06 DE DEZEMBRO DE 2002
57ª SESSÃO SOLENE EM
COMEMORAÇÃO DO "CENTENÁRIO DA MORTE DE PRUDENTE DE MORAIS"
Presidência: MARIA DO CARMO PIUNTI
DIVISÃO TÉCNICA DE
TAQUIGRAFIA
Data: 06/12/2002 - Sessão
57ª S.
SOLENE Publ. DOE:
COMEMORAÇÃO DO CENTENÁRIO DA
MORTE DE PRUDENTE DE MORAIS
001 - Presidenta MARIA DO
CARMO PIUNTI
Assume
a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades. Anuncia que a presente
sessão foi convocada pela Presidência, por solicitação da deputada ora na
direção dos trabalhos, para comemoração do Centenário da Morte de Prudente de
Morais. Convida todos a ouvirem a execução do Hino Nacional Brasileiro.
002 - LÁZARO PIUNTI
Como
Prefeito de Itu, terra natal de Prudente de Morais, cumprimenta o Prefeito José
Machado, de Piracicaba, cidade em que morreu aquele ex-Presidente da República,
e a bisneta de Prudente de Morais, Maria da Glória Silveira Melo. Lamenta que
os grandes vultos de nossa história sejam facilmente esquecidos. Reverencia a
memória do homenageado, primeiro Presidente civil da República.
003 - JOSÉ MACHADO
Na
qualidade de Prefeito de Piracicaba, apresenta os principais momentos da vida
do homenageado, chamado de: "O Pacificador" por sua atitude durante a
transição da monarquia para a república e diante de conflitos internacionais.
Fala de seu legado.
004 - Presidenta MARIA DO
CARMO PIUNTI
Anuncia
um número musical, executado pelo quarteto Tristão Júnior, de Itu.
005 - ROBERTO MACHADO DE
CARVALHO
Secretário
de Cultura da Estância Turística de Itu, diretor do Instituto Histórico e
Geográfico de São Paulo e membro da Academia Cristã de Letras, faz uma síntese
da vida do homenageado.
006 - RUBEM MURILO LEÃO REGO
Representando
Carlos Henrique de Brito Cruz, Magnífico Reitor da Universidade Estadual de
Campinas, lê pronunciamento daquele professor sobre os diversos eventos
comemorativos do centenário de morte de Prudente de Morais.
007 - Presidenta MARIA DO
CARMO PIUNTI
Anuncia
dois números musicais.
008 - MARIA DA GLÓRIA SILVEIRA
MELO
Como
bisneta de Prudente de Morais, convida todos a continuarem o sonho de Prudente
de Morais, de conquistar a verdadeira república.
009 - Presidenta MARIA DO
CARMO PUINTI
Anuncia a exposição: "Retratos de Família", em homenagem a Prudente de Morais, a iniciar-se no dia 4/10, em Piracicaba. Faz registro dos que se escusaram por não ter podido comparecer à sessão. Anuncia dois números musicais. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.
A SRA. PRESIDENTE - MARIA DO CARMO PIUNTI - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
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A SRA. PRESIDENTE - MARIA DO CARMO PIUNTI - PSDB - Sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. A
Presidência desta sessão - que me cabe por ter sido a Deputada que pediu sua
convocação - dá como aprovada a Ata da sessão anterior.
Neste momento gostaria de nominar as autoridades que se encontram à mesa principal. À minha direita, Professor Doutor Rubem Murilo Leão Rego, representando o Magnífico Reitor da Universidade Estadual de Campinas; Prof. Carlos Henrique de Brito Cruz; Sr. Prefeito de Piracicaba, José Machado; à minha esquerda, Prefeito da Estância Turística de Itu, Lázaro José Piunti; Sra. Maria da Glória Silveira Mello, bisneta de Prudente de Morais. Também compõem a nossa mesa de autoridades o Sr. Carlos Alberto Sonsin Pinheiros, vice-Prefeito da Estância Turística de Itu; Vereadora Márcia Jakimiu, Presidente da Câmara de Itu; Sr. Luigi Bandettini, Secretário Municipal de Esportes; Sr. Edson Carlos Guarnieri, Secretário Municipal de Governo de Itu; Professor Roberto Machado de Carvalho, Secretário de Cultura da Estância Turística de Itu; Dra. Maria Judite Padovani Nunes, Secretária da Promoção Social da Estância Turística de Itu; Sr. Herculano Castilho Passos Júnior, Vereador à Estância Turística de Itu; Vereador Celestino Cremasco Filho, da Estância Turística de Itu; Vereador Luiz Costa, da Estância Turística de Itu; Vereador Olavo Volpato, da Câmara Municipal de Itu e ex-Prefeito de Itu; Júlio André Piunti, Presidente do PSDB de Itu; Jéferson Gular, Secretário Executivo do programa comemorativo do centenário da morte de Prudente de Morais; Sr. Décio Fachetti, Secretário Municipal de Manutenção e Serviços de Itu; Sra. Antonieta Rosalina da Cunha Losso Pedroso, Diretora do Jornal de Piracicaba e da Rádio Onda Livre; Sr. Hugo Corradore; Sr. Moacir Monteiro; Sra. Marly Perecim; Sr. José Chabregas, acredito que todos integrantes dos eventos comemorativos ao centenário do falecimento de Prudente de Morais; Sr. Marcos Guerra D’ávila, Chefe de Gabinete do Prefeito de Itu; Vereador Luiz Gonzaga Mendes Galvão, também Vereador à Câmara de Itu.
Senhoras e Senhores, autoridades presentes, esta sessão solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Walter Feldman, atendendo à solicitação desta Deputada, com a finalidade de comemorar o centenário da morte de Presidente Prudente de Morais. Neste momento convido a todos para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, que será cantado pelo Coral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, regida pelo Maestro 2º Tenente, Clébio de Azevedo.
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- É cantado pelo Coral da Polícia Militar do Estado de São Paulo o Hino Nacional Brasileiro.
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A SRA. PRESIDENTE - MARIA DO CARMO PIUNTI - PSDB - Esta Presidência gostaria de agradecer a participação do Coral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, na figura do seu Maestro, 2º Tenente Clébio de Azevedo. Obrigada.
Gostaria ainda de convidar para que fizessem parte de nossa Mesa o Secretário de Turismo de Itu, Sr. Paulo Morais, o Vereador Luiz Gonzaga Galvão, que já nomenei, também Henrique Lago Neto, que representa a polícia civil de nossa cidade, delegado de Itu.
Gostaria de dizer que para mim, como deputada, é uma honra muito grande ter tido a oportunidade de estar na Assembléia Legislativa, de estar exercendo meu segundo mandato efetivo nesta Casa e de estar aqui exatamente no momento em que podemos rememorar, porque acredito que não se comemora um centenário de morte, mas rememorar a morte do 1º Presidente civil da República, Sr. Prudente de Morais. Para mim é uma honra como Ituana, porque o 1º Presidente civil da República foi um Ituano, um filho ilustre de Itu.
Infelizmente as nossas gerações, nem mesmo a grande parte das nossas autoridades, têm tido a prática de relembrar figuras importantes da nossa história e de passar para gerações futuras, para as nossas crianças, para os nossos adolescentes, a importância que tiveram essas figuras no contexto da nossa história.
Prudente de Morais foi o primeiro Presidente civil eleito, numa democracia bastante restrita, é bem verdade, porque naquela época o colégio eleitoral era extremamente menor e é bom lembrar que naquela época as mulheres não votavam. As mulheres só viriam a ter direito ao voto quase trinta anos mais tarde. Mas isto teve um significado muito grande para a consolidação da República no nosso país.
