12 DE JUNHO DE 2024

29ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

        

Presidência: ANDRÉ DO PRADO

        

RESUMO

        

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão às 16h30min. Coloca em votação e declara aprovado o PLC 31/24, salvo emendas. Coloca em votação e declara rejeitadas as emendas, englobadamente.

        

2 - PAULO FIORILO

Declara voto favorável às emendas da Federação PT/PCdoB/PV.

        

3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Registra a manifestação. Coloca em votação e declara aprovado requerimento de método de votação ao PLC 19/24. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o PLC 19/24, salvo mensagem aditiva e emendas. Coloca em votação e declara aprovada a mensagem aditiva 34/24, ao PLC 19/24.

        

4 - PAULO FIORILO

Declara voto favorável às emendas da Federação PT/PCdoB/PV.

        

5 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Coloca em votação e declara rejeitadas as emendas, englobadamente. Registra a manifestação do deputado Paulo Fiorilo. Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão. Coloca em discussão o PL 1477/23.

        

6 - GIL DINIZ

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

        

7 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Responde à questão de ordem do deputado Gil Diniz.

        

8 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

9 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Cumprimenta o vereador Lucas Amaral, de Sete Barras, presente no plenário.

        

10 - DONATO

Discute o PL 1477/23 (aparteado pelo deputado Gil Diniz).

        

11 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Discute o PL 1477/23.

        

12 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Encerra a discussão do PL 1477/23.

        

13 - CARLOS GIANNAZI

Declara voto favorável às emendas da Federação PSOL REDE ao PLC 19/24 e ao PLC 31/24.

        

14 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Registra a manifestação. Coloca em votação e declara aprovada a consulta às lideranças, para que seja dado conhecimento da íntegra e votada a emenda aglutinativa substitutiva ao PL 1477/23, sendo dispensada sua leitura.

        

15 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Declara voto contrário à emenda aglutinativa substitutiva ao PL 1477/23 e voto favorável ao PL 1477/23.

        

16 - MAJOR MECCA

Declara voto contrário à emenda aglutinativa substitutiva ao PL 1477/23 e voto favorável ao PL 1477/23.

        

17 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Coloca em votação e declara aprovado requerimento de método de votação ao PL 1477/23. Coloca em votação e declara aprovada a emenda aglutinativa substitutiva ao PL 1477/23, restando prejudicados o substitutivo, o projeto e as emendas. Registra as manifestações dos deputados Agente Federal Danilo Balas e Major Mecca. Encerra a sessão às 17h07min.

        

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- Abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Item 1 - Votação adiada do Projeto de lei Complementar nº 31, de 2024, de autoria do Sr. Governador. Em votação o projeto, salvo emendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Em votação as emendas englobadamente. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Registro voto favorável às emendas da Federação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Está registrado o voto favorável à emenda da Federação PT/PCdoB/PV.

Item 2 - Votação do Projeto de lei Complementar nº 19, de 2024, de autoria do Sr. Governador, com requerimento de método de votação em fase adiada. Em votação o requerimento de método. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis ao requerimento queiram continuar como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento de método de votação.

Em votação o projeto, salvo emendas, aditivos e emendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram continuar como se encontram. (Pausa.) Aprovado.  

Em votação a Mensagem Aditiva 34/24. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovada.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Registro voto favorável às emendas da Federação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está registrado o pedido de Vossa Excelência. Em votação as emendas englobadamente. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas. Antes...

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - O senhor registrou os votos favoráveis às emendas da Federação?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sim, registrei.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Antes de passar ao Item 3, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término da primeira sessão extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 30ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 13/06/2024.

 

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Item 3 - Discussão e votação do Projeto de lei nº 1477, de 2023, de autoria do Sr. Governador. Em discussão. Para discutir contra, com a palavra o deputado Donato. Para falar... Retificando. Para falar contra, deputado Gil Diniz. Depois, deputado Donato.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Gil Diniz. 

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Presidente, nesse tempo de discussão, presidente, eu vou passar o meu tempo... Mas eu não posso... Questão de ordem, presidente. Eu não posso passar o tempo de discussão ao nobre deputado Danilo Balas?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Vossa Excelência pode, porém ele tem que se inscrever para discutir contrário. Aí, a gente pode passar. Ele já falou a favor. Então, V. Exa. não poderia estar falando a favor e passar o tempo a ele.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Então, mas o tempo é meu. Eu não posso nem dividir, eu não posso...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Se se inscrever para discutir ao contrário, a gente pode passar o tempo.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Mas a inscrição foi feita. Ela foi feita.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sim.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - É uma questão de ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dá tempo ainda de se inscrever. A gente passa a palavra para o deputado Donato, que vai discutir a favor...

