061ª SESSÃO
SOLENE
Presidente: EDSON FERRARINI
RESUMO
001 - EDSON FERRARINI
Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes.
Informa que o Presidente Barros Munhoz convocara a presente sessão solene, a
requerimento do Deputado Edson Ferrarini, na direção dos trabalhos, para
"Homenagear o Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo
pelos seus 155 anos". Fez citação dos vários grupos que compõem o Corpo
Musical da Polícia Militar. Convida o público para, de pé, ouvir o "Hino
Nacional Brasileiro". Ressalta a
importância da música nos vários momentos de nossas vidas. Anuncia apresentação
da Camerata e do Coral da PM. Informa que o Corpo Musical é composto por 160
músicos. Cita dirigentes que integram a unidade.
002 - RENATO MAXIMIANO DA SILVA
Major Músico PM, Comandante do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado
de São Paulo, informa que o Corpo Musical, com 155 anos, é a unidade mais
antiga da Polícia Militar, criado no dia 07 de abril de 1857, pela então
Assembleia Provincial. Lê texto da lei que criou o órgão. Comunica que a
unidade esteve presente em vários momentos da História de São Paulo e do
Brasil, como na partida dos soldados que foram à Guerra do Paraguai e na
Revolução Constitucionalista de 1932. Destaca personalidades que integraram a
unidade, sendo o seu maior ícone o Major Joaquim Antão Fernandes, idealizador
da Banda Sinfônica. Agradece o apoio do Comando-Geral da PM. Dá conhecimento da
reforma da sede e da aquisição de novos instrumentos. Elogia o trabalho de seu
diretor, por sua preocupação e carinho para com o grupo musical. Agradece a
homenagem prestada pelo Deputado Edson Ferrarini. Cita Carta do Apóstolo Paulo
aos Coríntios.
003 - Presidente EDSON FERRARINI
Lembra apresentações do Corpo Musical da PM, num trabalho de
relações públicas incansável, tendo a música como "remédio para a
alma". Recorda o aprendizado com os sons emitidos pelos animais. Acrescenta que a música é manifestação do
amor de Deus, pelos sentimentos que transmite de pureza, alegria e conforto.
Anuncia a apresentação de número musical pela Banda da Polícia Militar.
Parabeniza o Corpo Musical pelos diversos serviços sociais que pratica, assim
como as oficinas culturais, no âmbito da polícia comunitária, mais próxima do
povo. Presta homenagem, com a entrega do "Diploma Amigos da Banda", a
quatro policiais militares. Destaca a importância do Corpo Musical na Guerra do
Paraguai. Recorda a criação do fonógrafo por Thomas Edson. Lembra sua
participação como jurado no "Programa do Bolinha". Cumprimenta os
homenageados.
004 - ARRUDA
Coronel PM, Diretor de Ensino e Cultura da Polícia Militar do Estado de
São Paulo, reproduz citação de Benjamin Constant, ao falar na condição de
cidadão. Enfatiza a justeza da homenagem. Destaca a fundação do Corpo Musical
na Estrada das Lágrimas. Enaltece os militares que lutaram na Guerra do
Paraguai, especialmente na maior vitória, que foi na Batalha do Tuiuti. Cita a
participação da unidade em vários eventos alegres, bem como nos momentos de
dor, como no sepultamento de militares, bem como na morte de Tancredo Neves.
Fala do processo pelo reconhecimento do primeiro santo policial brasileiro. Lembra
a visita do ex-presidente francês François Mitterrand, que cumprimentou o
maestro do Corpo Musical pela execução da "Marselhesa". Informa que o maestro Roberto Minczuk, da
Orquestra Sinfônica Brasileira, ouviu as primeiras notas musicais no Corpo
Musical, do qual seu pai era integrante. Ressalta que a unidade é patrimônio da
cultura nacional, por ser a mais antiga do Brasil, no seu gênero. Elogia o
esforço e a superação de seus músicos, pelo alento e conforto que transmitem
aos policiais em geral.