E, quando dizia que grande parte das nossas autoridades não se lembra de divulgar, de relembrar, de incrementar as figuras ilustres da nossa história, eu queria aqui cumprimentar o Prefeito de Piracicaba José Machado, Prefeito de Itu, Lázaro Piunti, porque essas duas cidades uniram-se, já em novembro de 2001, e iniciaram, de forma conjunta, os preparativos para que ao longo deste ano de 2002 vários eventos se fizessem acontecer nas duas cidades, porque Prudente de Morais nasceu em Itu - mas isso nosso orador e as pessoas que farão uso da palavra poderão dizer melhor que eu - mas após deixar a Presidência da República fixou sua residência em Piracicaba, onde está sepultado. Portanto, as duas cidades uniram-se para que ao longo desse ano de 2002, pelo menos essas duas cidades pudessem rememorar a figura ilustre que foi Prudente de Morais. Quero então encerrar as minhas palavras cumprimentando, na figura dos prefeitos, as duas cidades e principalmente a comissão que foi constituída com o objetivo de trabalhar, de levar a efeito esses eventos, relembrando o centenário de Prudente de Morais.
Gostaria neste instante de passar a palavra ao Prefeito de Itu, Exmo. Sr. Lázaro Piunti.
O SR. LÁZARO PIUNTI - Exma. Sra. Deputada Estadual Maria do Carmo Piunti, que preside esta sessão solene, por força do regimento, tendo em vista que solicitou esta sessão para homenagem à figura de Prudente de Morais.
Quero inicialmente, nesta
saudação que faço ao parlamento paulista na figura da deputada que preside esta
sessão, estender meus cumprimentos ao Prefeito de Piracicaba, que também já
militou nesta Casa e na Câmara Federal, meu colega José Machado e também, de
forma muito carinhosa, a Sra. Maria da Glória Silveira Melo, bisneta do nosso
homenageado, com quem eu tive o privilégio de passar momentos agradáveis quando
tivemos, naquela noite em Piracicaba, uma cerimônia extremamente tocante e
agradável.
Que sejam as minhas
primeiras palavras entendidas no exato limite de sua afirmação. Parece que,
definitivamente, nós temos que retomar o aprendizado da cidadania e da
civilidade. A Presidente da sessão colocou com muita ênfase, e esse registro
preciso reafirmar, que vultos da nossa história, cumprida a sua missão terrena,
ao longo do tempo deste país tantas vezes acusado de sem memória, têm sido
esquecidos.
Esta Casa conta com 94 parlamentares
estaduais. Temos aqui presente apenas a Presidente desta noite, que
evidentemente não é a presidente de direito e, sim, por deferência e por hábito
da Casa. Não entro no mérito da ausência dos demais parlamentares, não falo nem
como Prefeito, mas falo como um brasileiro de Itu. Cem anos do passamento do
primeiro Presidente civil desta nação, eleito pelo povo com quase trezentos mil
votos, não importa se de uma forma restrita quanto à participação popular, mas
de acordo com as regras constitucionalmente estabelecidas na época, quando
disputaram quatro ou cinco candidatos. Portanto, faço esse registro com certo
amargor. Não pela atitude, que também não considero como desfeita, porque
Prudente de Morais está acima disto e os senhores e as senhoras que estão aqui
não são merecedores desta afirmação que poderia ser mal interpretada. Eu faço
porque é necessário que este país que quer se transformar em nação, recolha dos
antigos, busque no antanho as lições de civilidade, de liberdade e de justiça,
virtudes que compunham, no âmago do coração, a figura e o caráter de José
Prudente de Morais Barros.
Tenho certeza que o orador
desta noite, o conhecido e festejado professor Roberto Machado de Carvalho,
saberá enaltecer com mais profundidade a figura de Prudente de Morais. Também
estou convencido de que meu colega, José Machado, a quem eu homenageio
fraternalmente, a ele à Comissão, pela iniciativa que partiu de Piracicaba e à
qual Itú apenas se anexou, tenho certeza que na sua mensagem virá o perfil
deste grande brasileiro Prudente de Morais.
Portanto minhas palavras são
muito breves. Eu não teria evidentemente nem o direito de fazer o discurso do
tamanho de Itu. O protesto do tamanho de Itu já basta. Mas queria ressaltar, em
última análise, o quanto foi probo, o quanto teve de retidão e de caráter, o
Presidente Prudente de Morais. Homem simples, filho de tropeiro, família
numerosa, que chegou à Presidência da República revestido de dignidade e
simplicidade, honrou o cargo, viveu momentos de extrema dificuldade. Houve,
inclusive, um atentado à sua vida e que vitimou fatalmente o seu Ministro da
Guerra, o Marechal Carlos Carvalho Bittencourt.
Não obstante as dificuldades
que enfrentava, não só no campo político, na oposição que com ele se
defrontava, mas também como os saudosos do regime anterior, do império deposto,
não obstante essas dificuldades, cumpriu o seu mandato e deixou uma lição de
civismo. Concluído seu mandato, por completo, foi repousar numa pensão do Rio
de Janeiro e dois ou três dias depois tomava o trem e voltava numa longa
peregrinação, onde era festejado em cada cidade em que passava, onde o povo
reconhecia nele a grande figura que era, num tempo que não tínhamos as
facilidades da comunicação como hoje, até chegar à sua querida Piracicaba. Feliz
este Prudente de Morais, feliz Piracicaba.
Prudente nasceu em Itu, mas
adotou como sua a cidade de Piracicaba. E por isso, hoje, rendemos a ele a
nossa homenagem. Piracicaba e Itu de mãos dadas, independentemente de posturas
ideológicas ou partidárias, mas vendo e sobrelevando para um bem maior a figura
de Prudente de Morais.
Eu me congratulo, e não digo
que não sou suspeito, com o gesto e da oportunidade desta convocação da
Deputada Maria do Carmo Piunti, minha esposa. Congratulo-me porque não é todo
dia que podemos, todos nós aqui, participar de um fato como este marcante,
centenário, do passamento de um ilustre brasileiro. Estamos hoje escrevendo uma
página de civismo na história deste país. Não importa se outros quiseram perder
o trem da história, Prudente não o perdeu. Da Presidência foi para Piracicaba,
de trem, abraçar o seu povo e lá exercer, até o fim de sua existência, a sua
honrada profissão de advogado, o “advocatus”, aquele que é chamado para ajudar.
Congratulo-me, portanto, com
esta sessão, com todos os presentes, parlamentares de Itu e de Piracicaba, e as
pessoas da sociedade organizada de Piracicaba e Itu que aqui vieram. E espero
que os mais jovens - e há muitos jovens aqui na galeria, mesmo aqui dentre das
autoridades - promovam o sesquicentenário em homenagem a Prudente de Morais.
Seremos, daqui a cinqüenta anos, talvez só lembrança. Mas a noite de hoje fica
inserida na história deste país, escrita por uns poucos que aqui estão em favor
de muitos que têm muito a aprender, como nós temos que aprender com Prudente de
Morais, um Presidente extremamente prudente. (Palmas)
A SRA. PRESIDENTE - MARIA DO CARMO PIUNTI - PSDB - Gostaria de registrar a
presença, e pedir que faça parte da nossa Mesa, da professora Maria Zilda
Cesarotto, que é a Diretora Regional de Ensino da região de Itu.
Neste momento, esta
Presidência tem a honra de conceder a palavra ao Exmo. Sr. José Machado,
Prefeito de Piracicaba.
O SR. JOSÉ MACHADO - Exma. Sra. Deputada, Maria do Carmo Piunti, que
preside esta sessão solene em homenagem à memória de Prudente de Morais,
prezado Prefeito da cidade de Itu, Lázaro José Piunti, Sra. Maria da Glória
Silveira Melo, bisneta de Prudente de Morais, prezado professor Rubem Murilo,
que aqui representa o reitor estadual de Campinas, demais autoridades presentes
a esta sessão, que nos honram com suas presenças, prezados componentes das duas
delegações de Itu e de Piracicaba, que praticamente lotam este plenário, dando
uma demonstração de apreço e de consideração por este ato solene que aqui
realizamos, eu me beneficiarei muito da fala do Prefeito Lázaro Piunti, porque
ele se referiu a uma questão que também me inquieta muito.
