11 DE SETEMBRO DE 2002
46ª SESSÃO SOLENE EM MEMÓRIA
DAS VÍTIMAS DOS ATAQUES TERRORISTAS DE 11 DE SETEMBRO DE 2001
Presidência: WALTER FELDMAN e GILBERTO
NASCIMENTO
Secretário: CELSO TANAUI
Data: 11/09/2002 - Sessão
46ª S.
SOLENE Publ. DOE:
EM MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DOS
ATAQUES TERRORISTAS DE 11 DE SETEMBRO DE 2001
001 - Presidente WALTER
FELDMAN
Abre
a sessão. Nomeia as autoridades. Anuncia ter convocado esta sessão solene,
atendendo solicitação do Deputado Gilberto Nascimento, em Memória das Vítimas
dos Ataques Terroristas de 11 de Setembro de 2001. Convida todos a ouvirem as
execuções dos hinos americano e brasileiro.
002 - DUARTE NOGUEIRA
Como
Líder do Governo, saúda o Presidente Walter Feldman e demais autoridades.
Considera a importância da sessão em memória das vitimas dos ataques
terroristas de 11 de setembro de 2001.
003 - Presidente WALTER
FELDMAN
Tece
comentários sobre a importância desta sessão. Considera os ataques terroristas
de 11/09/2001, que afetaram as nações democráticas. Recebe um boné, ofertado
pelo corpo de bombeiros de Nova Iorque.
004 - GILBERTO NASCIMENTO
Assume
a Presidência. Anuncia um número musical. Entrega uma lembrança ao Capitão
Daniel Daly.
005 - PATRICK DUDDY
Cônsul-Geral
dos EUA, em São Paulo, saúda as autoridades. Lê mensagem do Presidente George
W. Bush.
006 - Presidente GILBERTO
NASCIMENTO
Anuncia
o Toque de Silêncio, em memória das vítimas do atentado.
007 - DANIEL DALY
Membro
do Corpo de Bombeiros de Nova Iorque, faz pronunciamento em língua estrangeira.
008 - Presidente GILBERTO
NASCIMENTO
Anuncia a apresentação de filme sobre o atentado e a execução do Hino dos Bombeiros. Discorre sobre o atentado, que teve como marco a solidariedade entre os povos e o amor dos cidadãos americanos por seu país. Convida o Pastor Juanribe Palharim a proferir uma oração pela paz mundial. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.
O SR. PRESIDENTE - WALTER FELDMAN - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Celso Tanauí para, como 2º Secretário "ad hoc", proceder à leitura da Ata da sessão anterior.
* * *
O SR. PRESIDENTE - WALTER
FELDMAN - PSDB
- Esta Presidência anuncia as seguintes autoridades presentes: Deputado Sidney
Beraldo, líder da bancada do PSDB, neste ato representando o Exmo. Sr.
Governador Geraldo Alckmin; Sr. Patrick Duddy, Cônsul-Geral dos Estados Unidos;
Sr. Daniel Daly, Capitão do Corpo de Bombeiros da cidade de Nova Iorque e Exmo.
Sr. Deputado Duarte Nogueira, líder do Governo Geraldo Alckmin nesta Casa.
Esses são os componentes da Mesa Diretora dos trabalhos.
Esta
Presidência anuncia também as seguintes presenças: Sr. Juan Antonio Remédi
Silva, Ministro Cônsul-Geral do Uruguai; Aguinaldo Paulo da Silva Rocha,
Cônsul-Geral Honorário do Cabo Verde; Sr. Wua Hyon Jung, Cônsul-Geral da
Coréia; Sr. Betwell M. Tiba, Cônsul-Geral da África do Sul; Sr. Freddy Balzan,
Cônsul-Geral da República Bolivariana da Venezuela; Sr. Gerónimo Navaez Torres,
Cônsul-Geral do Paraguai; Sr. Maurício Luís Ugalde Bilbao, Cônsul-Geral do
Chile; Sr. Achot Ieghiazarian, Cônsul-Geral da Armênia; Armen Hakobyan, Cônsul
da Armênia; Sr. Dieter Hubertus Zeisler, Cônsul-Geral da Alemanha; Sr. Nicolas
Galanopoulos, Cônsul-Geral da Grécia; Sr. Miguel Louto, Cônsul do Uruguai; Sr.
