17 DE JUNHO DE 2013
087ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidentes:
JOOJI HATO e OSVALDO VERGINIO
Secretário: OLÍMPIO GOMES
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
001 - JOOJI HATO
Assume a Presidência e abre a sessão.
002 - OLÍMPIO GOMES
Comunica que acompanhou o protesto contra o aumento das tarifas do
transporte público, em 13/06. Exibe vídeo sobre o assunto. Afirma que todo
policial é, antes de tudo, um cidadão, e que é punido quando luta por seus
direitos. Defende a legitimidade das manifestações. Pede que os protestos sejam
pacíficos, com a colaboração dos participantes.
003 - Presidente JOOJI HATO
Parabeniza as cidades de Piquete, Bariri, Piracaia, Salto e São Manuel,
pelo seu aniversário. Convoca os Srs. Deputados para sessões solenes, a serem
realizadas: dia 30 de agosto, às 10 horas, para "Homenagear os 83 anos do
Clube Atlético Aramaçan, localizado no município de Santo André", por
solicitação do deputado Alex Manente; e dia 30 de agosto, às 20 horas, para
"Comemorar o Dia da Ordem da Estrela do Oriente", por solicitação do
deputado Fernando Capez.
004 - OSVALDO VERGINIO
Parabeniza a cidade de Jandira por sua festa junina. Relata que esteve
presente em conferência em Carapicuíba. Afirma que o povo brasileiro está
cobrando direitos garantidos pela Constituição. Acrescenta que o dinheiro
público não é bem gasto. Pede que a Polícia não reprima os protestos, mas que
também haja respeito pelos policiais. Enfatiza a necessidade de diálogo entre
as partes.
005 - CARLOS GIANNAZI
Cita as mobilizações contra o aumento das tarifas do transporte público.
Acusa o governo estadual de reprimir o movimento. Afirma que o transporte
público se transformou em um negócio para empresas, inclusive estatais.
Considera falido o modelo político do País. Acrescenta que é contra qualquer
forma de vandalismo e violência. Considera intolerável a criminalização de um
movimento social. Argumenta que a opinião pública está a favor dos
manifestantes. Pede que a sociedade pressione o Governo a investir em transporte
público de qualidade. Menciona manifestações ocorridas durante jogos da Copa
das Confederações.
006 - OSVALDO VERGINIO
Assume a Presidência.
007 - JOOJI HATO
Lamenta os altos índices de violência no Brasil. Cita vários crimes
recentes. Pede que a reivindicação pela diminuição das tarifas do transporte
público seja atendida. Afirma que todos perdem quando há incidentes de
violência. Diz que a manifestação é legítima, mas critica casos de depredação e
agressão a policiais. Pede por segurança preventiva.
008 - JOOJI HATO
Requer o levantamento da sessão, com assentimento das lideranças.
009 - Presidente OSVALDO VERGINIO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de
18/06, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização da sessão
solene, hoje, às 19 horas, para "Comemorar os 105 anos da Imigração
Japonesa". Levanta a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.
* * *
Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.
O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho da Construção. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Cláudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Olímpio Gomes.
Esta Presidência gostaria de trazer os votos de parabéns ao município de Piquete, que no sábado comemorou seu aniversário. Desejamos a todos os cidadãos que tenham muito desenvolvimento, muita saúde, muita paz e que continuem ajudando este País.
O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários desta Casa,
cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, na
última quinta-feira acompanhei do princípio, desde às 17 horas até o
encerramento, a mobilização no Movimento Catraca Livre e a intervenção da força policial.
Ao sair daqui, vou ao Largo
da Batata para, mais uma vez, acompanhar - como parlamentar, dentro da minha
obrigação, e também como membro da Comissão de Segurança Pública - a
disponibilização de meios de segurança pública para garantir
constitucionalmente a manifestação pacífica. Que intervenções sejam feitas, no
limite da lei, quando houver - repito, quando houver - agressões às pessoas ou
destruição de patrimônio público ou privado.