Vivemos num país que ainda
tem que fazer um ajuste de contas com seu povo e com seu projeto republicano;
somos uma República sofrida, jovem é verdade, mas entrecortada de regimes
autoritários; temos ainda que fazer um acerto de contas com a austeridade, com
a ética na política; temos que promover a universalização da educação, dos
direitos; temos ainda que consolidar a nossa democracia com respeito aos
direitos humanos, à justiça, à liberdade, embora nós todos sabemos muito bem
que há hoje um país mais livre, mais democrático, mais ainda temos muita coisa
a fazer para verdadeiramente lograrmos consolidar a nossa república. E
infelizmente ainda não sabemos valorizar devidamente a memória daqueles que ao
longo da história jogaram um papel importante nas nossas instituições.
Prudente de Morais foi um
homem que teve uma carreira fulminante, logrou galgar todos os degraus da vida
pública, desde Vereador em Piracicaba, onde foi Presidente da Câmara Municipal
de Piracicaba, passando pela Assembléia Provincial, Governo Provincial, Senado
da República, Presidência da República. Durante seu mandato passou por inúmeras
dificuldades, gerenciou muitos conflitos. Por isso que leva o nome de
pacificador, porque era um momento conturbado de transição da monarquia para a
república, muitas resistências conservadoras que desejavam a volta do antigo
regime e Prudente de Morais, ao lado de um grupo de brasileiros, republicanos
convictos, fundaram a república e deram os primeiros passos para erigir um
projeto de nação.
Este ato, Deputada Maria do
Carmo Piunti, é muito significativo porque, como a senhora muito bem disse, não
estamos comemorando a morte de um grande brasileiro, estamos rememorando,
homenageando a sua memória, porque foi verdadeiramente um brasileiro ilustre.
Claro que foi um homem do seu tempo, na sua época as suas idéias e a visão de
mundo eram completamente diferentes. Foi dito aqui pelo Prefeito Lázaro Piunti
que o Presidente Prudente de Morais foi eleito com trezentos mil votos. Hoje o
Presidente eleito se elegeu com cerca de cinqüenta milhões de votos. Então é um
outro contexto, outra realidade, o Brasil hoje é uma nação muito grande, muito
povoada.
Prudente de Morais teve que
enfrentar dificuldades, tomar decisões que, provavelmente, o angustiaram muito,
como a campanha de Canudos, que para muitos é um grande enigma, ainda, porque a
própria natureza do movimento de Canudos ainda está em discussão. Mas de
qualquer maneira Prudente de Morais foi um homem que honrou o seu cargo pela
austeridade, pela dignidade, e pelo caráter. Como disse o prefeito de Itu ele
voltou a Piracicaba, passando por várias cidades de trem, sendo festejado pelos
brasileiros que o admiravam, foi encerrar a sua atividade profissional em
Piracicaba como advogado e ali morreu muito jovem, vitimado por uma doença, na
época, muito difícil de ser curada.
Acredito que o legado de
Prudente de Morais é um legado que todos devemos analisar, refletir sobre ele,
principalmente a sua postura digna, a sua postura honrada. Na sessão solene de
Piracicaba eu até beirei a emoção, porque me lembrei de algumas leituras que
fiz, principalmente de seu testamento, onde ele fazia referência a seus filhos,
a seus netos, ele era uma pessoa muito carinhosa com sua família. Dizem que ele
era muito carinhoso com criança, o que acho um sentimento de elevadíssima
nobreza.
Então, sou um admirador de Prudente de Morais. Evidentemente que se ele vivesse no tempo de hoje não sei se estaríamos do mesmo partido, se estaríamos do mesmo lado ou não. Mas essa questão de estar de um lado ou do outro às vezes é secundária. Na minha vida pública, tenho me deparado com muitos adversários políticos a quem tenho profundo respeito, porque são pessoas coerentes, são pessoas sinceras, transparentes, de elevado caráter. O Brasil está hoje confrontado com inúmeras dificuldades e desafios e, mais do que nunca, é preciso valorizar esses princípios, porque precisamos de brasileiros evidentemente corajosos, ousados, mas dotados de muito espírito público, muito caráter, muita vontade de servir e acredito sinceramente que Prudente de Morais foi um brasileiro com esse perfil.
Minhas palavras derradeiras são para homenagear a comissão que presidiu toda atividade celebrativa dos cem anos de morte de Prudente de Morais. Celebrativa no sentido de reverência à sua memória. Essa comissão nos acompanhou desde o início, operou diligentemente para que todas nossas decisões fossem decisões viáveis, cabíveis dentro do contexto em que vivemos. Fizemos uma parceria com Itu de tal modo que pudemos trabalhar juntos em vários projetos, para podermos dar dignidade a essa homenagem a Prudente de Morais. Oxalá um dia as gerações mais jovens, as gerações do futuro, possam ser, quem sabe, mais dedicadas, mais solenes até do que nós, na homenagem aos seus grandes vultos.
Nesse sentido quero também, da mesma forma que o Prefeito Lázaro Piunti, dirigir-me aos jovens para que eles se compenetrem dessa elevada responsabilidade, para que no futuro, quem sabe, possamos proporcionar a essas grandes personalidades do nosso país homenagens mais largas, mais generosas, mais participativas. De qualquer modo, é meu dever também homenagear os presentes, todos, que deixaram seus lares, deixaram o prazer da sexta-feira - que é um dia muito especial para todos, porque na verdade se inicia o fim de semana e as pessoas precisam descansar e querem também buscar o lazer e o congraçamento com seus familiares e amigos - e vieram a São Paulo, a esta Casa, para reverenciar a memória de um grande brasileiro. Então, a todos aqui presentes quero aqui render as minhas mais sinceras homenagens e à Deputada Maria do Carmo Piunti meus agradecimentos também pela sensibilidade de ter tomado a iniciativa de pedir a convocação desta sessão solene.
Minha saudação a todos. Muito obrigado. (Palmas)
A SRA. PRESIDENTE - MARIA DO CARMO PIUNTI - PSDB - Neste momento, gostaria de convidar o quarteto Tristão Júnior, da cidade de Itu, que nos brindará com um número musical, fazendo justamente uma homenagem ao Maestro Tristão Júnior, que empresta seu nome a este quarteto, e vão executar a peça “Pisando em Flores”, registrando também que o maestro Tristão Júnior era um compositor Ituano.
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- O quarteto Tristão Júnior executa a peça “Pisando em Flores”. (Palmas.)
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A SRA. PRESIDENTE - MARIA DO CARMO PIUNTI - PSDB - Neste momento a Presidência tem a honra de conceder a palavra ao professor Roberto Machado de Carvalho, que é Secretário da Cultura da Estância Turística de Itu, diretor do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e membro da Academia Cristã de Letras.
O SR. ROBERTO MACHADO DE CARVALHO - Exma. Sra. Deputada Maria do Carmo Piunti, digníssima Presidente desta sessão solene que celebra o centenário de falecimento deste grande vulto de nossa pátria, Prudente José de Morais Barros.