005 - Presidente EDSON FERRARINI
Comunica que esta solenidade seria transmitida pela TV Assembleia, em data oportuna. Anuncia apresentação da Banda da Polícia Militar. Reitera suas homenagens ao Corpo Musical da PM, pela sua formação profissional e pela sensibilidade. Recorda declaração de Elvis Presley que, assim como este Deputado, não conhecia notas musicais. Faz agradecimentos gerais, convida os presentes para apresentação de números musicais no Hall Monumental. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Edson Ferrarini.
* * *
O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Muito boa noite, Senhoras e Senhores. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, essa Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.
Temos aqui, formando a nossa tribuna a minha direita, o Diretor de Ensino e Cultura da Polícia Militar, representando o seu Comandante Geral, Coronel Roberval Ferreira França, o Coronel Luiz Eduardo Pesce de Arruda; e temos ao meu lado esquerdo o Coronel Milton Nomura, nosso Comandante de Policiamento Ambiental; ao lado do Coronel Nomura, nós temos o Coronel José Luiz Navarro, que é o Chefe da Assessoria Policial Militar da Assembleia Legislativa; à nossa direita alguém que nós vamos homenagear hoje com muito orgulho, o nosso Major Músico Renato Maximiano da Silva, porque ele é o comandante do Corpo Musical da Polícia Militar; nós temos o Alexandre Curiati representando o Deputado Estadual Antonio Salim Curiati; Deputado Itamar Borges cumprimenta a todos os Senhores, ele desejaria estar aqui presente com muita alegria, mas está em missão; o Coronel PM José Amâncio da Silva, Diretor do Interior representando a COOPMIL; o Primeiro Tenente Moisés de Souza Ferreira, representando o Major Brigadeiro José Geraldo Ferreira Malta, Comandante do 4º COMAR, ele nos dá o prazer de sua presença; e o Major PM Fernando Cesar, Subcomandante do 48º Batalhão.
Essa Sessão Solene foi convocada pelo Presidente dessa Casa, o Deputado
Barros Munhoz, atendendo solicitação deste Deputado, com a finalidade de
homenagear os 155 anos do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São
Paulo. Nessa Sessão Solene homenagearemos um dos setores mais importantes da
Polícia Militar do Estado de São Paulo, que é o seu Corpo Musical. Foi criado
em sete de abril de 1857, e hoje é composto por essa fantástica Banda
Sinfônica, o Jazz Band, o Quinteto de Metais, o Coral Masculino, essa Camerata
fantástica também, sessões da Banda que atendem a todo o Estado de São Paulo. Neste
momento nós vamos ouvir o Hino Nacional
Brasileiro, sob a regência do 2º Tenente Músico Jassen Feliciano.
* * *
- É executado o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - A música sempre despertou o amor e a coragem. Todos nós tivemos uma música que embalou a nossa juventude. Todos têm uma lembrança. Incentivou o nosso amor, nos fez mais felizes, e quantas crianças vieram ao mundo devido àquela música, que nos tornou mais românticos, nos envolveu de forma sensual e nos deixou até mais empolgados. Assim é a música. O músico é um instrumento humano escolhido por Deus, que dedica longos anos da sua vida ao seu aprimoramento. Nesse momento já vamos ouvir a apresentação de um número. Nós teremos um número, o Major Renato vai dizer qual é o número e pode ordenar essa sessão. Coral e Camerata. O palco é todo dos Senhores.
A regência será do Maestro Jássen Feliciano.
* * *
- É feita a apresentação musical.
* * *
O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Parabéns a você, Reginaldo. Nós continuamos essa homenagem ao nosso querido conjunto musical. São 160 músicos sob o comando do Maestro Renato Maximiano da Silva. Os Oficiais que compõem o conjunto musical que nos inebria sempre são: o Capitão Ezequiel Alves da Silva, o Capitão Elias Batista do Nascimento, Primeiro Tenente Cleber de Azevedo, Primeiro Tenente Luiz Ricardo Gomes, o Primeiro Tenente Músico Davi Cerino da Cruz, Segundo Tenente Ismael Alves de Oliveira, Segundo Tenente Jássen Feliciano, Primeiro Tenente José Ferreira dos Santos, Primeiro Tenente Edmilson Quintela, Primeiro Tenente Isac Souza Cruz, Segundo Tenente André Luiz de Souza. Esses homens compõem esse incansável trabalho de relações públicas que a Banda faz à Polícia Militar.