Shen Qing, Cônsul-Geral da China; Thamás Fiszter, Cônsul da Hungria; Sr. Medad
Medina, Cônsul-Geral de Israel; Sr. Stéphan Larue, Cônsul-Geral em exercício do
Canadá; Sr. Patrick Ashworth, Cônsul-Geral Adjunto da Grã-Bretanha; Sr. Toshio Ikeda,
Cônsul-Geral Adjunto do Japão; Sr. Andrzej Lisowski, Cônsul-Geral da Polônia;
Sr. Sophie Aubert, Cônsul-Adjunto da França; Guillermo Hunt, Cônsul-Geral da
Argentina; Marshal Louis, Cônsul dos Estados Unidos; Sr. Youssef Sayam,
Cônsul-Geral do Líbano; John Alan Connerley, Cônsul para Assuntos Políticos dos
Estados Unidos; Mustaphá Abdouni, Cônsul Honorário da Jordânia; Tenente-Coronel
Davi Neto, Comandante do 1º Grupamento de Bombeiros, representando o
Comandante-Geral dos Bombeiros do Estado de São Paulo, Coronel Wagner Ferrari.
Srs.
Deputados, senhoras e senhores, esta sessão foi convocada por esta Presidência,
atendendo à solicitação do nobre Deputado Gilberto Nascimento, em memória das
vítimas dos ataques terroristas de 11 de setembro.
Convido
a todos os presentes para, em pé, ouvirmos os hinos nacionais americano e
brasileiro, executados pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo,
com interpretação do Quarteto Atlos.
* * *
-
São executados os hinos nacionais americano e brasileiro.
* * *
O SR. PRESIDENTE - WALTER
FELDMAN - PSDB
- Esta Presidência agradece e parabeniza o Maestro 2º Tenente músico Jassen,
Regente da Banda da PM, pela execução dos dois hinos. Quero agradecer, também,
ao Quarteto Atlos, pela maravilhosa interpretação.
Quero
anunciar a presença, do Dr. Luigi Maria Salvatore Estero, vice-Cônsul da
Itália.
Tem
a palavra o nobre Deputado Duarte Nogueira, líder do Governo Geraldo Alckmin
nesta Casa.
O SR. DUARTE NOGUEIRA - PSDB - Sr. Presidente, Srs.
Deputados, Deputado Sidney Beraldo, nesta oportunidade representando S.Exa. o
Governador Geraldo Alckmin, Deputado Gilberto Nascimento, autor do requerimento
da realização desta solenidade, demais Deputados aqui presentes, senhores
membros do corpo consular, senhores pastores, autoridades eclesiásticas,
senhores bombeiros dos Estados Unidos da América, senhores bombeiros do nosso
Estado de São Paulo, Capitão Daniel Daly, Capitão do Corpo de Bombeiros da
cidade de Nova York, Sr. Cônsul-Geral dos Estados Unidos, Sr. Patrick Duddy, senhoras
e senhores, inicialmente, quero agradecer a oportunidade de poder falar em nome
dos Deputados desta Casa.
Em
rápidas palavras, quero dizer que a data de 11 de setembro de 2002 marca um
fato que estará presente em toda a humanidade enquanto houver a busca, não
apenas da liberdade, mas sobretudo da solidariedade humana e da luta contra o
terror.
Lembro-me
bem que há um ano, vindo a esta Casa, ouvindo ao rádio, num primeiro instante,
aquele choque do avião, na primeira torre, chamou-me a atenção no sentido de
que fosse um acidente. No entanto, chegando a esta Casa, dirigindo-me até aqui
para assinatura do livro de presenças, com a televisão ligada, tive a
oportunidade de presenciar o segundo choque.
