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13 DE NOVEMBRO DE 2012

052ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidente: BARROS MUNHOZ

 

RESUMO

ORDEM DO DIA

001 - Presidente BARROS MUNHOZ

Abre a sessão. Coloca em discussão o PLC 27/12. Presta esclarecimentos sobre o esforço suprapartidário para a deliberação da matéria em tela. Destaca a colaboração do PT, na pessoa do Deputado Enio Tatto; do Líder do Governo, Deputado Samuel Moreira; dos Deputados Carlos Giannazi e Carlos Bezerra Jr.; da bancada do PMDB; e, especialmente, do Deputado Campos Machado. Registra a presença do ex-Deputado e Presidente desta Casa, o Secretário da Casa Civil Sidney Beraldo, indicado conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, em projeto deliberado na sessão anterior.

 

002 - CARLOS GIANNAZI

Discute o PLC 27/12.

 

003 - CARLOS CEZAR

Para comunicação, manifesta o empenho da bancada do PSB em favor do PLC 27/12, ora em debate, que trata dos defensores públicos.

 

004 - RAFAEL SILVA

Para comunicação, apoia o PLC 27/12. Solicita que as discussões fossem abreviadas para que se passasse à votação. Recorda como pacífica a votação do PDL 08/12, sobre a indicação de Sidney Beraldo com conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

 

005 - GILMACI SANTOS

Para comunicação, adianta o voto do PRB favorável ao PLC 27/12.

 

006 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, em resposta ao Deputado Rafael Silva, reitera sua divergência quanto ao PDL 08/12, que trata da indicação de Sidney Beraldo como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

 

007 - LUIZ CARLOS GONDIM

Para comunicação, manifesta o voto favorável do PPS ao PLC 27/12.

 

008 - VANESSA DAMO

Para comunicação, declara voto favorável da bancada do PMDB ao PLC 27/12.

 

009 - JOÃO PAULO RILLO

Discute o PLC 27/12.

 

010 - VANESSA DAMO

Para reclamação, combate manifestação do Deputado João Paulo Rillo. Recorda a sua atuação como líder do PMDB. Lembra o apoio de sua bancada ao projeto que trata da Defensoria Pública. Sugere a deliberação imediata da matéria.

 

011 - JOÃO PAULO RILLO

Para comunicação, responde à Deputada Vanessa Damo. Recorda a atuação deste Parlamentar como líder da Minoria. Questiona a manifestação da Parlamentar sobre o projeto que trata da Defensoria Pública. Lembra a campanha desta à Prefeitura de Mauá e os ataques pessoais feitos ao concorrente.

 

012 - CARLOS BEZERRA JR.

Para comunicação, informa que declinara da palavra para discussão do projeto em apreço. Rebate os argumentos do Deputado João Paulo Rillo, no que considera ofensas pessoais.

 

013 - Presidente BARROS MUNHOZ

Por conveniência da ordem, suspende a sessão às 23h01min; reabrindo-a às 23h02min. Apela aos Deputados em Plenário que buscassem o entendimento.

 

014 - CAMPOS MACHADO

Discute o PLC 27/12 (aparteado pelo Deputado Alencar Santana Braga).

 

015 - Presidente BARROS MUNHOZ

Encerra a discussão e coloca em votação o PLC 27/12.

 

016 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Encaminha a votação do PLC 27/12, em nome do PT.

 

017 - CARLOS BEZERRA JR.

Encaminha a votação do PLC 27/12, em nome do PSDB.

 

018 - CARLOS GIANNAZI

Encaminha a votação do PLC 27/12, em nome do PSOL.

 

019 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovado o PLC 27/12, salvo emenda. Coloca em votação e declara rejeitada a emenda de nº 1.

 

020 - CARLOS GIANNAZI

Declara o voto favorável à emenda de nº 1, de sua autoria, em nome do PSOL.

 

021 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a manifestação.

 

022 - SAMUEL MOREIRA

Para comunicação, cumprimenta o Governador do Estado, os Parlamentares de todas as bancadas e os defensores públicos, presentes nas galerias.

 

023 - Presidente BARROS MUNHOZ

Elogia os Parlamentares, bem como os defensores públicos, objeto da matéria ora deliberada. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. Barros Munhoz.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, proposição em Regime de Tramitação Ordinária:

Discussão e votação - Projeto de lei Complementar nº 27, de 2012, de autoria do Sr. Governador. Cria cargos de Defensor Público do Estado, no Quadro da Defensoria Pública do Estado, na forma que especifica. Com 01 emenda. Pareceres nº 1495 e 1496, de 2012, respectivamente, das Comissões de Justiça e Redação e de Finanças, favoráveis ao projeto e contrários à emenda.

Esta Presidência gostaria de fazer um esclarecimento, antes de mais nada. Como todo projeto, este é um projeto que ensejou muita polêmica e muita discussão na Casa. Graças a Deus, felizmente, mais uma vez prevaleceu a democracia e, suplantando todas as divergências, conseguimos, através de um acordo suprapartidário, pautar esse projeto para que fosse discutido e votado nesta noite.

Não deveria particularizar e fazer menção a qualquer bancada ou a qualquer deputado que tivesse batalhado para que esse projeto fosse discutido e votado, mas não posso deixar de mencionar o espírito de colaboração, para que chegássemos a esse final, da Bancada do PT. Especialmente, permito-me fazer essa referência porque ele hoje não podia estar aqui, mas fica até uma injustiça fática com relação à sua ausência. Mas sei que ele está presente: o Deputado Enio Tatto.