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Tudo bem, presidente. Ok. A minha dúvida: eu posso subir à tribuna, começar o meu discurso e ser aparteado pelo deputado...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sim, com certeza. Aparteado, sim. Aparteado, não passar o tempo. O senhor já falou a favor, deputado Danilo Balas. Se ele passar a palavra para falar a favor, são duas vezes. Então, agora, não pode. Se ele se inscrever para discutir contrário, ele pode passar a palavra.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Vamos fazer o seguinte, Sr. Presidente: para não ter confusão, eu retiro a minha inscrição contrária e me inscrevo novamente na discussão favorável, pode ser dessa maneira?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Isso, exatamente, aí sim estaremos cumprindo o regimento, porém, agora, nós temos a discussão, e está na lista de inscrição primeiramente para discutir a favor, o deputado Donato.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente, uma breve comunicação enquanto o orador se dirige à tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Vossa Excelência tem dois minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, só para agradecer a presença do meu amigo e vereador de Sete Barras, o Lucas Amaral. Sete Barras fica no Vale do Ribeira, uma região extremamente carente aqui do nosso Estado, mas que tem o olhar do nosso governador Tarcísio Gomes de Freitas, tem o olhar desta Assembleia Legislativa.

O Lucas é uma liderança cristã ali no Vale, é uma liderança em Sete Barras, é um amigo que me ajudou muito em 2018 e em 2022 a estar aqui, e eu não tenho dúvida nenhuma de que o futuro dele na política é promissor.

Então, muito nos honra a presença do Lucas Amaral, de Sete Barras. Ele é um amigo leal, que tem uma família maravilhosa, Sr. Presidente. Conheço os pais dele, seu Marquinhos, dona Dita, que acabou de se aposentar do cargo de professora, semanas atrás, imagine só, uma vida dedicada ao magistério. É uma honra receber esse amigo que é o vereador de Sete Barras Lucas Amaral.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado, deputado Gil, seja bem-vindo, Lucas, a esta Casa, sempre. Com a palavra, deputado Donato.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente, Srs. Deputados, Sras. deputadas, todos que nos acompanham pela Rede Alesp. Ontem eu acompanhei esse debate com atenção e resolvi me inscrever porque eu acho que eles respeitam como a Casa elabora o seu processo legislativo.

Até onde eu entendi, o deputado Rafael Saraiva, atuando no tema, tinha um projeto sobre a área da proteção animal, o deputado Danilo Balas também tem interesse na área, o governador mandou um projeto, e se trata agora de discutir a questão de uma emenda aglutinativa para melhorar o projeto na visão de uns, para piorar na visão de outros.

De qualquer forma, é o processo legislativo em andamento, e isso é saudável. Eu não acho ruim, não, acho que é bom que esse parlamento possa interferir nos projetos que vêm do Executivo.

Eu resolvi fazer um paralelo com a discussão anterior, que é a do IPVA para carros híbridos, elétricos, enfim, que surgiu a partir de um debate sobre um projeto meu que foi vetado, que foi vetado sob o argumento de que não se deve ter carro elétrico, beneficiar carro elétrico.

Ontem, o deputado Gil Diniz... Que bom que ele esteja aqui, eu queria discutir com ele, porque ele não me deu a oportunidade de fazer um aparte e de dar algumas informações a ele. Eu dou para o senhor, não tem problema nenhum, eu gosto do debate.

Ontem o deputado, inclusive, tentou carimbar a bancada do PT, da oposição, como bancada da China. Isso é tentar transformar o debate em um debate mais raso. Já pensou se eu falo que o senhor já recebeu o prêmio de funcionário do mês? Eu não vou fazer isso com o senhor, não vou fazer isso, eu não quero ir para um debate mais raso, até porque...

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Você permite um aparte rápido, de cinco segundos?

 

O SR. DONATO - PT - Claro, eu permito.

 

 O SR. GIL DINIZ - PL - Se houver esse prêmio eu gostaria de ganhar, deputado Donato.

