5 DE JUNHO DE 2024

34ª SESSÃO SOLENE PARA ENTREGA DE COLAR ÀS DEPUTADAS MARIA LÚCIA AMARY E LECI BRANDÃO

        

Presidência: ANDRÉ DO PRADO

        

RESUMO

        

1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão às 19h54min.

        

2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Nomeia a Mesa e demais autoridades presentes. Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

        

3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Informa que convocara a presente sessão solene para "Outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo à Deputada Maria Lúcia Amary e à Deputada Leci Brandão". Tece considerações sobre a relevância desta solenidade.

        

4 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a entrega de flores às deputadas Maria Lúcia Amary e Leci Brandão. Discorre sobre a história da deputada Maria Lúcia Amary. Anuncia a exibição de vídeo em homenagem à parlamentar.

        

5 - FABRIZIO GUERATTO

Sobrinho da deputada Maria Lúcia Amary, faz pronunciamento.

        

6 - BARROS MUNHOZ

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

7 - MARINA HELOU

Deputada estadual, faz pronunciamento.

        

8 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Discorre sobre a história da deputada Leci Brandão. Anuncia a exibição de vídeo em homenagem à parlamentar.

        

9 - NUALA BRANDÃO

Sobrinha da deputada Leci Brandão, faz pronunciamento.

        

10 - LETÍCIA BRANDÃO

Sobrinha da deputada Leci Brandão, faz pronunciamento.

        

11 - PAULO FIORILO

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

12 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Deputada estadual, faz pronunciamento.

        

13 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a exibição de vídeo em homenagem à deputada Maria Lúcia Amary. Informa a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo à deputada Maria Lúcia Amary e à deputada Leci Brandão.

        

14 - MARIA LÚCIA AMARY

Deputada estadual homenageada, faz pronunciamento.

        

15 - LECI BRANDÃO

Deputada estadual homenageada, faz pronunciamento.

        

16 - MARIA LÚCIA AMARY

Deputada estadual homenageada, faz pronunciamento.

        

17 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 21h49min.

        

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- Abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores, boa noite. Meu nome é Fernando Bispo. Sejam todos muito bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Esta sessão solene tem a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo às deputadas Maria Lúcia Amary e Leci Brandão. Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal Alesp no YouTube.

Convido para que componha a Mesa Diretora o deputado estadual André do Prado, presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e proponente destas homenagens. Convido também a deputada estadual Maria Lúcia Amary, homenageada desta noite. Convido também a deputada estadual Leci Brandão, também homenageada. (Palmas.)

Eu gostaria de parabenizar o deputado André do Prado, que é o presidente da Casa, pelo evento e pela excelente noite. Convido a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do maestro, 1º sargento PM Ivan Berg.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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Agradecemos à Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do maestro, 1º sargento PM Ivan Berg, pela execução do Hino Nacional.

Registramos e agradecemos a presença das seguintes personalidades: Julia Roland, secretária estadual das Mulheres do PCdoB; Eduardo do Santos, presidente da Escola de Samba Acadêmicos do Tatuapé; José Renato Ferreira Pires, procurador do estado de São Paulo; Maurício Pestana, presidente da Revista “Raça”; Erica Tardelli, presidente da Associação Brasil Parkinson; Cláudio Silva, ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo.

Tata Jibacilê, presidente da Associação Beneficente de Cultura Afro-Brasileira Inzo D'nkosi Mavambu; Cláudio Fonseca, presidente do Sinpeem; Josafá Araújo de Souza, diretor do Sinpeem; Carmelita Silva, representando a secretária das Mulheres de São Carlos; João Carlos Teixeira, presidente do Conselho Municipal da Comunidade Negra de São Carlos; Néia Costa, presidente do PCdoB-Carapicuíba.

Maristela Honda, presidente do Seconci e vice-presidente do SindusCon; Jussara Basso, vereadora de São Paulo; Fausto Peres, vereador de Sorocaba; Caio Martori, vereador de Piedade; Jabá, vereador de São Vicente; Geraldo Flávio Amaro, vereador de Ibiúna; Jackson Alair dos Santos Silva, vereador de Mairinque; Larissa Análio, vereadora de Cruzeiro.

Felipe Motta, vereador de Jumirim; Delcinho, vereador de Alumínio; vereadores de Campos do Jordão, Cláudio Adão e Gustavo Maximino; Sueli Carina, vereadora de São Luís do Paraitinga; Abner Fiuza, vereador de Campina do Monte Alegre; Caio Martori, vereador de Piedade; Cláudia Pedroso, vereadora de São Roque; vereadores de São Manuel, Vladimir Morroni, Anizio Pete e Letícia Castaldi; deputados Alcides Amazonas e José Américo.

Virgílio Carvalho, representante do secretário do estado de Turismo e Viagens, Roberto de Lucena; secretários de Itu, Alessandro Domingos - do Esporte -, Alzira de Paula - Promoção de Desenvolvimento Social; Pedro Mastrobuono, diretor-presidente da Fundação Memorial da América Latina; Alfredo de Oliveira Neto, presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro.

Alexandre Batel, presidente do fã-clube Autoestima; Valdenor Silva dos Santos, presidente da Confederação de Capoeira Desporto do Brasil; André Alexandre, presidente da Unegro-SP; Najara Costa, presidente do PCdoB de Taboão da Serra; Márcio Leme, presidente da OAB-Sorocaba.

Sandra Santos, presidente da Avesp; Keila Pereira, presidente da Federação das Mulheres Paulistas; Mãe Andréia de Iemanjá, Instituto Ecoa e presidente do Conselho de Participação da Comunidade Negra de Francisco Morato. Sejam todos muito bem-vindos. (Palmas.)

Neste momento, eu passo a palavra ao presidente e proponente desta sessão solene, o deputado estadual André do Prado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Boa noite a todos. Vocês estão tristes? Boa noite. Hoje é dia de homenagear estas duas rainhas aqui da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Nós estamos muito felizes de fazer uma festa como está sendo feita aqui hoje para homenagear estas duas deputadas, duas amigas, duas personalidades que engrandecem tanto este Parlamento.

Nós que convivemos todos os dias com elas... vocês não têm noção do que significa para nós, dentro deste Parlamento, o trabalho da nossa querida Leci Brandão e o trabalho da nossa querida Maria Lúcia Amary. Vamos começar a minha fala com uma salva de palmas para as duas bem forte. (Palmas.) Essa é a energia que eu gosto. É essa energia.

Em nome da Maria Lúcia e da Leci, cumprimentar todos os deputados aqui também que estão nesta sessão solene homenageando as duas queridas e amadas deputadas: deputado Barros Munhoz, deputado Paulo Fiorilo, deputada Paula da Bancada Feminista - que está com a sua filhinha Flora ali -, deputado Simão Pedro, deputada Ediane Maria, deputado Caio França, deputado Enio Tatto, deputado Gilmaci Santos, deputada Beth Sahão, deputado Maurici... mais algum que eu esqueci? Deputado Dr. Jorge do Carmo e o nosso sempre deputado, José Américo, nosso amigo e irmão, que por tantos anos também esteve aqui nesta Casa.

Então, em meu nome, em nome de todos os deputados, vamos dar início a esta sessão solene. Para a abertura, gostaria de tecer algumas palavras que, como presidente desta Casa, como amigo dessas deputadas, faço com maior prazer nesta noite.

É com grande alegria e satisfação que nos reunimos nesta sessão solene para prestar uma justa e merecida homenagem a duas mulheres excepcionais, cuja trajetória de vida e carreira política têm inspirado e impactado profundamente o nosso estado: a deputada Leci Brandão e a deputada Maria Lúcia Amary.

Leci Brandão, um ícone do samba no Brasil, uma artista brilhante, mas também uma voz poderosa em prol dos direitos humanos e da justiça social. A sua música sempre foi um instrumento de resistência e de transformação social, refletindo as lutas e esperanças do povo brasileiro.

Como deputada, Leci continua a lutar incansavelmente pelos direitos dos mais vulneráveis, defendendo causas importantes, como a igualdade racial, a inclusão social e a valorização da cultura popular. 

Leci, sua paixão, coragem e dedicação são inspiradoras. Você nos mostra que a política e a arte podem caminhar juntas, promovendo mudanças significativas e duradouras em nossa sociedade.

A sua atuação parlamentar é um exemplo de como a diversidade e a representatividade podem fortalecer a democracia e construir um futuro mais justo e inclusivo para todos. Não é clichê dizer que a senhora é a mais paulista das cariocas. (Palmas.)

E a deputada Leci Brandão, em seu quarto mandato nesta Casa... tenho o prazer de estar também em meu quarto mandato, cheguei junto da deputada Leci aqui e sou testemunha, Leci, de tudo que você já fez e vai continuar fazendo pelo povo do estado de São Paulo. Uma salva de palmas para a nossa Leci Brandão. (Palmas.)

E não é diferente a nossa deputada Maria Lúcia Amary que, por sua vez, tem uma trajetória política marcada pelo compromisso com o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos paulistas, mais precisamente de sua região de Sorocaba. Mas não só Sorocaba, é por todo o estado de São Paulo.

Ela está no sexto mandato na Assembleia Legislativa. Foi a primeira mulher a ocupar a primeira Vice-Presidência desta Casa. Sua carreira como deputada estadual é um testemunho de sua dedicação às questões de educação, saúde, segurança e desenvolvimento urbano.

Maria Lúcia tem sido uma defensora de sua cidade, da região e de todo o estado; e tem trabalhado incansavelmente para promover políticas públicas que garantam igualdade de oportunidades para todos.

Maria Lúcia, sua liderança, a sua integridade, são um farol de esperança para muitos. Você tem mostrado que a política pode ser um espaço de transformação positiva, em que o trabalho e a dedicação podem gerar mudanças reais e significativas na vida de milhares de pessoas.

