10 DE OUTUBRO DE 2023
118ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: GILMACI SANTOS, RAFAEL
SARAIVA, MARINA HELOU e CARLOS CEZAR
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca os Srs.
Deputados para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após
o término desta sessão ou às 16 horas e 30 minutos.
2 - RAFAEL SARAIVA
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - SIMÃO PEDRO
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - RAFAEL SARAIVA
Assume a Presidência.
5 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - CARLOS CEZAR
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - THAINARA FARIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - SEBASTIÃO SANTOS
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - PAULO MANSUR
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - GUTO ZACARIAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
13 - VITÃO DO CACHORRÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
14 - ANDRÉA WERNER
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
16 - DONATO
Por inscrição, faz pronunciamento.
17 - REIS
Por inscrição faz pronunciamento.
18 - MARINA HELOU
Assume a Presidência.
19 - RAFAEL SARAIVA
Por inscrição, faz pronunciamento.
20 - CARLOS CEZAR
Assume a Presidência.
21 - MARINA HELOU
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
22 - MARINA HELOU
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
23 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 11/10, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão
extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente
o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de
Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata
da sessão anterior e recebe o expediente.
Convocação: Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V.
Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 16 horas e 30
minutos, ou 10 minutos após o término da presente sessão, em cumprimento ao
interstício mínimo previsto no parágrafo 3o do Art. 100, do
Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
*
* *
-
NR - A Ordem do Dia para a 43a Sessão Extraordinária foi publicada
no D.O. de 11/10/2023.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, passamos então, agora, ao Pequeno Expediente.
Primeiro deputado inscrito para falar, deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.)
Deputado Rafael Saraiva. Tem V. Exa. o tempo para falar. Deputado Rafael
Saraiva tem a palavra, só está ali terminando os seus finalmentes, para poder
fazer uso da palavra na tribuna por até cinco minutos regimentais. Deputado
Rafael Saraiva. Tem a palavra V. Exa., deputado.
O
SR. RAFAEL SARAIVA - UNIÃO -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Pode soltar, por favor.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Presidente,
esse vídeo que infelizmente eu tive que colocar aqui no plenário aconteceu no
último cinco de outubro do corrente ano, na cidade de Ribeirão Bonito, num
rodeio aqui no estado de São Paulo. E, por uma infelicidade - repito essa
palavra “infelicidade” -, aqui na Assembleia Legislativa, nós temos a Frente
Parlamentar em Defesa dos Rodeios e Provas Equestres.
Eu gostaria de
saber por que a presidente dessa frente parlamentar, a nobre deputada Dani
Alonso, e o seu digníssimo vice-presidente, nobre deputado Lucas Bove, não se
manifestaram sobre esse infeliz incidente, acidente ou, de repente, posso
chamar assim de suicídio, como um senhor locutor se colocar nessa posição de
frente a um boi.
O rodeio é um
espetáculo contra a vida, que se veste de rodeio. E eu não vou me cansar de
falar, aqui neste plenário, sobre esse esporte que essas pessoas colocam como
se fosse uma atração
cultural, uma manifestação cultural, colocam isso como pretexto para colocar
como se fosse motivação para uma frente parlamentar.
Até hoje - eu vou
fazer uma analogia, nobre deputado Simão Pedro - a sociedade evoluiu. Se fosse
há 10, 15 ou 20 anos eu não estaria debatendo isso, eu não estaria falando de
animal aqui, talvez eu não estivesse eleito. A sociedade evoluiu e há muitos e
muitos anos existia o Coliseu. No Coliseu, gladiadores saíam vitoriosos por
matar outros gladiadores.
A sociedade evoluiu
e, em uma evolução histórica, foi proibida, posteriormente, as rinhas de galo,
as rinhas de animais, de outros animais, porque uma vez que o meio ambiente é
considerado patrimônio público acima dos patrimônios culturais... Então eu digo
e repito de forma incansável que rodeio não é patrimônio público paulista:
rodeio é suicídio, rodeio é maus-tratos.
Seja para o peão -
sendo uma cultura americana, norte-americana, vamos chamá-lo de cowboy, né? Já
que a gente gosta de pegar cultura emprestada -, então, seja para o cowboy ou
seja para o boi, é suicídio, tá, nobre presidente? Eu gostaria de consignar uma
coisa: eu, como advogado criminalista...
É muito importante
uma fala que... Todos aqueles que estimulam o suicídio só por aplaudir e
gritar, concorrem para o crime, nobre deputado Suplicy, e eu não vou me calar,
eu não vou me calar, seja nos microfones de aparte, seja no Pequeno Expediente,
seja no Grande Expediente.