 

O SR. DONATO - PT - Eu vou indicar o senhor para a direção da Toyota, porque o senhor está se esforçando. Mas eu queria dar algumas informações para o deputado: o senhor, por exemplo, falou que o governador Zema deu incentivo só para quem tem fábrica no estado, e que a gente devia ter a coragem de fazer isso - o senhor falou isso, certo?

O Lucas Bove, mas acho que o senhor tem uma opinião parecida, os senhores ignoram que Iracemápolis, que fica no estado de São Paulo, tem uma fábrica da GWM, que é uma chinesa que está montando elétricos e híbridos.

Então, o debate não é se é no estado de São Paulo ou não, porque a Toyota é em Sorocaba e a GWM é Iracemápolis. A Toyota vai ter benefício porque faz o híbrido de etanol flex, e a GWM não vai ter o benefício. Então a lógica não é o estado. Qual é a lógica? A lógica ambiental também não é, porque, se o carro elétrico é o que polui menos, onde está a lógica?

Eu queria entender isso, porque aí a gente faz um debate melhor, mais qualificado. O deputado Gil Diniz misturou o debate com outras afirmações dele, de debates que são mais profundos e que ele transformou em questões rasas mais uma vez. Veio com a história do imposto da blusinha, dos 20 por cento. É um debate que a gente tem que fazer de maneira mais qualificada, porque não é um debate simples. O senhor sabe da origem desse debate.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - O senhor permite um rápido aparte, mais um?

 

O SR. DONATO - PT - Rápido eu permito.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Sobre a questão dos elétricos, eu sugeri ontem da tribuna que nós façamos uma aglutinativa e coloquemos que a produção de veículos elétricos no estado de São Paulo tenha também essa isenção de IPVA.

Se V. Exa. for favorável, pode conseguir aí da tribuna e convencer a sua bancada também a aceitar que nós façamos aqui essa aglutinativa. Então, já que é para colocar o elétrico, então os elétricos produzidos no estado de São Paulo terão também essa isenção de IPVA. Acho razoável.

 

O SR. DONATO - PT - Inclusive os híbridos produzidos no estado de São Paulo também, porque tem híbrido que não é produzido no estado de São Paulo. Só para entender. Eu só quero entender a lógica. Se eu entender a lógica, eu sou capaz de concordar.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Deputado Donato, o senhor é um homem da política. Certa vez, o senhor era presidente da Câmara - acredito que era o senhor o presidente -, e o deputado Fiorilo discursava usando uma frase atribuída a Lenin, que dizia que às vezes você dá um passo atrás para dar dois à frente. O ótimo muitas vezes é inimigo do bom.

A gente está tentando aqui. Hoje vocês não têm nada e não conseguirão colocar aqui o que vocês propõem. Então estou tentando chegar a um consenso, a alguma ideia que seja um meio termo para que tenhamos aqui um acordo e seja aprovado o projeto. Então, assim, ou é tudo, ou é nada? Eu estou tentando chegar a um acordo com Vossas Excelências.

 

O SR. DONATO - PT - Não, eu estou a favor de discutir. Muito pelo contrário, o senhor não me conhece. Eu não sou do tudo ou nada não, eu sou da conversa. Agora, o senhor está mandatado pelo governo para fazer isso?

Se o senhor estiver, a gente conversa. É que eu não posso fazer uma conversa com o senhor e depois dizerem: “o governo não deixou”. Só isso que eu não quero, mas, se o senhor estiver mandatado, eu estou à disposição de conversar com Vossa Excelência.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Eu sou um entre 94 aqui, disposto a conversar com o meu líder, conversar com o líder do Governo, fazer essa articulação, deputado Donato.  

 

O SR. DONATO - PT - Vamos conversar então, sem nenhum problema, mas eu queria esclarecer algumas outras questões que o senhor colocou ontem. A questão da blusinha. Ele tenta atribuir ao governo Lula o imposto da blusinha, os 20 por cento.

Ele não conta que teve uma articulação enorme do Sr. Flávio Rocha, da Riachuelo, do Sr. “Véio da Havan”, o Luciano Hang, do varejo brasileiro pedindo uma taxação sobre a Shein, sobre esses importados de até 50 dólares, Shein, Shoppe, que são da China.