Hoje celebramos não apenas as suas realizações individuais, mas também o impacto coletivo de suas contribuições para a nossa sociedade e o nosso estado. Ambas têm deixado um legado duradouro e, por isso, somos profundamente gratos. Você, Maria Lúcia, é uma mulher forte, guerreira, idônea, uma pessoa que a gente aprende todos os dias, uma pessoa sempre alegre, sempre disposta a ajudar, a enfrentar qualquer desafio que é dado a você nesta Casa, em qualquer comissão.

Seja em uma Presidência de Comissão de Ética, que você conduziu de maneira brilhante, demonstrando a força da mulher, a capacidade que vocês têm. E este Parlamento tem sido assim com a chegada de várias mulheres nesta Casa, aumentando a representatividade feminina; têm colaborado muito para o engrandecimento desta Casa.

E você, no seu sexto mandato, como mulher também, a gente sabe que não é fácil; a nossa vida pública, diante do que a gente deixa para trás, principalmente da nossa vida familiar, para se dedicar ao próximo, para produzir, para realizar.

Então, minha grande admiração, mesmo, Maria Lúcia Amary, mas muito, muito, muito. Que honra, que prazer para nós, deputados desta Casa, poder conviver com duas personalidades, rainhas desta Casa, que são Maria Lúcia Amary e Leci Brandão. Uma salva de palmas para você, Maria Lúcia. (Palmas.)

Eu escrevi, já mudei tudo aqui, aí tinha mais coisas para falar, mas eu acho que, com essas minhas palavras que finalizei, foi de coração, para estas duas mulheres guerreiras. Eu não vou me alongar muito, porque a sessão vai dizer por si o tamanho da homenagem que nós estamos fazendo aqui hoje.

Eu quero parabenizar todos os deputados estaduais que estão presentes aqui nesta noite, os que não estão também. Tivemos esta iniciativa de homenagear os deputados que estão há anos nesta Casa e homenagear as pessoas, enquanto elas estão podendo ser homenageadas, pelo trabalho e o legado que já existem.

Não precisamos esperar ninguém partir para homenagear, nós temos que homenagear as pessoas em vida para que elas possam saber o quanto nós as admiramos, o quanto nós temos gratidão a estas pessoas.

Então é o intuito desta sessão solene, que é um Colar de Honra ao Mérito, a maior honraria desta Casa, que é concedido por este Parlamento que representa o povo do estado de São Paulo; por isso que nós estamos homenageando estas duas parlamentares. Eu chamo as duas de “rainha” - tanto a Maria Lúcia como a Leci -, então para mim é um orgulho muito grande.

Eu quero agradecer a todos, Sras. e Srs. Deputados, por esta oportunidade de estar presidindo esta Casa e a honra de nós termos tido a consciência de valorizar os parlamentares que merecem esta homenagem.

Começamos com o deputado Eduardo Suplicy, junto do deputado Barros Munhoz e hoje estamos fazendo a da nossa deputada Maria Lúcia Amary e da nossa deputada Leci Brandão. E nos reuniremos para continuar as homenagens para os deputados que se dedicam tanto, em seus mandatos, para enobrecer esta Casa e ajudar o povo do estado de São Paulo.

Muito obrigado a todos, fiquem com Deus. Todos que estão aqui presentes, agradeço a presença de cada um de vocês que já foram nominados pelo  Cerimonial e quem não foi. Olha que Casa linda.

Este é um dia histórico para esta Casa, toda a diversidade aqui presente, mostrando, na Casa do povo, que é possível todos nós convivermos em harmonia, em alegria, sempre na paz. Este, acho que é um exemplo desta Casa e a noite de hoje está demonstrando isso. Eu estou muito emocionado e feliz por estar aqui e estar participando desta sessão.

Parabéns, parabéns, parabéns, Maria Lúcia Amary.

Parabéns, parabéns, Leci Brandão.

Muito obrigado, fiquem com Deus. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Gostaria de chamar para subir na tribuna o deputado Barros Munhoz, que vai entregar um buquê de flores para a homenageada Maria Lúcia Amary. Vão subir também: a deputada Marina Helou, a Ediane e o deputado Gilmaci. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Gostaria de chamar o deputado Enio Tatto e o deputado Paulo Fiorilo para entregar um buquê de flores à homenageada Leci Brandão. (Palmas.)

Subam, por favor, todos, aqui na bancada. Deputada Paula, Beth Sahão, Dr. Jorge, Simão Pedro.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Permita-me, queria convidar também para entregar estas flores para a nossa querida Leci Brandão o sempre deputado Jamil Murad - que está aqui -, o sempre deputado Nivaldo Santana - do PCdoB - e o nosso deputado também do PT, José Américo, sempre deputado. (Palmas.)

Se tiver mais algum ex-deputado que eu não esteja vendo, por favor, venham até aqui. (Palmas.)

 

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Gostaria de agradecer a presença de todos para esta foto linda, foto histórica. Obrigado. Uma salva de palmas para as homenageadas de hoje. (Palmas.) Merecidas.

Maria Lúcia Amary é professora e advogada, com mestrado em direito constitucional e administrativo. Filha de mãe professora e de pai comerciante, está em seu sexto mandato consecutivo. Foi a primeira mulher a ser eleita vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo no regime democrático, assumindo interinamente a Presidência em diversas ocasiões.

Maria Lúcia Amary tem representatividade na Região Metropolitana de Sorocaba, Vale do Paraíba e Sudoeste Paulista, atuando principalmente nas áreas de Saúde, Desenvolvimento Regional, Educação, Rede de Proteção Social, Causa Animal, Transportes e Direitos das Mulheres.

A deputada coordena três frentes parlamentares na Assembleia Legislativa: a de empoderamento da mulher; a de enfrentamento às ISTs, HIV, Aids, hepatites virais e tuberculose; e a de doenças raras.

Apresentou diversas propostas legislativas, entre elas a lei que obriga o atendimento especial a mulheres e crianças vítimas de violência sexual; a lei que garante o exame gratuito da cardiotocografia para gestantes; a lei que cassa estabelecimentos que estiverem vendendo bebida alcóolica para menores de 18 anos; a lei que institui o programa de assistência básica em reprodução humana, assegurando o tratamento de infertilidade para a população mais carente.

Atualmente, Maria Lúcia Amary é membro das comissões de Defesa dos Direitos das Mulheres, dos Direitos das Pessoas com Deficiência, de Relações Internacionais e de Turismo. Maria Lúcia Amary já foi presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e membro das comissões de Cultura, Ciência e Tecnologia, de Infraestrutura urbana e de Assuntos Metropolitanos e Municipais.

A deputada também já foi líder da bancada do PSDB e vice-líder do Governo. Presidiu a Comissão de Constituição e Justiça, integrou as comissões de Finanças e Orçamento e de Educação.

Em 2014, foi relatora do Orçamento do Estado e da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Por seu trabalho parlamentar, recebeu diversas homenagens e já foi congratulada com 27 títulos de cidadania.

Exibiremos agora um vídeo em homenagem à deputada Maria Lúcia Amary.

 

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- É exibido vídeo.

 

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E para falar em nome de todos os familiares, convidamos o Sr. Fabrizio Gueratto, sobrinho da deputada Maria Lúcia Amary. Seja muito bem-vindo.

 

O SR. FABRIZIO GUERATTO - Boa noite a todos. Há mais ou menos duas semanas, o pessoal da assessoria me ligou e falou: “olha, ela vai receber uma homenagem e a gente escolheu você para falar”. “Posso falar o que eu quiser?”. “O que você quiser”. São muito loucos.

Eu fiquei pensando: mas o que eu vou falar? Porque vão ter outras pessoas, vai ter a Leci também recebendo a homenagem, que eu sei que é uma pessoa de quem ela gosta muito - vocês são muito amigas, mesmo sendo de partidos diferentes. E ela faz o maior elogio que um político pode receber: “Leci é muito séria”. Para quem não sabe, esse é o maior elogio que um político pode receber, uma pessoa séria, uma pessoa correta.

Aí eu pensei: vou ter que falar alguma coisa que agregue para as pessoas, vão ter dezenas, sei lá, talvez mais de duzentas pessoas ouvindo, vou falar alguma coisa que agregue.

Um ensinamento que a Maria Lúcia sempre passou para a gente foi: “O poder é ilusório. O poder passa. Se você se agarra ao poder, quando ele passa, você não tem mais nada”. Quando sai o poder, o seu telefone não toca, o seu WhatsApp não toca, os seus amigos somem... A gente já viu isso, de perto, acontecer com várias pessoas. A pessoa desaba.

Quando a gente fala em poder, fala: “bom, mas eu não sou deputado, não sou prefeito, não sou governador, não sou vereador”. Mas o poder pode ser qualquer tipo de poder - pode ser o poder econômico, pode ser o poder da beleza, pode ser o poder de um cargo, pode ser um poder em que eu tenha um cargo em uma escola de samba, pode ser qualquer tipo de poder.

Se você está agarrado a ele, quando você perde aquilo, você desaba, porque você tem uma coisa que não tem substância. E ela sempre ensinou isso: “Eu não sou deputada, eu estou deputada. Temporariamente estou deputada. Por um acaso, há um tempo longo, mas estou deputada”.

E aí, teve um evento que a gente foi, mais ou menos uns 20 anos atrás. Ela falou: “Você quer ir comigo?”. Era um evento lá na Fiesp em homenagem ao Dia das Mulheres. Estava a Maria Lúcia, estava uma desembargadora, que eu não vou me lembrar quem era, e estava o pessoal da Fat Family, aquele grupo musical dos gordinhos.

Era homenagem ao Dia das Mulheres. Aí homenagearam a desembargadora, a primeira mulher a presidir o Tribunal de Justiça. Enfim, foi-se falando o currículo de todas aquelas mulheres. Maria Lúcia, a primeira deputada “X”, mestrado nisso, naquilo e coisa e tal.

E aí um dos filhos, um dos integrantes da Fat Family, subiu no púlpito e falou: “Eu queria também fazer um agradecimento muito especial, mas essa pessoa não tem doutorado, não tem mestrado, nem segundo grau ela tem. Para falar a verdade, ela não sabe ler nem escrever. Mas eu queria uma salva de palmas para a minha mãe, que fez PhD na ciência da vida”.