Faço menção também ao Deputado Samuel Moreira, Líder do Governo na Assembleia Legislativa de São Paulo; à Bancada do PSDB; ao Deputado Carlos Giannazi, do PSOL, que batalhou sempre; ao Deputado Carlos Bezerra Jr, Líder do PT; ao PMDB, que também batalhou maciçamente; a praticamente todos os partidos. Mas quero fazer uma menção especial a um deputado que é polêmico, que é líder, que é magnânimo nas horas em que tem que ser magnânimo, que é realmente um deputado inigualável nesta Casa: o Deputado Campos Machado.

Quero fazer essa menção a todos os deputados e a todos esses partidos, até para fazer justiça a eles e fazer justiça a essa luta. (Palmas.)

Esta Presidência pede um minuto para possamos, todos nós, saudar o nosso Deputado por quatro legislaturas, líder de partido, líder de governo, Presidente da Assembleia Legislativa e agora, por nossa decisão, Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Sidney Beraldo. (Palmas.)

Para discutir a favor, tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, defensores, defensoras, funcionários, gostaria primeiramente de dizer que estou aqui para encaminhar favoravelmente à aprovação do PLC nº 27, de 2012, que cria 400 cargos de defensores públicos para o Estado de São Paulo. Mas ressaltando que serão criados 100 cargos por ano, e só em 2016 é que teremos cargos consolidados. Na minha primeira intervenção, disse que o Estado de São Paulo, com 41 milhões de habitantes, precisaria de no mínimo três mil defensores públicos. Foi por isso que apresentei, logo que o projeto foi protocolado na Assembleia Legislativa, a Emenda nº 1, a única apresentada a este projeto, acho, ampliando a criação de cargos da Defensoria de 400 para 1.500 cargos. Infelizmente, mais uma vez, a base do Governo, na Comissão de Constituição e Justiça, reprovou a nossa emenda que significa uma demanda. A nossa emenda representa uma reivindicação dos defensores, e também da população, dos movimentos sociais, de segmentos da população que necessitam do trabalho dos defensores públicos em todo o nosso Estado.

Quero então protestar em relação à posição da Comissão de Constituição e Justiça, que não aceitou a nossa emenda que amplia o número de defensores.

Houve um acordo - e eu não estava presente - entre os líderes em relação ao projeto anterior, que acabou de ser aprovado agora. É o PDL nº 8, que indicou Sidney Beraldo para o Tribunal de Contas. Manifestei no microfone o meu voto contrário à indicação do Sidney Beraldo e gostaria que este voto fosse registrado no Diário Oficial e nos Anais desta Casa, como já tinha manifestado contrariamente na sabatina que houve há alguns dias, com a sua presença. Não tenho nada pessoal contra ele, até porque mal o conheço, não tive muito contato com ele na Assembleia Legislativa. Quando assumi o cargo de Deputado Estadual, em 2007, ele foi nomeado Secretário de Gestão Pública, e pedi várias audiências para levar as demandas dos servidores. Mas nunca fui atendido pelo então Secretário de Gestão Pública. O fato é que a gestão do Sidney Beraldo, como Secretário de Gestão Pública, representou um verdadeiro atentado contra os servidores públicos do Estado de São Paulo.

É inconcebível que um Secretário não tenha respeitado a legislação, como a data-base salarial dos servidores públicos do nosso Estado, lei aprovada em 2007. Como não respeitou a data que vence sempre em março? Isso prejudicou os professores da rede estadual, os servidores da Segurança Pública e do Sistema Prisional. Passamos praticamente os quatro anos do Governo do ex-Governador José Serra, sem o cumprimento da data-base salarial dos servidores, sob o comando da Secretaria de Gestão Pública comandada pelo Sidney Beraldo.

Além dessa lei, a Secretaria de Gestão Pública também foi uma das formuladoras de um projeto de lei que foi aprovado pela base do Governo, o que resultou na sanção da Lei 1093. Isso foi em 2009. Houve então fragmentação do Magistério municipal e as categorias OFA, ACT e “O”, que é o professor que não tem mais direito trabalhista e previdenciário, e é contratado em regime precário por apenas um ano. E quando vence o contrato deste professor, que está em sala de aula, é obrigado a ficar em quarentena. Na época, essa quarentena tinha um prazo de 200 dias. O professor ficava afastado da rede estadual durante 200 dias letivos e havia um sério prejuízo para o professor. E os alunos ficavam sem a aula do professor, de categoria 1.

É um verdadeiro crime contra a educação do Estado de São Paulo, contra os professor e alunos da rede estadual de ensino. Nós votamos contra o projeto de lei na época, mas a base do Governo, mais uma vez, aprovou o projeto do ex-Governador José Serra. E este projeto foi formulado na gestão do Sidney Beraldo. Criou-se a quarentena e, o projeto era tão ruim que, só agora, na nova velha gestão do Geraldo Alckmin - tivemos Alckmin 1, e agora Alckmin 2 - é que houve mudança dessa lei por conta da pressão dos professores, do Magistério e da nossa pressão na Assembleia Legislativa. Cheguei a encaminhar um projeto de lei revogando essa nefasta Lei 1093, fomos à Justiça e recorremos ao Supremo Tribunal Federal, pedindo com uma Adin a revogação dessa lei. Só aí é que o Governo deu uma pequena recuada, alterando e reduzindo a quarentena de 200 dias para 40 dias. Mas a quarentena ainda existe.