Ouviremos agora o nosso Major Renato, o Comandante do Corpo Musical.
O SR. RENATO MAXIMIANO DA SILVA - Boa noite a todos. Com muita alegria menciono as seguintes autoridades, representando o nosso Comandante Geral, meu Comandante, Diretor de Ensino e Cultura Coronel Arruda, muito obrigado, muito me honra recebê-lo aqui nessa noite, não só eu como todo o corpo musical. Muito obrigado mesmo, Coronel PM Luiz Eduardo Pesce de Arruda. Com muita alegria também menciono o nome do Coronel PM Milton Nomura, digníssimo Comandante do policiamento ambiental, muito obrigado pela presença; menciono também o nome do Coronel PM Chefe da Assessoria Policial Militar dessa Casa, digníssimo Coronel José Luiz Navarro, muito obrigado pela presença; cumprimento também os Eternos Comandantes do Corpo Musical, da esquerda para a direita, nosso nobre eterno Comandante Major Rubens Leonelli, em seguida o Coronel Antonio Domingos Sacco, também eterno Comandante do Corpo Musical, companheiro também Coronel João Antão Fernandes, eterno Comandante, e o que me antecedeu com muita alegria, o Major Jonas Vicente de Oliveira; cumprimento também o Tenente Moisés, Maestro da Banda da Base Aérea. Enfim, cumprimento a todos os militares presentes, civis e amigos. Boa noite a todos.
Cento e oitenta anos, 155 anos, apenas números? Não. Apenas dados estatísticos? Não. Mas sim o tempo que indica sucesso ao longo da história. 180 anos de sucesso da Instituição Polícia Militar do Estado de São Paulo, que com sua grandeza mantém-se firme, cumprindo sua missão na defesa, dia e noite, do cidadão desse Estado. Perguntaria o ouvinte, aqueles mais atentos, e sobre os 155 anos que foi anunciado? Pois bem, esses anos tratam da história da unidade hoje homenageada dessa Casa, a unidade mais antiga da polícia militar. Trata-se do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, como já foi mencionado, criado em 07 de abril de 1857, através da Lei nº 575, da então Assembleia Provincial, que trouxe em seu bojo o Artigo 5º, que diz, fica aprovada desde já a criação da Banda de Música, existente no corpo dos municipais permanentes, seja ela composta de um Sargento Mestre e mais 17 músicos com soldos e vantagens de Soldados.
Ao longo desse período, a Banda esteve presente em vários momentos que marcaram não só a história desse Estado, mas também do Brasil, dentre os quais podemos citar a Guerra do Paraguai, 1864; a visita de Sua Majestade Dom Pedro II à Província Bandeirante, em 1886; a Inauguração da Avenida Paulista em 1991; a inauguração do Viaduto do Chá em 1892; a instrução efetuada pela missão militar francesa, em 1906; o Centenário da Independência do Brasil, em 1922; a Revolução Constitucionalista de 1932; os 400 anos da cidade de São Paulo em 1954; entre outros marcos históricos.
Enaltecemos em conjunto algumas personagens que, somadas às Praças, ajudaram a formar a história da Banda desde a sua gênese. Capitão Lorena; Capitão Chiarelli; Sargento José Barbosa de Brito, grande arranjador; Major Antonio Romeu; Major Incarelli; Major Alcides Jacomo Degobbi; criador da Canção da Polícia Militar, Capitão Nelson dos Santos; Capitão Francisco Cabrerisso. Com muita honra aqui presente o Major Rubens Leonelli, e um momento mais recente, Tenente Coronel João Antão Fernandes, Tenente Coronel Vendramini, Tenente Coronel Antonio Domingos Sacco, Major Antonio Carlos Fernandes, Major Jonas Vicente, entre outros; não deixando de mencionar o maior ícone da Banda, o Major Joaquim Antão Fernandes, idealizador da Banda Sinfônica.