Aliás, agora está ao contrário. Agora ele defende que não se taxe a China. Não sei se ele é da bancada da China agora, né? Dependendo da discussão, o senhor é da bancada da China; dependendo da discussão, o senhor não é da bancada da China, porque a Shein e a Shopee são chinesas, não são? E o senhor está contra taxá-las, só que o varejo brasileiro está a favor de taxá-las, o varejo Bolsonarista, que se empenhou na campanha do Bolsonaro.

Aliás, no Congresso Nacional - o senhor acompanhou esse debate, porque o senhor é bem informado -, iam taxar em 60%, e o presidente Lula disse que ia vetar. Aí se fez um acordo no Congresso, que o PL votou a favor.

O PL votou a favor de um acordo de 20 por cento. O acordo foi para não se taxar a 60% e para o presidente Lula não vetar, um acordo feito com o PL, inclusive, e com o Lira, com todo o Centrão, com todo mundo.

O deputado Carlos Cezar está reclamando de mim e não reclamou ontem. Eu só estou respondendo ao debate que ele fez ontem no projeto do carro elétrico. Foi isso, Sr. Carlos Cezar. O senhor já veio debater aqui outro projeto e falou do Dia do Evangelho. Eu tenho boa memória. Boa memória eu tenho, então o senhor não tenha medo do debate. Vamos fazer o debate.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - O senhor me permite mais um aparte?

 

O SR. DONATO - PT - Claro, para o senhor eu sempre vou permitir.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Vossa Excelência afirma que, para o povo brasileiro não ser taxado em 60%, como último acordo, a bancada do PL aceitaria o valor de 20 por cento? Foi isso, de taxação?

 

O SR. DONATO - PT - Do PL e do PT, porque o presidente Lula ia vetar.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Ou seja, eu acabei de falar aqui, deputado Donato, o ótimo, muitas vezes, é inimigo do bom. Para não ser taxado em 60%, já que vocês teriam a maioria ali, foi?

 

O SR. DONATO - PT - Não, não teria. Teria do centrão com a extrema direita. O presidente Lula disse não, eu vou vetar se for 60%, e se fez uma nova negociação.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - E ele vai vetar agora que foi 60 por cento?

 

O SR. DONATO - PT - Não, não é 60%, é 20 por cento. Entenda o que aconteceu lá.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Eu vou fazer os questionamentos, e V.Exa...

 

O SR. DONATO - PT - Só estou dando informações.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - E V.Exa. traz aqui. Então, o presidente Lula não vai vetar, ele vai sancionar...

 

O SR. DONATO - PT - Foi feito um acordo, sim.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Mas o presidente Lula tem o poder de vetar essa taxação.

 

O SR. DONATO - PT - E o Congresso tem o poder de derrubar o verbo.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Mas é responsabilidade... a responsabilidade seria do Congresso, não do presidente Lula.

 

O SR. DONATO - PT - Eu sei, mas o presidente Lula negocia com o Congresso, diferente do governador Tarcísio. Negociou diante da força do Congresso, do Lira com os bolsonaristas que queriam uma taxa de 60%, por uma razão nobre, que é preservar emprego no Brasil. Não é um debate superficial esse.

É ruim taxar quem compra até 50 dólares? É ruim, eu acho. Agora, é ruim eliminar emprego no Brasil? Eu também acho, é o mesmo debate do IPVA, por isso que eu estou fazendo o paralelo.

Só que o senhor estava em campos opostos em cada debate. Em um debate o senhor é a favor... é contra os chineses, e agora o senhor é a favor dos chineses, pelo que o senhor falou ontem. O senhor falou ontem.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Eu sou favorável, deputado Donato, a menos tributação do povo paulista e do povo brasileiro.

 

O SR. DONATO - PT - Eu também. Por isso que o IPVA para o carro elétrico...

 

O SR. GIL DINIZ - PL - A minha lógica é a mesma, contra taxas e contra a majoração de impostos, independente se é China, Alemanha ou algum governo de plantão aqui estadual ou federal.

 

O SR. DONATO - PT - O senhor sabe que eu estou sendo generoso, o senhor está comendo o meu tempo. Deixe-me concluir aqui.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Eu agradeço a Vossa Excelência.

 

O SR. DONATO - PT - Então, quero mostrar que a gente tem que fazer debates um pouco mais complexos aqui. Só a coisa rasa não enfrenta os problemas. O senhor falou do DPVAT. O senhor falou que o DPVAT foi extinto pelo Bolsonaro e foi recriado no governo Lula.