Até
nós todos compreendermos a gravidade e o grau de terrorismo que ali acontecia,
todos nós e toda a humanidade se solidarizou e ao mesmo tempo se irmanou na
direção de que fatos como esse jamais viessem a acontecer.
O
povo brasileiro, o povo americano e de todas as nações democráticas, que primam
pela liberdade e pela busca da justiça se manifestaram e trabalham para que
possamos encontrar dias melhores.
Na
virada desse milênio todas as formas de violência devem ser repudiadas. A mais
covarde e a mais penosa de todas elas é o terrorismo.
Portanto,
a Assembléia Legislativa, na data de hoje, faz a sua manifestação, não só como
casa legislativa, representando o povo de São Paulo, mas em cada localidade do
nosso planeta onde cerimônias como esta estão acontecendo, a humanidade toda se
une em torno da busca da paz, da liberdade, da justiça e da solidariedade.
Assim,
recebam os nossos cumprimentos e o desejo de que fatos como esse nunca mais se
repitam. Lembrando Santo Agostinho, que dizia que o mal não existe em si. Na
verdade, o que existe é a falta da prática do bem. Portanto, todos nós,
cidadãos brasileiros e a humanidade como um todo, devemos refletir neste dia
para que, numa corrente uníssona, possamos trabalhar para que o planeta Terra e
todos os seus habitantes convivam em paz e trabalhem na direção da liberdade,
da justiça e de qualidade de vida para todos.
Muito
obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - WALTER
FELDMAN - PSDB
- Esta Presidência agradece ao nobre Deputado Duarte Nogueira, que tem nesta
Casa a posição e a responsabilidade de liderar o Governo e a maioria.
Antes
de passar a Presidência ao nobre Deputado Gilberto Nascimento, gostaria,
também, de falar algumas palavras.
Inicialmente,
Deputado Gilberto Nascimento, quero agradecê-lo pela iniciativa e pela
sabedoria de, mais uma vez, transformar a Assembléia Legislativa do Estado de
São Paulo em um palco de manifestações pela liberdade, pela democracia e pela
justiça.
Somamo-nos
a esse evento, tendo em vista a sua dimensão. Todo nosso mandato, nesses
últimos oito anos, tem sido pela conquista da cultura da paz. A obra de arte de
Picasso, na nossa retaguarda, demonstra a disposição desta Casa de colaborar
permanentemente, de forma ativa, para que a cultura da paz se estabeleça
interiormente, como disse o nosso Cônsul. Essa é uma ação permanente. Não apenas
que ocorre quando atos violentos acontecem na civilização.
É
nesse sentido que quero lembrar manifestação semelhante havida nesta Casa, dias
atrás, quando recordávamos do lado do sentido humanístico do cientista Albert
Einstein. Ele também teve uma forte militância na defesa dos interesses e da
estabilidade da sociedade humana. Dizia ele, nos seus princípios, que era um
caloroso amante da verdade. Defendia a independência dos critérios, o que
traduzia a possibilidade da coexistência pacífica nas diferenças.
E
é nesse sentido que construímos, nesta Casa, o Conselho das Comunidades e
Raízes de Culturas Estrangeiras - Conscre. Criamos um museu para demonstrar que
nas diferenças culturais, religiosas e étnicas temos muito mais identidades do
que eventualmente as diferenças que podem ser somatórias de um processo
civilizatório comum. Dizia, também, Albert Einstein, que nós temos de ser
fanáticos pela justiça. Um homem independente, solidário, compreensivo que
tinha aversão à palavra fanatismo, mas defendia o fanatismo pela justiça, que é
a possibilidade de, a todo momento, encontrarmos os caminhos de construir a
verdadeira cidadania, a justiça na democracia, a justiça social, a justiça que
permite a redução das desigualdades sociais e o convívio pleno entre todos os
seres humanos.