Como um Secretário de Gestão Pública articula a aprovação de uma lei que prejudica professores e alunos da rede estadual de ensino? Não posso deixar de me lembrar de outra perversa lei aprovada na Assembleia Legislativa, apresentada também pela Secretaria de Gestão Pública. É a Lei 1097, que criou a falsa meritocracia para os professores da rede estadual de ensino. E Sidney Beraldo escreveu um artigo na época, na “Folha de S.Paulo”, em 2007, dizendo que não haveria mais aumento salarial para os servidores e que o objetivo do Governo do PSDB seria implantar a meritocracia para todos os servidores. E, como cobaia, começou com os professores, com a Lei 1097, instituindo que o servidor público, para ter reajuste, vai ter de fazer prova de avaliação todos os anos. E parece que isso vai se estender também a outras categorias profissionais.

Não posso deixar de mencionar também o verdadeiro processo de sucateamento e de degradação do Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo, sob a égide também da Secretaria de Gestão. Nada foi feito pelo Secretário Sidney Beraldo, que continuou sucateando e degradando, principalmente o atendimento aos servidores que estavam enfermos e precisando de uma licença, de uma perícia médica. A situação lá é tão grave que é conhecida como a casa dos horrores do Estado de São Paulo.

Os servidores são penalizados até hoje porque a situação continua a mesma, até porque isso se agravou após a transferência da gestão do Departamento de Perícias Médicas. Ele foi retirado da Secretaria da Saúde e realocado nessa pasta da gestão pública.

Um órgão da Saúde começou a ter um caráter muito mais gerencial do que na área da Saúde e deu no que deu. Até hoje aquele órgão tão importante para a saúde dos servidores está totalmente sucateado, degradado e prejudicando os servidores.

Também não posso me esquecer de referir ao sucateamento e ao abandono do Hospital do Servidor Público Estadual, a falta de convênios no Interior, a falta de descentralização, a terceirização dos serviços, dos laboratórios.

Exaustivamente estamos, desde 2007, denunciando, cobrando do governo para que tome providências em relação à saúde dos seus servidores equipando, investindo e pagando a sua parte do financiamento do Hospital do Servidor Público, do Iamspe, porque só o servidor que paga 2% do seu salário; ele tem desconto em folha de pagamento. O Estado não contribui com esse hospital. Não existe a quota parte do governo, que, no caso, é o patrão. Ele não paga. Ele se isenta. Os servidores, o Iamspe, ficam reféns dos humores e dos favores, da caridade aqui das emendas parlamentares que são aprovadas ou não aqui na votação do Orçamento. Não posso deixar de fazer este registro.

Por tudo isso que nós, do PSOL, nos manifestamos e votamos contrariamente à indicação do Sr. Sidney Beraldo para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Por fim, sem contar que houve um racha, uma briga na base do governo e que essa aprovação está, na verdade, manchada, maculada pela égide da traição porque parece que havia pelo menos um acordo entre a base do governo, entre os deputados, entre os partidos que compõem a base do governo. Mas ouço aqui, até dos próprios deputados da base do governo, nos bastidores, que um dos grandes defeitos do Governo Alckmin é que o governo não tem palavra. É um governo que não cumpre acordo com ninguém, com a oposição e muito menos também com a base do governo. Parece que isso tem sido uma constante. É uma marca do Governador Geraldo Alckmin não cumprir o acordo. O Governo Alckmin não tem palavra e rompe com sua própria base de sustentação. Faz um acordo no dia e no outro esfaqueia seus próprios aliados pelas costas. Foi o que aconteceu.

Essa indicação do Sr. Sidney Beraldo entra na história aqui do Parlamento Paulista como indicação marcada sob a égide da traição. Por todos esses motivos que nós votamos contrariamente ao PDL nº 8.

Voltando à questão do PLC 27, que estamos aprovando aqui hoje, parece que há, de fato, um consenso.

Queremos registrar aqui, rapidamente, terminando a nossa intervenção de hoje, de que esse projeto é estratégico, importante, mas temos que continuar lutando para que o Estado de São Paulo tenha mais defensores públicos. A nossa cidade tem 41 milhões de habitantes e mesmo com a aprovação desse projeto teremos um grande vácuo ainda no atendimento da nossa população pobre, carente, excluída, que não tem condições econômicas e financeiras de pagar um advogado. Então, essa assessoria jurídica é fundamental hoje para essa população.

Repito, nós, do PSOL, sempre encaminhamos e discutimos com a Defensoria Pública, principalmente aqui no Estado de São Paulo, as várias demandas da sociedade, dessa população oprimida do Estado de São Paulo, que é massacrada e privada dos seus direitos elementares. Só lamento que a Assembleia Legislativa não aprovou a Emenda nº 1 do PSOL. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas para fazer um registro em nome da Bancada do PSB. A Bancada do PSB entende que a Defensoria faz parte de uma das funções essenciais para o desempenho da Justiça.

Todos os deputados da Bancada do PSB, sem exceção, receberam os defensores públicos que nos procuraram e se esforçou junto com o Colégio de Líderes para que efetivamente esta data de hoje acontecesse e os defensores pudessem ser contemplados.

Quero apenas registrar o empenho de toda a Bancada do PSB aqui, na Casa, para que esse momento chegasse. Sr. Presidente, encaminho favoravelmente à votação deste projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência agradece a palavra de V. Exa. porque me permite corrigir uma grave falha. Efetivamente é verdade que o PSB, sob o seu comando no Colégio de Líderes, em todas as oportunidades pleiteou a cotação deste projeto de lei.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, entendo que essa votação está demorando de mais ou enrolamos de mais. A votação do Sidney Beraldo, que foi pacífica, já poderia ter sido feito antes.