Dou graças a Deus por ter concedido a mim a dádiva e a responsabilidade em dar continuidade nesse profícuo caminhar, ladeado pelos profissionais e Praças da atualidade, bem como o apoio do nosso Comandante Geral Coronel de Polícia Militar, Roberval Ferreira França, do Subcomandante Coronel Hudson Tabajara Camilli e aqui presente, do Sr. Coronel PM Luiz Eduardo Pesce de Arruda, digníssimo diretor de ensino e cultura. Sem os quais seria impossível a continuidade da reforma do espaço físico do corpo musical. Espaço esse que irá da melhor forma possível acomodar as Praças e Oficiais, demonstrando a preocupação do Comando com o bem estar do efetivo.
Não sendo hiperbólico, enaltecer também o apoio incondicional na transferência de policiais músicos para servirem no corpo musical e o esforço para compra de novos instrumentos em substituição aos atuais. Faço aqui um parêntese, não sou de bajular ninguém, mas quero enaltecer a atitude de nosso nobre diretor. Incessantemente, eu sempre comento com os nossos Oficiais, é 220 volts, alta tensão, não tem dia nem hora. Renato, como está o projeto tal, como está aquele, como está aquilo? A preocupação que o nosso diretor tem, o carinho que ele tem para com o corpo musical, isso me deixa muito alegre. Quero que todos deem uma grande ovacionada para o nosso diretor. (Palmas.)
Muito obrigado, Sr. Diretor.
Assim, senhoras e senhores, não sendo prolixo, agradeço, como Comandante dessa unidade responsabilizada, a propositura dessa Sessão Solene. Ao nosso nobre Deputado Estadual Coronel Edson Ferrarini. Em algumas reuniões para tratarmos desse conclave S. Exa. sempre fala, eu gosto do ritmo do Zeca Pagodinho. Então eu falo aos nossos nobres Maestros, por gentileza, no cardápio musical não pode faltar o pagode do Zeca Pagodinho. Não me deixe esquecer, Tenente Quintela, anota aí. E ele anotou. Eu acredito que se ainda não tocou, vai tocar. Os nossos músicos estão preparados.
Nobre Deputado, muito nos honra com essa propositura, também peço a todo o plenário, por gentileza, uma salva de palmas ao nosso Deputado. (Palmas.)
Finalizando, sobretudo agradeço ao Sr. Deus, criador e formador de todas as coisas por esse momento, deixando para reflexão o contido na Bíblia Sagrada. Carta de Paulo aos primeiros Coríntios, Capítulo XV Verso 58, “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”. Assina este Comandante. Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Parabéns ao Major Renato; quero também agradecer a presença do Padre José Florêncio Prior Varical, da Província de Castela no Brasil.
Quando o Corpo Musical que hoje nós homenageamos, os senhores chegam a tocar o coração, por ano, de um milhão e meio de pessoas. A Banda atinge esse número de pessoas, é um trabalho de relações públicas incansável. E esses 160 músicos é que nós temos o orgulho de homenagear. A música é o remédio da alma triste. Nós tínhamos que aprender com os pássaros, com os grilos, com os golfinhos, eles fazem a sua declaração de amor através da música, através dos sons. A música é tão inebriante que podemos considerá-la como a manifestação do dom de Deus, que tem a leveza do amor. Ela traz-nos sentimentos de pureza, alegria e conforto. E já que o Major anunciou que hoje nós teremos Zeca Pagodinho, então, fica a disposição do nosso Maestro para que seja tocado esse samba do Zeca Pagodinho para nossa noite. A música é “Beija-me”. (Palmas.)
* * *
- É feita a apresentação musical.
