrigado.
Viva Zumbi!
Viva o Dia da Consciência Negra!
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus
cumprimentos, deputado Simão Pedro. Tem a palavra agora o deputado Guilherme
Cortez. (Pausa.) Paulo Mansur. (Pausa.) Ediane Maria. (Pausa.) Atila Jacomussi.
(Pausa.) Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Solange Freitas. (Pausa.)
Caio França. (Pausa.) Carlos Cezar. (Pausa.) Leci Brandão. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi, tem a palavra
pelo tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Suplicy, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, eu queria
dizer que eu apresentei um projeto de lei que foi protocolado exatamente na
data de hoje, o PL 1.590/23, que autoriza a desapropriação de uma área
importante em Perus, que está sendo vítima, Sr. Presidente, essa área, de uma
reintegração de posse pela Sabesp.
Essa área já
tem um assentamento há mais de 20 anos, que é o assentamento Irmã Alberta, e
ali nós temos a produção de alimentos orgânicos. Nós temos ali o que nós
chamamos de agricultura familiar, a Agroecologia, Sr. Presidente, fornecendo
alimentos para muitas regiões aqui da cidade de São Paulo e da Grande São
Paulo. Essa área, uma área abandonada há muitos anos pela Sabesp, estava sendo
planejada para ser um verdadeiro lixão.
No entanto,
houve a ocupação política dessa área por famílias ligadas agora ao MST e essa
área hoje é uma área protegida do ponto de vista ambiental por essas famílias e
produtora de alimentos orgânicos para a população.
No entanto,
agora que a Sabesp está prestes a ser privatizada - e não vai, porque nós vamos
fazer aqui o combate, Sr. Presidente, contra essa criminosa privatização -, a
Sabesp resolveu fazer uma reintegração de posse. Na certa, para se apoderar da
área e entregá-la para os privatistas, para as empresas, para os investidores
que forem tomar conta da Sabesp, agora privatizada.
Então o projeto
de lei desapropria a área da Sabesp para que ela seja destinada exatamente a
essas famílias que já estão lá, há mais de 20 anos, protegendo a área, do ponto
de vista ambiental, e produzindo alimentos orgânicos para a população.
Então é o nosso
Projeto nº 1.592, publicado hoje no “Diário Oficial”. Dizer que a Sabesp tem
que negociar. A Sabesp não pode fazer uma reintegração de posse, até porque ela
vai cair em uma verdadeira contradição.
Nós tivemos
recentemente, na semana passada, uma audiência pública aqui, e a secretária do
Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística disse que a Sabesp leva água e
saneamento, Sr. Presidente, para os assentamentos, para as áreas rurais e os núcleos
informais urbanos.
No entanto,
isso não corresponde à realidade, porque ela quer desapropriar, reintegrar,
retomar uma área que ela abandonou, a Sabesp, por muitos anos e que hoje cumpre
uma função social com essas famílias do assentamento Comuna Irmã Alberta.
E também, Sr.
Presidente, tem uma contradição ainda, além dessa que eu citei. Nesse anúncio,
agora de sábado, pela “Folha de S. Paulo” - vou colocar a matéria aqui -, o
Tarcísio de Freitas, deputada Márcia Lia, vai dobrar a aposta na entrega das
terras devolutas do estado, terras para reforma agrária. Ele vai entregar essas
terras, vai continuar entregando as terras para os grandes latifundiários, os
grandes proprietários.
Ele está
praticando o que a gente chama aqui de reforma agrária para os ricos, para os
grandes proprietários, ou seja, para o assentamento Irmã Alberta, nada,
reintegração de posse; para os ricos, para os grandes empresários da área, para
o agronegócio, tudo.
Ele vai doar,
praticamente, as terras devolutas, repito, que deveriam ser destinadas à
reforma agrária do nosso estado, para assentar milhares de famílias que estão
na lista de espera, que estão aí pelo estado afora, Sr. Presidente, acampadas.
Ele vai
entregar, ele vai prorrogar o prazo da lei, a Lei nº 17.557. Vai vencer aquele
prazo para que ele dê os descontos de quase 900 por cento. Uma terra, por
exemplo, que custaria 70 milhões, ele doa por quatro, cinco milhões para esses
grandes grupos que invadiram. Esses grupos econômicos, esses latifundiários,
esses, sim, invadiram as terras do estado.
Então, Sr.
Presidente, o que nós queremos aqui é que a Sabesp abra negociação, que o
presidente da Sabesp receba os líderes do movimento do assentamento Comuna Irmã
Alberta, aqui na região de Perus, e tome as providências para que essas
famílias continuem lá produzindo, Sr. Presidente, e protegendo a área,
sobretudo também do ponto de vista ambiental.
Peço, Sr.
Presidente, que cópias do meu pronunciamento sejam encaminhadas, em caráter de
extrema urgência, ao governador do estado, ao presidente da Sabesp e à
secretária do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus
cumprimentos, deputado Carlos Giannazi. Sim, a sua solicitação de encaminhar o
seu pronunciamento ao governador, ao presidente da Sabesp e também à secretária
do Meio Ambiente será obedecida.
Nos termos do Art. 100, inciso I, do
Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a
realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou dez minutos após o término da
presente sessão, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no § 3º do Art. 100 do Regimento Interno, com
a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Proposta de emenda à
Constituição nº 3, de 2023, de autoria do Sr. Governador, em primeiro turno.
Assina o presidente André do Prado.
Eu agradeceria se o deputado Carlos
Giannazi puder me substituir aqui na Presidência.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Eduardo
Suplicy, que fará uso regimental da tribuna.
Enquanto o deputado Suplicy se dirige à
tribuna, quero anunciar aqui novamente a presença do Fábio Jabá pressionando,
lutando para que o governo estadual encaminhe em caráter de extrema urgência a
promessa que o governo fez, deputado Vitão, em encaminhar o projeto de lei da
regulamentação da Polícia Penal.
Registro também aqui os servidores da
Educação, em luta contra a aprovação da nefasta, perversa e criminosa PEC nº 9,
que retira recursos da Educação. Aproveito também, deputado Vitão, para prestar
nossa solidariedade a V. Exa., que foi vítima de um sequestro neste final de
semana.
O deputado Suplicy tem a palavra.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Que seja a minha palavra, deputado Vitão do
Cachorrão, também de solidariedade a V. Exa. por este episódio em que o
tentaram sequestrar. Toda a nossa solidariedade.
Gostaria de
também transmitir a minha homenagem ao Dia da Consciência Negra, celebrado
ontem, 20 de novembro, em referência à morte do líder quilombola Zumbi de
Palmares, e a luta do povo negro brasileiro por igualdade e justiça social.
O Dia da
Consciência Negra tem sido muito polêmico. É lamentável que em um País com
problemas visíveis causados pelo racismo estrutural, com tantos que deixam a
população negra em condições de extrema vulnerabilidade, a simples menção de
uma data, que é um apelo para que toda a população pense e repense sobre a
condição dessa camada populacional seja motivo de incômodo, de descaso e até de
piadas.
Todos os que se
incomodam com esta data sequer tentam compreender o que ela significa e por que
foi nomeada assim. Deveriam saber que, acima de tudo, um chamado para que, por
meio de uma conscientização sobre a questão negra, possamos acionar nossa
consciência humana e fazermos a nossa parte, que é enorme e fundamental para a
erradicação do racismo e da discriminação racial no País.
O geógrafo
Milton Santos, em entrevista no Roda Viva em 1997, disse que a questão da
negritude é uma questão brasileira, de toda a sociedade. Concordo com ele, pois
todos sofremos, em maior ou menor escala, com os efeitos das desigualdades
sociais.
Elas têm, em
essência, a desigualdade social. É a falta de empregos e de oportunidades
negadas para quem tem a pele escura, ou não branca, que alimenta direta ou
indiretamente as estatísticas de violências de toda espécie, e que atinge a
toda a sociedade.
O que resta a
quem se vê suprimido da possibilidade de exercer sua plena cidadania, se não
providenciar sua sobrevivência se valendo de ações extremas, como furto, ou
roubo, de bolachas e macarrão instantâneo no supermercado.
Por essas e
outras questões interligadas, as desigualdades e seus efeitos, criei o projeto
de lei da renda básica de cidadania, aprovado por todos os partidos, sancionada
pelo presidente Lula, e que completa em breve 20 anos à espera da sua execução.
A renda básica
de cidadania pode elevar o grau de desenvolvimento da população negra, que é
maioria entre os pobres. A população negra ainda está na base da pirâmide
social, ainda estão inseridos nos mais alarmantes números de estatísticas de
pobreza, fome, déficit habitacional, analfabetismo, saúde precária, etc. Ainda
há muitas questões históricas que se arrastam desde a abolição da escravidão e
que influenciam diretamente no desenvolvimento do País.
As mulheres
negras ainda são maioria chefiando lares sozinhas e o genocídio de jovens
negros ainda está em curso no País. A população em situação de rua é
predominantemente negra e, mesmo com as cotas raciais de acesso às
universidades, a igualdade entre brancos e negros neste espaço está longe de se
consolidar.
Quero destacar
aqui que o racismo está também na maneira como recebemos estrangeiros em nosso
País. Há casos emblemáticos que nos levam a entender que, sendo de origem
europeia, de raça branca, são bem-vindos, mas se forem não brancos, latinos e
principalmente africanos e seus descendentes, o tratamento é desigual.