Acho que devemos respeitar os defensores públicos e votar imediatamente, já que existe consenso.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Estamos fazendo os encaminhamentos.

 

O SR. GILMACI SANTOS - PRB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, a Bancada do PRB também se empenhou e é favorável a este projeto. Também recebemos os defensores públicos em nosso gabinete e nos colocamos à disposição. O PRB vai votar favorável a este projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, ainda para concluir a discussão, tem a palavra o Deputado João Paulo Rillo. (Desiste.)

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Quero só lembrar ao Deputado Rafael Silva que não houve consenso, que o PSOL votou contra a indicação. Não foi uma votação pacífica. Quero deixar isto registrado.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero apenas comunicar que o PPS, em nome dos quatro membros da sua bancada, é favorável ao projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Está registrada a manifestação de V. Excelência.

 

A SRA VANESSA DAMO - PMDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar favoravelmente ao projeto pela Bancada do PMDB e para fazer um apelo. Apelo para que rapidamente possamos fazer a votação, já que muitas das pessoas que aqui estão me encontraram às 13 horas, da tarde, e já são mais de 10 horas da noite.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo, para discutir.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, quero cumprimentar todos os membros da Defensoria Pública e seus futuros membros.

Deputada Vanessa Damo, sei que os defensores públicos estão aqui desde às 14 horas. Mas informo a V. Exa. que eles estão esperando há meses a votação e nunca vi uma intervenção de V. Exa., no Colégio de Líderes, no sentido de pautar este projeto.

Sei que todos nós estamos desgastados com a votação de hoje, mas sei da importância da Defensoria Pública e tenho certeza que alguns minutos a mais não vão extrapolar o limite e a paciência daqueles que fizeram já opção por uma carreira brilhante, uma carreira de defesa pública.

Por isso que insisto em falar, em rápidas palavras. Não vou usar os 30minutos. Mas não poderia deixar de falar, até porque estava inscrito para discutir o projeto do Tribunal de Contas e abri mão em função de um acordo para acelerar a votação daquele e deste projeto.

Antes de me manifestar em relação à defensoria quero rapidamente também contar, Deputado Campos Machado, duas pequenas histórias. Uma na verdade não é uma história, é apenas lembrar uma coisa que aconteceu em 1973 em algum lugar do mundo que se consumou como Síndrome de Estocolmo, que é a identificação daquele que é sequestrado e torturado pelo sequestrador e pelo torturador. A outra é uma história.

Uma vez um boiadeiro, Deputado Campos Machado, queria atravessar a boiada no rio. Encontrou um caipira pescando na beira do rio e perguntou: qual o melhor lugar para eu atravessar a minha boiada? O caipira respondeu: o senhor pode atravessar aqui mesmo porque o meu pai atravessa a criação dele aqui e a criação só molha as patinhas. O boiadeiro acreditou no pescador e foi atravessar a boiada. A boiada entrou no rio e todos se afogaram. Aí ele disse: mas caipira, você me falou que a criação do seu pai atravessava aqui e só molhava as patinhas! Ele respondeu: é que a criação do meu pai é pato.

Então o que percebo é que o Sr. Caruso foi induzido a erro e todos aqueles que mantiveram a assinatura até o fim foram induzidos também. Eu não tenho dúvida de que ele foi o boi de piranha tanto para nomear o primeiro como para nomear o segundo conselheiro e aqui falo em nome da bancada: não temos nada contra nenhum dos nomes até porque votamos a favor dos dois, mas tudo contra o processo leviano e baixo que aconteceu nesta Casa.

Falou-se muito de acordo. Ou esquecemos do acordo firmado?! Nós esquecemos que dezenas de deputados assinaram um documento e retiraram sua assinatura? Sabe por quê, Srs. Deputados? O Sr. José Serra fez escola nesta Casa e neste Estado. Agora é comum a gente empenhar a palavra, assinar e depois retirar, pois nada acontece. Lamento a forma como se agiu aqui.

O Deputado Caruso foi desmoralizado e das duas, uma: ou aquele que estava com ele desde o início sofre da Síndrome de Estocolmo, que se apaixonou por aquele que o torturou, por aquele que o enganou e o tratorou ou ele era aquele caipira que induziu o boiadeiro a atravessar a boiada. Das duas, uma aconteceu aqui. Eu não tenho dúvida de que o Sr. Caruso foi fortemente traído nesta Casa e aqui fica o nosso voto favorável ao candidato indicado porque não temos absolutamente nada contra, mas todo repúdio ao método horroroso adotado, que só coloca esta Casa cada vez mais num nível deplorável, só envergonha o Estado de São Paulo com tantas votações que acompanhamos aqui.

Quero encerrar dizendo do nosso orgulho em votar este projeto da defensoria.

Quantas vezes, senhores futuros defensores, nós da Bancada do PT não fizemos a defesa aqui e no Colégio de Líderes e nos deparamos com uma visão absolutamente arcaica, atrasada, aristocrata de quem acha que o Estado tem de ser profissional para acusar, fortalecendo o Ministério Público, de que o Estado tem de ser profissional para fortalecer aqueles que ajuízam e sentenciam, mas não acham que o Estado tem de ser profissional na hora de defender as pessoas.

Nós do PT não achamos que defensoria é justiça gratuita. Defensoria é justiça pública, é defesa pública de cada cidadão, que vai muito além da defesa gratuita. Tenho total respeito por aqueles que estão na assistência judiciária, tenho total respeito por aqueles que começam. Tem advogado que é limitado e ruim mesmo, mas tem advogado que não, que não tem indicação, que não tem o pai rico, que não tem história de advocacia na família e começa muitas vezes na assistência judiciária. Agora, fazer reserva de mercado é um absurdo, sufocar defensoria por reserva de mercado é uma visão estreita do Estado, é uma visão pequena de democracia e isso nós não temos.