* * *
O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Parabéns ao nosso corpo musical. Desde a sua inauguração, da sua criação, eles têm feito essas apresentações simplesmente fantásticas, prestando diversos serviços sociais, apresentando-se em hospitais, casas de idosos, oficinas culturais. É a Polícia Militar Comunitária, cada vez mais próxima do povo.
E nesse momento nós vamos homenagear os ex-Comandantes, aqueles eternos comandantes do Corpo Musical. Quero que venha aqui o nosso Tenente Coronel Rubens Leonelli, o nosso Major Jonas Vicente de Oliveira, nosso Tenente Coronel Antão Fernandes e nosso Coronel PM Antonio Domingos Sacco, para que eles recebam uma homenagem e um troféu que foi para homenageá-los. (Palmas.)
* * *
- É feita a entrega dos diplomas.
* * *
O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Quero agradecer a presença dos que vieram representando os seus batalhões, as suas unidades. Nós estamos representando esse Corpo Musical da Polícia Militar; simplesmente fantástico, que acompanhou os nossos soldados que foram para a Guerra do Paraguai, de 1864 a 1870. Todas as vezes que conversei com o Major, eu tenho demonstrado a minha alegria por homenagear os músicos.
Talvez eu seja um músico frustrado, mas hoje eu estava lendo que a primeira gravação que se tem notícia foi de Thomas Edson. Meu nome é Edson Ferrarini porque meu pai copiou, foi a homenagem dele. E eu me consolei, porque antes de inventar a lâmpada, ele inventou o fonógrafo e fez a primeira gravação. E eu estava lendo a história, que ele cantou alguma coisa e ficou muito desafinado. Então, eu fui, os antigos lembram que tinha um programa de calouros que se chamava Clube do Bolinha. Eu fui por 10 anos jurado desse programa e eu não sei cantar nada, eu não sei bater um baião em uma caixa de fósforos. Sou desafinado, mas tenho muita alegria, a música me contagia muito. Então, sou um músico frustrado, talvez tente fazer outras coisas bem feitas.
Mas a primeira gravação foi do Thomas Edson, o meu xará. E eu estava me consolando, falando que eu não sou o único Edson que sou ruim de música e não sei usar outro instrumento. Mas usei a minha possibilidade de estar Deputado Estadual e trazer e homenagear os Senhores, que desde o dia que eu ingressei na Polícia Militar, nos anos de 1954 até hoje, sempre tive muito orgulho de estar, servir no antigo BG e a Banda de Música, treinando todas as noites, ensaiando e eu podendo assistir tudo aquilo. Essa sessão é tão fantástica, que na sequência, aqui no Hall Monumental, nós teremos uma apresentação incrível da Banda de Música.
E agora o nosso Coronel, nosso Diretor de Ensino e Cultura da Polícia Militar, o nosso Coronel Arruda, vai fazer uso da palavra. Ao nosso Coronel, o nosso abraço. Parabéns aos que foram homenageados, aos nossos eternos comandantes, o Major Jonas Vicente, o Tenente Coronel João Antão Fernandes, o Antonio Domingos Sacco e o Rubens Leonelli. A palavra é sua.
O SR. ARRUDA - Prezadíssimo Deputado Coronel Edson Ferrarini, meu prezado amigo querido companheiro Coronel Nomura, querido amigo Coronel Navarro, meu caríssimo amigo Major Renato, Srs. Eternos Comandantes do Corpo Musical, permitam-me saudar a todos na pessoa do meu Professor do Curso Preparatório de Formação de Oficiais, João Antão Fernandes, e a todos que me aturaram ao longo dos anos, sempre visitando e conversando na nossa querida unidade.
