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17 DE JUNHO DE 2013

087ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e OSVALDO VERGINIO

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Comunica que acompanhou o protesto contra o aumento das tarifas do transporte público, em 13/06. Exibe vídeo sobre o assunto. Afirma que todo policial é, antes de tudo, um cidadão, e que é punido quando luta por seus direitos. Defende a legitimidade das manifestações. Pede que os protestos sejam pacíficos, com a colaboração dos participantes.

 

003 - Presidente JOOJI HATO

Parabeniza as cidades de Piquete, Bariri, Piracaia, Salto e São Manuel, pelo seu aniversário. Convoca os Srs. Deputados para sessões solenes, a serem realizadas: dia 30 de agosto, às 10 horas, para "Homenagear os 83 anos do Clube Atlético Aramaçan, localizado no município de Santo André", por solicitação do deputado Alex Manente; e dia 30 de agosto, às 20 horas, para "Comemorar o Dia da Ordem da Estrela do Oriente", por solicitação do deputado Fernando Capez.

 

004 - OSVALDO VERGINIO

Parabeniza a cidade de Jandira por sua festa junina. Relata que esteve presente em conferência em Carapicuíba. Afirma que o povo brasileiro está cobrando direitos garantidos pela Constituição. Acrescenta que o dinheiro público não é bem gasto. Pede que a Polícia não reprima os protestos, mas que também haja respeito pelos policiais. Enfatiza a necessidade de diálogo entre as partes.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Cita as mobilizações contra o aumento das tarifas do transporte público. Acusa o governo estadual de reprimir o movimento. Afirma que o transporte público se transformou em um negócio para empresas, inclusive estatais. Considera falido o modelo político do País. Acrescenta que é contra qualquer forma de vandalismo e violência. Considera intolerável a criminalização de um movimento social. Argumenta que a opinião pública está a favor dos manifestantes. Pede que a sociedade pressione o Governo a investir em transporte público de qualidade. Menciona manifestações ocorridas durante jogos da Copa das Confederações.

 

006 - OSVALDO VERGINIO

Assume a Presidência.

 

007 - JOOJI HATO

Lamenta os altos índices de violência no Brasil. Cita vários crimes recentes. Pede que a reivindicação pela diminuição das tarifas do transporte público seja atendida. Afirma que todos perdem quando há incidentes de violência. Diz que a manifestação é legítima, mas critica casos de depredação e agressão a policiais. Pede por segurança preventiva.

 

008 - JOOJI HATO

Requer o levantamento da sessão, com assentimento das lideranças.

 

009 - Presidente OSVALDO VERGINIO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 18/06, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a realização da sessão solene, hoje, às 19 horas, para "Comemorar os 105 anos da Imigração Japonesa". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho da Construção. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Cláudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Olímpio Gomes.

Esta Presidência gostaria de trazer os votos de parabéns ao município de Piquete, que no sábado comemorou seu aniversário. Desejamos a todos os cidadãos que tenham muito desenvolvimento, muita saúde, muita paz e que continuem ajudando este País.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, na última quinta-feira acompanhei do princípio, desde às 17 horas até o encerramento, a mobilização no Movimento Catraca Livre e a intervenção da força policial.

Ao sair daqui, vou ao Largo da Batata para, mais uma vez, acompanhar - como parlamentar, dentro da minha obrigação, e também como membro da Comissão de Segurança Pública - a disponibilização de meios de segurança pública para garantir constitucionalmente a manifestação pacífica. Que intervenções sejam feitas, no limite da lei, quando houver - repito, quando houver - agressões às pessoas ou destruição de patrimônio público ou privado.

Gostaria de mostrar um vídeo que define o sentimento da maioria da população e também dos policiais - que são cidadãos, antes de tudo - a respeito do que está acontecendo em nosso País.

 

* * *

 

- É feita a exibição de vídeo.