Gostaria de mostrar um
vídeo que define o sentimento da maioria da população e também dos policiais -
que são cidadãos, antes de tudo - a respeito do que está acontecendo
* * *
- É feita a exibição de
vídeo.
* * *
Faço questão de deixar
claro que todo policial, antes de tudo, é um cidadão que não é pleno de
direitos, porque, quando manifesta sua cidadania, acaba sendo severamente
punido. Espero que haja responsabilidade e sensibilidade pública de todos os
governantes de todos os poderes, para que se chegue a uma boa solução para a
situação que nosso País está vivendo.
As manifestações são mais
do que legítimas constitucionalmente. O transporte público é uma vergonha no
nosso País, no nosso Estado e na cidade de São Paulo, independentemente de
partido político ou governante. O serviço deixa muito a desejar, o preço é
extorsivo, e as pessoas estão se mobilizando. Mas é evidente que o direito individual
e coletivo não pode extrapolar os próprios limites da lei.
Espero que todo cidadão de
bem que decida se deslocar para qualquer mobilização não apenas grite
“violência não”, mas também aja de forma não violenta. Como pai, como marido,
como cidadão e como filho, torço para que haja sensibilidade das pessoas. Vou
acompanhar a manifestação, como fiz na quinta-feira, e sem a menor dúvida vou
reproduzir a realidade do que se passar no local e ao seu redor.
Espero que aqueles que
estiverem no meio da massa para a prática de violência ou atos de vandalismo
possam ser identificados pelo próprio cidadão. Usem seus telefones celulares,
câmeras, iPads, e
identifiquem aqueles que estiverem praticando violência desmedida ou atentando
contra as pessoas ou contra patrimônio público ou privado. Torço para que
amanhã possamos comentar uma manifestação totalmente pacífica, sem feridos, sem
exorbitância no uso da força, e que os verdadeiros responsáveis ou
irresponsáveis possam ser identificados pela própria sociedade.
O SR.
PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência
parabeniza as cidades de Bariri, Piracaia e Salto,
que fizeram aniversário no último domingo, e também a cidade de São Manuel, que
comemora seu aniversário hoje. Em nome de todos os deputados, esta Presidência
deseja a todos os seus cidadãos muita saúde, muito desenvolvimento e muita
prosperidade.
Esta
Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Alex Manente,
convoca V. Exas., nos termos
do Art. 18, inciso I, letra “r”, da XIV Consolidação do Regimento Interno, para
uma sessão solene a realizar-se no dia 30 de agosto de 2013, às 10 horas, com a
finalidade de homenagear os 83 anos do Clube Atlético Aramaçan,
localizado no município de Santo André.
Nos
mesmos termos, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado
Fernando Capez, convoca V. Exas.
para uma sessão solene a realizar-se no dia 30 de
agosto de 2013, às 20h, com a finalidade de comemorar o Dia da Ordem da Estrela
do Oriente.
Tem
a palavra o nobre deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.)
Tem a palavra o nobre deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Rodrigo Moraes.
(Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o
nobre deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o
nobre deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Osvaldo
Verginio.
O SR. OSVALDO VERGINIO - PSD - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, funcionários desta Casa, telespectador da TV Assembleia,
agradeço pela semana que se inicia e pelo fim de semana profícuo. Em primeiro
lugar, gostaria de cumprimentar - em nome de seu prefeito, o Sr. Gê - a cidade de Jandira, que está realizando sua 33ª festa
junina, da qual tive a honra de participar na data de ontem. Não pude deixar de
notar a organização daquela festa, que ocorreu sem brigas ou qualquer tipo de
problema. Acredito que as pessoas foram com suas famílias realmente para se
divertir. Isso porque a festa é segura. Assim cumprimento uma vez mais o
prefeito Gê, bem como os vereadores e toda a
população de Jandira.
Nesse fim de semana,
participamos da 5ª Conferência Municipal das Cidades, em Carapicuíba, onde
pudemos opinar sobre o crescimento e desenvolvimento dessa cidade. Tendo em
vista o crescimento desordenado ocorrido no passado, procuramos uma maneira de
organizar a cidade e, assim, acabar um pouco com as favelas, as quais são numerosas naquela região, que é divisa de Osasco, Cotia,
Jandira e Itapevi.