O DPVAT, quem sofre acidente, tendo culpa ou não, recebe o DPVAT. Gente que tinha pago o DPVAT não ia receber o seguro porque não tinha mais DPVAT. E o DPVAT protege quem? Protege o motociclista, o motoboy, aquele que não tem seguro do seu veículo e que não ia receber nada.

Então, vamos fazer um debate um pouco mais substantivo aqui para a gente não ficar nessa coisa rasa. O deputado Gil Diniz tem capacidade de fazer um debate mais profundo.

Então, não seja atraído por essa coisa rasa de rede social, de vir só com jargão, de tentar desqualificar os outros. É gozado chamar de bancada da China. Eu posso chamar o senhor de bancada da Shopee. Mas daí não leva a nada, não leva a nada.

Vamos discutir os problemas realmente. E aqui nesse texto que eu sou a favor, nesse projeto que eu estou discutindo a favor aqui. Eu acho que tem um esforço de processo legislativo, que não é só pegar o projeto do Executivo e carimbar, mas ter algum tipo de elaboração aqui, de ter uma emenda aglutinativa. Acho que isso faz parte, e é isso que a gente deseja no IPVA.

Se o senhor quer ser um interlocutor, o senhor sabe que daqui terá outro para a gente construir um projeto um pouco melhor. Eu também acho que o ótimo é inimigo do bom. Eu sou dessa linha. E eu acho que a gente pode construir um projeto melhor se a gente tiver um pouquinho de sensibilidade para algumas questões.

Então, é nesse sentido que eu estou aqui hoje para apoiar o projeto do Executivo, para debater a emenda aglutinativa que está sendo construída e também para poder argumentar com o deputado Gil Diniz, que ontem fez uma fala que eu acho que não elevou o debate.

E espero que, na próxima vez que ele esteja aqui, a gente possa fazer um debate mais qualificado, sem simplificações, porque a vida é muito mais complexa do que as redes sociais, do que os memes.

Então, é isso, Sr. Presidente.

Era só isso que eu queria falar.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado, deputado Donato.

Dando sequência à lista de oradores inscritos, para discutir a favor deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Fazer a cessão do meu tempo de discussão, presidente, ao deputado Danilo Balas.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Com a palavra o deputado Agente Federal Danilo Balas.

 

 O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados aqui presentes nesta Casa, em 12 de junho de 2024 voltamos a discutir o Projeto de lei 1.477, que está em pauta nesta Casa, projeto de autoria do Sr. Governador Tarcísio de Freitas.

Já adianto, presidente André do Prado, do meu partido, que sou favorável ao projeto de lei na forma original que chegou a esta Casa, deputados, no ano passado, 6 de outubro de 2023.

Vários debates, colocamos ontem a exposição de motivos que veio do Governo de Estado, da amiga e secretária do Meio Ambiente Natália Resende, defendendo o projeto de lei do governador, e passamos a falar sobre emendas ao projeto.

Foram 39 emendas ao PL 1477 do governador, infelizmente nenhuma das emendas foi aceita. Emendas de minha autoria, da deputada Clarice Ganem, do deputado Rafael Saraiva, de outros deputados desta Casa, porém nenhuma emenda foi aceita.

Cito uma das emendas importantes, até para ajudar e colaborar com o governador Tarcísio na melhoria do projeto de lei. A emenda que fala dos abrigos mantidos por órgãos governamentais ou não, destinados ao acolhimento de animais em situação de rua, vítimas de abandono ou maus tratos, igualmente deveriam observar as condições impostas aos proprietários, tutores e criadores no que diz respeito às regras de bem-estar animal, condições de higiene, cuidados com a saúde, alimentação e locais adequados.

Porém, deputado líder do Governo, nosso líder Xerife do Consumidor, infelizmente essa emenda tratando dos abrigos também não foi aceita para que o Projeto de lei 1477 fosse melhorado.

O projeto do governador é bom, é razoável, busca o bem-estar animal. Lembrando o que eu já disse ontem, preserva a ordem constitucional e econômica, incentiva a castração, mas não obriga, e busca a preservação das espécies.

Mas nesta Casa já está por vir uma emenda aglutinativa que não aglutina as emendas propostas por diversos parlamentares, e traz algo que, do meu ponto de vista, é prejudicial a toda uma cadeia, ao próprio governo, a parlamentares, que vão ter que se posicionar perante eleitores, aqueles que se doam para ajudar o Estado, principalmente seis líderes de partidos que assinaram essa emenda aglutinativa. Para vocês que me acompanham, para essa emenda ser apresentada há necessidade de 63 assinaturas, e seis líderes assinaram, somando-se 65 nomes.