Exmo. Sr. Prefeito Municipal da Estância Turística de Itu, Srs. Lázaro Piunti, Exmo. Sr. Prefeito Municipal de Piracicaba, Sr. José Machado, nestas pessoas saudamos todas as demais autoridades aqui presentes já nominadas, meus senhores, minhas senhoras, ituanos, piracicabanos, distintos admiradores da vida e da obra de Prudente de Morais, esta sessão realmente é muito significativa porque, como já foi dito, Prudente de Morais foi um vulto extraordinário, de nossa história, em especial a história da república. Mas ele viveu, na maior parte de sua vida, no período do Império, poucos anos apenas do período da República. E foi justamente neste período do Império, século XIX, que Prudente de Morais pôde apresentar a sua fidelidade aos princípios republicanos que serão válidos para sempre, não apenas do passado e dos nossos dias, mas são princípios que norteiam o estabelecimento de um novo regime político proclamado em 1889, a República, como veremos daqui a pouco.
Eu queria fazer uma síntese da vida desse extraordinário cidadão. Natural do velho Sítio Dona Catarina, então pertencente ao Município de Itu, aprendeu as primeiras letras já na cidade de Itu e bem jovem, com quinze anos, resolveu vir para São Paulo, já apoiado pela família. Em São Paulo fez o preparatório para a Faculdade de Direito o Largo de São Francisco e lá ingressou em 1859, numa turma extraordinária também, teve colegas como Campos Sales - depois Presidente da República, mais tarde foi o sucessor de Prudente de Morais -, como o grande jornalista Francisco Rangel Pestana, um dos fundadores do Estado de São Paulo, na época Província do Estado de São Paulo, Bernardino de Campos, que foi seu Ministro da Fazenda e foi Governador de São Paulo, e outros nomes notáveis. Portanto a turma 1863 uma vez formada prestou grandes e relevantes serviços ao país.
Prudente de Morais retorna a Piracicaba muito atraído pela já famosa banca de advogado de seu irmão, um pouco mais velho, o ilustre e depois senador, Manoel de Morais Barros, que em parte até foi um orientador dos rumos de Prudente de Morais na vida pública principalmente. Lá em Piracicaba advogou nos primeiros anos e fez construir a sua já conhecida e, por que não dizer, famosa casa da rua Santo Antônio, nº 10, hoje museu Prudente de Morais. Ali ele fez defesa de várias causas jurídicas.
Mas logo a vida pública o atraiu. Ele vai eleger-se Vereador à Câmara Municipal de Piracicaba e logo no ano seguinte torna-se seu Presidente, e algumas vezes fez o papel de Prefeito também, na condição de Presidente da Câmara. Mas a carreira iria continuar e se tornar rápida, talvez, desculpem a observação, na história da República uma carreira tão meteórica quanto a de Jânio Quadros. Vejam bem, de Vereador de Piracicaba ele passa a Deputado na então província de São Paulo. Nesta Casa, na Assembléia Legislativa do Estado, ele vai já pronunciar alguns discursos mais notáveis da sua vida pública. Ele começa a defender a federação num discurso memorável de 1876 na Assembléia Legislativa do Estado em que mostra a necessidade de descentralizar os serviços públicos do Brasil, até então extremamente centralizados no poder da coroa imperial. Ele vai fazer a defesa e brilhante discurso referente no ensino público, que na época era muito deficiente em número de escolas e em qualidade também de ensino. Prudente de Morais é um ardoroso defensor do ensino público e isso ele leva para toda sua vida.
Da Assembléia Legislativa da então província de São Paulo ele vai passar à Câmara Federal do Rio de Janeiro. Lá também continua com seu trabalho no sentido de fazer com que o Brasil progredisse no seu tempo. E além da Câmara Federal ele vai passar para o Senado, e ao tomar posse vai ser eleito Presidente da primeira Assembléia Constituinte realizada em nosso país republicano. Prudente de Morais é eleito para presidir esta primeira grande Assembléia, que foi convocada em 90 para elaborar a constituição republicana primeira em 24 de fevereiro de 1891. Lá em Itu, por exemplo, temos uma rua com este nome, Rua 24 de fevereiro, em homenagem a esta primeira constituição da república. Ali está a presença de Prudente de Morais, os seus objetivos da vida pública, a sua defesa da federação, principalmente, a abolição da escravatura já havia sido proclamada. Também foi outro motivo de discursos de Prudente de Morais. Ele era extremamente favorável e foi o que aconteceu com a entrada de imigrantes no Brasil, que vieram substituir o braço escravo. Seria então o trabalhador livre.
É bom lembrar sempre que o tempo de Prudente de Morais foi, do ponto de vista econômico, bastante progressista. Era o período em que se dava nesta região de Itu, Piracicaba, Campinas, a expansão da lavoura cafeeira. Apareceram então aqueles fazendeiros capitalistas, que desenvolveram as nossas cidades. E Prudente de Morais viveu nesta época, que podemos dizer, faustosa, sobretudo no Estado de São Paulo. Era o tempo da entrada dos imigrantes, o tempo das ferrovias e o tempo da expansão do café.
Do senado o nome de Prudente de Morais aparece logo como candidato à Presidência da República. Ele vai então disputar a primeira eleição direta realizada em nosso país. Aliás, diga-se de passagem, um ardoroso defensor da eleição popular. Ele foi um dos homens da época que mais defendeu o voto popular. Mas um voto consciente. Ele abominava quaisquer pressões sobre o eleitorado no sentido da escolha de governantes e de legisladores. O voto consciente foi uma das bases dos discursos de Prudente de Morais, já neste Congresso Constituinte, como também depois como Presidente da República. Como já foi dito, ele disputa essa eleição e recebe quase trezentos mil votos. Para terem uma idéia o segundo colocado, que seria o futuro Presidente Afonso Pena, recebeu trinta e cinco mil votos.
Então, vejam a popularidade de Prudente de Morais, popularidade sobretudo pelo seu caráter, pela sua forma de enfrentar os problemas. Como diz seu próprio nome, com muita prudência, mas com muita inteligência e competência para resolvê-los. Ele apresentava sempre as soluções para resolvê-los. Vemos numa das faixas aqui colocadas duas palavras que sintetizam bem a vida pública de Prudente de Morais: a moralidade e a probidade. A probidade, homem probo, correto em todos os seus atos. É uma expressão e é interessante lembrar que apareceu esta palavra talvez no caso de Prudente de Morais, pela primeira vez numa confeitaria, ou numa mesa de mármore de uma confeitaria da rua 15 de novembro, de São Paulo. Algum desafeto, veremos daqui a pouco, na oposição ferrenha que Prudente de Morais teve que enfrentar, escreveu uma palavra injuriosa ao Presidente, mas logo em seguida sentou-se nessa mesa um adepto de Prudente de Morais, apagou aquela palavra e fez a silhueta num desenho da figura impoluta do Presidente Prudente de Morais e escreveu em baixo apenas isto: "probidade, o que define o homem de caráter, o homem disposto a governar de uma forma nobre, de uma forma altíssima".
É bom lembrar que, como Presidente da República, não foi fácil a tarefa de Prudente de Morais, pelo contrário, foi extremamente complicada. Ele teve que enfrentar uma oposição ferrenha, uma época que tinha terminado um governo militar. Como sabem, dois governos militares iniciaram a república no Brasil: Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, antecessor de Prudente de Morais. Tinha terminado esse período militar, mas havia muitos militaristas, muitos florianistas, sobretudo no Rio de Janeiro, que desejavam a continuidade do governo. Eram contra o governo civil e Prudente de Morais teve que enfrentar esses adversários. Havia também aqueles partidários da Monarquia. A monarquia aqui do Brasil terminou, mas muitos dos seus adeptos continuaram admirando a família dos Braganças, partidários dos monarquistas. Os florianistas eram radicais, trabalhavam no sentido do retorno de um governo militar.