 

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Faço questão de deixar claro que todo policial, antes de tudo, é um cidadão que não é pleno de direitos, porque, quando manifesta sua cidadania, acaba sendo severamente punido. Espero que haja responsabilidade e sensibilidade pública de todos os governantes de todos os poderes, para que se chegue a uma boa solução para a situação que nosso País está vivendo.

As manifestações são mais do que legítimas constitucionalmente. O transporte público é uma vergonha no nosso País, no nosso Estado e na cidade de São Paulo, independentemente de partido político ou governante. O serviço deixa muito a desejar, o preço é extorsivo, e as pessoas estão se mobilizando. Mas é evidente que o direito individual e coletivo não pode extrapolar os próprios limites da lei.

Espero que todo cidadão de bem que decida se deslocar para qualquer mobilização não apenas grite “violência não”, mas também aja de forma não violenta. Como pai, como marido, como cidadão e como filho, torço para que haja sensibilidade das pessoas. Vou acompanhar a manifestação, como fiz na quinta-feira, e sem a menor dúvida vou reproduzir a realidade do que se passar no local e ao seu redor.

Espero que aqueles que estiverem no meio da massa para a prática de violência ou atos de vandalismo possam ser identificados pelo próprio cidadão. Usem seus telefones celulares, câmeras, iPads, e identifiquem aqueles que estiverem praticando violência desmedida ou atentando contra as pessoas ou contra patrimônio público ou privado. Torço para que amanhã possamos comentar uma manifestação totalmente pacífica, sem feridos, sem exorbitância no uso da força, e que os verdadeiros responsáveis ou irresponsáveis possam ser identificados pela própria sociedade.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência parabeniza as cidades de Bariri, Piracaia e Salto, que fizeram aniversário no último domingo, e também a cidade de São Manuel, que comemora seu aniversário hoje. Em nome de todos os deputados, esta Presidência deseja a todos os seus cidadãos muita saúde, muito desenvolvimento e muita prosperidade.

Esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Alex Manente, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra “r”, da XIV Consolidação do Regimento Interno, para uma sessão solene a realizar-se no dia 30 de agosto de 2013, às 10 horas, com a finalidade de homenagear os 83 anos do Clube Atlético Aramaçan, localizado no município de Santo André.

Nos mesmos termos, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre deputado Fernando Capez, convoca V. Exas. para uma sessão solene a realizar-se no dia 30 de agosto de 2013, às 20h, com a finalidade de comemorar o Dia da Ordem da Estrela do Oriente.

Tem a palavra o nobre deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Osvaldo Verginio.

 

O SR. OSVALDO VERGINIO - PSD - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, telespectador da TV Assembleia, agradeço pela semana que se inicia e pelo fim de semana profícuo. Em primeiro lugar, gostaria de cumprimentar - em nome de seu prefeito, o Sr. - a cidade de Jandira, que está realizando sua 33ª festa junina, da qual tive a honra de participar na data de ontem. Não pude deixar de notar a organização daquela festa, que ocorreu sem brigas ou qualquer tipo de problema. Acredito que as pessoas foram com suas famílias realmente para se divertir. Isso porque a festa é segura. Assim cumprimento uma vez mais o prefeito , bem como os vereadores e toda a população de Jandira.

Nesse fim de semana, participamos da 5ª Conferência Municipal das Cidades, em Carapicuíba, onde pudemos opinar sobre o crescimento e desenvolvimento dessa cidade. Tendo em vista o crescimento desordenado ocorrido no passado, procuramos uma maneira de organizar a cidade e, assim, acabar um pouco com as favelas, as quais são numerosas naquela região, que é divisa de Osasco, Cotia, Jandira e Itapevi.

O vídeo exibido pelo nobre deputado Olímpio Gomes é muito emotivo e real. Estamos vivendo um momento muito difícil no País. O povo está realmente acordando e percebendo que pagar oito reais em um quilo de feijão ou seis reais em um quilo de tomate é absurdo. O povo está enxergando que a Constituição Federal é, na realidade, apenas um livro, uma vez que não estão cumprindo o que a mesma estabelece. Afinal, todo cidadão brasileiro tem direito à saúde, educação e moradia. Em resumo, possuem o direito de ir e vir e à vida.