O
ato cometido no dia 11 de setembro foi contra a humanidade, lesa-pátrias. Um
ato contra todos nós que clamamos por justiça, verdade e paz, em todos os
instantes. Não foi um ato apenas contra o povo americano. O World Trade Center
significava um centro de comércio do mundo. Lá estavam abrigados dezenas, quase
uma centena, de países que foram vitimados naquela oportunidade. Portanto, hoje
no mundo não há uma nação democrática que não manifeste, em atos semelhantes a
este, o seu repúdio, o seu veemente protesto contra o acontecimento de 11 de
setembro.
Nós,
de origem judaica, de origem armênia, todos os povos que sofreram holocausto ou
genocídio, sabemos a importância da lembrança de datas como essa. Não são
apenas para homenagearmos as vítimas desse episódio. É para todo momento nos
manifestarmos ativamente em defesa da paz. Não ao terrorismo é o que hoje surge
das entranhas da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, com a presença
da maioria dos cônsules hoje sediados no nosso Estado. É um brado de paz da
humanidade, com o qual São Paulo se solidariza, se harmoniza e se manifesta
coletivamente.
Nossa
solidariedade ao povo americano e aos povos do mundo. Isso deve se transformar
num ato permanente e ativo. Há ainda focos importantes de terrorismo espalhados
pelo mundo. As nações democráticas devem, firmemente, protestar e se organizar
para que esses focos se reduzam e sejam efetivamente exterminados.
Queremos,
da mesma forma, agradecer o oferecimento desse boné, dessa “bombeta”, como diz
o povo brasileiro, que simboliza o papel extraordinário do corpo de bombeiros
naquele episódio e, da mesma forma, homenagear os bombeiros do Estado de São
Paulo, que felizmente, não em evento semelhante, mas em todas as oportunidades
de calamidades e tragédias se dizem presentes apoiando, ajudando e conseguindo,
dessa forma, transformar-se na instituição símbolo de solidariedade do povo
brasileiro.
Esta
é a mensagem que recebemos dos episódios dos Estados Unidos, no esforço feito
sob o comando dos bombeiros, sob o comando do seu prefeito, mas também a
solidariedade de todo o povo, que naquele momento se irmanou para dar o apoio e
a proteção àqueles que foram vitimados e às suas famílias.
A
Assembléia de São Paulo agradece ao Deputado Gilberto Nascimento. Agradece a
todos os Deputados Estaduais, presentes ou ausentes neste momento, e se coloca
à disposição para que possamos juntos, a todo instante, ativamente defender a
cultura e o processo da paz.
Convoco
o Deputado Gilberto Nascimento para que a partir deste momento lidere e presida
os nossos trabalhos.
Muito
obrigado. (Palmas)
* * *
- Assume a Presidência o
Sr. Gilberto Nascimento.
* * *
O SR. PRESIDENTE - GILBERTO
NASCIMENTO - PSB - Quero agradecer, neste momento, a gentileza do Deputado Walter
Feldman, Presidente desta Casa e exemplo de homem público a ser seguido.
Estamos
nesta sessão solene em memória das vítimas dos ataques terroristas de 11 de
setembro.
Gostaríamos
de citar aqui ainda as presenças dos Deputados Celso Tanaui, Daniel Marins e
Ricardo Tripoli, do Secretário-Geral Parlamentar, Auro Augusto, bem como dos
muitos pastores aqui presentes.
Convido
o Quarteto Remissão a fazer uma apresentação musical.
O SR. LÍDER DO QUARTETO
REMISSÃO -
O Quarteto Remissão quer saudar, com a graça e a paz do Senhor, ao Deputado
Walter Feldman, ao Deputado Gilberto Nascimento e às demais pessoas integrantes
da Mesa desta Assembléia hoje e a todas as pessoas aqui presentes. Desejamos a
todos vocês a paz do Nosso Senhor Jesus. Queremos dizer que o mundo terá paz
com Jesus. Desejamos que todas as pessoas abram seus corações para que Jesus
possa habitar em suas vidas para que todos tenham paz, para que o mundo seja um
mundo de paz.
* * *
-
É feita a apresentação musical.