Nobre deputada
Thainara, eu sei que a senhora me apoia nessa causa e eu tenho um projeto de
lei que proíbe a destinação de dinheiro público, de recurso público para
rodeio, e os nobres deputados, meus pares, não me apoiam. Alguns deles, poucos
deles não me apoiam, porque falam que acham absurdo o meu projeto.
Então, eu queria
propor, eu vou propor um outro. Não um projeto de lei, mas eu vou propor a CPI
dos rodeios, eu vou propor a CPI dos rodeios. Eu quero saber por que derramam
tanto dinheiro nos rodeios e por que tantos parlamentares apoiam esse derrame
de dinheiro público nos rodeios, compactuam com esse suicídio nas arenas de
rodeio interior afora no estado de São Paulo, com esses maus-tratos de animais.
Porque parlamentares
que nem sequer são do interior de São Paulo, por falarem que é uma cultura
paulista, do interior paulista...
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para conclusão, deputado.
O SR. RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Concluindo, presidente. Nem sequer é
uma cultura do interior paulista, porque, repetindo, é uma cultura
norte-americana, pegam uma cultura emprestada e defendem com afinco um
derramamento de sangue, um crime de maus-tratos aos animais e um suicídio a todas
as pessoas que se colocam ali.
Nesse vídeo, nobre
presidente, a gente consegue ver um boi que, mesmo após a soltura do sedém,
continua pulando. Só uma coisa explica: ele foi eletroestimulado. Então, o
convite que eu fiz aos nobres pares que defendem os rodeios foi de ir comigo
fiscalizar.
Obrigado, Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado.
Com a palavra o deputado Simão Pedro.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, nobre deputado Gilmaci, Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, eu vou ler aqui um artigo que eu e a vereadora Sandra
Kennedy, lá da cidade de Registro, no Vale do Ribeira, publicamos ontem no
“Portal 247”, sobre o seguinte assunto: As filas de espera por uma consulta ou
exame especializado e por cirurgias são tão enormes que, muitas pessoas que
dependem do serviço público, esperam há anos pelo acesso à atenção
especializada. Sem dúvida, um dos principais problemas a serem enfrentados pelo
SUS.
O presidente
Lula, no início do governo, definiu o enfrentamento desse problema como
prioridade ao lado de combater a baixa cobertura vacinal e dos vazios
assistenciais com o Plano Nacional de Imunização, programa “Mais Médicos”, e do
lançamento do plano estadual do Programa Nacional de Redução das Filas de
cirurgias eletivas, exames complementares e consultas especializadas do
Ministério da Saúde. Isso já em fevereiro, através da Portaria do Ministério da
Saúde nº 90, de três de fevereiro de 2023.
O governo de
São Paulo foi o penúltimo estado a entregar o seu plano estadual ao Ministério
da Saúde - e eu já havia denunciado essa lentidão do Governo do Estado em maio
do corrente ano - para receber os recursos reservados ao estado para redução de
filas, o que demonstra baixa prioridade para o enfrentamento desse problema
central também aqui no nosso estado.
Esse atraso,
como eu falei, foi denunciado em maio pelo meu mandato, pelo mandato da
vereadora Sandra Kennedy, lá na Câmara Municipal de Registro, e na imprensa de
todo o estado, considerando o ato displicente do governo Tarcísio diante da
tamanha necessidade de acesso à saúde especializada para nossa população.
Enfim, em 30 de
maio, o Governo do Estado enviou o plano de São Paulo e o Ministério da Saúde
definiu 131.210.333 reais para o estado de São Paulo através da Portaria nº
478, de 2 de junho deste ano. Desse total, 94.403.000 destinam-se à Secretaria
de Estado da Saúde para o serviço de Saúde sob gestão estadual, e o restante
foi destinado aos municípios.
Já em 21 de
junho, o ministério repassou o valor de 31 milhões da primeira fase do
programa, que é destinado a cirurgias eletivas. Portanto, 22 milhões foram
destinados ao Governo do Estado para o serviço sob gestão estadual, e o
restante - 9 milhões - para os municípios. O restante do investimento será
repassado de acordo com o avanço do serviço registrado pela Secretaria de
Saúde.
Porém, o
governo Tarcísio continua de costas para as milhões de pessoas que aguardam
anos - sim, anos - por acesso a tratamento especializado. Inacreditavelmente,
até a data de hoje, a Secretaria de Estado da Saúde não iniciou o programa na
maioria do serviço de gestão estadual, que são os serviços gerados por OS’s,
portanto aplicou um recurso mínimo até o momento.
Estamos já em
meados de outubro, nenhum procedimento foi executado nos serviços geridos pelas
OS’s, sequer houve adequações dos contratos com os devidos aditamentos, e
nenhum recurso foi repassado depois de mais de 100 dias do recebimento dos
recursos, o que é um descalabro.