Mas não estamos tendo isso, porque o dinheiro público está sendo mal investido. O dinheiro deve ser bem investido, a saber, em educação e saúde, por exemplo. Para se ter um serviço de saúde bom, tem-se que pagar paralelamente. Não há o direito determinado na Constituição. Para colocar o filho em uma boa escola, deve-se pagar por ela, tendo em vista que não há escolas de qualidade na rede municipal e estadual. Tudo tem de ser pago em paralelo.

Para se ter uma idéia, é um absurdo o banco cobrar o limite de 12% para a pessoa que estoura sua conta. Em conversa com uma colega, ela me disse: “nós não temos condição de pagar nossas contas, meu limite estourou, e a conta que era de dois mil reais ultrapassou os três mil e cem.” São mais de 700 reais em juros.

O povo está acordando, podem ter certeza. Temos de protestar e reivindicar, contudo há que se ter cuidado para não atingir os direitos dos outros. Estamos enxergando um oportunismo na questão de polícia e de segurança. Ou deixamos todo mundo ir às ruas protestar e mantemos a Polícia no batalhão ou vamos colocar a Polícia nas ruas. É uma complicação enorme. Eu não vi a Guarda Municipal de São Paulo acompanhar a Polícia Militar nesses embates.

A segurança deve ser por inteira. Não pode bater nas pessoas, atingindo-as com bombas de efeito moral ou gás lacrimogêneo. Senão, elas ficam revoltadas. Se o policial atingiu o olho de uma pessoa com gás, haverá, certamente, uma reação. Policial é ser humano. Além de policiais, são maridos, esposas, pais, e avós, aos quais devemos respeito. Se não existisse polícia, nosso País seria, com toda a certeza, badernado. A Polícia - Civil, Militar, Federal e a Guarda Municipal - existe para impor a ordem pública. Devemos respeitar o policial da mesma forma que respeitamos os médicos, enfermeiros, a guarda municipal e os “marronzinhos”, pois cada um possui os seus deveres e direitos.

Essa questão é muito crítica. É preciso haver união e diálogo para saber o que está errado e o que está certo hoje no País, ou seja, o que está ocasionando essa insatisfação nos jovens. Será que é somente o preço da passagem do ônibus? Claro que não. Há outras dificuldades. O nosso País enfrenta grandes problemas.

Sabemos que hoje existem pessoas nas filas dos hospitais morrendo, pessoas aguardando seis meses para fazer um exame médico. Vocês acham que alguém suporta isso? O que V. Exa. acha, meu caro médico, deputado Jooji Hato?

Não sei se a corda é curta ou se o poço é fundo, mas há algo errado. Dinheiro o País e o Estado têm, e o povo não possui seus direitos respeitados, como constam na Constituição: direito à vida, à saúde, a ir e vir, à educação.

Todos nós pagamos nossos impostos, pedágios, multas; sempre estamos pagando por alguma coisa. Paga-se para nascer, para viver e para morrer. É uma grande tristeza. Precisamos realmente enxergar onde está o erro, como o dinheiro público está sendo gasto, porque há algo errado e o povo está acordando. O povo não é mais bobo. Eles estão sempre pagando impostos e não recebem nada.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, também irei comentar os últimos acontecimentos, as grandes mobilizações a que estamos assistindo, não só em São Paulo, mas em várias capitais, como Rio de Janeiro, Maceió, Porto Alegre e Goiânia.

Está havendo uma grande manifestação nacional contra o aumento das tarifas do transporte público. O movimento está muito forte na cidade de São Paulo, onde assistimos, na quinta-feira passada, a um verdadeiro massacre do movimento social patrocinado pelo aparato de repressão do governo estadual, que instrumentalizou a tropa de choque contra estudantes e pessoas que estavam denunciando o que vem acontecendo em nossa cidade.