O vídeo exibido pelo nobre
deputado Olímpio Gomes é muito emotivo e real. Estamos vivendo um momento muito
difícil no País. O povo está realmente acordando e percebendo que pagar oito
reais em um quilo de feijão ou seis reais em um quilo de tomate é absurdo. O
povo está enxergando que a Constituição Federal é, na realidade, apenas um
livro, uma vez que não estão cumprindo o que a mesma estabelece. Afinal, todo
cidadão brasileiro tem direito à saúde, educação e moradia. Em resumo, possuem
o direito de ir e vir e à vida.
Mas não estamos tendo isso,
porque o dinheiro público está sendo mal investido. O dinheiro deve ser bem
investido, a saber, em educação e saúde, por exemplo. Para se ter um serviço de
saúde bom, tem-se que pagar paralelamente. Não há o direito determinado na
Constituição. Para colocar o filho em uma boa escola, deve-se pagar por ela,
tendo em vista que não há escolas de qualidade na rede municipal e estadual.
Tudo tem de ser pago em paralelo.
Para se ter uma idéia, é um
absurdo o banco cobrar o limite de 12% para a pessoa que estoura sua conta. Em
conversa com uma colega, ela me disse: “nós não temos condição de pagar nossas
contas, meu limite estourou, e a conta que era de dois mil reais ultrapassou os
três mil e cem.” São mais de 700 reais em juros.
O povo está acordando,
podem ter certeza. Temos de protestar e reivindicar, contudo há que se ter
cuidado para não atingir os direitos dos outros. Estamos enxergando um
oportunismo na questão de polícia e de segurança. Ou deixamos todo mundo ir às
ruas protestar e mantemos a Polícia no batalhão ou vamos colocar a Polícia nas
ruas. É uma complicação enorme. Eu não vi a Guarda Municipal de São Paulo
acompanhar a Polícia Militar nesses embates.
A segurança deve ser por
inteira. Não pode bater nas pessoas, atingindo-as com bombas de efeito moral ou
gás lacrimogêneo. Senão, elas ficam revoltadas. Se o policial atingiu o olho de
uma pessoa com gás, haverá, certamente, uma reação. Policial é ser humano. Além
de policiais, são maridos, esposas, pais, e avós, aos quais devemos respeito.
Se não existisse polícia, nosso País seria, com toda a certeza, badernado. A
Polícia - Civil, Militar, Federal e a Guarda Municipal - existe para impor a
ordem pública. Devemos respeitar o policial da mesma forma que respeitamos os
médicos, enfermeiros, a guarda municipal e os “marronzinhos”, pois cada um
possui os seus deveres e direitos.
Essa questão é muito
crítica. É preciso haver união e diálogo para saber o que está errado e o que
está certo hoje no País, ou seja, o que está ocasionando essa insatisfação nos
jovens. Será que é somente o preço da passagem do ônibus? Claro que não. Há
outras dificuldades. O nosso País enfrenta grandes problemas.
Sabemos que hoje existem
pessoas nas filas dos hospitais morrendo, pessoas aguardando seis meses para
fazer um exame médico. Vocês acham que alguém suporta isso? O que V. Exa. acha, meu caro médico,
deputado Jooji Hato?
Não sei se a corda é curta
ou se o poço é fundo, mas há algo errado. Dinheiro o País e o Estado têm, e o
povo não possui seus direitos respeitados, como constam na Constituição:
direito à vida, à saúde, a ir e vir, à educação.