* * *
O SR. PRESIDENTE - GILBERTO NASCIMENTO - PSB - Neste momento gostaria de convidar o nobre Deputado Walter Feldman, Presidente desta Casa, para entregar uma lembrança ao Capitão Daniel Daly, Comandante do Corpo de Bombeiros de Nova Iorque, em nome de todos os Deputados.
* * *
- É feita a entrega da lembrança. (Palmas.)
* * *
O SR. PRESIDENTE - GILBERTO NASCIMENTO - PSB - Tem a palavra o Sr. Patrick Duddy, Cônsul-Geral dos Estados Unidos da América, transmitindo uma mensagem do Presidente dos Estados Unidos.
O SR. PATRICK DUDDY - Exmo. Sr. Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, Deputado Walter Feldman; Exmo. Deputado Gilberto Nascimento; Exmo. Deputado Sidney Beraldo, representante do Governador do Estado de São Paulo; Exmos. Srs. Deputados Estaduais, membros desta Casa; Exmos. membros do corpo consular, prezados convidados, senhoras e senhores, é um prazer e uma honra para mim, meus compatriotas, estar aqui em sua companhia nesta sessão solene.
O dia de hoje assinala o primeiro aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.
O povo norte-americano, juntamente com a comunidade internacional, une-se na rejeição àqueles atos hediondos e na determinação de lutar contra o terrorismo, onde quer que esteja e na forma que venha.
Primeiramente, devemos reverenciar todos aqueles que pereceram no dia 11 de setembro de 2001. Foram aproximadamente 3.000 vítimas, não somente cidadãos norte-americanos, mas naturais de mais de 90 países. Na verdade, aqueles ataques não foram somente contra os Estados Unidos, mas contra toda a comunidade internacional. Jamais esqueceremos os acontecimentos daquela fatídica manhã.
Inspirada pelos sacrifícios heróicos de nossos bombeiros, das equipes de salvamento, das polícias, das Forças Armadas e de cidadãos, nosso país encontrou a união, convergência e força. Encontramos consolo na compaixão que tomou conta do mundo, enquanto dezenas de milhões de pessoas, em todos os países, como aqui em São Paulo, participaram de momentos de silêncio, vigílias e cerimônias religiosas por aqueles que perderam a vida.
Quero citar, brevemente, apenas algumas palavras do nosso Presidente Bush, em uma declaração feita e publicada ontem, por ocasião da data de 11 de setembro:
“Meu País lembrará, para sempre, as grandes manifestações de amizade e apoio de países de todo o mundo, pelo ocorrido em 11 de setembro. Em nome de todos os americanos, agradeço ao povo de cada país que compartilha nosso pesar pela perda de vidas inocentes, e a nossa decisão de eliminar, da Terra, a nuvem negra do terror”.
O Presidente Bush fala por todo o povo dos Estados Unidos.
Muito obrigado. (Palmas.)
* * *
- É executado o toque de silêncio.
* * *
O SR. PRESIDENTE - GILBERTO NASCIMENTO - PSB - Ouviremos, neste momento, as palavras do Capitão Daniel Daly, que há 24 anos integra o Corpo de Bombeiros de Nova Iorque. Integrou uma das equipes de resgate e salvamento acionadas no dia 11 de setembro, após o ataque ao World Trade Center, tendo sido agraciado com a Medalha “Liberty” do Senado do Estado de Nova Iorque, por seu trabalho no Marco Zero.
* * *
- O Sr. Daniel Daly faz pronunciamento em língua estrangeira.
* * *
O SR. PRESIDENTE - GILBERTO NASCIMENTO - PSB - Neste momento, convido todos os presentes a assistir um filme sobre os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
* * *
- É projetado o filme.
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O SR. PRESIDENTE - GILBERTO NASCIMENTO - PSB - Neste momento, ouviremos o Hino dos Bombeiros, executado pela Banda do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
* * *
- É executado o hino.