Pude ver isso
de perto acompanhando o caso da Falilatou Estelle Sarouna, uma refugiada do
Togo que veio para o nosso País tentar reconstruir sua vida, sua família. Aqui
começou a trabalhar como vendedora ambulante, quando foi envolvida em um golpe
de grandes proporções e está sendo obrigada a responder na Justiça.
Mesmo com
provas consistentes, evidências e testemunhas que indicam a sua inocência, não
consegue ser ouvida e tratada com a atenção que a acusação dirigida a ela
merece.
Me pergunto se
fosse uma italiana ou francesa, se seria acusada de maneira injusta, com poucos
recursos para se defender, e se as provas e evidências favoráveis à sua
inocência seriam ignoradas.
Peço a todas e
todos que estão aqui que tomem conhecimento do injusto caso de Falilatou e das
injustiças e incongruências do processo pelo qual responde e ajudem na
mobilização pela sua liberdade e permanência digna no Brasil.
É evidente que
nós que aqui estamos hoje não temos responsabilidades pelos crimes de
escravidão de pessoas africanas e seus descendentes e seus desdobramentos, que
incluem também a xenofobia, mas a história segue seu curso.
Somos herdeiros
desse problema. Só nos resta fazer o melhor dentro do nosso alcance para que a
luta por igualdade racial seja bem-sucedida e que em nossa Nação haja um lugar
de exemplo para o mundo como uma verdadeira democracia racial.
Para isso,
precisamos ser corajosos o bastante, verdadeiramente comprometidos com essas e
outras lutas, por melhorias sociais e equiparação de direitos, tendo em vista
que essa é a nossa mais importante tarefa neste momento da história.
Discutir o problema é o primeiro passo para
acharmos soluções visíveis e possíveis. É importante que o Dia da Consciência
Negra não seja apenas no 20 de novembro, mas nos 365 dias do ano.
O que o Dia da
Consciência Negra exige de nós é que tenhamos uma consciência humana, sensível
e atuante na luta pela sociedade mais justa e igualitária que sonhamos e
merecemos. Viva Zumbi dos Palmares e toda a população negra brasileira e
liberdade para Falilatou Sarouna.
Um abraço a
todos vocês.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
deputado Suplicy. Com a palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Dr. Elton. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Marcos
Damasio. (Pausa.) Com a palavra o deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão.
(Pausa.)
Com a palavra o deputado Leonardo
Siqueira. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ana Perugini. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Eduardo
Nóbrega. (Pausa.) Com a palavra a deputada Carla Morando. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.)
Com a palavra a deputada Paula da
Bancada Feminista. (Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com
a palavra o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Com a palavra o deputado Enio Tatto.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Bruno Zambelli. (Pausa.)
Na Lista Suplementar, com a palavra a
deputada Carla Morando. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio
Marcolino. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Alex Madureira.
(Pausa.)
Com a palavra o deputado Vinicius
Camarinha. (Pausa.) Com a palavra o deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com a
palavra a deputada Dani Alonso. (Pausa.) Com a palavra o deputado Itamar
Borges. (Pausa.) Com a palavra a deputada Márcia Lia. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Major Mecca. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Vitão do
Cachorrão, que fará uso regimental da tribuna.
O SR. VITÃO DO
CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Deus seja louvado, deputado Giannazi,
presidente em exercício, agora vai passar para o Suplicy. Eu, desde o primeiro
dia que cheguei aqui, eu nunca deixei de agradecer a Deus, deputado Paulo
Mansur, porque eu sei da minha simplicidade, eu sei de onde eu vim.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.
* * *
Um deputado que
é filho de pedreiro, que vende hot dog, cachorro-quente, até hoje, só chegou
aqui porque Deus colocou essa missão e Deus está na minha vida. E hoje eu vim
aqui agradecer, do fundo do meu coração, o livramento que Deus deu para mim,
deputado Paulo Mansur, nesse domingo, não só para mim, mas para toda a minha
família, e para esclarecer para a imprensa também o que eu passei:
infelizmente, um sequestro-relâmpago.
Possivelmente
vigiaram a minha vida por muito tempo, sabendo que eu tenho uma chácara em Sorocaba,
em um bairro rural, com muito sacrifício, desde o tempo de vereador. Eles
falaram tudo para mim, que vigiaram a minha vida, mas eu vou contar desde o
começo como aconteceu.
Eu deixei a
minha esposa, o meu genro e a minha filha Paola, na ocasião, na chácara e fui a
um evento com o prefeito Rodrigo Manga, voltei em direção à cidade. Eu nunca
tinha visto isso, só em filme, foi Deus que me livrou.
Faltando uns
800 metros para chegar na estrada, um Corolla cinza escuro bateu fortemente de
frente com o meu carro, acelerou e veio para bater de frente. Eu tirei o máximo
possível, e pegou somente a lateral do meu carro.
Já desceram
todos encapuzados, com metralhadoras, com pentes carregados, de toucas ninjas,
coturnos, botas, blusas e também luvas, possivelmente para não deixar as
digitais, me abordaram como polícia.
Eu falei para
eles, na hora: “Vocês estão abordando a pessoa errada. Em que eu posso ajudar?
Eu sou o deputado Vitão”. “É você mesmo”, me chamaram de ladrão, de corrupto.
Encostei no
carro, perguntaram se eu estava armado e já encostou uma EcoSport, a mesma que
eu tenho, do mesmo modelo, branca. Possivelmente eles iam me abordar no sítio,
iam colocar a Eco dentro, para algum vizinho do sítio imaginar que era eu que
estava no sítio. Então eles pensaram até nisso.
Rapidamente,
eles já desceram armados também, todos de fuzil, todos com roupa da Polícia
Civil, por quem eu tenho um grande respeito. Agradeço à Polícia Civil, à
Polícia Militar, à Polícia Penal, à Polícia da Guarda Municipal de Sorocaba.
Eles me
colocaram no banco traseiro, do lado do motorista, e me levaram à minha
chácara, sem perguntar o endereço, onde estava a minha esposa - que está comigo
desde quando eu tinha 15 anos de idade, quando eu trabalhava de servente de
pedreiro com a minha família que, quando eu ia de ônibus, que eu não tinha
condições de voltar da igreja, eu voltava a pé -, estava a minha filha e também
o meu genro, que eu considero como filho.
Aí eu passei
por horas de tortura. Segurança tem que ter para todos, não só para quem é
deputado. Eles ficaram por mais de duas horas em casa me torturando, porque
receberam notícias de que eu tinha dinheiro em espécie, em grande quantidade.
Eles me torturando, abriram as contas de aplicativo. Na minha conta de
aplicativo, eu não tinha dinheiro, eu tinha 14 reais na minha conta. Abriram as
contas de aplicativo da minha filha também, da minha esposa, ora revezavam, do
meu genro, levavam para o quarto.
Eu falei para
eles: “vocês abordaram a pessoa errada, quem passou isso para vocês está
completamente enganado”. A hora foi passando, eles com granada na cintura,
coisa de terrorismo, e se comunicando no rádio com pessoas que estavam fora,
acho que na beira da estrada também.
Eles, com
granada na cintura, falando: “ele não está colaborando, então ele vai gastar
com um caixão, ele vai gastar com o velório da família, eu vou levar todos os
familiares. Depois, você vai, então. Você está querendo economizar”.
E, eu falando:
“Não, eu dava tudo para a minha família. Esse sítio que eu construí, que eu fiz
o alicerce, parei. Eu fiz a laje, parei. Até quando eu terminei, eu passava no
seu nome, eu dava o meu carro, eu dava a minha vida, porque tudo vai ficar aqui
na Terra”.
Um dia antes eu
tinha ido na igreja. No mesmo sítio, eles falaram que me viram um dia antes. Eu
tinha pedido para Deus, o Senhor Jesus, aquele que deu a vida por nós na cruz,
me cobrir com o Seu sangue, e eu falei o nome da minha filha - eu vou concluir
rápido, Suplicy -, falei o nome de todos, para Deus proteger e livrar de todo o
mal. Eu pedi livramento e sabedoria.
Resumindo, duas
horas de tortura. Eles viram que eu não tinha dinheiro. Ameaçaram pegar a minha
mãe de quase 80 anos. A minha mãe acabou de amputar uma perna por causa da
diabetes. A minha mãe está com a perna amputada.
Ele falou: “Eu
sei onde sua mãe mora. Eu vou buscar a sua mãe. A gente vai render a sua mãe
também”. Eu falei: “A minha mãe está de cama, não consegue sair da cama”. Eles
falaram: “Cala a boca. Vamos buscar a sua mãe e vamos na sua casa”.
Eu, na minha
simplicidade, falei: “Você pode ir na minha casa. Eu abro a outra casa minha”,
porque eu estava na chácara, “e se você achar algum dinheiro em espécie, você
pode ver que eu sou mentiroso e você pode acabar com a minha vida. Você pode me
metralhar”. Eles viram que eu não tinha dinheiro mesmo.
Para resumir,
eles amarram todos. Eu tenho até as marcas aqui no punho. Amarram e deixaram a
minha família de bruços. Amarraram o meu genro, a minha esposa, que tem
problema, sopro no coração, mas quem nos livrou, eu tenho certeza, foi Deus, o Senhor
Jesus, a oração que eu pedi para cobrir com o Seu sangue.