Estou fazendo este discurso um tanto quanto inflamado porque eu tenho verdadeira ojeriza pela hipocrisia e a verdade é que a maioria desta Casa tentou sufocar a defensoria desde o início e a oposição - e a Bancada do PT - fez a defesa porque compreende que defensoria pública é mais do que dever do Estado. Ela é imprescindível para a justiça e para a democracia. Por isso vim com orgulho dizer que nós continuamos nessa trincheira e pedimos a vocês: se dediquem à defesa porque o povo brasileiro carece de uma defesa digna e defesa digna, na minha opinião, é com defensoria pública, não é justiça, nem defesa gratuita. É defesa pública. Está aqui o voto da Bancada do PT a favor da justiça pública, da defesa pública e da defensoria no Estado de São Paulo. (Manifestação da galeria.)

 

A SRA. VANESSA DAMO - PMDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, o Deputado João Paulo Rillo falou da minha pessoa no Colégio de Líderes, disse que eu não me movi para defender o projeto da defensoria.

Quero dizer, primeiro, que o Deputado não é líder que eu saiba e provavelmente não deve ter acompanhado as comissões, principalmente as reuniões do Colégio de Líderes. Eu não admito que falem do meu trabalho nesta Casa, porque sou uma deputada atuante, luto pelo Estado de São Paulo, pela defensoria pública e por todo projeto bom que se apresente. Agora vir alguém à tribuna que não é líder, que não acompanhou a minha atuação como líder do PMDB e falar que não sou a favor do projeto ou que não trabalho, eu não admito. Não admito mentiras, não admito inverdades. Não basta apenas falar em respeito. Tem de ter.

De que adianta falar em respeito e deixar que esses jovens defensores esperem dez horas para ver o projeto aprovado? Por isso finalizo a minha fala para que o mais rapidamente possamos colocar em votação e aprovar o projeto da defensoria pública.

Não aceito o Deputado Rillo falar do meu trabalho. Não é líder do PT que eu saiba, portanto, não pode falar da minha atuação no Colégio de Líderes.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Não entendo a indignação da Deputada. Primeiro, quero informá-la de que fui líder da oposição no meu primeiro ano de deputado nesta Casa e acompanhei toda a discussão da defensoria. Segundo, nunca vi a Deputada fazer a defesa do projeto da defensoria como fez hoje. Terceiro, quem acompanhou a eleição em Mauá sabe que ela não é a melhor pessoa para falar sobre verdades e mentiras.

 

A SRA. VANESSA DAMO - PMDB - Sr. Presidente, foi colocada uma questão pessoal.

Fui candidata a prefeita em Mauá contra o PT, que usa, sim, em Mauá de táticas baixas. Só que eu não falo disso porque sou uma deputada estadual, tenho ética e em nome dessa ética eu não vou usar da baixeza que usou o Deputado João Paulo Rillo, que foi candidato também a prefeito e deveria saber o que é respeito.

Caberia, sim, um pedido de desculpas, mas sei que isso não vai acontecer, agora mostra a baixeza deste deputado que vem fazer ataques pessoais e isso eu não aceito. Fui candidata a prefeito, sim, e tive 90 mil votos. Não fui vitoriosa, mas tenho respeito pela população que votou em mim.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Vou pedir a compreensão de todos os Srs. Deputados e passar a palavra ao Deputado Campos Machado para encerrar esta fase da discussão e entrar na votação do projeto.

 

O SR. CARLOS BEZERRA JR. - PSDB – PARA COMUNICAÇÃO - Solicito a compreensão do Deputado Campos Machado até porque abri mão da discussão para acelerar o processo de votação do projeto.

Todos na Casa sabem do empenho de cada uma das bancadas, aliás, bem ressaltado por V. Exa., mas venho a este microfone para fazer uma observação a respeito da falta do Deputado João Paulo Rillo e para me solidarizar com a Deputada Vanessa Damo.

Acho absolutamente desnecessárias as ofensas pessoais feitas à Deputada, e peço, Sr. Presidente, que essas ofensas pessoais sejam retiradas das notas taquigráficas, porque não cabem nesta Casa. Absolutamente desnecessária a postura de acusação do Deputado João Paulo Rillo - por V. Exa. tenho muito respeito -, não só a postura de acusação, mas a postura de tutela e de arrogância em relação a todos os outros deputados da Casa. Esta Casa não tem donos da verdade, e os donos da verdade, em geral, representam regimes autoritários.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Nobres Deputados, eu pediria a compreensão. Deputado Mentor, por favor!

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, a sessão está suspensa por três minutos.

 

* * *

 

- Suspensa às 23 horas e 01 minuto, a sessão é reaberta às 23 horas e 02 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência vai fazer um apelo a todos os Srs. Deputados, em respeito, inclusive, a todos os que estão nos acompanhando, honrando-nos com suas presenças, sacrificando-se numa luta justa, pedindo a compreensão, mais uma vez, deste Deputado, que em todos os momentos em que é necessário tem demonstrado a sua intenção de ajudar na solução dos problemas, que é o nosso Deputado Campos Machado. Por favor, tome a palavra para que caminhemos para a conclusão e a votação deste projeto.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas...