* * *
O SR. PRESIDENTE - GILBERTO NASCIMENTO - PSB - Queremos agradecer à Banda do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Senhores presentes, para nós, este momento é de muita reflexão. A queda das torres representa o renascimento de novos ideais de paz, justiça, igualdade entre os povos, em busca da segurança mundial tão almejada por todos, que se cristaliza em um panorama aparentemente sombrio, do qual renascem novas esperanças.
Como disse aqui o Líder do Governo, nós, Deputados, naquele dia 11 de setembro, estávamos chegando a esta Casa naquele momento. Quando passava por um dos corredores, pude observar uma televisão e algumas pessoas em torno, olhando, e percebi que estavam apavoradas Pude observar o segundo avião que já vinha de encontro à torre. E todos nós tínhamos a esperança de estar vendo um filme, não algo que fosse real.
A colisão daquelas aeronaves contra as torres acabou mostrando ao mundo que a tecnologia mais avançada, tanto de construção civil como de aeronáutica, não puderam evitar os estragos causados, acima de tudo, na consciência e no coração dos homens. Não só o povo americano, mas de todo o mundo porque, como já disseram o Deputado Walter Feldman e o cônsul-geral americano, morreram cidadãos de mais de 90 países.
O povo americano teve o seu símbolo econômico atingido, deixando a paisagem de Nova Iorque sem o seu cartão postal, mundialmente conhecido.
O que me chamou a atenção foi o amor do povo americano pela pátria. Muitos morreram tentando salvar vidas. Muitos bombeiros morreram tentando salvar companheiros, sem medir esforços e conseqüências para seu trabalho.
Quando ouvimos as palavras do Capitão Daly, pudemos imaginar os bombeiros que, mesmo correndo risco de vida, numa temperatura de mais de mil graus, estavam tentando salvar a vida de outras pessoas, mesmo colocando em risco suas próprias vidas.
Portanto, a homenagem que esta Casa prestou, através do seu Presidente, também se presta aos bombeiros americanos.
O coração norte-americano foi atingido e todos sofreram com as perdas de seus familiares e amigos, mas a esperança é a força que cada um encontrou nos seus irmãos do mundo todo e que manterá a nação mais forte e mais unida.
A Bíblia nos fala, no Salmo nº 61: “Ouve, ó Deus o meu clamor, e atende a minha oração. Desde a extremidade da terra, clamo a Ti, e estando abatido o meu coração, leve-me para a rocha que é mais alta do que eu. Pois tu és o meu refúgio, uma torre forte contra o inimigo”.
O que nós observamos é que hoje, apesar do povo americano e dos cidadãos do mundo já não terem mais uma torre visível, eles têm uma torre forte que é Deus.
Chama-me muito a atenção a forma clara com que o povo americano tem se dirigido a Deus. Poderíamos voltar à Bíblia quando nos fala: “Bem-aventurada é a nação, cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para a sua herança”.
A nação americana é abençoada. Chama-me muito a atenção também a própria frase na cédula do dólar: “Em Deus, nós confiamos”.
O que está faltando para a humanidade?
Aquelas pessoas, infelizmente intransigentes, aqueles que se armam contra tudo e contra todos, são os terroristas. Precisamos ser implacáveis com eles. Mas o que nós precisamos, para termos paz no mundo, é mudar os homens.
Isso me lembra uma pequena estória de que gosto muito: Um professor de geografia estava sendo incomodado pelo filho, quando precisava preparar uma de suas aulas. E este professor, vendo que o seu filho o atrapalhava naquele momento, recortou o mapa do mundo e disse ao filho: “Meu filho, monte esse mapa e quando você terminar, volte”.
O
menino saiu da sala e o pai ficou imaginando que ele iria levar uns dois ou
três dias para montar o mapa. Mas quinze ou vinte minutos depois, o menino
voltou com o mapa montado. O pai não imaginava que o menino conhecesse o mapa e
o menino realmente não conhecia os vários países do mundo. Não sabia como
montar, como encaixar um país no outro. O menino chegou com aquele
quebra-cabeça totalmente montado.