Então muitos deputados que estão aqui no plenário hoje acabaram assinando porque o líder assinou. E eu, deputado Major Mecca, mesmo querendo retirar a minha assinatura, infelizmente eu não posso retirar porque o Regimento, deputado Conte Lopes, não autoriza a retirada dessa assinatura à emenda aglutinativa que eu chamo de “emenda Frankenstein”.

Oficiei os líderes para a retirada da assinatura, infelizmente não consegui êxito, falei ontem neste plenário. E preciso trazer a todos que me acompanham dados sobre o setor. Segundo a Abinpet, em 2023, que é a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, animais domésticos.

O mercado pet no Brasil movimentou 68,7 bilhões, no Brasil, 56% no estado de São Paulo. Olhem o que a emenda aglutinativa vai impactar. O segmento de alimentos ou “pet food”: 38,1 bilhões. São Paulo é o maior segmento. O segmento de produtos e serviços veterinários e todos ligados ao setor São Paulo também é o maior.

Deputado Gil Diniz, o setor empregou, em 2023, três milhões de pessoas, são três milhões de famílias. São Paulo é o maior empregador do setor. E esta Casa de Leis, caso a emenda aglutinativa seja aprovada, vai impactar diretamente trabalhadores e trabalhadoras do estado de São Paulo.

E chama a atenção que parlamentares de esquerda, do centro e da direita assinaram essa emenda aglutinativa. Eu não gostaria de ter assinado mais. O meu líder assinou. Infelizmente. Está valendo a minha assinatura, não dá para retirar.

E com a emenda aglutinativa, nós trazemos, em vários artigos dessa emenda, uma obrigação da castração ou da esterilização de cães e de gatos. Enquanto o projeto do governador é bom e fala no Art. 7º, deputado Paulo Fiorilo, no parágrafo único, que o criador ou estabelecimento comercial de que trata esta lei deverá fornecer, dentre outras coisas.

O parágrafo único diz: é permitido ao criador e aos estabelecimentos comerciais entregarem animais castrados, esterilizados, observadas as recomendações médico-veterinárias específicas relativas à espécie, raça, porte e sexo. É permitida a castração.

E a emenda aglutinativa em diversos artigos, parágrafos, incisos. Lá no Art. 4º deverá observar como condições esterilizar cirurgicamente filhotes até o quarto mês de idade. Inciso XII, esterilizar devendo ser castrados, na alínea “A”.

Art. 6º, novamente Art. 8º, então, em vários parágrafos temos lá a palavra esterilizar, evitando assim, deputado Carlos Cezar, até uma propositura de um destaque para retirada de determinado ponto da aglutinativa.

Então ficamos engessados, presidente, e infelizmente nós, em breve, teremos uma emenda aglutinativa, aqui nesta Casa, mesmo a gente sendo totalmente favorável ao projeto de lei do governador. Vários deputados vão concordar com o que vai ser aprovado hoje aqui.

A aglutinativa traz uma exceção. Porém, há uma armadilha nessa exceção. O proponente e quem articulou até essa emenda aglutinativa diz que isso não vai impactar os cães de trabalho.

Então eu vou ter que ler aqui, deputados, vou ler o Art. 4º da emenda aglutinativa e vou falar onde está a armadilha, Art. 4º da emenda aglutinativa que substitui o PL do governador: aquele que realizar atividade econômica de criação de cães e gatos domésticos deverá observar como condições para manter os animais, incisos VIII: esterilizar cirurgicamente os filhotes até quatro meses de idade. Excetuados, essa é a primeira parte, os cães de trabalho nas atividades de cão policial, cão farejador de resgate, cão guia e cães de assistência terapêutica.

Se existisse um ponto até aí, deputado Giannazi, eu concordaria, aí vem uma vírgula: que deverão os cães de trabalho, que deverão ser esterilizados cirurgicamente até os 18 meses de idade. Em conversa, deputada Bebel, ontem, com um canil da Polícia Militar...

Quase 200 anos, rumo aos 200 anos a Polícia Militar. E o cão trabalha lá, ao lado do policial, combatendo o tráfico de drogas, armas; o sequestrador que está com a arma apontada, e o cão, solto pelo policial, vai até o marginal e imobiliza.