Eu quero
agradecer porque, imediatamente, quando eu consegui escapar das amarras, depois
que eles foram embora, eu comuniquei à Polícia Militar, à GCM da cidade, que é
a Guarda Municipal, à Polícia Civil, ao governador, porque ficou no grupo de
polícias. Ele me ligou.
Também o André
do Prado, aqui da Casa, me ligou, prestando socorro e falando que vai fazer
todos os esforços. Agradecer à delegada, também, a Luciane, que está tomando
conta do caso, que está correndo sobre investigação.
Eu só vim aqui
a esta tribuna hoje para agradecer. Do mesmo jeito que eu cheguei aqui com
muita humildade, agradecer a Deus pelo livramento que Deus deu na minha vida e
na vida da minha esposa.
Agradeço a
todos que oraram por mim e ao Senhor Jesus que me salvou. Sem Deus eu não sou
nada. Agradeço ao trabalho da Polícia Militar, de novo, da Polícia Civil, da
Guarda Municipal, do secretário de Segurança Pública e de todos os que estão orando
por mim.
Estou abalado,
porque não é fácil.
É um momento
muito difícil, mas eu tenho a certeza de que isso vai passar e Deus vai nos
livrar de todo o mal, como livrou nesse dia.
Que Deus
abençoe a todos.
Muito obrigado,
do deputado Vitão do Cachorrão.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Minha
solidariedade, deputado Vitão do Cachorrão. Quero cumprimentá-lo pela maneira
tão serena e corajosa que enfrentou essa adversidade. Eu espero que as
autoridades policiais possam logo dirimir todo esse episódio e esclarecer.
Que possa me permitir chamá-lo de você,
porque somos amigos e... Sua família
estar protegida. Tenho a convicção de que esta é a vontade de todos os 94
deputados e deputadas estaduais.
Agora, tem a palavra o deputado Caio
França. (Pausa.)
O deputado Paulo Mansur.
O
SR. PAULO MANSUR - PL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar você, presidente. Fica a minha
solidariedade ao deputado Vitão do Cachorrão, uma pessoa tão simples na sua
essência e passou por momentos difíceis.
Realmente a
gente precisa de mais segurança no nosso país, a gente precisa que a Justiça,
Vitão, esteja aliada à Segurança Pública, para a gente não ter impunidade. A
Justiça serve, no nosso país, para amenizar a dor das pessoas que acabam
perdendo o seu ente querido por um crime que foi cometido contra ele.
A gente teve
agora o caso da Taylor Swift, que se apresentou no Rio de Janeiro, e uma garota
morreu, a Ana, que acabou falecendo dentro do estádio por falta, realmente de
desidratação, mas ninguém falou do Gabriel, que acabou falecendo porque também
foi ao show da Taylor Swift, estava no Rio de Janeiro e acabou sendo
assassinado.
Um menino de 25
anos, engenheiro, ele, que acabou perdendo a vida. E quem tirou a vida dele?
Dois marginais. Esses dois marginais tinham cem condenações, cem condenações,
estavam soltos e assassinaram o menino Gabriel, no Rio de Janeiro, que estava
indo ao show da Taylor Swift.
Ali, aquele
garoto de 25 anos tinha toda uma vida pela frente, e uma juíza - olha só essa
história - tinha liberado, libertado esse bandido que acabou tendo cem
condenações, porque ele tinha assaltado uma loja de chocolate, e nessa loja de
chocolate a juíza foi lá e o liberou por ele ter assaltado a loja de chocolate,
ou seja, era a centésima vez que ele estava fazendo coisa errada.
Libertou-o e
pediu, na libertação, para ele não ficar a mais de 500 metros, não ficar 500
metros perto da loja de chocolate. Ele matou esse engenheiro de 25 anos a 200
metros da loja de chocolate, no Rio de Janeiro, ou seja, além de ele cometer o
crime, ainda não cumpriu o que a juíza tinha pedido.
Ou seja, se
tivesse tornozeleira eletrônica, possivelmente esse garoto poderia ter sido
salvo, no Rio de Janeiro - e não foi! Eu protocolei um projeto de lei, aqui na
Assembleia Legislativa, que torna obrigatório o uso de tornozeleira eletrônica
para pessoas que cometem crime de pedofilia e crime de estupro, até o final da
sua pena.
Por quê? A
pessoa é condenada a 30 anos, se ela é libertada por cinco anos de bom
comportamento, nos outros 25 anos ela tem que ser monitorada, porque é um
doente mental, é uma pessoa que não pode estar na nossa sociedade.
Digo isso
também para outros crimes. Olha só: cem condenações. Quanto que prescreveu
essas condenações? E esses dois bandidos, fora da cadeia. matando um garoto de
25 anos, Caio França, 25 anos, engenheiro, indo ao show da Taylor Swift, lá no
Rio de Janeiro, teve a sua vida impedida.
Então, fica
aqui toda essa nossa indignação também com a Justiça. Não adianta o policial
prender e a Justiça liberar, né? A gente vê os casos que têm acontecido também
na esfera federal, que é algo que chama a atenção, porque a gente precisa dar
exemplo na área federal.
O caso que
aconteceu agora com o Cleriston, que estava na Papuda, acabou morrendo, o
Ministério Público já tinha avisado ao STF que ele precisava ser libertado, e
ele não foi libertado. Dois meses avisando: “Liberta, ele tem uma doença”, e
não foi libertado. Morreu na cadeia. É justo isso?
Uma pessoa que vai no 8 de janeiro, comete um crime
público, quebra uma mesa, vai ficar um ano na cadeia. Tem gente lá que foi
condenada a 15 anos. É justo isso? Ele não pode fazer um serviço fora? Tem
tantas pessoas que roubaram o nosso país, que assaltaram o dinheiro público e
estão soltas. É uma vergonha.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY -
PT - Nossa solidariedade ao rapaz que foi morto, deputado
Paulo Mansur. Tem a palavra agora o deputado Caio França.
O SR. CAIO FRANÇA - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, colegas deputados,
servidores, aqueles que nos acompanham aqui também pelas galerias ou pela
internet, primeiro vou prestar também uma solidariedade aqui ao colega deputado
Vitão do Cachorrão, que passou por um sufoco aí nestes últimos dias.
Que bom que ele está bem. Espero que
também a sua família esteja bem e que Deus possa lhe preservar, Vitão. Estamos
aqui na torcida para que tudo possa ser esclarecido da melhor maneira possível.
Eu subo aqui à tribuna neste momento,
presidente, para poder trazer a indignação dos moradores da Baixada Santista
mais uma vez com o que acontece em relação à Ecovias.
O sistema de operação subida ou descida
coloca moradores em patamares diferentes. Os moradores da Baixada que subiram a
serra para visitar seus parentes ou para ir para o interior e têm que descer no
domingo ou nos feriados podem esperar, porque infelizmente não tem nenhum
respeito por parte da concessionária.
Tenho relatos aí de pessoas que ficaram
seis horas para conseguir descer a serra. O que acontece? Eles acabam fazendo
com que os moradores que estão no litoral, que são sempre muito bem-vindos - e
têm que ser -, acabem conseguindo subir com mais tranquilidade. Enquanto isso,
os moradores da Baixada descem a serra pela Anchieta, pagando um pedágio
caríssimo, disputando com caminhões, ônibus e vans para ver quem consegue
descer mais rápido.
Não é possível que não exista um outro
instrumento, uma outra alternativa para conseguir tratar bem o morador da
Baixada, que, como eu disse, paga caro pelo pedágio.
Ontem o sistema que foi implantado foi o
sistema oito por dois: sobem oito pistas, descem duas pistas. Nas duas,
Giannazi, desce todo mundo: passeio, moto, van, caminhão, ônibus.
A gente sabe muito bem hoje que os
caminhões, aqueles bitrem, que antigamente não podiam descer pela Anchieta,
agora podem. Um desses, para fazer uma curva, ocupa a pista vizinha, e aí está
feito o caos, fora o medo, a insegurança que gera em torno desses dias.
Então eu já fiz aqui uma indicação, estou
apresentando um requerimento para entender melhor esse sistema de operação
subida e operação descida, porque a gente não pode ter moradores em prateleiras
diferentes, né?
Todos somos moradores, cidadãos, pagamos
impostos, pagamos os pedágios e temos que ser tratados bem. Não é justo que
somente os moradores que querem subir a serra possam ser bem tratados. Então eu
sei que a culpa não é dos moradores, mas a Ecovias precisa ser mais
transparente.
Eu quero apresentar algumas sugestões aqui
também, porque só reclamar não adianta. Sugestão: ao invés da operação oito por
dois, sobem seis pistas, todas pela Imigrantes, e deixem todas as quatro pistas
da Anchieta para os moradores que estão descendo a serra, e aí separa, por
exemplo, caminhão e ônibus por um trecho, pela norte, por exemplo, da Anchieta,
e os veículos de passeio e as motos descem a serra com um pouco mais de
tranquilidade.
Continuam as pistas da Imigrantes para
quem quer subir, até porque o fluxo é maior, eu compreendo isso, agora o que
não dá é para ter uma operação oito por dois e deixar os moradores à mercê de
um caos dentro de um veículo, por vezes por mais de seis horas.
Eu estou dizendo isso porque nós estamos
chegando ao final do ano, e agora todo domingo vai ser assim. Quando tem
feriado então, acaba piorando. Então, a concessionária precisa apresentar uma
solução para que os moradores da Baixada Santista, do Vale do Ribeira, de todo
o litoral não se sintam ainda mais desprestigiados, afinal, como eu disse, não
existem moradores de categorias diferentes.