Então,
o pai falou: “Meu filho, como você montou este mapa tão depressa se você não
conhece o mundo?” E o menino respondeu: “Pai, foi muito fácil. Comecei a
observar que do outro lado do mapa existiam algumas figuras humanas, braços e
uma perna. Então, fui juntando essas partes do homem. E quando consertei o
homem, virei e o mundo estava consertado.
O
que precisamos ver no mundo é o conserto dos homens. Teremos um mundo de paz
quando os homens estiverem consertados, quando os homens se voltarem para o
Criador, quando os homens se voltarem para o grande amor do Criador que veio a
este mundo trazer paz e alegria. Mas, infelizmente, tantos homens, aqueles
intolerantes, aqueles que querem implantar e espalhar o terror do mundo, não
conseguem entender esta mensagem de vida e de amor.
Esperamos
que a Assembléia Legislativa possa repetir este evento a cada ano, no dia 11 de
setembro. Esperamos que, neste momento, todos possam entender que temos de ser
implacáveis com o terror, que não podemos tolerar, de maneira alguma, aqueles
que querem conturbar a paz, aqueles que querem conturbar as nações, aqueles que
querem conturbar a vida dos seres humanos. Que todos possam se voltar ao
Criador e tentar consertar sua vida. Só assim teremos um mundo de paz, um mundo
muito melhor.
Portanto,
quero agradecer aos senhores cônsules presentes, ao Sr. Cônsul-Geral dos
Estados Unidos, que leve o nosso carinho e o nosso respeito ao povo americano.
Os americanos sabem claramente que nós, brasileiros, choramos não só a perda
daqueles brasileiros que lá estavam, mas sofremos porque os nossos irmãos foram
atacados. Independente de raça, credo, cor, todos são nossos irmãos e nós
sentimos a dor de cada um daqueles que lá estava, sentimos a dor de cada uma
das famílias enlutadas. Aqueles que ali estavam representavam mais de 90 nações
do mundo e nós, brasileiros, também sofremos muito por todos eles.
Queremos
que a América do Norte continue com a força e a determinação do seu povo.
Dezenove terroristas pensaram que iriam conturbar a América, mas pelo
contrário, fizeram com que grande parte do mundo se unisse à América para
dizer: “Somos parceiros, somos irmãos de um mundo globalizado, somos irmãos que
sofremos a dor daqueles que sofrem do outro lado do mundo”. Portanto, aqueles
que pensavam que iriam destruir a América, estavam enganados. Pelo contrário,
os americanos mostraram que realmente têm muitos parceiros no mundo.
O
Brasil também se une ao povo americano, neste momento, assim como se uniu
naquele 11 de setembro. Em todos os dias 11 de setembro, esperamos que esta
Casa esteja relembrando aqueles momentos, orando a Deus pela paz mundial.
Repito, esperamos que os homens possam entender que há necessidade de se
consertar para que tenhamos um mundo de paz e de alegria.
Neste
momento, para encerrar esta sessão, gostaríamos de convidar um pastor, para que
aqui pudesse fazer uma oração pela paz mundial, pela família de cada um
daqueles que nesta data está relembrando e sofrendo pela vida daqueles que se
foram, mas que nas nossas consciências estarão sempre vivos, como um marco de
paz, um marco da história.
Gostaríamos
que, neste momento, o Pastor Juanribe Palharim pudesse elevar uma oração a
Deus, pela América, pela família daqueles que sofreram e pela paz no mundo.
O SR. JUANRIBE PALHARIM - Em uma parede de um
centro de treinamento de terrorismo que foi desbaratado, encontraram a seguinte
frase escrita em árabe: “No sábado, mataremos os judeus; no domingo, os
cristãos”.
Não
há dúvida alguma de que o atentado de 11 de setembro foi religioso, com
motivação espiritual; é uma guerra diferente de todas as outras, em que as
pessoas matam em nome de Deus.
Sabemos que Deus não é morte, Deus é vida.
Então, vamos pedir a este Deus da vida, que quer que todos tenham vida, que
abençoe as nações e até aqueles que estão achando que a solução dos problemas
se dá através da morte.