Então, os cães de trabalho, segundo a aglutinativa, deverão ser esterilizados até o décimo-oitavo mês de idade. E aí, em consulta com veterinários da Polícia Militar, com policiais especializados, nós tivemos três pontos principais.

Primeiro: como a Polícia Militar, hoje, recebe os cães. Primeiro, criando cães próprios - criação. Segundo, por doação ou por compra. Por compra, o estado, é difícil... Para manter um estado gigantesco, falta dinheiro para tudo; não tem como, o cobertor não dá para todo mundo. Então, chega às vezes para ração, mas para comprar novos cães, é difícil.

Doação. Ora, se os canis, os criadores têm que castrar até o quarto mês... “Vamos castrar todo mundo. Vou depender da boa vontade de alguém para doar, mas daqui a pouco não tem nem para doar, vai castrar tudo”.

Então, a doação vai ficar ruim. Então, eu vou ter que criar. A criação é a única forma de manutenção do plantel dos canis. Canil central, 5º Batalhão de Choque e 28 canis setoriais.

A maturação - isso não é o Balas que está falando, são técnicos veterinários especialistas - sexual, fisiológica e anatômica de cães ocorre justamente a partir do décimo-oitavo mês de vida. Antes disso, as fêmeas não estão maduras o suficiente para cruzarem. Ponto um.

Ponto dois: a castração reduz o nível de testosterona circulante nos cães. Os cães destinados para proteção poderão ter o seu vigor físico diminuído, reduzido, prejudicando o desempenho de uma operação policial.

O infrator vai dar um tiro na cabeça da vítima, e o cão não vai se deslocar rapidamente com a ordem do policial. E três: a castração precoce pode promover redução do nível de massa muscular de cães, aumentando a probabilidade de lesões musculares e articulares. Hoje, um cão policial se aposenta com dez anos. Com lesões sucessivas, cinco anos, quatro anos. E aí o cão policial vai se aposentar mais rapidamente.

E aí, indo já para o final da discussão desse projeto, eu peço para a técnica colocar algumas imagens aí, poucas imagens. Mas vamos lá ver o que a gente consegue trazer rapidamente. Aí o 5º Baep, a Polícia Militar, sensacional força policial atuando contra o tráfico de drogas, de armas por todo o estado de São Paulo, batendo recordes de apreensão. Com a aglutinativa, os cães de trabalho, sim, segundo técnicos, veterinários, especialistas da Polícia Militar, serão impactados.

Próximo, por favor. O labrador, cão-guia, se eu vou impactar na criação, na reprodução de uma, de várias... Porque tem que castrar no quarto mês; vamos castrar. “Ah, mas o cão policial até o décimo-oitavo mês”. Existe uma pegadinha nessa exceção da aglutinativa. E eu estou tentando alertar Vossas Excelências.

Próximo. Aí minha família, minha esposa, minha filhinha, que está ali para nascer; os pets, depois que ela nasceu, tomando conta. Hoje, além da raça Jack Russel em casa, nós temos um gato adotado.

E somos muito próximos, sim, à causa animal. Só que o alerta aqui é: a emenda aglutinativa não é boa para ninguém, nem para o governo do estado de São Paulo, nem para o setor produtivo, nem para V. Exas., que vão ter que explicar, obviamente, para os eleitores por qual motivo essa emenda passou.

Mais uma vez, Sr. Presidente, sou favorável ao Projeto de lei nº 1477, de 2023, do Sr. Governador Tarcísio de Freitas, e contra essa emenda que virá. Eu favorável ao PL 1477, que “dispõe sobre a proteção, saúde e bem-estar na comercialização de cães e gatos domésticos no estado de São Paulo...”.

Sr. Presidente, muito obrigado pela atenção, e a todos os deputados.

Deus abençoe a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Pela ordem, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, só para registrar o nosso voto favorável, da bancada do PSOL, às emendas que nós apresentamos aos PLCs 19 e 31.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Peço então que seja registrado o pedido do deputado Carlos Giannazi.

Há sobre a mesa emenda aglutinativa substitutiva com o número regimental de assinaturas das senhoras e senhores líderes. Esta Presidência, nos termos do Art. 175, parágrafo I, do Regimento Interno, consulta os senhores líderes presentes se concordam em dar conhecimento e colocar em votação a emenda aglutinativa.