Esta indignação
eu trouxe pelas redes sociais, e percebi a grande mobilização que teve. Então
me comprometi em poder fazer este requerimento, em agendar uma reunião com a
Ecovias, para que a gente possa apresentar sugestões. Eu falei aqui de uma
delas: não oito por dois, mas sobem seis e descem quatro.
Mas, por
exemplo, poderíamos também estabelecer horários. Olha, vai descer no domingo,
ou, como foi ontem, numa segunda-feira que é feriado, até as duas horas da
tarde estará aberta a Imigrantes para quem quiser descer, por exemplo, mas
ninguém sabe direito como funciona isso. Não existe uma clareza, uma
transparência.
E a mesma coisa
para os motoristas de caminhões, que são tão importantes, a gente sabe disso,
mas poderia ter horários específicos para eles, para a gente não ficar
competindo pelas pistas com os caminhões. A Ecovias precisa de uma solução mais
inteligente e menos traumática.
Presidente, é
isso. Eu peço que esta minha indignação possa ser encaminhada para a Ecovias,
para a Secretaria de Transporte e também para a agência reguladora - Artesp.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem,
deputado Caio França. A Mesa
Diretora vai tomar as providencias
para enviar o seu pronunciamento às autoridades citadas. Tem agora a palavra o
deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental que ainda resta do Pequeno
Expediente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Suplicy, quero cumprimentar todos os servidores
da Educação aqui, a Apeoesp, em luta contra a PEC nº 9, Sr. Presidente, que vai
retirar recursos da Educação, a PEC criminosa enviada à Assembleia Legislativa,
pelo Tarcísio de Freitas, que não será aprovada.
Sr. Presidente,
eu quero destacar e dar visibilidade a uma luta que nós estamos travando já há
um bom tempo, que é a luta contra o confisco das aposentadorias e pensões.
Nós tivemos uma
boa notícia na data de ontem. O Supremo Tribunal Federal voltou a julgar as
ADIs protocoladas no Supremo sobre, exatamente, a questão da Previdência. Na
questão da Previdência, entra também esse ponto do confisco, onde há o
questionamento do confisco das aposentadorias e pensões.
A Adin 6.255 e
outras Adins estão questionando sobretudo este item do confisco das
aposentadorias e pensões para quem ganha abaixo do teto do INSS. Havia um
pedido de destaque de um dos ministros, e ele devolveu, na verdade ele
cancelou, então voltou. Então nós estamos acompanhando a votação, o julgamento,
que é pelo sistema online, Sr. Presidente.
Já há um
parecer, inclusive, da Procuradoria Geral da República, da PGR, contra o
confisco das aposentadorias e pensões. Esse é um documento importante que está
anexo à Adin 6.255. E nós já temos dois votos a favor da nossa causa, que é o
fim do confisco.
Caso haja este
entendimento pelo Supremo Tribunal Federal, Sr. Presidente, nenhum estado,
nenhum município poderá mais confiscar aposentados e pensionistas em todo o
território nacional. Então será uma vitória importante.
Isso também
abre um grande caminho para que nós possamos exigir a devolução dos valores do
confisco dos aposentados e pensionistas do estado de São Paulo pela gestão do
Doria e do Rodrigo Garcia, então é importante.
Eu já
apresentei aqui um projeto de lei complementar que obriga o governo a devolver
o que ele sequestrou, o que ele assaltou e roubou dos nossos aposentados e
pensionistas.
E também
apresentei a Emenda nº 1, Sr. Presidente. A primeira emenda à Lei Orçamentária
é a emenda que reserva recursos para que haja essa devolução, de tal forma que
o governo não tenha nenhuma desculpa mais para não devolver o que ele confiscou
durante praticamente dois anos de milhares e milhares de aposentados e
pensionistas do estado de São Paulo.
E aqui em São
Paulo também nós estamos em luta contra o confisco do Sampaprev, que está assaltando
os servidores e servidoras, aposentados e pensionistas, em 14%, o Sampaprev.
Mas lá na Câmara Municipal nós temos o PDL 92, do vereador Celso Giannazi. Em
Brasília nós temos ainda a PEC da deputada Luciene Cavalcante, professora daqui
de São Paulo, que também resolve essa situação.
Então nós
estamos fazendo um cerco, com projetos de lei aqui na Alesp, na Câmara
Municipal, e na Câmara dos Deputados. Esse julgamento, seria muito importante
que ele terminasse rapidamente, com a vitória para os aposentados e
pensionistas.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Cumprimentos
ao deputado Carlos Giannazi. Encerrado o Pequeno Expediente, passamos ao Grande
Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
GRANDE
EPEDIENTE
*
* *
Tem a palavra o deputado Sebastião
Santos. (Pausa.) O Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Dirceu
Dalben. (Pausa.) Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.)
Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Major
Mecca. (Pausa.) Vinicius Camarinha. (Pausa.) Delegada Graciela. (Pausa.) Atila
Jacomussi. (Pausa.) Dr. Elton. (Pausa.) Andréa Werner. (Pausa.) Solange
Freitas. (Pausa.) Caio França. (Pausa.) Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)
Marta Costa. (Pausa.) Ediane Maria.
(Pausa.) Enio Tatto. (Pausa.) Gil Diniz. Não vai falar. Paulo Fiorilo. (Pausa.)
Ana Perugini. (Pausa.) Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Guilherme Cortez. (Pausa.)
Delegado Olim. (Pausa.) Thainara Faria. (Pausa.) Emidio de Souza. (Pausa.) Leci
Brandão. (Pausa.) Rogério Santos. (Pausa.) Reis. (Pausa.)
Capitão Telhada. (Pausa.) Paula da
Bancada Feminista. (Pausa.) Lucas Bove. (Pausa.) Valdomiro Lopes. (Pausa.) Alex
Madureira. (Pausa.) Carlos Giannazi. (Voz fora do microfone.) Deputado Carlos
Giannazi faz uma permuta comigo. Então eu teria ainda... Rui Alves. (Voz fora
do microfone.)
Então, tendo sido feita a permuta,
agradeço muito ao deputado Carlos Giannazi.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra
o deputado Eduardo Suplicy, agora no Grande Expediente.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente deputado Carlos Giannazi. Venho aqui
registrar um manifesto que, juntamente com a deputada Professora Bebel, estamos
fazendo sobre o cancelamento do projeto Boulevard Boyes, em Piracicaba, pela
desapropriação e implantação de um projeto cultural e turístico.
Em Piracicaba,
vem se desenvolvendo um projeto denominado Boulevard Boyes, um conjunto de
obras civis que se pretende implantar no espaço ocupado pelas instalações da
antiga fábrica têxtil Boyes, por iniciativa de seus proprietários. Está
previsto no local um empreendimento imobiliário com quatro torres residenciais,
de 92 metros de altura cada uma.
O que se
pretende é a desapropriação do imóvel para a implantação de um projeto de
grande significação cultural e turística, harmonizando-se com o Projeto
Beira-Rio e preservando a memória histórica de Piracicaba. O imóvel está
tombado desde 2004 pelo poder público municipal, incorporando-se ao patrimônio
histórico-cultural de Piracicaba.
Situa-se na
margem esquerda do rio Piracicaba. E compõe, com outras instalações históricas,
como o complexo da rua do Porto, o Engenho Central, o Parque Do Mirante, o
Museu da Água, a Casa do Povoador, o Palacete Luiz de Queiroz, o Largo do
Divino e a própria Praça Du Bois, um conjunto urbano de inigualável valor
histórico, cultural, ambiental e paisagístico dos mais significativos, pode-se
dizer, do Brasil.
Contra esse
projeto, desenvolve-se um amplo movimento social na cidade que questiona os
seguintes pontos. Desrespeito ao patrimônio cultural, pois o projeto está
inserido em uma área tombada e próximo a vários outros bens culturais
protegidos e irá descaracterizar e eclipsar esse riquíssimo conjunto
patrimonial que orgulha Piracicaba.
Verticalização
excessiva. As quatro torres residenciais de 29 pavimentos e 90,5 metros de
altura que o projeto contempla alterarão significativamente o “skyline” e
impactarão a apreciação dos elementos históricos e naturais da região.
Aumento do
tráfico local. A inclusão de 440 unidades residenciais e de 1.500 vagas para
automóveis sobrecarregarão inevitavelmente a infraestrutura viária da cidade,
dificultando o acesso e prejudicando o trânsito local.
Impacto no
turismo e na economia local. A região impactada tem significativa relevância
turística. A construção de um empreendimento dessa escala diminuirá a
atratividade da área e consequentemente afetará negativamente a economia local.
Descaracterização
do ambiente. Se implantado, o projeto alterará a manutenção da essência e da
alma da cidade de Piracicaba, transformando uma área de rica significação
histórica e cultural em um espaço verticalizado e certamente elitizado.
O projeto foi
aprovado em 16 de junho pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de
Piracicaba, Codepac, pelo placar de 12 votos favoráveis, um contra e duas
abstenções, em completa dissonância com o que dispõe o Art. 24 da Lei
Complementar nº 171, de 2005, que diz:
“Somente será
permitida, a juízo do Codepac, em um raio de 50 metros a partir dos imóveis
tombados, a edificação ou reforma que não impeça, não reduza a sua
visibilidade, não ultrapasse a sua altura, nem modifique o ambiente ou paisagem
histórica, ecológica ou turística do local, evitando que contraste ou afronte a
harmonia do conjunto, reduzindo ou eliminando o valor ou a beleza original do
bem protegido.”