Cremos, firmemente, que a solução para a
humanidade está no conserto do ser humano, através de uma fé verdadeira em
Deus.
Vamos
orar:
“Senhor
nosso Deus e nosso Pai, Deus bendito, Deus Todo-Poderoso, o que aconteceu na
América, aconteceu no mundo todo. Há um conflito no mundo todo que não cessará
devido à violência do ser humano. Há um conflito religioso. Há algo que vem
desde a antigüidade e que está explodindo agora e que não cessou. Sabemos que
os rumores de guerra e a violência certamente se multiplicarão, porque está
profetizado.
Queremos que o Senhor dê coragem às nações,
dê coragem aos homens, para viverem este momento difícil. E apesar de toda a
dificuldade e de todos os conflitos, Meu Deus, coloca dentro do ser humano,
dentro de cada pessoa, não importa a sua nacionalidade, a convicção de que não
é através da morte nem da violência e sim através do amor e da vida, que
devemos conviver com nossos irmãos.
Faz, ó Pai, com que o Espírito Santo povoe
toda a Terra e coloque convicção em cada ser humano de que a paz, difícil de
ser alcançada, precisa continuar sendo buscada; e quando cada ser humano
estiver em paz, o mundo terá paz.
Sabemos,
ó Deus, que é profético que tudo isso aconteça e continue a acontecer. E nós te
pedimos, em nome de Jesus: Tenha compaixão da humanidade, dos povos, console os
corações daqueles que perderam parentes, amigos, daqueles que estão hoje com
tristeza, ainda de luto pelo atentado contra a humanidade. Conforte cada
pessoa, e que aquela Tua paz interior que só o teu filho Jesus pode dar,
abençoe o povo americano, abençoe a América, abençoe as nações, abençoe o povo
judeu, abençoe o povo árabe.
Meu
Deus, faça cada pessoa destas nações compreender que somos todos irmãos, que
temos a mesma origem, que todos nós somos, pela fé, filhos de Abraão, que
descendemos de Abraão, que foi o primeiro homem a viver pela fé.
Pai
Bendito, trabalhe com o teu espírito e a tua bênção sobre os povos. Concede
esta paz tão desejada. Sabemos que é difícil, mas vamos trabalhar por ela e
pedimos a tua força para continuar avançando.
Concilia
também o nosso país que está precisando de paz, dê entendimento ao povo
brasileiro, dê entendimento a cada um de nós, concede sabedoria aos nossos
líderes para encontrar uma solução que seja de acordo com a tua vontade, é o
que te pedimos, ó Deus, e já te agradecemos em nome do Senhor Jesus. Amém. Que
Deus os abençoe!
O SR. PRESIDENTE - GILBERTO
NASCIMENTO - PSB - Gostaríamos de agradecer a presença dos senhores cônsules e desejar
paz às suas nações. Queremos agradecer também as seguintes presenças: Pastor
Walter Brunelli, da Assembléia de Deus; Pastor Jairo Barbosa, Missão Mundial
Graça e Paz; Pastor Wilson, da Assembléia de Deus Nipo-Brasileira; Pastor Silas
Oliveira, Presidente da Santa Igreja de Santo André, juntamente com a sua
família; Pastor Alcides Fávaro, da Igreja do Ipiranga; Pastor Alexandre
Sanches, Missão de Paz; Pastor Jabes de Alencar, Presidente do Conselho de
Pastores do Estado de São Paulo; Pastora Maria Silva, Presidente da Igreja
Pentecostal; Pastor Marcos Barbosa, representando o Pastor Galdino; Pastor
Juanribe Palharim; Pastor Bispo Paulo Moura e de todos aqueles que aqui estão,
cujos nomes não chegaram às nossas mãos.
Convidamos
os presentes a cumprimentarem o cônsul e demais autoridades americanas.
Que
Deus os abençoe. Que tenham todos uma tarde de paz e que realmente haja paz no
mundo. Muito obrigado.
Está
encerrada a sessão.
* * *
- Encerra-se a sessão às 13:00 horas.
* * *