Srs. Oficiais, praças, familiares, convidados, é um privilegio imenso nessa noite estar aqui representando o nosso Comandante Geral, Coronel Roberval Ferreira França, na homenagem ao Corpo Musical. E nesse momento desvisto-me da condição de Diretor de Ensino e Cultura, que é exatamente a unidade responsável pelo corpo musical, e deixo aflorar aqui como diria Benjamin Constant, debaixo da farda de cada Soldado pulsa o coração de um cidadão, de um patriota. Permito-me falar como cidadão, que reconhece nesse nobre gesto do Deputado Edson Ferrarini, um gesto de extrema justiça, o Comandante do glorioso Dois de Ouro na zona leste, eu tinha uma saudável disputa com o Batalhão Tobias de Aguiar, que também foi glorioso, não menos comandado brilhantemente pelo nosso Coronel Edson Ferrarini, para saber quem tinha sido criado primeiro. O Primeiro Batalhão ou o Segundo Batalhão.
Nós disputávamos. Mas a lei é a mesma, e o primeiro vem na frente do segundo, mas o segundo veio antes do primeiro, ou seja, era uma saudável disputa para saber quem vinha primeiro. Mas de qualquer maneira, ambos nos reverenciávamos sempre ao Corpo Musical, que é sem sombra de dúvida nenhuma a mais antiga unidade da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Essa unidade estava na Árvore das Lágrimas, na Estrada das Lágrimas, quando as famílias dos voluntários da pátria iam até a árvore para se despedir em lágrimas dos seus entes queridos que partiam para a Guerra do Paraguai.
Essa unidade tocou no dia 23 de maio de 1867, no Campo de Tuiuti, antevendo a tragédia que aconteceria na manhã seguinte, quando os brasileiros deveriam ser massacrados pela iniciativa do grande General Osório, que assumiu o comando das forças aliadas, reverteu o curso da batalha e levou a maior vitória da Guerra do Paraguai. E naquela noite em que achávamos que nenhum integrante da Polícia Militar ou do Exército Imperial sobreviveria àquela batalha atroz que aconteceria na manhã seguinte, lá estava o Corpo Musical, entoando o Hino a Nossa Senhora da Conceição e a oração da tropa subia aos céus pedindo misericórdia.
Não vou aqui repetir os grandes eventos dos quais o Corpo Musical participou, dos quais o Major Renato brilhantemente discorreu. Mas me permito lembrar que nos momentos de festa, mas também nos momentos de dor, no sepultamento de Alberto Mendes Junior, no sepultamento de José Barbosa de Andrade, nosso policial que deu a vida para salvar uma moradora de rua que caiu no rio Tamanduateí e que hoje talvez venha a se tornar, se for da vontade de Deus, o primeiro santo policial do Brasil, no velório de Tancredo Neves. No dia em que o Brasil chorou pela morte de Ayrton Senna, lá estava o Corpo Musical. E também nos grandes momentos felizes. Recordo-me, jovem Tenente, a Banda executando a Marselhesa e o Presidente François Mitterrand, que os franceses diziam que era tão formal e se referiam a ele como Imperador Mitterrand, tão formal ele era, ele não aguentou e começou a pular as cordas e o Governador Franco Montoro, saudosa memória, pulando as cordas atrás e ele dizia ao Maestro, eu não pude deixar de reconhecer que raras vezes no meu país eu vi uma execução tão perfeita da Marselhesa como a que os senhores executaram aqui.
Esta unidade extraordinária chega ao seu aniversário, levando arte e cultura, mas também levando policiamento às ruas. Só que o músico faz o que eu sei fazer, mas eu não faço o que ele sabe fazer. Ele faz policiamento como eu também faço, e como nós combatentes fazemos. Mas ele expressa em formas de notas musicais coisas que nós não conseguimos exprimir.
E são eles, nesse momento que pela sensibilidade do Governo de São Paulo e do Comando da Polícia Militar, primeiro do comando do Coronel Camilo e agora no comando do Coronel Roberval, que vão receber uma sede digna, finalmente. Onde eles possam exercitar ao limite a sua arte musical. São eles que estão qualificando cada vez mais os seus quadros. Não esquecendo que foi naquela instalação tão modesta que o Maestro Roberto Minczuk, hoje Maestro da Orquestra Sinfônica Brasileira, pela primeira vez executou as suas primeiras notas musicais.