Prudente de Morais teve que enfrentar esta oposição. Mas ele a enfrentou com garbo. Jamais enfraqueceu o ânimo ao enfrentamento dos seus adversários políticos. Vamos ver no governo de Prudente de Morais algumas passagens em que ferve mais esta oposição, como por exemplo uma revolução que ele teve que enfrentar, a começar pelo Rio Grande do Sul. O que propunham os federalistas? Propunham, praticamente, a divisão do Brasil, propunham a quebra da unidade nacional, que era um dos esteios da nação. Havia lá líderes desse movimento, como Gumercindo Saraiva, como Silveira Martins, líderes importantes no sul. Esse problema já havia começado no governo Floriano, mas continuava no governo de Prudente de Morais. E de uma forma extremamente tranqüila, mas insistente, Prudente de Morais vai conseguir pacificar o sul do país. Ele conseguiu fazer cessar as armas. Tivemos muitas violências nesta revolução federalista. Ele consegue fazer com que a paz predomine e o sul continue, podemos dizer, sendo brasileiro, bem brasileiro.
Também houve um problema muito sério no sertão da Bahia, onde ele precisou dar cabo de um movimento que lá se realizava, chefiado pelo famoso Antonio Conselheiro, na região de Canudos, lá nas margens do Vaza Barris. Deu muito trabalho a Prudente de Morais a presença ali de um núcleo, que até hoje como foi dito muito bem aqui continua ainda questionado, continua ainda sendo debatido. É um tema que aparece no livro "Os Sertões", de Euclides da Cunha. Alias, estamos comemorando o centenário da primeira edição de "Os Sertões", onde Euclides da Cunha narra, de uma forma extraordinária, numa das obras primas da literatura brasileira, o que foi o combate das quatro expedições militares enviadas no Governo de Prudente para resolver esta questão de Canudos. Os homens sertanejos estavam bem preparados para as suas defesas, eles desejavam naturalmente um pedaço de terra.
Mas havia outras questões na época. É preciso compreender a mentalidade da época. No Rio de Janeiro corria a noticia de que eram pessoas favoráveis à Monarquia, hoje um tanto quanto questionado. Euclides da Cunha mesmo descreve de uma forma um tanto surpreendente para ele como foram combatidos aqueles sertanejos. Mas era necessário para que a República tivesse um início pacífico, e Prudente era amigo da paz, da justiça, da lei, que deveria ser cumprida custasse o que custasse.
De modo que, na quarta expedição, Canudos foi praticamente arrasado. E a oposição a Prudente de Morais era tamanha que, como já foi lembrado, no retorno da última tropa, podemos dizer militar, em Canudos, ele vai receber os soldados no arsenal de guerra no Rio de Janeiro. Então há uma aglomeração popular muito grande, Prudente de Morais, com aquela sua imponência, dirige-se ao navio, na época a embarcação Espirito Santo, e lá cumprimenta o General Barbosa da Silva, que era o Comandante daqueles soldados que retornavam de Canudos. Mas ao sair depois da embarcação e andar pelo arsenal, aparece um soldado, aliás com patente menor do que soldado, um anspeçada, Marcelino Bispo de Melo, que depois, no inquérito realizado e que demorou alguns meses, verificou-se que ele era mandado de pessoas influentes da política da época. Esse cidadão tenta atirar em Prudente de Morais. Ele chega a mostrar uma pistola bem próximo a Prudente de Morais e, segundo consta, com a sua cartola Prudente de Morais afasta a pistola, mas ao mesmo tempo ele arranca um punhal. E nesse momento, o Marechal Carlos Machado Bittencourt, que era o Ministro da Guerra se coloca à frente de Prudente de Morais e o Ituano Coronel Luiz de Morais Barros, o Luís de Morais, como ele escrevia, também ajuda no domínio deste anspeçada. Mas o punhal alcança o Marechal Carlos Bittencourt e ele falece daí a poucos minutos.
O mais importante neste caso foi a maneira como Prudente de Morais enfrentou, não só aquele anspeçada, quer dizer mandado por vários líderes da época, como Francisco Glicéreo ficou provado depois no inquérito, como seu vice-Presidente, o médico baiano Manoel Vitorino Pereira, que desejava ocupar o lugar de Prudente de Morais. Vejam a gravidade desta situação. O inquérito correu e esses líderes principais acabaram sendo absolvidos e Prudente de Morais, evidentemente, não gostou. Ele achava que a lei devia ser cumprida de forma inexorável, igual para todos, como dizia a Constituição de 91. Ele escreve cartas a respeito, mostrando a sua amargura diante dos resultados do tribunal que julgou estes elementos envolvidos na tentativa de matá-lo.
Mas, neste momento, vem à baila a coragem cívica de Prudente de Morais. Ele demonstrou essa coragem em outros episódios, mas neste foi extraordinário, porque os seus amigos tentaram tirar de Prudente de Morais a idéia de acompanhar o féretro do Marechal no dia seguinte, mas ele recusa-se a obedecer ao conselho desses amigos, ele faz questão de comparecer.
Aí
a situação política no Rio de Janeiro em especial começa a mudar. A população,
em sua grande parte, inclusive aqueles adversários da véspera, passam a admirar
a forma como Prudente de Morais enfrentava os problemas. Ele acompanha o
féretro, vai ao cemitério de São João Batista. Na sua retirada aparece o grande
tribuno que foi José do Patrocínio. José do Patrocínio levanta a voz e diz:
“parai aí Sr. Presidente”, e faz um dos seus mais belos discursos considerando
Prudente de Morais um santo varão da República. De modo que é uma cena que
mostra a coragem cívica de Prudente de Morais.
Tivemos
outros momentos difíceis, como a invasão da ilha de Trindade, que pertencia ao
Brasil, pelos ingleses, a invasão da Guiana pelos Franceses, daí a Guiana
Francesa. Mas Prudente de Morais consegue depois a retirada desses invasores
ele vai enquadrar essas regiões ao território brasileiro. Uma figura, portanto,
notável do nosso início de República.
Ao
terminar o seu mandato, Prudente de Morais já havia estabelecido as normas
republicanas, e eu peço vênia para apresentar, numa síntese, um dos mais
importantes documentos desse início tumultuado da República, que foi o estabelecido
por Prudente de Morais, graças principalmente pelo seu amor à lei e à justiça.
Vejam
alguns desses princípios que ele coloca no momento em que assume a Presidência
e como ele termina o seu Governo fiel a esses princípios. Lá está escrito que a
República deve ser um regime de paz e de ordem, de liberdade e de progresso sob
o império da justiça e da lei. E finaliza com uma seqüência de princípios que
norteariam seu governo e que consideramos um verdadeiro credo republicano,
perfeitamente válido para os nossos dias. Portanto, podemos dizer que tudo o
que Prudente de Morais pensou e divulgou é da nossa atualidade política e
administrativa: execução fiel do regime livre e democrático, adotado pela
Constituição; firmar e manter a autonomia dos Estados harmônica, com a
soberania da Nação. Aí está o princípio federativo. Preservar a independência e
o mútuo respeito dos poderes; respeito ao exercício de todas as liberdades e
garantias constitucionais; a manutenção da obediência à lei e ao prestigio da
autoridade, estabelecimento do equilíbrio orçamentário através do equilíbrio
entre a despesa e a receita- qual é o Governo digno que não deseja este
equilíbrio nos nossos dias? -; obediência na pontualidade na satisfação dos
compromissos assumidos; incentivar a iniciativa particular para investir na
agricultura e indústria; atrair mais imigrantes; garantir a plena liberdade do
sufrágio, base fundamental da democracia representativa.
E
como ele considerava o voto? Voto de acordo com a consciência de cada um, com liberdade,
jamais ceder a qualquer pressão da máquina compressora. Manter a ordem e a
tranqüilidade no interior e a paz com as nações estrangeiras, sem sacrifício de
nossa dignidade e de nossos direitos, cultivando e desenvolvendo as relações
entre as nações amigas.