Todos nós pagamos nossos
impostos, pedágios, multas; sempre estamos pagando por alguma coisa. Paga-se para nascer, para viver e para morrer. É uma grande
tristeza. Precisamos realmente enxergar onde está o erro, como o dinheiro
público está sendo gasto, porque há algo errado e o povo está acordando. O povo
não é mais bobo. Eles estão sempre pagando impostos e não recebem nada.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, telespectadores da TV Assembleia, também
irei comentar os últimos acontecimentos, as grandes mobilizações a que estamos
assistindo, não só
Está
havendo uma grande manifestação nacional contra o aumento das tarifas do
transporte público. O movimento está muito forte na cidade de São Paulo, onde
assistimos, na quinta-feira passada, a um verdadeiro massacre do movimento
social patrocinado pelo aparato de repressão do governo estadual, que
instrumentalizou a tropa de choque contra estudantes e pessoas que estavam
denunciando o que vem acontecendo em nossa cidade.
São
Paulo possui um transporte caótico, desumano. Não existe mais mobilidade nesta
cidade. Os passageiros dos ônibus, do metrô e dos trens da CPTM são tratados de
forma extremamente desumana, como gado. Há uma média de
Esses
problemas ocorrem porque o transporte no Brasil, principalmente na cidade de
São Paulo, virou mercadoria, fonte de lucro para um pequeno grupo de
empresários, inclusive para empresas estatais, como a CPTM e o metrô. Isso
rompe com o que determina a nossa Constituição, que diz que o transporte
público é um direito do cidadão e um dever do Estado.
O
nosso modelo de transporte não funciona mais. Não houve investimento para que
tivéssemos um transporte público de massa de qualidade, o transporte através de
trilhos - metrôs e trens. Estamos vivendo um grande colapso na cidade de São
Paulo, na Grande São Paulo e em várias capitais do nosso País.
Os
movimentos que ousam se levantar contra essa situação são
duramente reprimidos pelo aparato repressivo do Estado. Queremos deixar muito
claro, em primeiro lugar, que somos contra qualquer tipo de vandalismo e
violência. Se houve e se há algum excesso em todas as manifestações, isso
significa algo muito pontual, de alguns indivíduos que pegam carona nesse
grande movimento de cidadania. Trata-se apenas de uma pequena franja desse
movimento, a qual acaba se excedendo.
Mas nada justifica a
repressão, a criminalização a que assistimos pelos meios de comunicação de
massa. Até os jornalistas foram duramente reprimidos e presos na movimentação.
Só a “Folha de S. Paulo” teve sete profissionais violentados pelo aparato
repressivo do Estado, sem falar de outras empresas de comunicação. Isso é um
absurdo.
Não podemos tolerar que o
movimento social brasileiro seja tratado como caso de polícia.
Aqui
Esta tem sido a trajetória
e prática do PSDB no Estado: utilizar a tropa de choque e o aparato repressivo contra
os trabalhadores. Não foi diferente na última quinta-feira. Mas o tiro saiu
pela culatra, porque a opinião pública se voltou contra esse tipo de
comportamento do governador Geraldo Alckmin, que foi obrigado a recuar e abrir
uma porta de diálogo. Do mesmo modo, o prefeito Fernando Haddad, que estava
criticando o movimento, teve de recuar, porque o movimento cresce.
Se há vandalismo, somos
contra. E também não queremos a cidade parada. Mas não é o movimento social que
paralisa a cidade. Devemos ter um olhar crítico em relação a essas afirmações
que são disseminadas pela mídia conservadora, afirmações que interessam às
elites e aos governos. Na verdade, a cidade já está parada há um bom tempo:
E a violência já tomou
conta da cidade. Não entendo por que o governador Geraldo Alckmin utiliza tanta
violência e agressividade, através da tropa de choque, contra as manifestações
populares, não só essa do Passe Livre, mas outras também; e não utiliza o mesmo
rigor contra o crime organizado, contra a criminalidade que já tomou conta da
cidade. São assaltos, arrastões em restaurantes e condomínios, mortes,
investidas do crime organizado, do PCC e do narcotráfico contra a população. E
o governo não toma medidas. Até negocia com o crime organizado, mas não com o
movimento social, que é extremamente organizado.
* * *
- Assume a Presidência o
Sr. Osvaldo Verginio.