Aquilo nunca mais saiu da minha cabeça. Falei... “PhD na ciência da vida”. E ele falando, assim, com orgulho da mãe dele, por ser uma mulher extremamente sábia. Então, no fim das contas, o que vale é isto: Quem é você de verdade? O poder não vale nada.

E aí tem uma história que acho que a gente consegue identificar isso. Há uns 20 anos, eu estava em um comício... Acho que nem pode mais hoje, não é? Comício? Hoje em dia nem pode mais. Eu estava em um comício, e tinha uma pessoa que estava ali, como se fosse ali no fundo, ali na galeria, xingando sem parar, gritando: “Bando de safado”, e não sei o quê...

Qualquer ser humano provavelmente teria duas reações: ou você ignora e fala “não vou dar Ibope”, ou você vai lá e vai confrontar a pessoa. O ser humano faz essas duas coisas. A Maria Lúcia pegou, desceu do palanque, foi até o fundo - devia ter centenas de pessoas - e falou: “Mas por que você está xingando? O que está acontecendo?”. E aí viu que, na verdade, era uma pessoa em desespero, que estava ali desempregada, precisando sustentar a família.

Então, na verdade, ele não estava xingando a pessoa, ele estava xingando a vida. Estava ali... Como acontece às vezes na nossa vida, não é? Às vezes, aquela pessoa que agride a gente, que faz qualquer coisa... Às vezes, não é sobre a gente, é sobre ela; sobre o que ela está passando. E ela foi lá, conversou com a pessoa e conseguiu um emprego para ela. Uma pessoa que estava em uma situação de desespero.

Então, eu acho que esta homenagem não é à deputada, a um monte de mandato, não. Eu acho que esta homenagem é para a pessoa que fez PhD na ciência da vida. Eu acho que isso é o mais importante.

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Gostaria de convidar neste momento o deputado Barros Munhoz para fazer o uso da palavra aqui, por favor.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - (Inaudível.) Boa noite a todas e a todos. Saudar o nosso querido presidente, André do Prado; saudar todos os colegas deputados aqui presentes; saudar todos vocês que estão enfeitando esta Assembleia de uma forma como eu nunca vi.

Sinceramente, nunca tinha visto. Tanta gente... Tanta gente bonita, tanta gente com ânimo, com fé, com amor, reunida na nossa Casa, na Casa de Leis de São Paulo, da maior Assembleia Legislativa do País e da América Latina.

É difícil a gente conter a emoção até, mas não me surpreende nesta gestão do nosso querido e atual presidente André do Prado. Um grande político, jovem e grande político, mas, acima de tudo, um presidente de coração, de alma, que tem conseguido fazer este milagre, aparentemente, de conciliar os conflitos e de dirigir com sabedoria, com ímpeto, com ânimo, com autoridade, esta Casa de Leis.

E, principalmente, por ter este sentimento de homenagear os deputados e as deputadas aqui da Casa. Não poderia ter sido mais feliz ao fazer a indicação da Maria Lúcia Amary e da nossa querida Leci Brandão.

Minha gente, eu não quero me estender, até porque o menino que falou aqui - se me permite chamá-lo assim - é um brilhante orador e vai me ofuscar - e a todos os que falarem - porque, com aquela simpatia, com aquela simplicidade, abriu o coração. Então, seguindo o exemplo dele, eu vou abrir o meu coração.

Leci, você foi a segunda mulher negra a ser deputada desta Casa. Hoje, graças a Deus, pelo exemplo da sua antecessora e pelo seu exemplo, acima de tudo, esta Casa tem várias mulheres negras.

Você é do PCdoB; eu sou do PSDB. Você pensa politicamente de uma forma; eu penso de outra. E nós sempre nos demos bem. Eu sempre tive por você uma admiração imensa, Leci. Você sabe disso. E sempre recebi o seu carinho, o seu estímulo e a sua confiança. Eu fui presidente da Casa.

Enfim, eu tive em você sempre um exemplo de vida, que está acima da política. O que eu vejo aqui hoje me emociona e me dá esperança. É neste ambiente que nós estamos vivendo. O Brasil não pode se dividir.

O Brasil tem que se unir, como hoje, e prestar uma homenagem a uma deputada do PCdoB, sim, que acredita na sua teoria e, principalmente, que pratica aquilo em que acredita. Um exemplo de cidadã e um exemplo de política. É uma dádiva ser seu colega, Leci Brandão. Eu só posso lhe dizer muito obrigado.

Vá em frente, Leci. Nós temos quase a mesma idade. Eu vou chegar aos 80 um pouquinho depois do que você chegou, mas é neste ano ainda. E Deus há de te dar bastante tempo para você continuar nos inspirando e, principalmente, Leci, cantando, como você canta os sambas de que a gente tanto gosta.

Maria Lúcia, eu sou do seu partido e tenho orgulho disso, porque você... Nós chegamos juntos aqui. Eu, no meu segundo tempo. Eu já tinha tido dois mandatos antes. Fomos juntos, desde 2006 até hoje. Você só deu exemplos de dignidade, de compreensão. Foi líder de Governo.

É complicado ser líder de um partido como o nosso - PSDB. Foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a mais complicada. Presidiu o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, em uma época tumultuada - inclusive, em que se cassou o mandato de deputado.

Aliás, eu queria comemorar hoje. Cassou o mandato do Arthur do Val, o Mamãe Falei. E parabéns ao jurídico desta Casa, que merece o nosso apoio, o nosso respeito, que ganhou na Justiça, porque ele queria cancelar a pena que recebeu, e a Justiça indeferiu. Ele foi cassado - e merecia ser cassado. (Palmas.)

Maria Lúcia, você com ímpeto, com dignidade, com altanaria, presidiu esse Conselho de Ética, como presidiu várias e várias vezes a Assembleia Legislativa, quando vice-presidente, e sempre ocupou com dignidade também o cargo.

Então, minha gente, eu pedi desculpa, Paulo, e queria falar menos, mas eu não consigo conter essas palavras, que são acima de tudo de respeito e de alegria. Eu vou chegar em casa hoje feliz. Falar: meu Deus, não está tudo perdido, não. Olha aí o exemplo da Leci, olha aí o exemplo da Maria Lúcia. Vamos motivar as nossas crianças, os nossos jovens, a fazer política com seriedade, com dignidade, e através da política construir um amanhã melhor.

Muito obrigado de coração, Leci.

Muito obrigado de coração, Maria Lúcia.

Parabéns, prefeito... prefeito não. Já estou colocando-o na prefeitura de novo. (Vozes fora do microfone.) Presidente André, muito obrigado pela honra que vocês nos dão de estarem aqui presentes. (Palmas.) (Vozes fora do microfone.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Gostaria de convidar neste momento a deputada Marina Helou para fazer uso da palavra, por favor. (Vozes fora do microfone.) (Palmas.)

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Boa noite. Boa noite a todas e a todos, mas especialmente, boa noite, presidente. Quero parabenizar e dizer boa noite a estas duas grandes referências, Maria Lúcia e Leci Brandão. Duas pessoas que foram muito inspiradoras na minha trajetória.

E, se hoje eu estou aqui muito honrada de estar aqui podendo prestar esta homenagem, eu também estou muito agradecida, porque se hoje a gente está aqui na legislatura com o maior número de mulheres da história - dos 94 deputados, somos 23 mulheres. Só quatro mulheres negras.

Ainda muito pouco, mas muito mais do que já fomos. E, se a gente só está aqui hoje, é porque vocês abriram caminho, vocês foram pioneiras e vocês mostraram que era possível.

Então, eu agradeço muito a luta e a constância de vocês por mais mulheres na política. E, dentro desta homenagem, a primeira vez que eu te vi, Maria Lúcia... Você foi a primeira deputada estadual que eu conheci pessoalmente na minha vida. Você foi falar para algumas pessoas que queriam ser candidatas, que estavam se preparando para isso, e você foi contar um pouco da sua história.

Eu saí impressionada com o seu foco em transformar a vida das pessoas. Era o momento do País em que a gente vivia grandes polarizações e as falas vinham muito carregadas, de todos os lados, sobre perspectivas de “nós contra eles”.

E a sua fala foi sobre a vida das pessoas, sobre transformar políticas públicas que movem impactos, sobre construir pontes e diálogos para claramente transformar a realidade, para transformar a realidade de quem mais precisa, para transformar a saúde e a educação neste País. Você falou muito da saúde, eu saí muito impactada com a sua atuação.

Quando eu entrei aqui como deputada, essa admiração continuou, porque, como o seu sobrinho disse, é uma pessoa séria e coerente. Todo mundo sabe, todo mundo fala da sua coerência e constância. E, infelizmente, a gente passou por um momento muito duro juntas, porque eu era membro do Conselho de Ética em uma legislatura que passou por grandes casos de misoginia.

A gente julgou nesse Conselho de Ética casos gravíssimos de ataque contra as mulheres. E a senhora, na Presidência da comissão, sofreu misoginia e machismo durante o processo. E a senhora se manteve coerente, constante, não perdeu o foco e a gente conseguiu avançar nesta Casa.

Pela primeira vez, a gente conseguiu condenar um deputado. Pela primeira vez, a gente conseguiu tirar o mandato de outro deputado. E mesmo no caso que a gente perdeu, por mais que a senhora tenha lutado, por mais que a gente se uniu em combater o deputado Wellington Moura, esta semana foi condenado pela primeira vez no País por conta de violência política de gênero contra a deputada Monica Seixas.

Isso tem a ver com a sua liderança também naquele momento. Isso mostra que a gente vai avançando passo a passo para garantir que a política deste País seja um espaço para todas e todos, seja um espaço para as mulheres. Eu te agradeço muito por isso.