São Paulo possui um transporte caótico, desumano. Não existe mais mobilidade nesta cidade. Os passageiros dos ônibus, do metrô e dos trens da CPTM são tratados de forma extremamente desumana, como gado. Há uma média de 200 quilômetros de congestionamento por dia. Um trabalhador leva três horas para chegar a seu trabalho e mais três para retornar a sua casa.

Esses problemas ocorrem porque o transporte no Brasil, principalmente na cidade de São Paulo, virou mercadoria, fonte de lucro para um pequeno grupo de empresários, inclusive para empresas estatais, como a CPTM e o metrô. Isso rompe com o que determina a nossa Constituição, que diz que o transporte público é um direito do cidadão e um dever do Estado.

O nosso modelo de transporte não funciona mais. Não houve investimento para que tivéssemos um transporte público de massa de qualidade, o transporte através de trilhos - metrôs e trens. Estamos vivendo um grande colapso na cidade de São Paulo, na Grande São Paulo e em várias capitais do nosso País.

Os movimentos que ousam se levantar contra essa situação são duramente reprimidos pelo aparato repressivo do Estado. Queremos deixar muito claro, em primeiro lugar, que somos contra qualquer tipo de vandalismo e violência. Se houve e se há algum excesso em todas as manifestações, isso significa algo muito pontual, de alguns indivíduos que pegam carona nesse grande movimento de cidadania. Trata-se apenas de uma pequena franja desse movimento, a qual acaba se excedendo.

Mas nada justifica a repressão, a criminalização a que assistimos pelos meios de comunicação de massa. Até os jornalistas foram duramente reprimidos e presos na movimentação. Só a “Folha de S. Paulo” teve sete profissionais violentados pelo aparato repressivo do Estado, sem falar de outras empresas de comunicação. Isso é um absurdo.

Não podemos tolerar que o movimento social brasileiro seja tratado como caso de polícia.

Aqui em São Paulo, a situação é mais grave, porque nosso governo é de direita; o governo Alckmin é reacionário. Isso já foi demonstrado em casos como a desocupação do Pinheirinho, a repressão aos alunos da Universidade de São Paulo, a movimentação efetuada na Cracolândia e as desocupações violentas que são feitas contra a moradia popular em várias regiões do nosso Estado.

Esta tem sido a trajetória e prática do PSDB no Estado: utilizar a tropa de choque e o aparato repressivo contra os trabalhadores. Não foi diferente na última quinta-feira. Mas o tiro saiu pela culatra, porque a opinião pública se voltou contra esse tipo de comportamento do governador Geraldo Alckmin, que foi obrigado a recuar e abrir uma porta de diálogo. Do mesmo modo, o prefeito Fernando Haddad, que estava criticando o movimento, teve de recuar, porque o movimento cresce.

Se há vandalismo, somos contra. E também não queremos a cidade parada. Mas não é o movimento social que paralisa a cidade. Devemos ter um olhar crítico em relação a essas afirmações que são disseminadas pela mídia conservadora, afirmações que interessam às elites e aos governos. Na verdade, a cidade já está parada há um bom tempo: 200 quilômetros de congestionamento por dia. É um transporte caótico. Hoje, os ônibus andam no máximo a 13 km/h, nos próprios corredores de ônibus. A cidade já está parada neste verdadeiro inferno que é o trânsito, que é o metrô, que são os trens da CPTM. Devemos denunciar isso, e a população tem de pressionar os governos a investir no transporte público de qualidade e, sobretudo, no transporte sobre trilhos. É isso que estamos defendendo.

E a violência já tomou conta da cidade. Não entendo por que o governador Geraldo Alckmin utiliza tanta violência e agressividade, através da tropa de choque, contra as manifestações populares, não só essa do Passe Livre, mas outras também; e não utiliza o mesmo rigor contra o crime organizado, contra a criminalidade que já tomou conta da cidade. São assaltos, arrastões em restaurantes e condomínios, mortes, investidas do crime organizado, do PCC e do narcotráfico contra a população. E o governo não toma medidas. Até negocia com o crime organizado, mas não com o movimento social, que é extremamente organizado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Osvaldo Verginio.