E
finaliza: é esse o caminho que nos levará com segurança à situação de
prosperidade e grandeza, que está destinada à nossa pátria.
O
Governo que ora inicia penosa jornada por esse caminho fortalecido pelo apoio
nacional não se desviará dele, tendo por seus únicos e seguros roteiros a
justiça e a lei e por seu único alvo, a felicidade da pátria.
Isto
é datado de 15 de novembro de 1894, exatamente no dia da posse de Prudente de
Morais na Presidência da República, e que ele assina.
Neste
caso que lembramos há pouco de Canudos, há uma carta que mostra bem o que
dissemos da oposição ao Presidente. O nosso Prudente de Morais era muito amigo
de escrever cartas e são documentos hoje importantes para conhecer o espírito e
a capacidade de Prudente de Morais. É um pequeno trecho endereçado a um seu
amigo de Piracicaba, Antônio Teixeira Mendes, e data de 9 de setembro de 1897.
Estava começando o último ano da Presidência de Prudente de Morais. Ele diz num
trecho: “quanto a mim, continuo neste purgatório, sofrendo como o holandês pelo
mal que não fiz, suportando as enormes dificuldades criadas pelos meus
antecessores e sofrendo as injúrias e calúnias. Não imagina o grande consumo de
paciência e resignação patriótica que temos feito, para suportar este suplício.
Se não fosse a dedicação pela República, há muito ter-me-ia libertado deste
cativeiro infernal”.
Está
aí a prova de como foi difícil o seu governo. Mas, a grande qualidade de
Prudente de Morais foi justamente a sua teimosia como homem de nível superior,
teimosia em prosseguir trabalhando pela república. E ele consegue estabelecer
os alicerces da república. Essa expressão “O pacificador” é muito justa, porque
ele vai entregar o governo ao seu sucessor, o Campineiro Campos Sales, um país
pacificado.
E
nada mais justo do que os aplausos das multidões a partir do Rio de Janeiro.
Ele continuava um homem humilde: sábio e humilde. Aliás, é a qualidade dos
sábios. Ele deixa o Palácio do Catete e precisava ficar duas noites no Rio de
Janeiro, para depois tomar o caminho de Piracicaba. E onde ele se hospeda? Numa
pensão, simples, perto do Palácio do Catete. E depois ele vai tomar o trem que
vem para São Paulo, aqui ele é aplaudido e muito. Há desfile histórico na rua
“15 de novembro”. Depois, ele segue para Piracicaba e o trem faz uma parada em
Capivari, onde também uma multidão ovaciona Prudente de Morais e em Piracicaba,
naturalmente, como se diria hoje, cai nos braços do povo. E ele simplesmente
volta a residir naquela mesma casa que construiu com os honorários de advogado
em 1870, quando inaugurou esta Casa, na rua Santo Antônio. E ali ele continua
como advogado, mas por pouco tempo, pois uma insidiosa moléstia, a tuberculose,
toma conta de seus pulmões. E o desenlace dá-se exatamente há cem anos, 3 de
dezembro de 1902.
Piracicaba
sempre homenageou Prudente de Morais, a casa, em especial, hoje Museu Prudente
de Morais, inaugurado em agosto de 1957. Quero aqui prestar homenagem à memória
de um professor, que trabalhou muito para que se instalasse este museu em Piracicaba,
o professor Vinício Campos. Na época ele era diretor de serviços de museus
históricos e pedagógicos do Estado. E é um santuário para se reverenciar
Prudente de Morais. Ali encontramos mobília de sua residência, encontramos
condecorações e documentos e outros objetos, enfim um acervo precioso.
E
Piracicaba levantou um Mausoléu no Cemitério da Saudade, que tivemos
oportunidade de visitar recentemente. Eu lembrei, na ocasião, que Itu está ali
presente e todos os dias, porque ele foi erguido com o granito da região
ituana. De modo que Itu e Piracicaba prestaram homenagem ao grande vulto.
Em
Itu, pelo ano de 1925, dois anos após à inauguração do Museu republicano, lá
estiveram dois filhos de Prudente de Morais, dona Júlia e o Antônio. Prudente
de Morais teve uma família numerosa, nove filhos, dois falecidos em tenra
idade. Lá esteve o casal de filhos, para oferecer o gabinete de trabalho de
Prudente de Morais, lá em Piracicaba. E era diretor do Museu, por sua vez
diretor do Museu do Ipiranga, o grande historiador Afonso d'Escragnolle Taunay.
Taunay disse ao casal de filhos: "aqui vocês ficam em liberdade para
escolher a sala e fazer a disposição desses móveis e da biblioteca de Prudente
de Morais", aproximadamente mil livros. E foi escolhida uma sala à direita
do saguão de entrada. E ali durante muito tempo foi a sala Prudente de Morais.
Ultimamente, por diversas razões, o acervo passou para o andar superior. Mas
era a exata reprodução do gabinete de trabalho. E isto também corresponde a
homenagem de Itu ao seu grande filho.
É
preciso ainda, para finalizar, reiterar aquilo que já foi dito que esses
exemplos de homens probos, de homens que pautaram sua vida pública pela
moralidade e pela probidade, devem ser sempre lembrados em nossas escolas.
Lamentamos profundamente que a história da República, quando é contada, é muito
mal contada, porque geralmente os estudantes nada sabem a respeito da
República. Eu me lembro mesmo do meu tempo. Estudava-se o Brasil colônia, o
Brasil império e quando chegava-se na República, terminava o ano e ficavam sem
aprender devidamente a história republicana, cujos reflexos são bem
interessantes em nossa vida atual.
É
preciso que nossos jovens conheçam de uma forma melhor esses grandes vultos da
pátria. Honra e glória ao grande brasileiro Prudente José de Morais Barros.
Muito
obrigado. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE - MARIA DO
CARMO PIUNTI - PSDB - Agradecemos a participação do professor Roberto Machado Carvalho, aliás
registrando professor de história ao longo de sua vida e dedicado historiador,
como já dissemos, também diretor do Instituto Histórico e Geográfico de São
Paulo e membro da Academia Cristã de Letras.
Neste
momento tenho a honra de passar a palavra ao professor doutor Rubem Murilo Leão
Rego, que representa neste ato o professor Carlos Henrique de Brito Cruz, o
Magnífico Reitor da Universidade Estadual de Campinas. Com a palavra, o
professor Rubem Murilo Leão Rego.
O SR. RUBEM MURILO LEÃO REGO - Exma. Deputada Maria do
Carmo Piunti, Presidente desta sessão solene, Exmo. Sr. Prefeito de Piracicaba,
José Machado, Exmo. Sr. Prefeito de Itu, Lázaro José Piunti, Sra. Maria da
Glória Silveira Melo, bisneta de Prudente de Morais, Professor Roberto Machado
de Carvalho, demais autoridades presentes, senhoras e senhores, eu fui, e sou
ainda, participante da Comissão Organizadora desde o final de 2001, que teve a
iniciativa do Prefeito José Machado e estou aqui representando o professor
Carlos Henrique de Brito Cruz que escreveu algumas palavras a propósito desta
comemoração, que pediria permissão para ler, mesmo porque é a expressão de
compromisso da Unicamp para com a iniciativa tomada pela prefeitura de
Piracicaba.
A
Unicamp, quando foi convidada a integrar a Comissão que vem realizando desde
dezembro de 2001 os eventos comemorativos do centenário de morte de Prudente de
Morais, sentiu-se honrada e perfeitamente inserida no tema e na motivação desse
projeto. Antes de mais nada, gostaria de lembrar que este ciclo de homenagem,
cujo epicentro está em Piracicaba, onde o Prefeito José Machado fez criar um
extenso programa de comemoração previsto para durar todo o ano, tinha dois
objetivos: valorizar Prudente de Morais como um dos protagonistas da história
da primeira República, que vai da proclamação, de 1889, até a deposição de
Washington Luiz, em 1930, pelo getulismo, e fazer o balanço da experiência
republicana brasileira.