Assim como agradeço a você, Leci, que foi para mim a maior referência e inspiração nesta Casa, por ser absolutamente querida e respeitada por todas as pessoas. E se tem algum objetivo que qualquer pessoa deveria seguir, e qualquer político deveria seguir, Leci, é o seu exemplo, porque o respeito de todas as pessoas mostra o seu respeito por todas as ideias, por todas as pessoas, por todos os credos, mas é sempre a sua firmeza de lutar pelo que é certo, de lutar pelas pessoas que mais precisam.

Eu lembro como me emocionou e me emociona até hoje a sua luta durante a pandemia para que a gente suspendesse os despejos das pessoas que estavam em áreas irregulares. Essa luta foi tão forte e tão verdadeira que mobilizou esta Casa e que transformou a realidade do País, porque, a partir da sua luta, a gente conseguiu que isso se tornasse uma regra.

E foi tão inspirador, porque era impossível, Leci, não ver a verdade nos seus olhos. Se eu posso te agradecer por uma coisa, eu te agradeço por trazer sempre a verdade em tudo que você faz, na sua fala e na sua construção.

Eu me emociono, porque não tem como se emocionar com uma diva rainha como essa. Então, eu te agradeço. E todas as pessoas que estão aqui são um exemplo de como vocês são queridas, homenageadas e de como vocês inspiram.

Obrigada, em nome de muita e muita gente. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Gostaria, neste momento, de mencionar mais algumas palavras a algumas pessoas, que não foram mencionadas no começo.  Dário Freitas de Almeida, Ribeirão Branco-SP; Felipe Saboro Soares, Guareí; Jú Castro, Aparecida-SP; Gustavo Maximino, Campos do Jordão; Leandro Frutuoso de Oliveira, Ribeirão Branco; Lígia Moisés dos Santos, Cunha-SP; Luís Antônio Gutierre Ruiz, Porto Feliz; Luís Rodrigues Moreira, Iperó; Márcio Roberto de Oliveira, Guapiara.

Maria de Fátima de Campos, Pilar do Sul; Matheus Ribeiro de Almeida Santos, Itapetininga; Paulo Afonso de Meira, Campina Norte; Nuala Brandão, sobrinha da Leci Brandão; Letícia Brandão, também sobrinha, uma salva de palmas para as sobrinhas da Leci Brandão. (Palmas.)

Mais alguns nomes: Guinão, embaixador do samba da Vai-Vai; André Ricardo, intérprete da Acadêmicos do Tatuapé; Luiz Eduardo Filizola, representante do secretário de Agricultura do Estado; Cosme Nascimento, representante da Conem, Cadernos Negros Literatura Afro.

Luciana Araújo, articuladora da Mobiliza Saracura Vai-Vai; Martha Braga, presidente da Aristocrata Clube; Bianca Borges dos Santos, presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo; Eliane Bier, vice-presidente da Crefono-SP, 2ª Região.

Marilene Marçal, diretora de assuntos parlamentares e relações institucionais da Sinafresp; Andréia Monteiro, presidente-diretora da OAB de Taboão da Serra. Rossenilda Gomes Farias, dirigente regional de ensino de Sorocaba. Áurea Maria Neves, União da Capela dos Aflitos.

Guilherme Rezende, relações institucionais da Apas; Irmã Geny Eiras, professora da deputada Maria Lúcia; Jorginho Saracura, embaixador da Vai-Vai; Padre Wilson Roberto, pároco da Igreja Nossa Senhora de Fátima; Sueli Carneiro, filósofa e escritora. (Palmas.)

Regiane Alves, representando a União Brasileira de Mulheres; desembargador Roque Mesquita, representante da Associação Paulista de Magistrados; Maria Lúcia Henriques Coutinho, representante da Sociedade Portuguesa de Beneficência.

Iara Bento, coordenadora do SOS Racismo, representando o deputado estadual Teonilio Barba; Sandra Andreone, representando o Conselho Estadual da Condição Feminina; Silvio de Albuquerque, representando o deputado Mauro Bragato.

Edson França, representando a executiva nacional da Unegro; Gilson Negão, representante da Embaixada do Samba Paulistano; Osmar Costa, vice-presidente da Escola Rosas de Ouro; Sueli Costa, ex-porta-bandeira da Escola de Samba Rosas de Ouro.

Adriana Santos, mãe de santo do Rio de Janeiro; Matilde Ribeiro, professora da Unilab, Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira; Rovilson Britto, presidente estadual do PCdoB; e Dra. Cláudia Patrícia Luna, diretora da ABMCJ-SP. Sejam todos muito bem-vindos. (Palmas.)

Leci Brandão da Silva nasceu em Madureira, no Rio de Janeiro, em 12 de setembro de 1944. É cantora e compositora. Começou sua carreira musical no início da década de 1970, tornando-se a primeira mulher a compor a ala de compositores da Estação Primeira de Mangueira, uma das escolas de samba mais tradicionais do Rio de Janeiro.

Ao longo de sua carreira, gravou 25 álbuns; entre eles, três compactos e dois DVDs. Entre 1984 e 1993, Leci foi comentarista dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro pela TV Globo. Voltou a comentar o Carnaval carioca de 2000 a 2001.

Entre 2002 e 2010, comentou os desfiles das escolas de São Paulo pela mesma emissora. Em seus comentários, Leci falava com autoridade sobre o papel da comunidade na realização da nossa maior festa popular.

Em 2004, tornou-se conselheira da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, permanecendo nesses postos por dois mandatos.

Em 2010, a pedido de vários movimentos sociais, filiou-se ao PCdoB e se candidatou para o cargo de deputado estadual por São Paulo. Como parlamentar, Leci Brandão se dedica à promoção da igualdade racial; combate ao racismo religioso; defesa das tradições de matriz africana, da educação, da cultura popular brasileira, dos direitos das mulheres e da população LGBTQIA+.

E a dedicação ao parlamento não impediu que Leci continuasse sua trajetória musical. Em 2015, ela completou 40 anos de carreira, e, em 2017, lançou o álbum “Simples Assim”, com o qual venceu, no ano seguinte, a 29ª edição do Prêmio da Música Brasileira na categoria “Melhor Cantora de Samba".

Em 2022, Leci foi reeleita para o seu quarto mandato consecutivo na Alesp, obtendo sua maior votação e conquistando outro fato inédito: foi a primeira vez que uma mulher negra foi eleita para quatro mandatos consecutivos como deputada estadual de São Paulo.

Atualmente, Leci é ouvidora da Alesp e membro das comissões permanentes de Educação e Cultura e de Assuntos Desportivos. Com o Quilombo da Diversidade, nome de seu gabinete, Leci já propôs mais de 200 projetos de lei, tendo cerca de 50 leis aprovadas.

Entre elas, destacam-se a Lei nº 17.157, que pune administrativamente empresas e pessoas que pratiquem discriminação religiosa; as leis que instituem os dias de Ogum e de Iemanjá no calendário oficial do estado de São Paulo; e a Lei nº 17.896, de 2024, que reconhece o hip-hop como patrimônio cultural e imaterial do estado de São Paulo.

Em 2025, Leci Brandão completará 50 anos de carreira artística e permanece sendo uma presença inspiradora na arte, na cultura e na política do estado de São Paulo e do Brasil.

Exibiremos agora um vídeo em homenagem à deputada Leci Brandão.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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E para falar em nome de todos os familiares, convidamos as Sras. Nuala Brandão e Letícia Brandão, sobrinhas da deputada Leci Brandão. (Palmas.)

 

A SRA. NUALA BRANDÃO - Boa noite. Eu preparei um textinho aqui bem em breve, porque, se não for assim, eu vou chorar. Eu vou começar me apresentando de uma forma muito expressiva da minha tia, como ela sempre se apresenta. Eu me chamo Nuala Brandão, filha de Iara Brandão, neta de Dona Leci e sobrinha de Leci Brandão. (Palmas.) Sou irmã de Letícia e mãe da pequena Pérola.

Como podem perceber, a minha construção familiar é cercada pela potência feminina. E uma delas, minha tia, mais conhecida por vocês como artista e deputada Leci Brandão, nos últimos seis anos como “tivó” - chamada pela Pérola.

Muito do que aprendi e sigo aprendendo sobre respeito e cuidado, isso compreende em ser rede de apoio, a olhar com atenção as necessidades do outro e tantas outras ações, que cresci com exemplos ativos dentro de casa e que eu levo para a vida.

Muitas pessoas perguntam como ela é na vida pessoal e que relação tem a vida política parlamentar com a vida artística. Eu acho que é muito simples, não é? Tudo que contribuiu e contribui na música, na cultura brasileira, há quase 50 anos, foi chancelado no momento em que foi convidada para ingressar no parlamento. Sou muito orgulhosa de toda a sua trajetória.

Obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. LETÍCIA BRANDÃO - Boa noite, gente. Sou Leticia Cristal, sou sobrinha da Leci. Eu escrevi, porque senão eu vou falar aqui por horas, porque ela é uma pessoa incrível. É isso, aqui temos tempo limitado. Eu poderia ficar horas falando sobre ela, mas como o tempo é curtinho, vou falar sobre o que ela representa e sua influência.

Ela que, para vocês, senhores, é Leci Brandão, para mim é tia Leci, que também, desde que nasci, até hoje, segue sendo cada vez mais a minha mãe. Ela certamente é um dos meus maiores exemplos, não só pela sua trajetória como cantora e deputada, mas principalmente como cidadã.

Sua honestidade, empatia, respeito, amor ao próximo - independentemente de sua etnia -, sua simplicidade, alegria, senso de justiça, garra, foco para lutar por tudo em que acredita e pelos seus é o que mais me encanta e inspira.

Dentro de casa, ela sempre nos incentivou ao caminho da liberdade, do respeito a todas as formas de vida, seja por uma pessoa, um bicho, os rios, as matas, os mares, ao caminho da arte, mas principalmente da educação.

Hoje, se sou quase uma bióloga por formação e se sigo lutando por um País melhor e um mundo melhor, com certeza é graças a esta mulher incrível, extraordinária, que chamo de tia.