 

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Temos a certeza de que alguma coisa se quebrou. Esse modelo de organização de nossa sociedade está entrando em colapso, ou mesmo já entrou em colapso. Há um esgotamento dos modelos político e econômico. Novas forças sociais começam a aparecer, com outras propostas, que colocam em cheque as instituições ditas democráticas. Os partidos políticos estão em cheque, bem como as organizações da velha política, por conta dessa grande movimentação que está surgindo e não aceita mais tanto investimento em estádios e nenhum investimento em escolas públicas, hospitais públicos, transporte de qualidade e Segurança. Acompanhamos também as manifestações que ocorreram durante a abertura da Copa das Confederações. Algo muito importante está acontecendo na sociedade brasileira. Alguma coisa se quebrou, já se esgotou. É importante prestar atenção.

Não vamos tolerar nenhum tipo de criminalização das pessoas que estão lutando para mudar esse estado das coisas, e muito menos tolerar que governantes utilizem argumentos como o de que a cidade está parada com as manifestações. A cidade já está parada há um bom tempo. Todos esses movimentos tentam denunciar isso e resolver essa situação.

Na quinta-feira, estive lá e acompanhei toda a movimentação. Participei, apoiando esse movimento democrático, e não nenhum tipo de vandalismo e violência. Apoiamos a luta contra a especulação imobiliária, e pela mobilidade e redução das tarifas nos transportes públicos.

Gostaria de voltar a discutir com mais profundidade essa questão, mas há uma frase, utilizada pelos manifestantes e estudantes, a qual achei muito interessante: “Desculpe o transtorno, estamos mudando o País.” Isso me chamou muito a atenção. Esse é o espírito desse movimento que começa a tomar conta das ruas, não só de São Paulo, mas de todo o Brasil.

Temos que fazer uma mudança, porque é possível construir outro tipo de sociedade, com outros valores, outra ética, outra moral que não seja essa ética do lucro, que só beneficia os grandes empresários. Sobretudo, no caso do Brasil, é intolerável que 40% do PIB nacional sejam destinados ao pagamento da rolagem da dívida pública. Por isso estamos nessa grande crise social.

Vamos participar hoje de mais uma mobilização em São Paulo, pela cidadania, contra o aumento das tarifas, e, sobretudo, por um novo modelo de organização social, que garanta, de fato, a cidadania, a Educação pública, a Saúde e, nesse caso específico, transporte público de qualidade para toda a população.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - OSVALDO VERGINIO - PSD - Dando sequência ao Pequeno Expediente, tem a palavra o nobre deputado José Bittencourt. (Pausa.)

Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Cláudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho da Construção. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Osvaldo Verginio, Srs. Deputados, telespectadores, quanta violência, meu Deus do Céu! Quanta violência no nosso País! Acredito e sempre falo que é um País abençoado por Deus, pois não tem vulcões, terremotos ou desertos. Com certeza absoluta, é um País em que Deus escolheu morar. E há tanta violência! Um agride o outro, numa guerra interminável. Parece que, das pessoas que moram nesta cidade, neste Estado, neste País, muitas não têm Deus no coração e agridem, assaltam, roubam, estupram.

Tivemos dois homens encapuzados, em uma moto - é sempre uma moto com garupa -, que abordaram um grupo de cinco homens que estava na Rua Manuel Barbalho de Lima, no Itaim Paulista, zona leste da Capital. Quatro deles foram executados, e um desempregado de 31 anos ficou ferido e foi para o hospital. A chacina ocorreu por volta das quatro horas e 40 minutos de ontem.

Houve um caso com um de nossos maiores ídolos do futebol, centroavante que fazia gols, inclusive na seleção brasileira. Casagrande foi assaltado ao sair de uma pizzaria, junto com seu filho e um amigo. A filha do vice-governador Afif Domingos também foi assaltada em São Paulo.