* * *
Temos a certeza de que
alguma coisa se quebrou. Esse modelo de organização de nossa sociedade está
entrando em colapso, ou mesmo já entrou em colapso. Há um esgotamento dos
modelos político e econômico. Novas forças sociais começam a aparecer, com
outras propostas, que colocam em cheque as instituições ditas democráticas. Os
partidos políticos estão em cheque, bem como as organizações da velha política,
por conta dessa grande movimentação que está surgindo e não aceita mais tanto
investimento em estádios e nenhum investimento em escolas públicas, hospitais
públicos, transporte de qualidade e Segurança. Acompanhamos também as
manifestações que ocorreram durante a abertura da Copa das Confederações. Algo
muito importante está acontecendo na sociedade brasileira. Alguma coisa se
quebrou, já se esgotou. É importante prestar atenção.
Não vamos tolerar nenhum
tipo de criminalização das pessoas que estão lutando para mudar esse estado das
coisas, e muito menos tolerar que governantes utilizem argumentos como o de que
a cidade está parada com as manifestações. A cidade já está parada há um bom
tempo. Todos esses movimentos tentam denunciar isso e resolver essa situação.
Na quinta-feira, estive lá
e acompanhei toda a movimentação. Participei, apoiando esse movimento
democrático, e não nenhum tipo de vandalismo e violência. Apoiamos a luta
contra a especulação imobiliária, e pela mobilidade e redução das tarifas nos
transportes públicos.
Gostaria de voltar a
discutir com mais profundidade essa questão, mas há uma frase, utilizada pelos
manifestantes e estudantes, a qual achei muito
interessante: “Desculpe o transtorno, estamos mudando o País.” Isso me chamou
muito a atenção. Esse é o espírito desse movimento que começa a tomar conta das
ruas, não só de São Paulo, mas de todo o Brasil.
Temos que fazer uma
mudança, porque é possível construir outro tipo de sociedade, com outros
valores, outra ética, outra moral que não seja essa ética do lucro, que só
beneficia os grandes empresários. Sobretudo, no caso do Brasil, é intolerável
que 40% do PIB nacional sejam destinados ao pagamento da rolagem da dívida
pública. Por isso estamos nessa grande crise social.
Vamos participar hoje de
mais uma mobilização
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - OSVALDO VERGINIO - PSD - Dando sequência
ao Pequeno Expediente, tem a palavra o nobre deputado José Bittencourt.
(Pausa.)
Srs. Deputados,
esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos
passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre deputado Rui Falcão.
(Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Cláudio Marcolino.
(Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o
nobre deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho
da Construção. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Adriano
Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Fernando Capez.
(Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Dilmo dos
Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Jooji
Hato.
O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente
Osvaldo Verginio, Srs. Deputados, telespectadores,
quanta violência, meu Deus do Céu! Quanta violência no nosso País! Acredito e
sempre falo que é um País abençoado por Deus, pois não tem vulcões, terremotos
ou desertos. Com certeza absoluta, é um País
Tivemos dois homens
encapuzados, em uma moto - é sempre uma moto com garupa -, que abordaram um grupo
de cinco homens que estava na Rua Manuel Barbalho de Lima, no Itaim Paulista,
zona leste da Capital. Quatro deles foram executados, e um desempregado de 31
anos ficou ferido e foi para o hospital. A chacina ocorreu por volta das quatro
horas e 40 minutos de ontem.
Houve um caso com um de
nossos maiores ídolos do futebol, centroavante que fazia gols, inclusive na
seleção brasileira. Casagrande foi assaltado ao sair de uma pizzaria, junto com
seu filho e um amigo. A filha do vice-governador Afif
Domingos também foi assaltada em São Paulo.
Não estou falando sobre
assaltos na Bahia, no Espírito Santo e outros lugares. São Paulo é a maior
cidade do Hemisfério Sul, e que possui o maior know-how em matéria de
tecnologia e educação.
Em uma cidade como essa, a
filha do ex-governador mais poderoso, Domingos Afif,
é assaltada junto com o filho, que ela estava levando para a escola no Morumbi,
a 1.000 metros do Palácio do Governo. A casa do sobrinho do governador foi
assaltada. Eles entram, roubam e fica por isso mesmo. Amanhã teremos outros
casos.