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Por favor, vamos respeitar o orador na tribuna.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, não vou responder ao meu amigo, Deputado João Paulo Rillo, hoje. Não vou responder a mais nada hoje, até em sinal de respeito a esta Casa. Vai chegar o momento, meu amigo, Deputado João Paulo Rillo, que precisarei discutir com V. Exa. tudo que eu não concordei. Se eu falar agora, vou exacerbar os ânimos. Vou levar esta Casa aos limites dos limites. Então estou abrindo mão da palavra, Sr. Presidente, para que possamos votar rapidamente, para evitar acontecimentos que amanhã não vamos poder voltar atrás. Não dá como amanhã falar que eu não disse o que ia falar, Presidente. Portanto, gostaria de fazer um apelo: chega de encaminhamentos! Chega de discussões. Vou abrir mão desse tempo, Presidente, prometendo voltar ao tema em outra oportunidade. Se todos concordarem, encerrarem as discussões e não encaminharem, deixo esta tribuna e votamos o projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Perfeito, nobre Deputado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Gostaria que Vossa Excelência consultasse... (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Perfeito, nobre Deputado.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pelo PT.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Deputado Alencar, desculpe, o Deputado está fazendo um apelo!

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Vossa Excelência então me dá um aparte, Deputado Campos Machado?

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pois não.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Desde o início, quando conversei com o Deputado Samuel, falei que nossa bancada faria o encaminhamento. Não encaminhamos o projeto do Tribunal de Contas porque estava sendo encerrada a sessão...

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Verdade, verdade.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Então quero, em nome da Bancada do PT, fazer o encaminhamento no projeto da Defensoria, que foi o que eu disse desde o início.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, qual é o meu problema? Se o Deputado Alencar for encaminhar o projeto, fazendo menções a posições antagônicas, como o meu amigo João Paulo Rillo colocou, sou obrigado a também encaminhar. Estou me acorrentando nesta noite. Estou me violentando para não falar o que eu quero falar. Imaginem se o Deputado Alencar vai encaminhar e vai trazer à tona de novo aquilo que eu não quero falar!

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Um aparte, Deputado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Estou tão generoso hoje que vou ceder um aparte a Vossa Excelência. Estou com o coração aberto.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Queria dizer ao Deputado Campos Machado, que tem todo o direito de usar a palavra, que também não queira ser vidente, por favor.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Não sou vidente, nem quero aconselhar ninguém. Não quero nada, Deputado. Vou sair hoje com a versão do fato. Eu poderia ter ouvido a música do Roberto Carlos, “Café da Manhã”, que eu estaria mais feliz.

Presidente, vou me violentar, vou me acorrentar. Esta é a última vez que deixo de responder à chamada oposição, porque não há oposição aqui. Em atenção ao Deputado Edinho Silva, meu amigo, vou deixar a tribuna, mas voltaremos para manifestar aquilo que acredito e aquilo que eu penso, para responder ao Síndrome de Estocolmo, para responder ao boiadeiro, que perdeu sua tropa depois de atravessar o rio; para trazer aqui Platão para contar a história como se engana as pessoas quando fingem em que estão em determinada posição. Como é difícil a ilusão ótica, como é difícil vender aquilo que não se acredita. Como é difícil fingir aquilo que não se sente.

Deputada Vanessa, infelizmente, no calor da discussão, tenho certeza de que o Deputado Rillo não teve essa vontade de ofender Vossa Excelência. Tenho certeza de que na próxima semana o Deputado Rillo vai pedir desculpas a V. Exa., porque isso foi no calor da discussão.

Em atenção a esta Casa, Sr. Presidente, vou me retirar triste, triste mesmo, porque não vou poder responder aquilo que eu queria responder. Vossa Excelência está conduzindo a Casa com sabedoria, com tirocínio e vamos ouvir atentamente o encaminhamento do Deputado Alencar, após o qual eu decidirei se farei encaminhamento ou não, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Nobre Deputado Campos Machado, mais uma vez esta Presidência agradece a compreensão sempre importante de Vossa Excelência.

Não havendo mais oradores inscritos para discussão, para encaminhamento tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, especialmente os defensores, os futuros defensores também, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, na votação anterior do PDL do Tribunal de Contas, do Secretário Sidney Beraldo, acabamos não encaminhando por um acordo feito, mas a nossa bancada não pode deixar de se manifestar e dizer claramente que - algumas insinuações foram feitas - se reúne todas as terças-feiras, às 10 horas da manhã, tomamos café juntos em todo o nosso processo de discussão. Aliás, no processo da primeira vaga do Tribunal de Contas, recebemos todos os candidatos em nossa sala de reunião, como recebemos também movimentos populares, lideranças sindicais, outros setores da sociedade para fazer qualquer debate político, porque assim consideramos correto, porque é através da reflexão, da conversa que nós nos posicionamos. Tiramos posição desde o primeiro momento, em apoiar o Deputado Caruso na primeira vaga do Tribunal. Continuamos, para a segunda vaga do Tribunal. Alguns colegas Deputados retiraram assinatura. A Bancada do PT continua até o último momento.

Infelizmente, acordos que foram feitos entre o Governo e esta Casa, e também as lideranças, não foram cumpridos, acordos que diziam, inclusive, que esta Casa indicaria o nome dela. Não somente indicar, porque isso ela vai fazer, já fez na votação anterior. Mantivemos nossa posição. Esta Casa foi, de uma certa maneira, tratorada e desrespeitada pela posição do Governo. Não mudamos nossa opinião.