Dentro
desse escopo, desde que foi iniciada, em dezembro passado, a programação deste
ciclo de eventos incluiu conferências, debates, publicações, exposições e a realização
de um vídeo, que tem a participação da Unicamp, na pessoa do historiador Ítalo
Tronca.
A
prefeitura de Piracicaba também promoveu um concurso nacional de idéias para um
memorial à República, empreendimento arquitetônico destinado ao registro da história
republicana e à difusão dos ideais republicanos.
O
projeto do memorial, sobre o qual o Prefeito Machado poderá falar com maior
conhecimento de causa, deverá ser um centro cultural público e um equipamento
cultural novo na cidade de Piracicaba. Neste mesmo contexto, os eventos
propiciaram iniciativa como a restauração, em Itu, de móveis, documentos,
livros e quadros a óleo, que pertenceram a Prudente de Morais e que hoje formam
a coleção que leva o seu nome.
Portanto,
a Unicamp se orgulha de integrar a Comissão Organizadora desses eventos,
coordenadas pela Secretaria de Cultura de Piracicaba, ao lado da USP, da
Unimep, da Prefeitura de Itu, onde nasceu Prudente de Morais, na Ordem dos
Advogados do Brasil e de pessoas estreitamente relacionadas ao acontecimento,
como a senhora Maria da Glória Silveira Melo, descendente do homenageado, aqui
presente.
Quando
digo que a Unicamp sentiu-se muito à vontade ao se incorporar a esse projeto é,
sobretudo, por razões de competência acadêmica. Da vasta produção historiográfica
e de análise social e política emanada dos intelectuais de nossa Universidade,
parte substancial se refere aos 113 anos do nosso período republicano, que é
quando se dá de fato o esforço de construção da nacionalidade brasileira.
Presentemente,
dois trabalhos em desenvolvimento da Universidade, da primeira década
republicana, fontes históricas e iconográficas e o segundo, a construção da
república Prudente de Morais e a primeira década republicana, ambos de autoria
do professor Rubem Murilo Leão Rego, do Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas, dão conta da relevância atribuída pela Unicamp ao assunto. Talvez se
pudesse dizer que para a Unicamp, cujo interesse da história regional é um
tópico importante de suas linhas de pesquisa e de reflexão histórica, a
relevância de Prudente de Morais avulta por ele ter sido, ao lado de Campos
Sales, um dos Presidentes que emergiram do Leste Paulista.
Mas,
indo além desse apelo regional, sabemos que Prudente de Morais tinha
importância peculiar, não só por ter sido um dos quinze presidentes brasileiros
eleitos diretamente nas urnas, dentre os 34 que ocuparam a cadeira
presidencial, como também por ter sido o primeiro, já que seus dois
antecessores, Deodoro e Floriano, foram escolhidos por via indireta.
Nesse
sentido, esse ciclo de eventos tem sido uma excelente oportunidade de aprender
e lembrar fatos sobre Prudente de Morais que são instrutivos, não só para o
enriquecimento de nossa cultura histórica, mas também para a prática política
de nosso tempo. Nem sempre os brasileiros se recordam que Prudente de Morais,
nascido de uma família modesta da cidade de Itu, foi o nosso primeiro
Presidente civil e o primeiro a ser eleito pelo voto direto. Poucos sabem que
também foi o primeiro a promover um amplo processo de anistia política.
Este
é o momento certo e o recinto mais propício para lembrar que a trajetória de
Prudente de Morais como homem público começou participante do próprio movimento
republicano e, antes de chegar ao mais alto posto da República, em 1894, foi
Vereador em Piracicaba, Prefeito de Piracicaba, Deputado Provincial, Governador
do Estado de São Paulo, Senador e Presidente da Assembléia Constituinte de
1891.
Quantos
se lembram que, como Presidente da República, mesmo enfrentando um clima hostil
e rebeliões de toda a ordem, inclusive uma guerra civil que foi Canudos,
Prudente de Morais fez a história como pacificador. Contribuiu para esta justa
fama a pacificação do Rio Grande do Sul, convulsionado pela revolução
federalista, além da fixação perante a Inglaterra da posse definitiva da ilha
de Trindade, pelo Brasil.
Entretanto,
não é a nossa tarefa aqui discorrer sobre a vida e o papel republicano
desempenhado por Prudente de Morais. Trata-se tão somente de agradecer a
oportunidade de participar de um evento dessa magnitude e de assegurar,
sobretudo àqueles que se interessam pelo estudo e pela difusão das idéias de
Prudente de Morais, que a Unicamp, com o seu rico universo de acervos e das
inteligências, no campo da historiografia das humanidades em geral, continuará
ampliando a compreensão da importância da vida e da obra política desse grande
brasileiro e coloca-se à disposição de todos que desejam contribuir para isso.
Muito
obrigado. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE - MARIA DO
CARMO PIUNTI - PSDB - Esta Presidência agradece a participação do Professor Doutor Rubem
Murilo Leão Rego e que ele, por favor, levasse à Universidade Estadual de
Campinas, a Unicamp, os nossos agradecimentos pela participação, não só na
Comissão que tratou dos eventos comemorativos do Centenário da Morte de
Prudente de Morais, mas também a contribuição que a Unicamp tem dado a toda
nossa região, em todos os setores de estudos necessários. Obrigado.
Nesse
momento, o quarteto Tristão Júnior nos brindará com mais dois números musicais
e desta vez, o quarteto Tritão Júnior homenageia um maestro da cidade de Salto,
o maestro saltense, Silvestre Pereira de Oliveira, com duas composições de sua
autoria: “Sonhar é viver” e “Neguinha, vem cá”.
* * *
-
O quarteto Tristão Júnior executa as duas peças musicais. (Palmas.)
* * *
-
O quarteto Tristão Júnior executa a segunda música. (Palmas.)
* * *
A SRA. PRESIDENTE - MARIA DO
CARMO PIUNTI - PSDB - Encerrando o rol de oradores ilustres desta noite, temos a honra de
conceder a palavra à Sra. Maria da Glória Silveira Melo, bisneta de Prudente de
Morais.
A SRA. MARIA DA GLÓRIA
SILVEIRA MELO – Boa-noite a todos. Apresentamos nossos cumprimentos a todas as
autoridades presentes, de maneira especial à ilustre Deputada Maria do Carmo
Piunti, responsável por essa solenidade, nossos Prefeitos José Machado, Lázaro
Piunti, representante de Piracicaba e Itu, a todos os presentes, aos
funcionários desta Casa, que carinhosamente nos receberam.
Convidamos
todos a continuar o sonho de Prudente de Morais, de conquistar através da
soberania popular a verdadeira república, segundo ele indispensável para que
haja justiça em nosso país. Que possamos contribuir para que o povo brasileiro,
já tão sofrido na época de Prudente de Morais, possa ter, através do seu próprio
trabalho, melhores condições de alimentar-se, de morar bem, de freqüentar
escolas dignas a que têm direito e onde poderá também aprender o que Prudente
de Morais significou para a nossa história.
As
atividades envolvidas, desde 03 de dezembro de 2001 até esta data, possam ser
popularizadas e que o entrelaçamento entre as cidades de Itu e Piracicaba possa
iniciar um movimento de resistência em favor do nosso país.
Muito
obrigada. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE - MARIA DO
CARMO PIUNTI - PSDB - Agradecemos a participação da Sra. Maria da Glória Silveira Melo,
bisneta de Prudente de Morais e na sua pessoa parabenizamos a todos os
familiares de Prudente de Morais pelo legado que este grande homem nos deixou.