Temos uma batalha civil
ocorrendo, que talvez se estenda pelo dia de hoje. Oro a Deus para que ela não
aconteça mais, para que a reivindicação seja atendida e para que possamos
ajudar nossos estudantes. Uma batalha como essa que aconteceu neste fim de
semana é lamentável. Quando há agressão, todos perdem, seja de um lado ou do
outro.
Há policiais militares
feridos, quebraram o braço de um deles. Outro foi ferido na região encefálica.
Há estudantes que foram alvejados por balas de borracha. Haviam também pessoas
infiltradas, que não tinham nada a ver com os estudantes, que também foram
vítimas.
É assim que ocorre em uma
guerra, todos perdem.
Por quê? Não é possível
conversarmos? Não é possível efetuar uma segurança preventiva? É aí onde erram
os governantes. Acho que eles devem fazer uma segurança preventiva.
Como praticam o vandalismo?
Colocam parafusos, pregos e metais em uma meia e atiram contra as vidraças dos
comerciantes. Qual é a culpa do comerciante? O que ele tem a ver com essa
manifestação? Quebra de vidros das lojas e depredação dos bens públicos é
vandalismo. Isso não pode acontecer. A reivindicação é justa e deve ser feita,
e espero que isso se resolva o mais rápido possível.
O que não pode ocorrer é a
agressão dos membros da polícia sem resposta. Nesse País são assassinados
policiais militares e delegados de polícia e nada acontece. Sabem o que
acontece se você assassinar um policial nos Estados Unidos? Vai para a cadeira
elétrica. Aqui não, os marginais já não possuem respeito pela polícia, matam um
policial militar hoje, um sargento amanhã, um delegado, um investigador. Basta
abrir os jornais para verificar que o que estou dizendo é exatamente o que
acontece.
Todos estão perdendo, e nós
também, pois estamos no meio do fogo cruzado. Não é possível aceitar isso. A
polícia precisa examinar a população antes das manifestações e confiscar essas
meias com parafusos e metais que eles certamente irão utilizar para quebrar as
vidraças.
Tirem as armas das pessoas
infiltradas na manifestação. É como eu sempre falo: desarmem. Tirem as armas
dos marginais, tirem as armas dos adolescentes, que possuem até metralhadoras.
Por que não fazem isso? Eles utilizam estas armas para assaltar, para matar.
Eles colocam parafusos e metais dentro de meias para arrebentar as vidraças das
lojas da Av. Paulista e de todo o comércio da cidade.
Basta fazer prevenção. É
preciso examinar essas pessoas. Esse é o erro da polícia: antes de utilizar
suas armas e atirar balas de borracha, ela deveria fazer blitz, retirando dos
manifestantes tudo aquilo que pudesse ser utilizado para praticar o vandalismo.
Deixo essa sugestão, mas,
infelizmente, ninguém ouve. As autoridades continuam cometendo os mesmos erros.
Querem tirar as armas dos cidadãos de bem, mas estes não utilizam armas, quem
as utiliza são as polícias e os marginais.
Muito obrigado.
O SR. JOOJI HATO - PMDB - Sr.
Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito
o levantamento da presente sessão.
O SR.
PRESIDENTE - OSVALDO VERGINIO - PSD - Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta
Presidência vai levantar a sessão.
Antes,
porém, cumprindo determinação constitucional, esta Presidência adita a Ordem do
Dia com os seguintes projetos de lei vetados: PL nº 241 de 2010 e PL nº 397 de
2012. Adita ainda com o PL nº 249 de 2013, que tramita
em regime de urgência.
Antes de
dar por levantados os trabalhos, esta Presidência convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de
amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma de
quinta-feira, com os aditamentos anunciados. Lembra-os ainda da Sessão Solene a
realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de comemorar os 105 anos da
imigração japonesa no Brasil.
Está
levantada a sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 15 horas e 12 minutos.
* * *