Muito obrigada, tia, por tudo. Você é importante demais, não só para mim, para nossa família, mas para a sociedade toda, no geral. Como dizia Nego Bispo: “viva, viva, viva, Leci Brandão”. E muito axé. (Palmas.)

Obrigada, gente.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigado, Nuala e Letícia Brandão, pelas palavras. Gostaria de convidar, neste momento, o deputado Paulo Fiorilo para fazer uso da palavra.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Boa noite a todos e a todas. Bem-vindas, bem-vindos a esta Casa, Casa de Leis, mas, hoje, Casa do povo. Queria saudar aqui o presidente André do Prado, que nos possibilita, para além de conhecer os políticos, conhecer as pessoas e suas lutas.

O que a gente está presenciando aqui hoje com a deputada Leci, com a deputada Maria Lúcia, é para além do que a gente convive aqui neste plenário todos os dias. E eu, presidente, quero dizer que esta iniciativa que a gente já teve com o Barros - que veio aqui fazer um discurso inflamado -, com o Suplicy, que não pôde estar aqui, porque está gripado, mas mandou um abraço às duas -, são oportunidades que a gente não pode perder, porque a gente conhece um pouco do ser humano.

Para mim é muito difícil, depois dos depoimentos das suas sobrinhas, Leci, e mesmo do seu sobrinho, Maria Lúcia, ter qualquer outro discurso senão aquele de dizer: “vocês merecem ser homenageadas por esta Casa, pela sociedade paulista, paulistana, por todos aqueles que conheceram e conhecem o trabalho de vocês”.

Eu tive a oportunidade de conviver com a Maria Lúcia na Comissão de Relações Internacionais. Como disse aqui o Barros, somos de partidos distintos. Discutimos, discordamos, mas atuamos de forma conjunta para poder discutir desenvolvimento econômico regional, levar os cônsules para conhecer Sorocaba e outras regiões.

Maria Lúcia militou junto ao Consulado da Coreia para poder aprovar projetos aqui. Eu quero te dizer, Maria Lúcia, que respeito demais a sua competência, a sua determinação, o seu trabalho. Parabéns, você é merecedora deste prêmio, deste colar.

E queria falar com a Leci. Leci, para mim é uma responsabilidade muito grande, por ser líder da federação, por liderar uma bancada de que você participa, porque você é a voz dos mais pobres, do gueto, da periferia, é a voz dos excluídos.

Você nos brinda, todas as vezes em que participa de um debate, com seu conhecimento e sua sabedoria, sabedoria que está aqui, representada por cada um de vocês que vieram homenagear a Leci, que trouxeram um pouco da história da Leci para esta tribuna.

Então, vocês duas... como disse aqui a Marina, hoje a gente tem cinco mulheres negras, das vinte e três. Vocês duas contribuíram muito para que a gente pudesse ter 23 mulheres, para que a gente pudesse ter cinco mulheres negras.

E tenho certeza de que o exemplo de vocês vai continuar abrindo caminho para que jovens negras, periféricas, do interior, possam estar aqui, usando desta tribuna para defender os que mais precisam. (Palmas.)

Eu queria terminar, porque eu não trouxe escrito o meu discurso, com uma estrofe de uma música sua: “Zumbi, o teu grito ecoou no Quilombo dos Palmares, como um pássaro que voou tão liberto pelos ares. Um grito de dor e de fé ficou registrado na nossa história pela luta, pelo axé, pela garra, pela glória”.

Axé às duas, axé a todos. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Gostaria de agradecer a presença dos Acadêmicos do Tatuapé; do Grêmio Recreativo Cultural e Social Escola de Samba Vai-Vai; e do Criolé, presidente da Unegro Taboão. (Palmas.)

Para fazer uso da palavra, convido, neste momento, a deputada Paula da Bancada Feminista. (Palmas.)

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Boa noite. Boa noite a todas as pessoas presentes, especialmente a esta Mesa. Dizer para vocês que hoje é um dia muito feliz nesta Casa.

Nem todos os dias, infelizmente, são felizes nesta Casa, mas hoje eu posso dizer que é um dia muito feliz nesta Casa, porque a Alesp teve a grande alegria e a responsabilidade de homenagear duas mulheres que eu posso dizer que são pioneiras na política institucional.

Isso é muito importante. Duas mulheres que abriram caminho para que a nova geração de mulheres parlamentares pudesse estar aqui hoje e também trazer novas gerações, como a gente viu subirem aqui para falar, que tenho certeza de que vão seguir ocupando também a política.

Quero falar que a minha primeira experiência com Maria Lúcia foi muito curiosa. Eu estava, um dia, vindo assinar presença aqui, no meu primeiro mandato, primeiro ano de mandato, e a Maria Lúcia me falou: “Paula, eu sou autora de uma lei que é um programa de saúde para mulheres presas e eu acho que a gente pode fazer alguma coisa com isso. Eu tenho muito interesse por essa pauta”.

Eu fiquei muito surpresa. Fiquei muito surpresa que uma deputada do PSDB tivesse vindo até mim falar sobre isso e, mais do que isso, fiquei muito feliz, feliz de saber que, felizmente, temos pessoas que defendem a democracia, os direitos humanos, mesmo em partidos políticos que não são reconhecidos como esquerda.

Então, para a gente, Maria Lúcia, você, sem nenhuma dúvida, é um grande exemplo, exemplo da política, exemplo de seriedade na política, e é algo que nos inspira muito.

Quero dizer para a Leci, com muita emoção, que, sem nenhuma dúvida, se não fosse você, eu não estaria aqui; Ediane não estaria aqui; Thainara não estaria aqui; Monica não estaria aqui; nenhuma de nós teria passado por aqui. Erica Malunguinho não teria passado por aqui. Você abriu caminho para que cada uma de nós estivesse aqui hoje. E, mais do que isso, você nos recebeu e nos recebe de braços abertos.

Quando eu olho esta Casa Legislativa aqui, cheia de pessoas negras, o povo de santo com suas roupas, o pavilhão das escolas de samba... Quem é do samba sabe que pavilhão de escola de samba é coisa séria, e hoje tem dois pavilhões de escolas de samba aqui para te homenagear, de duas escolas de samba muito importantes para a nossa cidade. Ver aqui pessoas que são lideranças do movimento negro para te homenagear é algo muito sério.

E que bom, Leci, que a gente pode te dizer em vida que você não é só a madrinha do samba, que você não é só a madrinha do hip-hop, mas que você é a madrinha de cada uma das mulheres parlamentares negras que já ocuparam esta Casa.

Hoje somos simultaneamente cinco, e você foi, por anos, a única. Eu sinto muito que você tenha sido a única e, ao mesmo tempo, te digo: obrigada por ter aberto espaço para que hoje sejamos cinco, que ainda é tão pouco perto da nossa representação na sociedade.

Então, Leci, obrigada por cada abraço, obrigada por cada palavra de consolo, obrigada por cada benção. Eu quero te dizer que você é axé, você é luz, e conviver com você é, sem dúvida, a minha maior alegria na vida política.

Eu falo isso para todas as pessoas com quem eu compartilho, que a melhor coisa desta Assembleia Legislativa é conviver com você, cruzar com você nos corredores. E eu queria muito, Leci, que você vivesse por mais 100 anos, para que essa alegria pudesse ser compartilhada com muito mais gente, com muitas mais gerações. Mas posso te dizer que, no que depender da gente, o seu legado vai seguir sempre, sempre vivo.

Muito obrigada.

Parabéns para vocês duas. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Veremos, neste momento, o depoimento do secretário de Estado de Governo e Relações Institucionais, Sr. Gilberto Kassab.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Veremos também o depoimento do Sr. Governador do estado de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Temos mais um vídeo do Sr. Gilberto Kassab, em homenagem à deputada Maria Lúcia Amary.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O colar de honra ao mérito legislativo é a mais alta honraria conferida pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Foi criado em 2015 e é concedido a pessoas, naturais ou jurídicas, brasileiras ou estrangeiras, civis ou militares, que tenham atuado de maneira a contribuir para o desenvolvimento social, cultural e econômico do nosso estado, como forma de prestar-lhes, pública e solenemente, uma justa homenagem.

Convido o deputado André do Prado e as homenageadas, deputada estadual Maria Lúcia Amary e deputada estadual Leci Brandão, a se posicionarem na Mesa para que seja feita a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

Gostaria também de convidar os demais deputados para que participem dessa foto, participem deste momento. Deputada Marina Helou, deputada Paula.

 

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- É feita a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

 

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Gostaria de convidar, neste momento, a deputada estadual Maria Lúcia Amary para fazer uso da palavra.

 

A SRA. MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Boa noite a todos e a todas. Eu nunca vi esta Casa tão cheia quanto hoje para ouvirem e assistirem a duas mulheres serem homenageadas. Isso, para nós, é um fato inédito nesta Casa. E eu só posso agradecer ao presidente André do Prado e a toda a Mesa, que se preocuparam em fazer uma homenagem em vida.

Eu não acho que nós, pelo trabalho que fazemos, que recebemos homenagem, porque, como disse o meu sobrinho Fabrizio - ele aprendeu a lição de casa -, na verdade nós estamos em uma missão. Essa missão é dar-se a responsabilidade. Ser honesta é obrigação, mas hoje em dia, quando se fala que alguém é honesto, virou elogio.

Então, as coisas estão de tal forma deturpadas que homenagear um político... Às vezes, perguntam para mim: “quem é a sua referência política?”. Às vezes, eu tomo o cuidado de falar alguém que já morreu, porque a gente não sabe se no dia seguinte ele vai criar alguma situação que vai nos constranger.

Mas hoje, aqui, nós temos uma representação dessas mulheres e homens que estão aqui, e, pelo que vocês viram aqui, não existe a questão partidária e ideológica quando se quer construir alguma coisa.

Então, você vê uma jovem como a deputada Marina, que nós temos ideologias diferentes, mas nós convergimos na mesma direção, porque nós queremos um País melhor, nós queremos ser transformadoras, nós queremos ser agentes públicas, pessoas que fazem alguma coisa pelo nosso País, que transformam o nosso País.