Os líderes que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado. Com a anuência dos presentes líderes, deixo de ler as emendas, porque já são de conhecimento do plenário. Pela ordem, deputado Agente Danilo Balas.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Mais uma vez, declarar o meu voto contrário à emenda aglutinativa, e a favor do projeto de lei do governador.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está registrado o pedido de V. Exa., contrário à emenda aglutinativa, e a favor do projeto. Pela ordem, deputado Conte Lopes. Deputado Major Mecca. Me desculpa, Major Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - Sou mais recruta.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tão grande quanto Conte Lopes, deputado Major Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - O voto favorável ao projeto, e o voto contrário à emenda aglutinativa.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Major Mecca também contrário à aglutinativa e favorável ao projeto.

Em votação, há sobre a mesa requerimento de método de votação apresentado pelo deputado Rafael Saraiva. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que forem favoráveis ao requerimento permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento de método de votação.

Em votação a emenda aglutinativa substitutiva ao item 1 do método de votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que forem favoráveis, queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovada. Prejudicados o substitutivo, o projeto e as emendas.

Nada mais havendo a tratar, está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 17 horas e 07 minutos.

 

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- É inserida Declaração de Voto, não lida em Plenário.

 

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São Paulo, 19 de junho de 2024

 

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO

 

Declaração de voto contrário ao Projeto de Lei nº 1477 /2023

 

Excelentíssimo Senhor Presidente, venho, por meio deste instrumento, reiterar meu voto CONTRÁRIO ao Projeto de Lei nº 1477 de 2023, de autoria do senhor Governador, e requerer que esta declaração seja apensada publicamente ao respectivo. Embora a proteção, saúde e bem-estar dos animais domésticos, como cães e gatos, sejam objetivos louváveis, o Projeto de Lei nº 1477 de 2023 apresenta várias preocupações significativas que justificam um voto contrário à sua aprovação.

Primeiramente, a implementação deste projeto pode resultar em um aumento considerável nos custos operacionais para criadores e estabelecimentos comerciais.

Exigências como infraestrutura mínima, obrigatoriedade de microchipagem, exames médicos regulares e laudos veterinários representam um ônus financeiro que pode ser insustentável, especialmente para pequenos criadores.

Esses custos adicionais, aliás, provavelmente serão repassados aos consumidores, elevando os preços dos animais e dificultando a compra e adoção responsável.

Além disso, o projeto não especifica claramente como será realizada a fiscalização das novas regulamentações.

A falta de clareza sobre os órgãos responsáveis pela fiscalização e os recursos necessários para tal deve levar a uma aplicação ineficaz da lei, permitindo que práticas inadequadas continuem a ocorrer sem as devidas sanções. A eficácia de qualquer legislação depende de sua execução prática, e essa indefinição compromete o alcance dos objetivos propostos.

Outro ponto crítico é a limitação da comercialização apenas para estabelecimentos com inscrição no CNPJ e no CADESP. Esta exigência, embora pareça razoável num mundo ideal, exclui do comércio lícito de animais uma grande parte dos criadores amadores, que, embora responsáveis e éticos, não possuem registro formal de empresa.

Podemos esperar, como consequência dessas disposições, a mesma que ocorre desde sempre quando o governo se põe a regular, burocrática e desnecessariamente, uma atividade qualquer já regulamentada por forças econômicas, sociais, morais e consuetudinárias espontâneas: a inauguração de um mercado paralelo e clandestino, sem a participação dos bons fornecedores, cumpridores da lei, e dominado pelos inescrupulosos que não se inibem de cometer ilegalidades.

Corolário: as condições de saúde e bem-estar dos animais neste mercado serão inevitavelmente negligenciadas, comprometendo ainda mais os próprios objetivos do projeto.

Por fim, o controle excessivo sobre a venda e doação de animais, impondo ainda idades mínimas e ciclos completos de vacinação, pode desencorajar a adoção de animais de abrigo, onde as condições variam muito e, na triste realidade, costumam ser menos que ideais. A lei, assim, contribui para aumentar a quantidade e a permanência da população de animais em abrigos, agravando os problemas que ela pretende resolver.

Por todos esses motivos, reitero meu voto contrário ao Projeto de Lei 1477 de 2023.

E aproveito o ensejo para renovar meus votos de estima e consideração.

São Paulo, 19 de junho de 2024.

Atenciosamente,

Gil Diniz

Deputado

 

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