Gostaria também de fazer um registro: a Sra. Maria da Glória Silveira Melo e
outros voluntários fazem acontecer na cidade de Piracicaba, no Museu Prudente
de Morais, com início dia 4 de outubro, mas que estará sendo levado a efeito
até o final de dezembro, dentro do programa de comemorações, uma exposição que
se chama "Retratos de Família" em homenagem a Prudente de Morais.
Várias pessoas aqui presentes já receberam o convite, é exatamente no Museu
Prudente de Morais, na rua Santo Antonio nº 641, em Piracicaba, das 12 às 17
horas e sábado das 9 às 12 horas. E a família de Prudente de Morais e os
voluntários que fizeram parte desta iniciativa convidam a todos para que se
façam presentes.
Gostaria
também de fazer alguns registros daqueles que não puderam comparecer a esta
sessão e que nos enviaram correspondência pedindo escusas por não poderem estar
presentes. São as seguintes pessoas: Deputado Afanasio Jazadji, Deputado
Paschoal Thomeu, Sra. Chefe de gabinete do Ministro da Cultura, Claudiana de
Oliveira Luz, em nome do Ministro da Cultura, pede escusas por não poder estar
presente. Também a vice-reitora do Centro Acadêmico Universitário Nossa Senhora
do Patrocínio, professora Maria Ângela Pimentel Elias, desculpa-se por não
poder estar presente. Também o Sr. Hermano Tavares, professor da Unicamp, o
senhor Alexandre Alves, Secretário Municipal de governo de Piracicaba, o Dr.
Edvar Gabriel Simeira, Presidente da 53ª subsessão da OAB Itu. Também o Sr.
Marcelo Bonganha, Diretor-Presidente interino da Educativa FM de Piracicaba, a
Sra. Aparecida Gregolin Abe, vereadora pelo Partido Verde à Câmara Municipal de
Piracicaba, o Sr. Secretário Nagashi Furukawa, Secretário da Administração
Penitenciária do Estado de São Paulo, e também o Dr. Luiz Carlos Freize David,
Secretário dos Transportes do Estado de São Paulo e o Dr. Jorge Luiz Ângeli,
Presidente do Clube de Campo de Piracicaba, pedem escusas por não terem
comparecidos a esta sessão solene.
E
neste momento, para encerrarmos a nossa sessão, gostaríamos de ser brindados,
mais uma vez, pela apresentação final, pelo quarteto Tristão Júnior, que neste
momento homenageia um maestro de Indaiatuba, aliás, o quarteto Tristão Júnior
faz questão de homenagear os maestros da região, o maestro Nabor Pires de
Camargo, com dois números de sua autoria, Garoa e Venenoso.
* * *
-
É
feita a apresentação dos números musicais. (Palmas.)
* * *
A SRA. PRESIDENTE - MARIA DO
CARMO PIUNTI - PSDB - O quarteto Tristão Júnior gostaria de fazer uma homenagem especial a
Piracicaba, abrilhantando uma peça do Maestro Erotides de Campos, muito apropriado.
QUARTETO TRISTÃO JÚNIOR - Erotides de Campos, apesar
de ser Cabreuvano, ele morou muito tempo em Piracicaba, estudou, inclusive
estamos pesquisando material da vida dele que se encontra em Piracicaba. Então
o quarteto Tristão Júnior se sente honrado de estar homenageando a este
compositor e com uma música tão especial, que tão bem calha nesta noite, nesta
sessão solene, que é uma Ave Maria, tão conhecida dele. Gostaríamos de estar
tocando esta peça para encerrar nossa participação nesta noite. Esta peça
homenageia Piracicaba e todos os presentes, sem nos esquecermos de Itu, que já
estamos homenageando desde o início desta sessão.
* * *
-
É executada a peça musical. (Palmas.)
* * *
A SRA. PRESIDENTE - MARIA DO
CARMO PIUNTI - PSDB - Esta Presidência gostaria, desde já, de dedicar os agradecimentos ao
quarteto Tristão Júnior, da cidade de Itu, que tem se esmerado em pesquisar
música brasileira, principalmente dos maestros regionais, valorizando a música
da nossa região. Gostaria então de dedicar os nossos agradecimentos por ter nos
brindado esta noite com compositores regionais, finalizando com esta belíssima
apresentação da Ave Maria. Obrigado.
Esgotado
o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la, gostaria de lembrar que está
convocada uma sessão solene para o dia 9 do corrente, às dez horas, com a
finalidade de comemorar os 40 anos do Serviço de Ensino Vocacional.
Gostaria
ainda de agradecer a todas autoridades presentes, aos Vereadores, Secretários
Municipais, Diretores da cidade de Piracicaba e Itu, agradecer de uma forma
muito especial ao Prefeito Lázaro Piunti, de Itu, meu marido, agradecer o
Prefeito José Machado, de Piracicaba. A ele dedico um agradecimento carinhoso,
porque além da presença e de todas as comemorações, com relação ao centenário
da morte de Prudente de Morais, também foi o motivador para que esta Deputada
convocasse a sessão solene, com Deputados do seu partido e outros Deputados,
seus amigos nesta Casa, incentivou esta Deputada para que convocasse esta
sessão solene. Quero agradecer-lhe de uma forma muito carinhosa. Gostaria
também de agradecer, de uma forma muito especial, à Comissão de trabalho que
foi constituída para que levasse a efeito todos os eventos comemorativos e o
faço na pessoa do Sr. Jefferson Goulart, que é o secretário executivo do
programa comemorativo e que também deu uma contribuição muito grande a esta
sessão solene.
Eu
não poderia também deixar de registrar, peço escusas também por não tê-lo feito
antes, a presença entre nós do Sr. Paulino Domingos Fioto, que representa neste
ato a Academia Ituana de Letras e que é o decano dos jornalistas da cidade de
Itu e também um pesquisador da história da nossa cidade. Também gostaria de
agradecer, de uma forma bastante especial, a todos os funcionários dedicados da
Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, funcionários que nem sempre são
reconhecidos, na medida do trabalho que dedicam a esta Casa, em especial aos
funcionários do cerimonial, aos funcionários da taquigrafia, aos funcionários
do plenários e aos funcionários do som e gostaria ainda de fazer os
agradecimentos também aos funcionários da assessoria técnica parlamentar e a
todos os assessores e funcionários servidores da Assembléia Legislativa do
Estado de São Paulo, que contribuíram para com o sucesso desta sessão solene.
Gostaria de fazer meus agradecimentos na figura da Sra. Ieda Villas Boas, que é
uma funcionária já bastante antiga desta Casa, porque está aqui desde a sua
juventude, dedicando o seu trabalho o seu empenho ao bom funcionamento da Assembléia
Legislativa de São Paulo. Portanto, a todos os servidores que contribuíram para
o êxito desta sessão solene, eu faço na figura da Sra. Ieda Villas Boas.
Gostaria também de agradecer aos assessores do meu gabinete, que tornaram
possível a realização desta sessão solene. Gostaria de agradecer não só às
autoridades que se fizeram presentes, mas a todos, à delegação de Piracicaba e
a de Itu e muitos da cidade de São Paulo, que visualizo aqui presentes no
plenário, que vieram colaborar para o êxito desta solenidade.
E
antes de encerrar convido a todos para um coquetel no Hall Monumental, para que
pudéssemos, durante o coquetel, darmos continuidade a esta confraternização que
teve por finalidade rememorar Prudente de Morais, como diz a faixa aqui “O pacificador”,
mas principalmente essa figura ilustre que já foi tão bem discorrida por todos
os oradores que nos brindaram nesta noite.
A
todos que tornaram possível esta sessão solene, os meus agradecimentos.
Obrigada e boa noite.
Está
encerrada a presente sessão.
*
* *
- Encerra-se a sessão às 22 horas 42 minutos.
*
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