Não estou falando sobre assaltos na Bahia, no Espírito Santo e outros lugares. São Paulo é a maior cidade do Hemisfério Sul, e que possui o maior know-how em matéria de tecnologia e educação.

Em uma cidade como essa, a filha do ex-governador mais poderoso, Domingos Afif, é assaltada junto com o filho, que ela estava levando para a escola no Morumbi, a 1.000 metros do Palácio do Governo. A casa do sobrinho do governador foi assaltada. Eles entram, roubam e fica por isso mesmo. Amanhã teremos outros casos.

Temos uma batalha civil ocorrendo, que talvez se estenda pelo dia de hoje. Oro a Deus para que ela não aconteça mais, para que a reivindicação seja atendida e para que possamos ajudar nossos estudantes. Uma batalha como essa que aconteceu neste fim de semana é lamentável. Quando há agressão, todos perdem, seja de um lado ou do outro.

Há policiais militares feridos, quebraram o braço de um deles. Outro foi ferido na região encefálica. Há estudantes que foram alvejados por balas de borracha. Haviam também pessoas infiltradas, que não tinham nada a ver com os estudantes, que também foram vítimas.

É assim que ocorre em uma guerra, todos perdem.

Por quê? Não é possível conversarmos? Não é possível efetuar uma segurança preventiva? É aí onde erram os governantes. Acho que eles devem fazer uma segurança preventiva.

Como praticam o vandalismo? Colocam parafusos, pregos e metais em uma meia e atiram contra as vidraças dos comerciantes. Qual é a culpa do comerciante? O que ele tem a ver com essa manifestação? Quebra de vidros das lojas e depredação dos bens públicos é vandalismo. Isso não pode acontecer. A reivindicação é justa e deve ser feita, e espero que isso se resolva o mais rápido possível.

O que não pode ocorrer é a agressão dos membros da polícia sem resposta. Nesse País são assassinados policiais militares e delegados de polícia e nada acontece. Sabem o que acontece se você assassinar um policial nos Estados Unidos? Vai para a cadeira elétrica. Aqui não, os marginais já não possuem respeito pela polícia, matam um policial militar hoje, um sargento amanhã, um delegado, um investigador. Basta abrir os jornais para verificar que o que estou dizendo é exatamente o que acontece.

Todos estão perdendo, e nós também, pois estamos no meio do fogo cruzado. Não é possível aceitar isso. A polícia precisa examinar a população antes das manifestações e confiscar essas meias com parafusos e metais que eles certamente irão utilizar para quebrar as vidraças.

Tirem as armas das pessoas infiltradas na manifestação. É como eu sempre falo: desarmem. Tirem as armas dos marginais, tirem as armas dos adolescentes, que possuem até metralhadoras. Por que não fazem isso? Eles utilizam estas armas para assaltar, para matar. Eles colocam parafusos e metais dentro de meias para arrebentar as vidraças das lojas da Av. Paulista e de todo o comércio da cidade.

Basta fazer prevenção. É preciso examinar essas pessoas. Esse é o erro da polícia: antes de utilizar suas armas e atirar balas de borracha, ela deveria fazer blitz, retirando dos manifestantes tudo aquilo que pudesse ser utilizado para praticar o vandalismo.

Deixo essa sugestão, mas, infelizmente, ninguém ouve. As autoridades continuam cometendo os mesmos erros. Querem tirar as armas dos cidadãos de bem, mas estes não utilizam armas, quem as utiliza são as polícias e os marginais.

Muito obrigado.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - OSVALDO VERGINIO - PSD - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão.

Antes, porém, cumprindo determinação constitucional, esta Presidência adita a Ordem do Dia com os seguintes projetos de lei vetados: PL nº 241 de 2010 e PL nº 397 de 2012. Adita ainda com o PL nº 249 de 2013, que tramita em regime de urgência.

Antes de dar por levantados os trabalhos, esta Presidência convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma de quinta-feira, com os aditamentos anunciados. Lembra-os ainda da Sessão Solene a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de comemorar os 105 anos da imigração japonesa no Brasil.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 12 minutos.

 

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