O projeto traz
ainda os seguintes problemas. A falta de transparência e debate público. A
rapidez na aprovação do projeto e a falta de um debate público amplo e
detalhado evidenciam uma lacuna democrática no processo, sonegando ao conjunto
da sociedade piracicabana o direito de se pronunciar sobre algo que lhe é tão
transcendental.
Ignorância dos
impactos socioeconômicos e ambientais. O projeto foi aprovado sem uma
consideração cuidadosa dos potenciais impactos negativos na comunidade e no
Meio Ambiente.
Mudanças no
zoneamento. Alterações recentes no plano diretor da cidade parecem estrategicamente
voltadas para facilitar empreendimentos como esse, colocando em xeque a ética
do planejamento urbano local.
Precedente
perigoso. A aprovação desse projeto pode abrir um precedente para outros
empreendimentos que comprometam ainda mais o patrimônio histórico e cultural da
cidade.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Vitão do Cachorrão.
* * *
Desta forma, o
projeto Boulevard Boyes é uma verdadeira aberração urbana, uma afronta ao povo
de Piracicaba e não pode prosperar. Por isso, pedimos apoio dos nobres pares
para o cancelamento desse projeto e pela desapropriação do imóvel para
implementação de um projeto cultural e turístico que se harmonize com o Projeto
Beira-Rio e preserve a memória histórica de Piracicaba.
Assinam o
deputado Eduardo Suplicy e a deputada Professora Bebel.
Quero informar,
Sr. Presidente, que, como ainda
hoje saiu uma notícia sobre como é que tem havido uma situação tal em que o 1%
mais rico do Planeta emite tanto carbono quanto os dois terços mais pobres.
Em decorrência
dessa situação, eu amanhã irei apresentar um projeto de lei que cria uma taxa
de preservação ambiental como medida de mitigação de danos causados por
aeronaves privadas particulares e executivas no estado de São
Paulo.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sr. Presidente, venho solicitar para que seja
suspensa a sessão até as 16 horas e 30 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - É
regimental, deputado Suplicy. A sessão está suspensa até as 16 horas e 30
minutos. Que Deus abençoe a todos.
*
* *
-
Suspensa às 15 horas e 11 minutos, a sessão é reaberta às
16 horas e 30 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Convocação. Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, nos termos do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art.
68, ambos do Regimento Interno, convoco uma reunião conjunta das Comissões de
Constituição, Justiça e Redação; Transportes e Comunicação, desculpa, e
Infraestrutura...
Então, retificando, convoco uma reunião conjunta das Comissões de
Constituição, Justiça e Redação; Infraestrutura; Finanças, Orçamento e
Planejamento a realizar-se amanhã, às 14 horas e, em segunda convocação, às 14
horas e 20 minutos, no plenário Dom Pedro I, com a finalidade de apreciar o
Projeto de lei nº 1.510, de 2023, de autoria do Sr. Governador.
Um momentinho, só estou verificando o número do projeto de lei que
estamos... Então é o Projeto de lei nº 1.501, de 2023, de autoria do Sr.
Governador, com relação à privatização da Sabesp.
Ordem do Dia.
*
* *
-
Passa-se à
ORDEM DO DIA
*
* *
O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR
- REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
Um
minutinho só, deputado Jorge Wilson. Há sobre
a mesa requerimento de urgência ao Projeto de lei Complementar nº 95, de 2023,
de autoria do Ministério Público.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento de urgência.
Há também sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei Complementar nº 94, de 2023, de autoria do
Ministério Público. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está
encerrada a discussão.
Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS -
Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela
ordem, deputado Jorge Wilson.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS -
Havendo acordo, eu gostaria de pedir a suspensão dos trabalhos até as 17 horas
e 30 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Antes,
porém, de levantarmos a sessão...
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela
ordem, deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Desculpa, não é o
levantamento, certo?
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS -
É a suspensão dos trabalhos.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Suspensão.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Ok.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então
faço uma convocação. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do disposto
no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento
Interno, convoco uma reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e
Redação e Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se hoje, às 17 horas,
no salão nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar os seguintes
projetos: Projeto de lei nº 94, de 2023, de autoria do Ministério Público, e
também o Projeto de lei Complementar nº 95, de 2023, também de autoria do
Ministério Público.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então,
havendo acordo de liderança, está suspensa a nossa presente sessão.
*
* *
- Suspensa às 16 horas e 34 minutos, a
sessão é reaberta às 17 horas e 38 minutos, sob a Presidência do Sr. André do
Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a
mesa o requerimento de urgência ao Projeto de Resolução nº 51, de 2023, de
autoria da deputada Dra. Graciela. Em discussão.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, eu
tenho impressão que o deputado Eduardo Suplicy ia pedir uma questão de ordem,
uma comunicação...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Uma
comunicação.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Mas eu tenho impressão
também que tem oradores inscritos nesse projeto.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então eu vou
chamar o primeiro orador inscrito. Deputado Gil Diniz. Ausente. Para discutir a
favor tem o deputado Paulo Mansur. (Pausa.)
Para discutir a urgência a deputada
Dra. Graciela. Abre mão. Deputado Lucas Bove. Ausente. Deputada Fabiana
Bolsonaro. Abre mão também. Deputado Alex Madureira. Abre mão.
O deputado Paulo Fiorilo tem a palavra.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria de
registrar na tribuna de honra a presença da jovem vereadora de Amparo, Silvia
Forato, acompanhada do esportista e empreendedor, que é o Douglas Cenina, e que
teve uma iniciativa muito interessante.
Ele é um
esportista, skatista, e criou no Parque Municipal de Amparo uma belíssima pista
de skate, onde, inclusive, esportistas brasileiros estarão treinando para a
competição mundial que vai ocorrer na França.
E ele vem aqui
nos transmitir o quão importante é que o prefeito atual de Amparo possa permitir
a todos os jovens e pessoas mais idosas, até da minha idade, que possam estar
ali se exercitando nessa pista de skate que, por enquanto, está fechada.
Mas fica aqui o
apelo ao prefeito municipal de Amparo para logo abrir essa belíssima pista de
skate.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Gostaria então
de agradecer e desejar boas-vindas a nossa vereadora Silvia Forato, bem como ao
Diogo Canina, empresário, esportista, sejam sempre bem-vindos a esta Casa. Foi
apresentada pelo nosso deputado Eduardo Suplicy.
Com a palavra para discutir a favor do
requerimento de urgência o deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, público presente, saúdo a vereadora Silvinha, é sempre um prazer
encontrá-la aqui, da cidade de Amparo, o Diogo, que a está acompanhando.
Sr. Presidente,
trata o projeto de resolução da instituição da Medalha do Mérito Esportivo Rei
Pelé, a ser concedida pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo na
forma que especifica, projeto importantíssimo, porque esta Casa não conta com
uma possibilidade de medalha. Os deputados que estão aqui normalmente entregam
o Colar de Honra, como deve ter feito o deputado Barba, o deputado Dr. Jorge e
outros.
A deputada teve
uma iniciativa importante. Aliás, queria aproveitar que a deputada está aqui e
parabenizá-la pela iniciativa que institui essa medalha. E a medalha vai ser
concedida pela Assembleia a atletas, técnicos, dirigentes e outros
profissionais diretamente vinculados à prática esportiva ou paradesportiva que
tenham se destacado em suas respectivas áreas e atividades.
E aqui é importante
ressaltar que temos muitos atletas que, às vezes, não têm o reconhecimento
público, mas tem uma capacidade enorme de competição, atletas que estão
espalhados por esse estado, assim como está espalhada a Sabesp, em 375
municípios deste estado.
Aliás, eu tive
a oportunidade de visitar um desses municípios, chamado Vitória Brasil, que a
deputada Márcia também conhece, outros deputados aqui conhecem, na região de
Jales, e lá eu tive a oportunidade de conversar com o prefeito, que não é
petista, é ligado ao governo Tarcísio, e ele me disse que entende que é um
equívoco privatizar a Sabesp.
A Sabesp tem lá
três pontos de bebedouros, deputada Paula, eu fiquei impressionado. Aliás,
queria dizer que tivemos a oportunidade de nos encontrar no caminho, a senhora
indo para Batatais e eu indo a São Carlos e depois a Jales. E, em Vitória
Brasil, a água servida é água tratada, de qualidade. As pessoas vão lá e tomam
água gelada na torneira.
Sabe o que vai
acontecer com a privatização da Sabesp? Ou vão pagar ou vão cortar. Não vai ter
jeito. E, infelizmente, muita gente ainda não percebeu isso, vários deputados e
deputadas desta Casa estão seguindo a orientação cegamente do governador e não
enxergam, não percebem o quanto vão prejudicar, em especial, os pequenos municípios,
aqueles em que a Sabesp presta um serviço fundamental e necessário.
Hoje eu ouvi,
deputado Barba, pela manhã, e o senhor também - porque eu sei que o senhor é um
deputado que acompanha o noticiário - uma entrevista da secretária em uma
grande rede de televisão.