Recebemos, fizemos o devido diálogo, a devida conversa e dizemos o seguinte ao candidato Sidney Beraldo: queremos transparência no Tribunal de Contas, queremos padronização das decisões, para que haja segurança jurídica, para que os prefeitos não fiquem suscetíveis à decisão, às vezes, de um só Conselheiro, que analisa determinado processo de determinada maneira, e em outro processo, praticamente idêntico, de maneira diferente. E queremos isonomia de tratamento. Não pode haver perseguição política por divergências partidárias nas decisões do Tribunal.

Esse foi o debate que nós travamos lá atrás, com o candidato Dimas. Lá atrás, o Macris, quando veio aqui falar conosco. Lá atrás, com o Caruso, quando nos posicionamos. Lá atrás, quando a auditora foi indicada Conselheira e veio falar conosco. E agora também, com o Sidney Beraldo. Nós nos posicionamos em votar favoravelmente hoje.

Aliás, esse acordo permitiu também que hoje nós votássemos aqui o projeto da Defensoria. Na quarta-feira, estava o Deputado Marcolino, o Deputado Enio Tatto, - eu não estava presente aqui nesta Casa, que acompanharam o processo, quando foi sinalizada a votação para hoje do Conselheiro do Tribunal de Contas.

Quanto ao Conselheiro Sidney Beraldo, deixamos claro em nossa reunião que não temos nada do ponto de vista pessoal. A Bancada do PT tem divergências políticas claras e expressas com o Governo: divergência de projeto, divergência de opinião e divergência de ideias. Literalmente, como diz o Deputado Marcos Martins, não concordamos com a interferência do Executivo nesta Casa. Mas votamos favoravelmente e desejamos que faça um bom trabalho e respeite também os compromissos assumidos conosco. Pode ter certeza, Deputado Campos Machado, de que cumprimos com os nossos acordos. Somos firmes, mas também somos transparentes, porque para nós isso é importante.

Senhoras e Senhores Defensores, agora gostaria de falar um pouco sobre o projeto de vocês. Já manifestamos anteriormente que toda a Bancada do PT, como nossos companheiros já disseram, tem uma história de luta desde a criação da Defensoria Pública no estado de São Paulo. Alguns de nós, como eu, por exemplo, não estávamos na legislatura anterior, mas a Bancada tem uma história de luta aqui em relação a isso.

Em relação ao ano anterior, quando aqui se tentou aprovar um projeto que prejudicava a categoria dos defensores, mas muito mais prejudicava também as pessoas que precisam da assistência judiciária, que estão precisando da Justiça, da realização do Direito, esta Bancada se posicionou contrária, contrária ao que queriam fazer e favorável a vocês. Deputado João Paulo Rillo à época era Líder da Minoria e o Deputado Enio Tatto era o nosso Líder da Bancada, e os dois travaram, em nome da Bancada, essa luta no Colégio de Líderes. Por isso o Deputado João Paulo Rillo se emociona ao falar de toda a defesa da Defensoria Pública.

Sr. Presidente, quero ressaltar que quando defendemos a Defensoria, não estamos defendendo tão somente defendendo o órgão ou os senhores e as senhoras que serão ou que já são funcionários públicos, mas acreditamos e sempre defendemos as minorias, sempre defendemos os direitos porque acreditamos no Direito e, mais do que isso, acreditamos em uma Justiça que seja igual para todos, não o Direito utilizado sob determinada ótica, lógica para se fazer, por exemplo, julgamentos de exceção o qual presenciamos recentemente e estamos presenciando ainda hoje, em que regras e procedimentos são criados no mesmo dia do julgamento, em que pessoas são condenadas sem provas, e estou falando aqui de companheiros nossos porque isso também é Justiça. A Justiça é para aquela pessoa pequena e para a pessoa maior. Se a Justiça é para quem infelizmente roubou uma galinha, é para as outras também, pois quando quebramos o Direito e a Justiça, estamos quebrando para todos em todo o País, e nós vivenciamos isso neste momento, infelizmente, no maior tribunal do nosso País e que deveria ter a coragem de enfrentar a opinião pública. Ele deveria de fato ter a coragem de julgar aquilo que está nos autos, não simplesmente julgar com a vontade do julgador porque aí não estaremos prestando nenhum serviço a nossa sociedade.

E por acreditar, mais uma vez reafirmando isso, por acreditar na Justiça e no Direito é que hoje estamos aqui também votando projetos dos defensores, como foi votado o projeto da lei delegada, em que fomos contrários. Esta Casa sabia da nossa posição contrária, sabíamos que seria votado aqui hoje, mas foi feito o acordo de ser votado, como se votou o conselheiro do Tribunal de Contas em que deixamos clara a nossa posição e todas as restrições que tínhamos no processo anterior, mas foi votado. E se houve avanço em suas conquistas aqui foi porque a Bancada do PT lutou, e muito, pois os companheiros defenderam bastante.

Quero aqui, como disse o nosso Presidente, fazer justiça também às demais bancadas representadas no Colégio de Lideres, pois este acordo foi possível porque elas assim se manifestaram. Em determinados momentos podem ter se manifestado contrárias, mas houve a sensibilidade e houve o convencimento ao longo desse processo, em especial na semana passada, para que pudéssemos estar aqui hoje.

É fato que todas as Bancadas se manifestaram, mas eu não tenho dúvidas que a Bancada do PT esteve à frente desse processo cobrando bastante, como disse o nosso Presidente, que também cumpriu um papel importante e que está aqui até agora neste momento conduzindo a sessão.

Para finalizar, quero dizer que os senhores e as senhoras terão outras lutas aqui nesta Casa, que outros projetos serão votados e debatidos e que a organização e a presença de V. Exas. é fundamental.

E não tenham dúvidas que a Bancada do PT continuará ao lado da Defensoria Pública. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Para encaminhar pela Bancada do PSDB, tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr.