E nós estamos aqui para garantir que as instituições democráticas do nosso País sejam preservadas; nós estamos aqui para garantir a liberdade de imprensa; nós estamos aqui para assegurar a questão do discurso do ódio.

Nos últimos mandatos, tanto no anterior quanto neste, nós conseguimos diminuir um pouco a violência e incontinência verbal dos deputados e deputadas que não tinham... Que vinham aqui, não vinham na possibilidade de transformação, discursos que não... Nós queremos agregar, nós queremos somar.

Então, eu queria primeiro agradecer à minha família, que está aqui: minhas irmãs, Maria do Carmo, Maria Lígia e Maria Helena, que não pôde estar aqui; as minhas grandes paixões, porque político tem coração, político tem família. E muitas vezes nós, mulheres, somos atingidas naquilo que mais mexe conosco, que é a nossa família. (Palmas.)

Por isso, muitas vezes as mulheres não vão para a linha de frente, porque elas se preocupam com a imagem que podem passar, com o desgaste e com as ofensas que elas tomam. Se nós não tivermos o colo da nossa família, dos nossos amigos, das nossas amigas, que dão aquela sustentação para tornar a vida da gente mais leve...

Quero aqui agradecer também aos agregados que estão juntos; minhas sobrinhas-netas, a Luiza e a Larissa, que estão aqui. Então, todos vocês que estão aqui hoje, primeiro, para prestar uma homenagem à Leci Brandão, essa mulher incrível, que é pacificadora, é democrática, é competente, é minha vizinha de gabinete, nós estamos sempre juntas, é uma grande amiga que eu tenho.

As nossas diferenças ideológicas nos unem naquilo que nós queremos fazer: levar o nome das mulheres para garantir que nós possamos - nós, mulheres - ter uma trajetória que arraste as mulheres pelo exemplo. Nós precisamos, nós temos que ter a responsabilidade, o compromisso de sermos inspiradoras de outras mulheres.

Aqui, nós, hoje, como falaram aqui, como veio a Paula falar aqui, eu nem me lembrava dessa situação. Você veja como que uma sinalização faz com que as pessoas se aproximem, com que nós possamos estar juntos.

Eu quero agradecer também à minha professora de ginásio, à irmã Irene e à irmã Geni, que com 98 anos de idade veio de Santos para homenagear. (Palmas.) Orgulho, irmã, a senhora ajudou para que eu estivesse hoje aqui, as noções que a senhora deu de respeito à família, de fé, de responsabilidade, de educação, eu devo muito ao Colégio São José, e a senhora foi a grande mentora da nossa trajetória.

Quero também agradecer ao pároco da minha Igreja Nossa Senhora de Fátima, padre Wilson Roberto, agradecer a você, que deixou de fazer uma missa, teve que colocar um padre para poder estar aqui presente, agradecer pelas palavras do senhor aos domingos, que alimentam a minha alma durante a semana.

Agradecer também a toda a minha equipe, eu sou uma pessoa muito exigente, perfeccionista e, com isso, eu sobrecarrego minha equipe muitas vezes, mas não posso fazer diferente. Vocês são a minha sustentação e, quando vocês estão junto de mim, a gente sabe que as coisas podem acontecer.

Hoje é a noite da gratidão, por isso que eu estou aqui agradecendo, é muita emoção, mas também muita gratidão. Prefeitos, vereadores, amigos, agentes políticos que estão aqui hoje para prestar esta homenagem, então, sou muito grata a cada um de vocês.

Se eu estou hoje aqui no meu sexto mandato, foi porque vocês garantiram que, estando aqui junto de vocês, vocês pudessem levar meu nome, porque é uma responsabilidade muito grande quando a gente...

A urna nos leva a uma posição política, nós temos a responsabilidade de não mexer com a esperança da população. Este compromisso nós temos diariamente, de corrigir as desigualdades, de nos preocuparmos com a questão da justiça social, de diminuir as distâncias sociais. Nós estamos aqui para que as coisas efetivamente aconteçam.

Quero também, é claro, agradecer à população toda que confiou neste sexto mandato, porque eu nem percebi que o tempo passou. Eu estou há 22 anos aqui construindo um trabalho, junto a diversos partidos políticos hoje, de várias bancadas de esquerda, nós estamos juntos trabalhando aqui para que a gente possa mostrar respeitabilidade da maior assembleia da América Latina.

Eu quero também dizer, André do Prado, que no momento em que você escolhe duas mulheres para homenagear, eu sempre brinco com você que agora não preciso mais me preocupar de ser nome de rua ou que agora nós estamos sendo homenageadas e aumenta a nossa responsabilidade.

Então, eu queria agradecer a cada um de vocês que estão aqui, que tiraram o seu tempo para vir aqui, vieram de várias cidades de longe daqui - do Vale do Paraíba, do Litoral Norte, da Região Metropolitana de Sorocaba, do Litoral Sul -, que vieram aqui para nos homenagear.

Agradecer a cada um de vocês que está ajudando a construir um mundo melhor, e nós, quando passamos por qualquer espaço onde nós estamos, nós devemos deixar exemplos de lealdade, de ética, de responsabilidade, de compromisso e nós estamos aqui para garantir.

Então, quero agradecer a todos os deputados e a todas as deputadas que ajudaram a construir esta homenagem de hoje, uma homenagem histórica. E você, André, você tem uma alma feminina, você sabe valorizar as nossas mulheres, então sou muito grata a você, porque você tornou o ambiente mais leve aqui na Assembleia.

A sua cordialidade, a sua competência, a sua generosidade e a sua forma de articular fazem com que a gente possa se sentir mais segura e fazem com que nós possamos respeitar cada voto que nós recebemos nas urnas.

Então, que Deus continue dando muita força para cada um de nós, e que a gente possa continuar arrastando pessoas pelo exemplo, purificando essa política, depurando a má política, porque nós temos a responsabilidade de continuar construindo um Brasil maior.

Isso, cada um de nós tem que bater no peito, porque, como se diz no nosso hino: “verás que um filho teu não foge à luta”, é a luta diária para garantir a democracia, garantir os direitos das pessoas, principalmente dos menos favorecidos, e nós estamos aqui para isso.

Que Deus nos fortaleça cada vez mais para nós estarmos construindo um mundo melhor, um mundo de esperança, um mundo de mais qualidade e, principalmente, trazendo a paz.

Boa noite.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

 O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido, neste momento, para fazer o uso da palavra, a deputada estadual e homenageada Leci Brandão. (Palmas.)

 

 A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Que Deus abençoe, proteja e ilumine todas, todos e todes que aqui estão! Antes de qualquer coisa, eu quero agradecer muito a todas as pessoas que rezaram por mim, que oraram por mim, que tocaram seus tambores dos seus terreiros, que fizeram agradecimentos nas suas igrejas católicas, evangélicas ou messiânicas.

Porque, se eu estou aqui hoje, ainda com a minha saúde balançando um pouquinho, eu devo muito à minha ancestralidade, aos meus orixás e, principalmente, a cada pessoa que está aqui neste plenário, que não pôde vir, mas que eu sei que rezaram e torceram por mim. Muito obrigada por estar viva, estar aqui hoje presente, muito obrigada mesmo, muito axé para vocês.

Eu queria, inicialmente, dizer para o tempo: minha mãe, onde a senhora estiver, sei que a senhora está em um lugar muito bonito, muito iluminado, mas a responsável por tudo isso se chama Dona Lecy de Assunção Brandão, que muita falta faz na minha vida. (Palmas.)

Dona Lecy de Assunção Brandão. Vocês devem ter percebido que eu estava ali tremendo, que eu estou muito emocionada, sabe? É uma coisa que eu jamais poderia imaginar na minha vida, que um dia eu estaria aqui, neste plenário, na maior assembleia legislativa da América Latina, que é a Assembleia Legislativa de São Paulo.

Eu sou carioca de Madureira; eu sou filha, com muita honra, de uma mulher que era servente de escola pública, de uma mulher que fez com que a gente conhecesse o que é morar em fundos de escola. Eu morei em três escolas públicas no Rio de Janeiro: Escola Equador, Escola Artur Azevedo e Escola Nicarágua.

Tenho muita, muita honra de ter varrido muitas salas de aula, de ter limpado muitos banheiros de escola pública, de ter andado de trem, de ter carregado marmita, de ter sido telefonista, de ter sido operária de fábrica, sabe?

E, de repente, eu me vejo no ano em que eu vou fazer 80 anos - 80 anos de idade farei em setembro, se Deus quiser -, ocupando este lugar de deputada estadual do estado de São Paulo. Obrigada, São Paulo, por tudo. Obrigada, São Paulo, por tudo. (Palmas.)

A gente não sabe o que dizer quando chega neste lugar e em um evento como este. Hoje é dia de Xangô, de Iansã, e Dia Mundial do Meio Ambiente. Quarta-feira, né. As pessoas aqui na Assembleia se espantaram muito quando eu cheguei, porque toda sexta-feira - e eu tenho testemunhas aqui - eu sempre estou de branco. As pessoas não entendiam por que eu estava de branco sexta-feira. É porque é dia de Oxalá, é dia da paz.

Eu queria que todas essas pessoas que fazem parte de uma coisa chamada laicidade neste País, porque aqui tem gente que é da igreja católica, da igreja evangélica, messiânicos, autoridades do candomblé, do queto, da angola, do jeje... Eu peço a esta presença coletiva, esta laicidade que está aqui neste espaço, um aplauso para todas as religiões deste País. (Palmas.) Benção para quem é de benção; Motumbá, Kolofé, Mukuiu, axé para todo o mundo que está aqui, muito axé. (Palmas.)

Quando eu soube que ia ser homenageada com este Colar de Honra ao Mérito Legislativo, foi inevitável fazer um balanço da minha vida. Mais uma vez, eu pensei em uma coisa chamada tempo. Quem é de religião de matriz africana sabe que tempo é um orixá. Palmas para o tempo, tempo é um orixá. (Palmas.)