E ela usava o
argumento de que sem a privatização a gente não vai levar água para as áreas
rurais, a gente não vai levar água para as comunidades. Uma falácia, até porque
a Sabesp tem feito esse trabalho de forma paulatina e efetiva. Então, nós
precisamos estar atentos a essa questão.
E hoje nós
tivemos no Congresso de comissões o início do debate em que os deputados e
deputadas puderam se manifestar, dar a sua opinião e, quem sabe, convencer os
deputados que ainda não foram convencidos de que é importante que a gente vote
contra esse projeto de lei, impedindo que o estado entregue as joias da coroa
para a iniciativa privada, o que vai trazer uma dificuldade enorme aos pequenos
e médios municípios, mas também possivelmente aos grandes.
Por isso,
estamos nesta Casa obstruindo todas as matérias até que as pessoas entendam a
importância que tem a empresa Sabesp, uma empresa superavitária que tem dado
para o estado uma importância muito grande.
É a terceira
empresa do mundo. Então não podemos achar que é qualquer coisa, e que nós vamos
privatizar e pronto. Aqui não há nenhum dogma, ninguém é cegamente contra a
privatização.
Aliás, tem
casos e casos, e no caso da Sabesp, nós entendemos que a água é um bem que tem
que ser mantido no poder público, até porque nós vivemos no estado de São Paulo
várias crises hídricas, e tivemos uma ação importante da Sabesp, para evitar
que se faltasse água.
Foi a Sabesp,
não foi uma empresa privada, que fez grandes obras, que buscou águas de outros
mananciais. E qual era o argumento, deputado Luiz Claudio Marcolino? A gente
tem que privatizar porque a empresa privatizada é muito mais ágil, sem
burocracia, ela consegue dar resposta.
Veja o que fez
a Sabesp, o que fez o estado de São Paulo, no caso da crise hídrica que vivemos
aqui neste estado. A Sabesp agiu de forma muito rápida. Ela não teve nenhuma
amarra.
Por que então
entregar, deputado Maurici, uma empresa tão importante? Aliás, o senhor fez uma
sugestão que eu acho que deveria ser uma sugestão para todos os deputados:
conhecer o Sistema Cantareira, que vai demonstrar aqui o que significa a Sabesp
do ponto de vista da captação, do tratamento, da distribuição e da coleta de
esgoto.
Nós não podemos
simplesmente seguir uma orientação do governador de forma cega, sem refletir e
sem pensar, porque é sobre isso que estamos falando, sobre a vida das pessoas.
Hoje, no congresso
de comissões presidido pelo deputado Gilmaci Santos, que de forma muito correta
recebeu, por parte dos sindicalistas, uma carta que foi entregue ao deputado
Gilmaci.
Rapidamente,
Sr. Presidente, vou ler aqui, que é uma carta importante. O deputado Alex não
sei se teve acesso ao conteúdo, mas sobre a minha mesa há uma cópia que eu vou
deixar para o senhor.
“O Sintaema, o
Sindicato dos Metroviários de São Paulo, o Sindicato dos Ferroviários de São
Paulo e o Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil vêm por meio deste
ofício comunicar aos parlamentares que constituem este Congresso de comissões,
composto pelas comissões de Constituição, Justiça e Redação, Infraestrutura e
de Finanças, Orçamento e Planejamento o resultado do plebiscito popular contra
a privatização da Sabesp, Metrô, CPTM, realizado por essas entidades que
assinam este ofício.
O plebiscito
popular foi uma maneira que as categorias mencionadas encontraram para dialogar
com a população sobre os prejuízos que uma futura privatização da Sabesp pode
acarretar.
Foram dois
meses de consultas, com os processos iniciados no dia 5 de setembro e encerrado
no dia 5 de novembro. O resultado apurado no período de 7 a 15 de novembro
contabilizou 879.431 votos.
Desse total,
99,975% foram contra a privatização do Metrô, CPTM e Sabesp; 0,014 favoráveis à
privatização do Metrô, CPTM e Sabesp, e houve 0,011 de abstenções. O resultado
mostra que a grande maioria da população é contrária ao Projeto de lei n.º
1.501, de 2003, que tramita nesta Casa.
Solicitamos aos
participantes desta reunião conjunta que a opinião da população expressada no
plebiscito seja considerada no processo de discussão do PL na Alesp.
Considerada nesse congresso que o resultado do plebiscito seja incluído no
relatório final dos trabalhos do Congresso de comissões.
Os
trabalhadores e trabalhadoras do saneamento, Metrô, CPTM, também solicitam que
esta Casa possa mediar junto ao Governo do Estado a realização de um plebiscito
oficial, para que a população possa se manifestar sobre as privatizações da
Sabesp.
A resposta
desta Casa ao ofício poderá ser encaminhada ao seguinte endereço de email:
presidencia@sintaema.com.br. Estamos à disposição para esclarecer algum dado
que seja necessário e temos confiança de que as informações repassadas terão a
atenção necessária desse congresso de comissões da Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo.”
Assinam essa
carta o presidente do Sintaema, José Faggian; Camila Lisboa, presidente do
Sindicato dos Metroviários de São Paulo; Eluiz Alves de Matos, presidente do
Sindicato dos Ferroviários do Estado de São Paulo; Múcio Alexandre,
secretário-geral do Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil.
Sr. Presidente,
aqui tem um apelo claro. Eu tenho certeza que o deputado Barros Munhoz, que é o
relator, vai ler com atenção o que diz essa carta, o resultado do plebiscito
feito e o pedido de que se realize um plebiscito no estado de São Paulo, para
que a população possa se manifestar sobre esse fato.
Essa eu acho
que é uma questão importantíssima e é pauta central desta Casa nesses próximos
dias e em dezembro. Quem sabe em janeiro e fevereiro, março, e assim por
diante.
Será um esforço
hercúleo da bancada e eu sei que os deputados da base, muitos deles que serão
candidatos, são pré-candidatos, estarão sensíveis a essa questão da
Sabesp nos seus municípios. Quando a gente ouve um prefeito dizer que
privatizar vai ser um grande erro, é preciso entender que ele, prefeito, sabe a
importância que tem a Sabesp no seu município.
Eu queria
voltar aqui o projeto de resolução, só para que a gente possa, então, concluir
essa questão do meu encaminhamento, dizendo que o artigo 2º diz o seguinte: a
Medalha do Mérito Esportivo Rei Pelé tem como finalidade reconhecer e
valorizar o trabalho de pessoas que, com o seu desempenho esportivo e
paradesportivo ou profissional, inspire a sociedade paulista.
A concessão da
medalha será referendada pela mesa da Assembleia Legislativa mediante proposta
de qualquer deputado ou deputada devidamente justificada e acompanhada do
currículo ou histórico da pessoa a ser homenageada. Eu tenho certeza que o
deputado Alex Madureira, lá em Piracicaba...
O SR. ALEX MADUREIRA - PL - Piracicaba.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu sei, fique tranquilo,
deputado. Conheço a sua base.
O SR. ALEX MADUREIRA - PL - É que eu achei que o senhor ia
errar o nome da cidade.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Desculpe, Sr. Deputado, mas é
que o senhor, regimentalmente, não poderia usar o microfone.
O SR. ALEX MADUREIRA - PL - O senhor citou o meu nome.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Não, mas, infelizmente, o senhor
não pode. Então eu queria dizer que o deputado Alex... Neste momento, não cabe.
O deputado Alex Madureira...
O SR. ALEX MADUREIRA - PL - O senhor não pode me dar um
aparte?
O SR. PAULO FIORILO - PT - Não posso.
O SR. ALEX MADUREIRA - PL - Um aparte.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu tinha dito ao deputado
Gilmaci para ele ajudar os deputados com o regimento. Ele se negou a isso,
então é isso que dá. Eu vou insistir amanhã. Vou insistir.
O SR. ALEX MADUREIRA - PL - Trinta, vinte segundos.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Não. Eu vou pedir para o Sr.
Presidente me ajudar.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Alex, o deputado Paulo
Fiorilo não está concedendo aparte para V. Exa., então eu devolvo a palavra ao
deputado Paulo Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Obrigado.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Mais vinte segundos pela questão
que está sendo importunada pelo deputado Alex, que insiste um aparte, mas V.
Exa. não permitiu.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, primeiro eu
quero fazer uma deferência ao senhor. Aliás, que os outros presidentes das
comissões, em especial da Comissão de Finanças e Orçamento, pudessem ter a
mesma lógica e postura do senhor, porque quando a gente pede para que ele possa
orientar os deputados, ele lava as mãos, como Pilatos.
Ele devia pelo
menos dizer “Deputado, o senhor não pode fazer isso. Deputado, o senhor não
pode interromper”. Mas não, ele lava as mãos. “O deputado conhece o regimento,
o deputado leu.” Então eu vou fazer aqui de novo a deferência ao senhor, porque
é importante que os presidentes acatem a mesma linha de raciocínio que o senhor
tem.
Então, deputada
Graciela, que apresentou aqui esse projeto: nós não temos óbice ao projeto,
achamos importante. Acho que é mais uma oportunidade da Assembleia fazer
referência a atletas importantes. Eu fazia referência a Piracicaba porque eu
sei que lá em Piracicaba têm atletas que merecem uma medalha.
Eu tenho
certeza que o deputado Alex vai propor uma medalha para aqueles que ele
conhece, assim como tem em Presidente Prudente, assim como tem em São Carlos,
assim como tem em várias outras cidades do estado de São Paulo. Atletas
importantes e que merecem ser prestigiados.