 

O SR. CARLOS BEZERRA JR. - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, assessorias, público que nos assistem pela TV Assembleia e grupo da Defensoria que nos acompanham nesta noite, boa-noite a todos.

Quero fazer uma brevíssima manifestação, Sr. Presidente. Aqueles que nos acompanham têm apenas uma expectativa: a discussão do mérito do projeto que estamos debatendo. E especialmente de uma coisa que até o momento não foi mencionada, mas é importante que seja mencionada para que justiça seja feita: este projeto foi enviado a esta Casa pelo Governador Geraldo Alckmin.

Então, é importante que coloquemos isso de maneira clara e transparente. Quero dizer, Deputado Alencar, que fico muito feliz pelo apoio efusivo que a Bancada do PT dá a um projeto do Governador Geraldo Alckmin. Para nós, é uma satisfação muito grande que V. Exas. nos acompanhem no voto nesta noite. Para nós, é importante que V. Exas. reconheçam o mérito daquilo que o Governo faz. Diferentemente de falas que foram proferidas, que demonstram uma visão apocalíptica e catastrófica deste Governo, é importante também fazer justiça, ter equilíbrio, ser crítico e autocrítico. Quando o Governo propõe algo como isso, é importante que se reconheça: quem é que fez? Quem é que encaminhou? Por que encaminhou?

Faço questão de vir aqui, em nome da Bancada do PSDB e também da base do Governo que aqui está representada - V. Exas. me concederam essa honra -, fazer essa observação que se faz necessária. Esse projeto é um compromisso do Governador e aquilo a que assistimos nesta noite é resultado do esforço do colegiado de bancadas desta Casa. Sinto-me muito à vontade em dizer isso porque, desde o momento em que esse projeto foi encaminhado à Assembleia, fui um dos primeiros deputados a apoiá-lo integralmente. Aqueles que me acompanham, que conhecem as minhas lutas, que conhecem os meus compromissos ideológicos e de mandato sabem o que estou dizendo.

Mais do que um projeto do Sr. Governador, esse é um reconhecimento à função social da Defensoria Pública do Estado de São Paulo; é um reconhecimento ao trabalho incansável dos nossos defensores públicos no sentido da garantia igualitária do acesso à justiça. Em minha opinião, ampliar o número de defensores públicos, que é o que estamos votando nesta noite, é ampliar as chances da população em vulnerabilidade social de ter a garantia dos seus direitos mais elementares, de se fazer defendida e de capilarizar instrumentos públicos que valorizam e qualificam a escuta. Esse é um compromisso reconhecido por este Governo e pelo colegiado de deputados da Assembleia Legislativa.

Quero apenas desejar aos novos defensores que aqui chegam sucesso na caminhada, sucesso no trabalho. Com a aprovação desse projeto, reafirmem os compromissos dos atuais defensores que ocupam o posto com uma visão social diferenciada, com a garantia dos direitos da população mais pobre e com uma escuta que valorize cada um dos cidadãos do nosso Estado, especialmente os que estão em situação de maior vulnerabilidade.

Meus parabéns à Assembleia Legislativa; meus parabéns ao Líder do Governo, Deputado Samuel Moreira, incansável nessa luta; meus parabéns à Bancada do PT, que cumpriu sua função nesta Casa; meus parabéns a todas as bancadas que compõem a base governista e as bancadas que compõem a oposição - PCdoB, PSOL.

Nesta noite, podemos sair daqui tranquilos, dizendo que cumprimos o nosso dever e trabalhamos efetivamente pela garantia dos direitos da população mais pobre do nosso Estado. (Palmas.)

O SR. Carlos Giannazi - PSOL – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, gostaria de registrar o voto favorável da Liderança do PSOL ao PLC nº 27 e discordar do nobre Deputado Carlos Bezerra Jr., dizendo que esse projeto só foi enviado à Assembleia Legislativa pelo Executivo porque teve muita mobilização, muita pressão, sobretudo dos movimentos sociais. Tanto é que o Estado de São Paulo foi um dos últimos estados da Federação a implantar a Defensoria Pública. Implantou tardiamente e está criando 400 cargos até 2016.

Foi por isso que nós, do PSOL, apresentamos uma emenda alterando o número de cargos de 400 para 1.500, mas a Bancada do PSDB votou contrariamente.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Em votação o projeto, salvo emenda. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado. (Palmas.)

Em votação a emenda nº1, de pareceres contrários. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitada.

 

O SR. Carlos Giannazi - PSOL - Sr. Presidente, gostaria de registrar o voto favorável da Liderança do PSOL à emenda nº 1, que amplia de 400 para 1.500 cargos de defensores públicos no Estado.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB – PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria de cumprimentar o Governador Geraldo Alckmin pela iniciativa. Não é o primeiro projeto da Defensoria que ele tem iniciativa de enviar a esta Casa. Cumprimento esta Casa por ter aprovado mais esse projeto. Cumprimento os deputados de todas as bancadas. Cumprimento, especialmente, os atuais e os futuros defensores, que lutaram tanto pela aprovação desse projeto. Muito obrigado a todos! (Palmas.)

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Esta Presidência, ao encerrar os trabalhos de hoje, agradece a participação de todos que nos honraram com suas presenças, parabeniza todos os Srs. Deputados, deseja a todos boa sorte e diz: Finalmente! Viva a Defensoria e viva o povo de São Paulo!

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência, antes de encerrá-la, lembra V. Exas. da Sessão Ordinária de amanhã, previamente convocada.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 23 horas e 29 minutos.

 

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