Sempre me disseram que eu estava à frente do meu tempo, talvez pelas músicas que eu fiz, que eu compus, que falavam de temas que ninguém queria tocar, assuntos que eram polêmicos ou cercados de tabus da época. Eu já fui chamada de artista da confusão, da encrenca. “A Leci briga por tudo”. Isso enquanto artista, porque eu jamais poderia imaginar que eu, um dia, fosse me tornar, estar deputada, ainda mais no estado de São Paulo.

Então, eu cheguei à conclusão de que eu estou aqui nesta Terra cumprindo uma missão. Só pode ser missão, porque como é que as pessoas relatam tantas e tantas coisas que eu já fiz? Eu às vezes fico lendo letras que eu compus e eu digo: “meu Deus, como é que eu fiz isso? Como é que eu fui capaz?”. Alguém trouxe para mim, é missão.

Digo com muita tranquilidade, porque eu respeito cada deputado, cada deputada que está nesta Casa, porque eles me ensinaram muita coisa e me ensinam. Eu, quando tenho dúvidas, pergunto para eles. Eu tenho muita tranquilidade de dizer: “eu não sei. Eu preciso saber o que é isso, me ensinem, por favor”. E, a cada dia que passa, eu tenho mais certeza de que tudo que acontece comigo veio lá de cima, sabe?

Eu aqui não poderia construir tanta coisa, porque... qual é o meu diploma? Eu não tenho diploma, eu não tenho formação superior, eu não tenho a teoria. Eu não sei nem como é que eu consegui, nesse tempo, ter construído tanta coisa, mas eu só consegui construir porque é muita gente ao meu redor, é muita gente que me ensina, é muita gente que me orienta.

A cada dia que passa, eu agradeço a Deus por ter uma coisa chamada humildade, simplicidade e ter respeito por cada pessoa que eu conheço. Respeito por cada um que eu encontro no corredor, respeito pelo povo que trabalha aqui nos serviços gerais, porque cada vez que eu vejo uma pessoa varrendo um corredor com uma vassoura, com um rodo, com a roupa de trabalho dos serviços gerais, eu lembro muito da minha mãe. Quando vejo essas pessoas, lembro muito da minha mãe.

Minha mãe fazia a mesma coisa que essas pessoas fazem, por isso é que eu tenho muito respeito por elas. (Palmas.) É por isso que eu tenho muita honra de andar no elevador de serviço aqui. Quase ninguém me vê no elevador dos parlamentares. Nada contra, viu, presidente? É só porque eu me sinto mais à vontade. Eu me identifico, eu me identifico com o povo dos serviços gerais, porque faz parte da minha história, da minha identidade.

Eu queria dizer para a Maria Lúcia que eu tenho muita honra de ter um gabinete ao lado do seu gabinete, porque os seus assessores são fantásticos, carinhosos, colaboram muito com o nosso pessoal - é que o nosso gabinete é diferente. O nosso gabinete chama-se “Quilombo da Diversidade”.

E por que é Quilombo da Diversidade? Porque lá tem preto, tem branco, tem moreno... Carioca sou só eu, a única carioca sou eu. Tem gente da Bahia, tem gente do nordeste, tem gente do Amazonas; e cada um tem uma história, cada um tem uma identidade própria, e eu aprendo com todos eles.

E tem uma coisa que eu aprendi nesse tempo: que é preciso ter lado. Eu tenho lado, e todo mundo sabe qual é o meu lado. Eu não preciso dizer para vocês, porque vocês sabem da minha vida, a minha vida é um livro aberto.

Eu não tenho vergonha de nada do que eu fiz, de nada do que eu sou, porque eu sempre respeitei as pessoas, todas as pessoas. É por isso que, quando eu falo todas, todos e todes, eu estou falando com todo mundo, estou falando com os seres humanos e acho que todos eles merecem o nosso respeito.

O pessoal do Partido dos Trabalhadores sabe que eu sempre fui uma pessoa frequente em algumas lutas neste País, em algumas campanhas políticas. Teve gente que eu conheci de cabelo preto e barba preta e hoje está de cabelo branco e barba branca, e vocês sabem de quem eu estou falando, mas quem me convidou para chegar até aqui a esta Casa...

Afinal de contas, o presidente André do Prado teve, assim, a gentileza de, junto a outros deputados também, além da deputada Maria Lúcia, conceder este Colar do Mérito Legislativo. E por que é que eu recebo um Colar do Mérito Legislativo? É porque teve um partido que me convidou, na pessoa de Netinho de Paula e de Orlando Silva, que foi o PCdoB. (Palmas.)

A minha bandeira verde e amarela eu respeito, tenho a honra de hasteá-la quando for necessário, mas a bandeira do meu partido é vermelha. É vermelha a bandeira do meu partido. (Palmas.)

Eu tenho testemunhas de 93 pessoas aqui nesta Casa de que eu respeito todo deputado, toda deputada. Eu sei que a questão da política, dessa disputa, é uma coisa que é cotidiana, mas eu não quero saber qual é a sigla daquela pessoa. Eu quero saber o que aquele ser humano está fazendo em termos de progredir, em termos de ajudar, de salvar e de entender qual é a presença dele nesta Casa.

A gente está aqui, porque é representante do povo, do povo de São Paulo, e tem que atender todas as necessidades do povo de São Paulo, seja ele da cor que for, seja ele do gênero que for, seja ele da religião que for. Nós temos que respeitar as pessoas.

A primeira palavra que dona Lecy de Assumpção Brandão me ensinou foi respeito. Eu respeito todas as pessoas e fico muito feliz quando dizem para mim que eu sou uma pessoa querida e respeitada e tal, mas eu não posso esquecer que eu só cheguei aqui porque tem uma coisa que Deus me deu, que foi o dom de compor e de cantar.

Eu sou uma artista, sou, e estou deputada desde 2010. Mas eu sou um artista popular, uma artista que sempre pegou temas diferentes, temas proibidos e transformou em música.

Eu não me envergonho de nenhuma pauta que eu defendi enquanto não chegava nesta Casa. Porque aqui existem outras pautas, mas a minha pauta vem lá de trás, lá das escolas públicas, das fábricas, da Companhia Telefônica Brasileira, dos trens, das marmitas que eu levei, de tudo isso. Da escolha que eu fiz para a minha vida, da escolha que eu fiz para os meus amores, entendeu? Isso veio de lá.

Eu cheguei aqui sem entender nada, na verdade, de política. Mas as pessoas dizem para mim: “você era política há muito tempo”. Dizem até o seguinte: que eu nasci comunista. Eu não sabia.

Então eu ouvi, esta semana, da ministra Carmen Lúcia, que eu a conheço pessoalmente, uma coisa que eu achei interessante registrar aqui: “a mentira é um insulto à dignidade do ser humano, um obstáculo pleno para o exercício das liberdades. É um instrumento de covardes e egoístas”.

Vocês podem acreditar no que eu vou dizer agora: eu nunca menti. Eu posso, às vezes, não ser aceita, as pessoas podem não concordar comigo. Mas eu só sei falar a verdade. Eu não sei ser dissimulada.

Eu não sei ser uma mulher mais importante que as outras pessoas pelo fato de estar deputada, porque tem muita gente que acha que, pelo fato de ser político e de ter uma função na política, tem que ser respeitado de uma outra forma. Eu não tenho essa preocupação.

Eu sei também da minha responsabilidade. É uma responsabilidade, é uma missão que outras meninas, da mesma cor da minha pele, estejam nos corredores desta Casa. A coisa que eu mais fico feliz é de saber que a gente chegou aqui, e outras também chegaram porque me viram como um exemplo. Sempre disse para elas: “Vocês vieram para cá, porque tem que ser assim”.

A gente tem que progredir, a gente tem que ocupar este lugar. Porque, este lugar, também sinto falta, sim, de muitas representações do povo brasileiro. Nós teríamos de ter aqui representantes de todas as direções, de todas as ideias, de todas as crenças. Ainda vai chegar o dia que nós vamos ter aqui, metade, não sei, mas nós vamos ter mais gente com a cor da minha cara.

Eu vou ficar muito feliz de encontrar, aqui no corredor, deputadas e deputados. E não precisa ser do nosso partido progressista. Pode ser de outro partido, mas que venha para cumprir a sua missão, que é atender tudo aquilo que o povo necessita.

Eu não posso deixar de fazer isso, peço desculpas ao Cerimonial, porque eu preciso falar de quem me ajuda. Preciso citar o nome dos meus assessores. Ele não está aqui, mas foi uma pessoa que me ajudou muito, que chama-se Elizeu Soares Lopes. Foi o meu chefe de gabinete quando eu cheguei nesta Casa. (Palmas.)

Agradeço a ele e a todas as pessoas que estavam naquela época. Vou pedir que aplaudam todas as pessoas que eu vou citar, porque é o povo que, sem eles, eu não seria nada. Sem eles eu não estaria aqui hoje, sendo homenageada. Vai ser pela ordem alfabética, certo, gente? Não é importância, não; é ordem alfabética.

Carina Gomes Franco, Carla Carneiro do Nascimento, as nossas assessoras de comunicação. (Palmas.) Aproveito para pedir aplausos para todos os assessores de comunicação, de todos os deputados desta Casa. (Palmas.) Se não fossem eles, nada aconteceria.

Diógenes Tillmann Pompe; Donizete Freitas; Evandro Neres Dias; Fernando Duarte; Jorge Saracura; Julião Vieira, salve o negro! (Palmas.) Juliano Souza, Carapicuíba. Obrigada, meu querido. Eliege Pereira, Márcia Cabral. (Palmas.)

Marcivan Barreto, o homem da favela de Heliópolis. (Manifestação nas galerias.) É o homem que não só na pandemia, mas em todas as situações que o Brasil, e especialmente São Paulo, enfrentou, está sempre na frente das coisas. Obrigada, Marcivan, por você ter ido ao enterro da minha mãe e ter me conduzido lá. Você e o Juliano. (Palmas.)