Eu vou sugerir
ao deputado Alex que se inscreva para poder usar a palavra durante o tempo
regimental enquanto eu termino aqui, Sr. Presidente, essa minha intervenção, me
posicionando favorável ao projeto que institui a Medalha do Mérito Esportivo
Rei Pelé.
Aliás,
deputada, a propositura da senhora me faz lembrar de uma outra situação que nós
devíamos avançar aqui. Quem sabe o deputado Camarinha, com toda a sua
habilidade, consiga fazer avançar. Nesta Casa tramitam homenagens ao Rei Pelé,
que estão ainda tramitando nas comissões.
Mas eu acho que
também podíamos pensar nessa possibilidade de homenagear essa figura tão
importante que será homenageada com a medalha que a senhora está promovendo
aqui e que eu tenho certeza de que será encaminhada, aprovada e regulamentada
pela Mesa da Casa.
É mais uma
possibilidade de os deputados e deputadas oferecerem aqui uma deferência a quem
merece. A gente tem o colar de honra ao mérito e podemos ter a medalha.
Aliás, eu acho
que a gente poderia ter outras possibilidades, porque tem muita gente, deputado
Gilmaci, que merece ser lembrado, que merece ser homenageado. A gente devia
pensar nos presidentes das comissões.
Esses são
verdadeiros guerreiros, que lutam contra o Regimento, a favor do Regimento.
Então, podiam também ser homenageados com medalhas, que poderiam, quem sabe,
sensibilizá-los a ajudar no encaminhamento regimental, nos casos em que são
necessários.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
Agradeço aqui
esse tempo.
O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presidente,
pela ordem. Só uma comunicação, dois minutos.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Uma
comunicação do deputado Gilmaci.
O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO -
Só para deixar claro aqui, respondendo o nobre deputado Paulo Fiorilo, quando
ele ali pediu para que a gente orientasse os deputados e as deputadas das
comissões, eu respondi para ele e assim o faço agora também, no plenário, para
todos os deputados, que não caberia ao presidente da comissão orientar
deputados, mesmo porque todos os deputados e deputadas são conhecedores do
Regimento e das regras daqui.
Desde que tomaram posse, todos têm o
código, têm o Regimento Interno, que todos conhecem. Tanto é que, quando
tomaram posse, fizeram juramento de que cumpririam o Regimento.
Então não cabe a este deputado, como
presidente de uma comissão, orientar deputados e deputadas, mesmo porque eles
sabem mais, muitas vezes, do que o presidente que ali presidia naquele momento.
Então, deputado Paulo Fiorilo, eu
entendo que, ainda continuo entendendo que não cabe ao presidente de comissão,
ao presidente efetivo desta Casa, claro, cabe ao presidente, o nosso
presidente, nos orientar.
Agora, ao presidente da comissão, não,
porque todos os deputados que ali estavam sabem do Regimento muito mais do que
o presidente que presidia.
É somente isso, deputado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para discutir
contra, com a palavra o deputado Teonilio Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente André do Prado, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, público que nos acompanha aqui, pela galeria, trabalhadores desta
Casa, subo nesta tribuna, deputada Graciela, não para falar contra o seu
projeto, até porque eu sou santista que vi Pelé jogar. Vi Pelé, vi Clodoaldo,
vários outros grandes jogadores de futebol.
Mas é a maneira
de eu falar mais rápido, de poder subir à tribuna mais rápido. Até porque,
deputada Graciela, quando o rei Pelé foi para a Copa do Mundo, em 1958, e
ajudou a seleção brasileira a ganhar a Copa do Mundo, abriu uma expectativa e
uma perspectiva para vários jovens negros deste País, já que naquela época ele
tinha exatamente 18 anos. Não tinha nem completado 18 anos ainda. Ele ia
completar 18 anos naquele ano.
Ele, em uma
brincadeira, porque viu o seu Dondinho chorando, disse para o pai que não
chorasse, que quando ele fosse jogador de futebol, ele iria ganhar uma Copa do
Mundo. Isso no ano de 1950. Oito anos depois, ele se sagrou campeão do mundo e
foi coroado como rei do futebol, já lá em 1958.
Então você
imagina, todo jovem negro da periferia, ou do centro da cidade, ou de qualquer
lugar, a expectativa que tinha e que criou. Vários viraram jogadores de
futebol, como o Edu, que, aos 16 anos de idade, já foi parar na Copa da
Inglaterra. Negro, jovem negro. Então não é fácil. O futebol, a arte, a cultura
e o esporte são poucos lugares onde os negros têm ascensão.
Eu me inscrevi
contrário, mas sou a favor do projeto, vou votar a favor do projeto. Eu subi
porque eu precisava falar de outra coisa, que é exatamente do mês da
consciência negra.
Desde já,
agradecer a todos os deputados e deputadas desta Casa que ajudaram a aprovar o
projeto, agradecer ao deputado Guto Zacarias, negro, que ajudou a aprovar o
projeto. Todos os deputados, negros e brancos, ninguém foi contrário ao
projeto.
Ontem, foi um
dia, deputado Guto, deputada Paula, deputado Jorge do Carmo, que eu trabalhei o
dia inteiro. Primeiro, concentração em São Bernardo, ato em São Bernardo e
caminhada em São Bernardo. Depois, Paulista. Minha última atividade, saí da
Sala São Paulo às 11 horas da noite, sendo homenageado pela Universidade Zumbi
dos Palmares.
Então, quero,
também, presidente André do Prado, aproveitar para agradecer a você e ao
Rogério Nogueira, o presidente e o 2º secretário, que nos ajudaram, no dia 13,
que foi o dia da entrega do Prêmio Zumbi dos Palmares. Tinham mais de 400
pessoas aqui no plenário e nós conseguimos providenciar um cafezão para todo
mundo.
Começou por
volta das sete horas e fomos encerrar dez e meia da noite. O senhor passou lá
uma cota, o Rogério Nogueira também mandou uma cota do café, eu mandei outra
cota, para que o povo pudesse, pelo menos, tomar um café e comer um salgadinho.
Então, eu quero
agradecer pessoalmente ao senhor e agradecer pessoalmente - deve estar no seu
gabinete - ao deputado Rogério Nogueira. Mas, dizer, líder Paulo Fiorilo, que
nós aprovamos esse projeto para fazer, deputada Paula, uma reparação ao povo
negro do estado de São Paulo, as pretas e os pretos, os pretos e as pretas. Não
é pouca coisa, gente.
Foram quase
cinco milhões de negros trazidos da África para o Brasil. Com um crime grave
cometido pelo Ruy Barbosa, que mandou queimar todos os arquivos sobre a questão
dos negros aqui no Brasil, depois da famosa, da famigerada Lei Áurea, de 1888.
Vários negros
já morreram na África, porque não aceitaram ser escravizados, lutaram para não
ser escravizados. Vários morreram durante a travessia do oceano. Vários
morreram durante a famigerada Lei Áurea, porque ela criou a libertação dos
escravos, mas não criou um processo de reforma agrária para assentar os negros
na terra.
Os negros foram
expulsos da senzala e passaram a morrer de fome na beira da estrada... De fome,
de tempestade, de frio e de sol. Morreram de várias coisas, de doenças, fora
aqueles que morreram nos canaviais e na cultura do café.
Então, é uma
luta muito grande para a gente debater essa questão do preconceito racial, do
racismo. Eu que nasci antes da ditadura militar, e vivi todo o período da
ditadura militar, o preconceito racial, o racismo, dói na alma igual doía a
tortura da ditadura militar. É o mesmo conceito.
A pessoa que
sofre, é vítima do racismo, se sente muito abalada emocionalmente,
psicologicamente, mas nós não vamos nos render, vamos continuar lutando.
Então, foi uma
semana muito intensa. Começamos no dia 13, com a entrega do Prêmio Zumbi dos
Palmares, coordenado pelo SOS Racismo e a 1º Secretaria.
Depois, no dia
16, o debate que o pessoal de São Bernardo fez sobre a questão do racismo
institucional em São Bernardo, praticado pelo prefeito Orlando Morando, que
aboliu aulas de capoeira nas escolas, que em um encontro do dia 20, fez o encontro
da comunidade japonesa.
Não temos nada
contra a comunidade japonesa, desde que não sejam fascistas, nazistas e nem
racistas. No outro, fez o encontro da comunidade alemã, nossos irmãos, que
também não temos nada contra, desde que não sejam racistas, nazistas e
fascistas.
Então, nós
protocolamos junto ao procurador-geral do Estado, o Mário Sarrubbo, e
provocamos audiência com ele. Ele é procurador-geral do Estado e chefe do
Ministério Público. Ele convidou o prefeito para fazer a adesão de Cidade Antirracista
que o Ministério Público e o Tribunal de Justiça criaram.
Ele acabou
fazendo a adesão e chegou a anunciar a semana da consciência negra, do dia 18
ao dia 20, mas veio a questão do vento, da chuva, da tempestade, e acabou
suspendendo e não teve. Mas, já foi um passo, um avanço. Já foi um avanço.
Então, nós
tivemos várias atividades. Ainda no dia 16, tivemos lá na zona sul, deputado
Dr. Jorge, deputado Luiz Claudio, junto com o deputado federal Alfredinho e a
ministra Margareth Menezes, lançando a arte e a cultura periférica, também fez
parte do calendário a Frente Parlamentar nisso.