Eles agora terão o reforço efetivo, porque ao longo dessa história tumultuada de 155 anos, já se falou muito até em extinguir o Corpo Musical. Mas o Corpo Musical não é um patrimônio da Polícia Militar de São Paulo, é um patrimônio da cultura nacional. É a mais antiga Banda Sinfônica do país em atividade, é a unidade que ecoa ao conhecimento do povo de São Paulo, rompendo os limites estreitos dos teatros da elite, lá no Jardim da Luz foi essa unidade que levou ao povo de São Paulo pela primeira vez Schubert, Wagner, Strauss, e todos os grandes autores clássicos, permitindo que o povo de São Paulo também pudesse usufruir, beber, desfrutar da beleza dos grandes autores.
Somo-me neste momento ao povo de São Paulo e digo, Maestro, a cada um dos senhores que desde o nosso querido Rubens Leonelli, que quando nós estamos cansados, quando nós estamos exaustos, quando nós achamos que realmente nada vale à pena, basta ir ao Corpo Musical e nós vemos eles superando dificuldades, colando instrumentos com esparadrapo. Superando qualquer dificuldade, lá estão os nossos músicos. A hora que a cortina se abre eles são sempre impecáveis. Por isso o aplauso desse cidadão se soma ao aplauso de todo o povo de São Paulo e do Brasil, para dizer a vocês obrigado por nos dar esperança, confiança e fé, de que sempre é possível fazer mais. Muito obrigado, Corpo Musical. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Maestro Jássen, pode tocar a próxima música. Parabéns a vocês. Vamos lá.
Sábado, às 21 horas, essa Sessão Solene será transmitida na íntegra na TV Assembleia para que muitos Municípios possam conhecer tudo isso que foi falado sobre o nosso querido Corpo Musical. (Palmas.)
* * *
- É feita a apresentação musical.
* * *
O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Essa sessão solene será transmitida no próximo sábado, às 21 horas.
Parabéns ao Tenente Jassen Feliciano. O Major Renato pede aos presentes que já se coloquem no Hall Monumental para que nós possamos, na sequência, ter essa apresentação simplesmente fantástica.
Policial Militar Músico Coronel Arruda, nós já enaltecemos bastante. Mesmo dizendo que não sei tocar nada, não sei cantar, eu pude, em nome do povo de São Paulo, homenagear a todos os senhores e dizer parabéns. A Polícia Militar lhes saúda, integrantes do Corpo Musical, e o povo de São Paulo agradece. Policial Militar Músico, como disse o nosso Coronel Arruda, além da sua formação profissional é dotado da sensibilidade. O amor é um hino, a oração é a música que nos eleva a Deus. Eu, Coronel Edson Ferrarini da Reserva, consolo-me com Elvis Presley quando ele dizia, “eu não sei uma nota de música” e nem precisa. Basta ter a sensibilidade para sentir.
Agradeço a presença de todos os senhores. Essa Sessão Solene só se transfere de local. O que está montado aqui no Hall Monumental, basta saírem pelas portas laterais e terão a oportunidade de ouvir o que esse conjunto musical nos reservou de surpresa maravilhosa. Então, aqui nesse plenário, essa Sessão Solene está encerrada. Mas ela continua dentro de minutos aqui ao lado, no Hall Monumental.
Ao nosso corpo musical, em princípio nessa primeira parte, uma grande salva de palmas. (Palmas.)
Agradecemos também a presença de todos os senhores, Tenentes, Capitães e Praças que vieram aqui representando as suas unidades. Ao nosso querido Coronel Navarro, muito obrigado; ao nosso querido Coronel Arruda, muito obrigado; ao Coronel Nomura, que tem um trabalho fantástico na Polícia Militar, comandando essa Polícia Ambiental, que é a maior do Brasil, muito obrigado. Obrigado a todos.
Está encerrada a sessão.
* * *
- Encerra-se a sessão às 21 horas e cinco minutos.
* * *