Paulo Henrique Ambrosio; Ricardo Yamazaki; Roberto Almeida; Beto Teoria; Rozina Conceição de Jesus; Sílvia Ariza, minha querida secretária; Tarcísio Boaventura; Vagner dos Santos; Vinícius Riça Costa. (Palmas.)

Agradecendo ao Partido Comunista do Brasil: Renata Rosa, André Bezerra, Diógenes Pompe, Vanius Oliveira, Fábio Garcia. Não podemos esquecer dos estagiários, que são importantíssimos. Michele, Taís, Michel, Júlio e Nicolly, da ouvidoria. (Palmas.)

Eu estou tremendo pra caramba, nossa mãe! Agora eu vou sair dos meus assessores diretos, e citar os nomes de pessoas que me ensinaram, me ajudaram, e são pessoas muito importantes. Fazem parte de quê? Disso que está aqui, esse corpo humano, mas a cabeça não teve o ensinamento que eu deveria ter. Mas me ensinaram de uma outra forma.

Sueli Carneiro; Matilde Ribeiro, nossa sempre ministra da Igualdade Racial; Benedita da Silva; Jurema Werneck, Dra. Jurema Werneck. (Palmas.) Sonia Leite, presente; Teresa Santos, presente; Lúcia Xavier; Cida Bento. (Palmas.)

Doutora Eunice Prudente; Olivia Santana, deputada do PCdoB da Bahia; Jandira Feghali, nossa deputada federal também, do Rio de Janeiro; Beth Beli, representando as minhas oferendas do Ilú Obá De Min.

Sueli Costa e Osmar Costa, este casal faz parte de toda a minha parte artística. O Osmar Costa, principalmente, me pegou em uma hora em que ninguém acreditava, e meu devolveu para a carreira artística. Osmar, Deus te abençoe, sua benção também. (Palmas.)

Moisés da Rocha, o homem que o samba pede passagem, me botou para São Paulo me conhecer. Muitos aplausos para o Moisés da Rocha. (Palmas.) Netinho de Paula; Orlando Silva, nosso deputado federal.

E o senhor e a senhora, que me pegaram pelo braço, em 2009, e me apresentaram a São Paulo. Andaram comigo em tudo quanto foi lugar. Muito obrigada mesmo, Jamil Murad e Ana Martins. (Palmas.)

Escola de Samba Vai-Vai, Escola de Samba Acadêmicos do Tatuapé. (Palmas.) Escolas de samba que eu já desfilei aqui: Perus, Rosa de Ouro, Mocidade Alegre e todas as escolas de samba de São Paulo, porque, graças a Deus, eu tive a oportunidade de falar dessas agremiações, através da TV Globo.

Por causa de vocês, que acreditaram na nossa verdade, que acreditaram na nossa preocupação de mostrar a baiana, a velha guarda, o diretor de bateria, o diretor de harmonia, o cara que empurra o carro alegórico, pessoal do barracão. Por causa dessas pessoas é que eu só pude comentar Carnaval aqui até 2010.

Porque, com essa função de estar deputada, eu não poderia mais fazer parte da questão do Carnaval da televisão. Então, eu não fui tirada da televisão. Eu tive que sair, porque vocês me trouxeram para esta Casa, e aí eu não pude mais falar no Carnaval. (Palmas.)

Acho que não esqueci ninguém. Mas sintam-se muito agradecidos, porque eu não sei o que seria da minha vida se eu não tivesse chegado até este estado, até esta cidade. Alan Brandão, Letícia Brandão, Pérola Brandão, vocês não saíram do meu ventre. Saíram do ventre de Iara Assumpção Brandão, a minha irmã, para quem eu peço muitos aplausos para o espírito dela, que está aí. (Palmas.)

Hoje, a minha obrigação familiar... eu não faço nada, porque eu tenho que pensar em vocês. Vocês são as minhas filhas, não saíram do meu ventre, mas eu tenho uma responsabilidade muito grande de poder dar a vocês tudo que eu puder.

Eu não sou absolutamente nada. Eu sou uma cidadã brasileira que procura entender que o meu País é um País miscigenado, que o nosso País, infelizmente, tem racismo, que o nosso País não aceita de fato a nossa religião. Mas a gente está aqui, sabe? A gente está aqui.

Não posso deixar de agradecer à bancada do Partido dos Trabalhadores por tudo que eles me proporcionam, por todas as coisas que eles fazem por mim e para mim. Desculpem, mas eu não posso deixar de agradecer ao PSOL, porque a bancada do PSOL me ajudou muito em um momento que eu estava internada.

Na hora que eu estava muito fragilizada, as deputadas do PSOL tiveram a preocupação de me substituir em todos os atos que nós tínhamos que fazer aqui nesta Casa, em reuniões e tal. Muito obrigada. (Palmas.)

Não posso deixar de confessar aos nossos deputados e deputadas que, se vocês me respeitam, é porque eu tenho o maior respeito, o maior carinho por vocês, independente da sigla partidária, eu estou aqui para isso. Sempre vou dar o meu parecer favorável a todo mundo que fizer um projeto que tenha compromisso com o povo.

Quero também pedir benção, motumbá para a pessoa que representa a Casa de Mãe Alice, a Casa do Sr. Rei das Ervas - salve o Sr. Rei das ervas, porque é por causa dele que eu estou aqui -, que é minha mãe Bessen. Motumbá e arroboboi é o que a gente tem que falar neste momento.

A cada autoridade que está aqui presente, a cada iá, a cada pai de santo, a todos eles que sabem que a gente nunca vai negar, nunca vai deixar de fazer os nossos esforços totais por gratidão, porque cada um dos senhores e das senhoras que pega a sua peneira e fala para a gente o que a gente vai ter de fazer, eu agradeço muito, muito, muito.

Que Oxalá possa levar muita luz para o Ilê de cada um dos senhores. Muito obrigada. Ao povo da umbanda também, muito obrigada. Axé, motumbá, kolofé, mukuiu. Muito obrigada, que Deus abençoe. (Palmas.)

Presidente, eu deixei para te agradecer por último, porque eu sei que V. Exa. harmonizou muitíssimo esta Casa. Mas também tenho essa coragem, muito tranquilamente, de dizer o seguinte: esta legislatura está muito bonita, porque acabou a confusão nesta Casa, ninguém mais ofende ninguém, não tem mais palavrão, não tem pancadaria, não tem nada disso.

O senhor não é do meu partido, o senhor é do partido da situação, Maria Lúcia Amary idem, mas sempre há uma coisa chamada diálogo, sabe? Diálogo é muito importante, a gente se entende, a gente troca.

Eu não posso dizer que eu tenho sido preterida aqui nesta Casa, muito pelo contrário. Vossa Excelência não tem noção do tamanho da alegria e da emoção que eu estou sentindo no dia de hoje.

Eu só fico lembrando das salas que eu varri, dos banheiros que eu lavei. Que coisa boa, não é? Hoje eu estou aqui neste plenário, e vocês que me conduziram aqui ao quarto mandato.

Era para eu ser muito metida, mas eu não sou, continuo com a mesma simplicidade. É porque eu só agradeço a Deus e agradeço a Deus por vocês existirem, se não fosse vocês, eu não estaria aqui hoje recebendo este Colar de mérito legislativo. Olha só onde eu cheguei. De um pandeiro e de um tantã, eu cheguei até aqui.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Gostaria de registrar a presença de Penteado, da Liga das Escolas de Samba de São Paulo; Alcides Amazonas, ex-vereador, deputado e presidente municipal do PCdoB.

Professor Márcio Bico, diretor-geral da Unip, Universidade Paulista; a velha guarda das escolas de samba Vai-Vai e Acadêmicos do Tatuapé; e a ala das baianas das escolas de samba Vai-Vai e Acadêmicos do Tatuapé também.

Passo neste momento a palavra ao presidente da Casa, deputado estadual André do Prado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Antes de fazer minhas considerações finais, a deputada Maria Lúcia me solicitou... Ela tem todo direito, porque faltaram alguns agradecimentos dela, que ela quer fazer.

 

A SRA. MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Eu deixei para fazer um agradecimento especial ao deputado Barros Munhoz, acabei de falar e esqueci. Gratidão, tenho um orgulho muito grande pelo político que você é, um grande articulador, um grande amigo. Você é a pessoa mais presente aqui na Assembleia com a sua experiência.

Muito obrigada por tudo que você tem feito. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Esgotado o objeto da presente sessão, eu agradeço a todos os envolvidos na realização desta solenidade, assim como agradeço a presença de todos os presentes: todos os familiares da Leci e da Maria Lúcia; todos os convidados da Leci e da Maria Lúcia; todos os deputados aqui presentes; todos os amigos; toda a nossa assessoria, que preparou tudo isso com tanto carinho - tanto da Leci, da Maria Lúcia, da minha assessoria.

Então, quero agradecer a todos por este momento especial desta Casa, que nós pudéssemos realmente fazer uma sessão solene alegre e à altura destas duas homenageadas.

Como todos nós percebemos, o carinho que elas têm dos seus amigos, familiares, das pessoas que as apoiam... Acho que é um momento único nesta Casa, assertivo da Mesa, dos deputados, em ter feito uma sessão solene tão especial como foi esta de hoje.

Agradeço muito a Deus por esta oportunidade de estar presidindo esta sessão e ter a honra de ter homenageado estas duas mulheres guerreiras chamadas Maria Lúcia Amary e Leci Brandão. Queria uma calorosa salva de palmas. (Palmas.) É uma forma de agradecer por tudo que elas fizeram e vão continuar fazendo pelo nosso estado de São Paulo.

Nada mais havendo a tratar, declaro encerrada esta sessão solene. Para fecharmos esta noite com chave de ouro, não poderia ser diferente, eu convido a todos para prestigiarem a apresentação da escola de samba Acadêmicos do Tatuapé.

Boa noite a todos, fiquem com Deus. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 49 minutos.

 

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