Quero agradecer
ao deputado Barros Munhoz, que ficou até o final, Barros Munhoz, Dr. Jorge,
deputado Reis, vários deputados que estiveram no dia 13, ficaram até o final lá
conosco e levaram seus homenageados.
Então,
foram várias atividades. No dia 18, eu estava lá em Rio Grande da Serra, também
fazendo o debate da questão racial; no dia 19, eu estava lá na Barra Funda, com
a União dos Movimentos de Moradia, União Nacional por Moradia, com a Associação
dos Trabalhadores da Zona Oeste, trabalhadores sem-teto da Zona Oeste e
Noroeste, e também um show da Eliana de Lima.
Participei
lá de todo o evento e ontem, Dr. Jorge, para mim foi um dia muito rico, muito
importante. O Edinho, Dra. Graciela, foi homenageado. O filho do Pelé, recebeu
um troféu em memória, em homenagem ao Pelé, e eu fui um dos homenageados pela
Universidade Zumbi dos Palmares, que eu quero, desde já, parabenizar.
Ontem
foi a comemoração do 21º prêmio, parabenizar o reitor José Vicente e todo o seu
corpo diretivo da Universidade Zumbi dos Palmares, que foi inaugurada
exatamente no dia 20 de novembro de 2003, portanto, está fazendo 20 anos de
existência. Ela fez ontem, e eu tive a honra de ser homenageado, graças a todos
os deputados aqui que me ajudaram a aprovar o Prêmio Zumbi dos Palmares,
deputado Alex.
Então,
é um mês de muita luta, mas qual é a nossa grande luta, gente? É só para ser
reconhecido? Não, não é só para ser reconhecido. Vamos olhar nesta Assembleia
aqui quantos negros e negras nós temos aqui, nesta Assembleia. Neste mandato
cresceu um pouquinho mais, mas ainda é muito pouco, já que nós somos a maioria
da população.
Onde
é que o racismo está incrustado realmente? O racismo está incrustado nos
centros de tomada de decisão, nos centros de poder, e o centro de poder é o
Poder Executivo, o Poder Judiciário e o Poder Legislativo.
Além
disso, você tem o Poder Econômico, né? Você não vê um negro presidente do Banco
do Brasil, você não vê uma negra presidente do Banco do Brasil, você não vê um
negro dirigindo uma grande empresa, sendo o CEO de uma companhia ou um adjunto
do CEO.
Raros,
raros, com raras exceções, chegamos aqui a este Plenário, deputada Paula,
deputada Ediane Maria, deputado Dr. Jorge, Luiz Claudio, eu, deputado Guto
Zacarias, os deputados negros que chegaram a um parlamento que é uma casa de
decisão, é uma casa de poder, deputado Barros Munhoz, você que é um dos nossos
decanos aqui da Casa.
Então,
não basta só... Nós não estamos exigindo só o respeito, nós queremos disputar
parte desse poder no país. Nós queremos estar sentados desde as câmaras
municipais, assembleias legislativas, câmaras de deputados federais, no Senado,
prefeituras, como prefeitos, governo de estado, presidentes da República. Nós
queremos dirigir grandes companhias, sejam elas estatais ou do setor privado.
Nós
queremos que o povo negro seja incluído no Orçamento, que o povo negro não
continue só morando nos morros, nas encostas dos morros, nas comunidades, nas
favelas ou nos cortiços.
Eu
falo isso por experiência própria. Eu sou criado em uma comunidade que é em
frente à Volkswagen, do lado de cá da Anchieta, no quilômetro 23.5, chamada
Vila São José.
Sou
criado ali. Quem estiver indo para Santos, pela Anchieta, quando chegar em
frente à Volkswagen, olhe para o lado esquerdo, tem um conjunto de morros, é
onde eu fui criado.
Em
agosto deste ano fez 60 anos que eu cheguei lá. Então essa é uma das lutas.
Qual é a outra grande luta? É lutar contra o racismo institucional, que eu
citei aqui, que comete o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando.
Qual
é o outro racismo que nós temos que combater? É a questão da invisibilidade que
querem fazer com os negros. Machado de Assis, o criador da Academia Brasileira
de Letras, negro, só cem anos depois da sua morte a sua imagem foi reconhecida
como a imagem de um escritor negro.
Em
2019, é que foi reconhecido como a imagem do escritor negro. Tem outros, Mário
de Andrade, Cora Coralina, vários outros, Carolina de Jesus, várias escritoras
e escritores, mas que o povo tenta invisibilizar.
E o que nós não
queremos e não aceitamos mais... Não é que nós queremos ser tolerantes não, que
as pessoas sejam tolerantes. Nós queremos é respeito. Não dá mais para aceitar
essa história de “ele é preto, mas é de alma branca”. Qual é a cor da alma de
um ser humano? Alguém pode me dizer? Ou “ele é preto, mas é gente boa”. Por
quê? Por que gente boa são só os brancos?
Olha, a outra
palavra dura de combater na questão do racismo é a palavra eu tenho “claro”,
vamos “esclarecer”. São palavras difíceis, isso faz parte do racismo
estrutural. A mesma coisa aconteceu comigo desde o dia 15 de março, em que nós
fomos eleitos aqui na Mesa Diretora.
Desde o dia 15
de março, a grande imprensa publicou que a Assembleia Legislativa elegeu três
homens. É verdade isso, na Mesa Diretora? É verdade. Três homens brancos, é
verdade isso? Não é verdade.
Eu sou neto de
escravizado e sou neto de bugre, portanto sou mestiço e assino como negro há
mais de 20 anos na minha vida, desde quando entrei nesse debate, há mais de 30
anos.
Se vocês forem
lá pegar minha primeira inscrição, na minha primeira eleição, lá em 2014, está
lá no TRE: deputado Barba, cor negra. Por quê? Porque eu tenho origem, eu tenho
ancestralidade.
Nós temos que
combater todo tipo de preconceito. Nós temos que combater o racismo, nós temos
que combater o machismo, nós temos que combater a transfobia, a LGBTfobia. Nós
temos que combater a intolerância religiosa. Não dá para a gente aceitar certas
coisas que nunca deveriam ter havido no mundo estarem ainda acontecendo.
Como está
encerrando o meu tempo, para ir caminhando para os finais aqui, ainda não
encerrou o Mês da Consciência Negra. Quinta-feira, dia 23, às 19 horas e 30
minutos, presidente André do Prado, o senhor nos autorizou a fazer aqui uma
sessão solene que será aqui no plenário dos deputados.
Eu vou, nós
vamos homenagear o ator negro Ailton Graça, autor do filme “Carandiru”, de
tapete vermelho, vários filmes. Recentemente, ele fez “Mussum, o Filmis”. Eu
fui assistir, muito bonito.
É um ator negro que não abandona a causa da
luta negra, que não abandona. Por exemplo, está tentando recuperar a história
da escola de samba Lavapés, que é uma das escolas mais antigas de São Paulo e
que agora está disputando os grupos de bairro, tentando subir. Então é um ator
que tem uma luta intransigente em defesa da causa negra, em defesa de políticas
inclusivas. Então eu queria, desde já, agradecer.
Eu gostaria de
que esse projeto tivesse sido um projeto dos 94 deputados, mas eu considero que
é dos 94, porque não teve um deputado que obstruísse esse projeto, desde a
discussão no congresso de comissões, desde o debate aqui, desde o dia da sua
aprovação.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado
Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu vou abrir mão da
discussão para que a gente possa aprovar os três projetos da Defensoria Pública
e do Ministério Público.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então o
deputado Carlos Giannazi abre mão. Com a palavra a deputada Dra. Paula. A
deputada Dra. Paula abre mão. Eu vou suspender por cinco minutos, até para a
gente poder reunir as lideranças e afirmar os nossos acordos.
Está suspensa a sessão por cinco
minutos.
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- Suspensa às 18 horas e 14 minutos, a
sessão é reaberta às 17 horas e 07 minutos, sob a Presidência do Sr. André do
Prado.
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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão. Dando sequência à lista de oradores inscritos para discutir, com a palavra a Dra. Paula da Bancada Feminista. Deputada Dra. Paula abre mão.
Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. Abre mão também da discussão. Com a palavra o deputado Simão Pedro. Ausente. Para discutir contra a deputada Márcia Lia. Abre mão também. Deputado Dr. Jorge do Carmo, para discutir. Abre mão também da discussão.
Não havendo mais oradores inscritos
para discutir, em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem
de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência retifica a convocação da sessão extraordinária de hoje, para constar que tenha como finalidade a seguinte Ordem do Dia:
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- NR - A
retificação à Ordem do Dia da 52º Sessão Extraordinária foi publicada no D.O.
de 22/10/2023.
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O SR. PAULO
FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O SR.
PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Havendo acordo de lideranças, solicito o levantamento da sessão.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Então, antes de levantar a sessão, esta Presidência comunica que, cumprindo determinação constitucional, aditou a Ordem do Dia com o Projeto de lei nº 1.477, de 2023, de autoria do Sr. Governador, bem como os seguintes projetos de lei vetados: 309, de 2017; 233, de 2018; 514, de 2021; 254, de 2022; 10, 280 e 308, de 2023.
Então, havendo acordo entre as lideranças, antes de dar por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, a realizar-se à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje. Lembrando-os ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, 10 minutos após o término desta sessão.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a sessão às 18 horas e 32 minutos.
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