Os municípios
estão realizando as cirurgias, mas considerando que a maior quantidade de
hospitais e ambulatórios no estado de São Paulo estão sob gestão estadual, o
percentual de execução do programa foi de apenas 7% em setembro, em comparação
com a região sudeste, em que o percentual foi de 13%; na região norte, 22%;
região sul, 28%; região centro-oeste, 36%; região nordeste, 41%, segundo dados
do Ministério da Saúde.
Vou citar um
exemplo aqui, que é a região do Vale do Ribeira, que ilustra bem a gravidade
dessa situação. Em um território com população de aproximadamente 280 mil
habitantes, 1.874 pacientes aguardam - e têm seu estado de saúde agravado -
pela realização das cirurgias eletivas elencadas no programa de redução de
filas, e foram realizadas apenas 117 cirurgias, além de mais de 10 mil pessoas
que aguardam para consulta oftalmológica, cinco mil por neurologista, e quatro
mil aguardam por uma dermatologista, por exemplo.
Portanto, essa
postura do Governo do Estado é inaceitável. O mandato da vereadora Sandra
Kennedy já apresentou moção de apelo ao governador Tarcísio. E nossos mandatos,
juntos iremos exigir providências imediatas do governador. Inclusive, se for o
caso, através do Ministério Público.
Quaisquer
razões que possam estar por trás da não implantação do plano de redução de
filas no estado, incompetência, indisciplina, ou ação deliberada, em função de
divergências políticas, que seria ainda pior, não podem ser aceitas.
Muito obrigado.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Rafael Saraiva.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Deputado
Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo.
(Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.)
Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
telespectador da TV Assembleia.
Sr. Presidente,
eu volto à tribuna hoje para continuar cobrando a Secretaria da Educação - a
Seduc - o secretário da Educação, em relação à farsa da Bonificação de Resultados,
o famoso bônus da Educação. O governo tem feito propaganda na imprensa, dizendo
que vai pagar, que estaria investindo aproximadamente 450 milhões na
bonificação dos professores.
Porém, existe
um abismo enorme entre a propaganda e a realidade concreta do que os
professores estão recebendo. Tenho recebido, e também tenho certeza que vários
deputados e deputadas estão recebendo, os holerites dos professores sobre o
pagamento desse bônus.
Eu tenho aqui
vários deles, todos os dias eu recebo. Por isso que nós queremos exigir que a
Secretaria tome providências, refaça os cálculos, refaça os critérios para que
haja um pagamento minimamente justo.
Deixando claro
que nós somos contra essa política de bonificação, porque ela não incorpora no
salário do professor, ela não tem repercussão na carreia. O professor não leva
isso para a sua aposentadoria, quando ele encerra a sua carreira. Mas, no
entanto, ela existe, mas é uma farsa. Eu vou provar o porquê, Sr. Presidente.
Olha aqui,
vários holerites. Um professor da rede estadual recebeu apenas 34 reais,
deputados e deputadas. Trinta e quatro reais foi o bônus que uma professora da
rede estadual recebeu; está aqui o holerite dela.
Uma outra
pessoa, um professor, o holerite dele, líquido, que ele vai receber: 79,39
reais. Esse é o bônus que o professor recebeu, pelo seu trabalho, durante todo
o ano de 2023. Com desconto aqui; teve desconto ainda, do Iamspe. Isso é um
absurdo; teve um desconto de 2,25 por cento. No anterior, teve desconto também
do Iamspe, de 0,96 centavos.
Isso é uma
afronta, isso aqui, ao Magistério. Um outro aqui. Essa professora ainda recebeu
um pouco mais: 177 reais e 60 centavos. E tem desconto também do Iamspe;
desconto do Iamspe e desconto do imposto de renda. Na verdade, seria 251 reais.
Com o desconto de 69,28 do imposto de renda, mais o desconto do Iamspe, 5
reais, caiu para 177. Olha só, descontar o Iamspe de um bônus, isso é um
absurdo total.
Mais, olha um
outro. O total de vencimentos, 42 reais e 99 centavos, e 16 reais e 19 centavos
de desconto. Aqui desconta o INSS, porque esse professor é categoria “O”. Aí
não desconta o Iamspe, porque nem direito ao Iamspe o professor categoria “O”
tem.
Então ele tem o
desconto do INSS, mas o dinheiro está perdido. Esse dinheiro, ninguém sabe onde
está o dinheiro do INSS que é descontado dos mais de 100 mil professores
categoria “O” da rede estadual.
O fato é que
esse professor vai receber apenas 26 reais e 80 centavos, está aqui, olhe. E
tem mais, 62... São vários casos, Sr. Presidente. Eu tenho denunciado e
mostrado, apresentado esses holerites.
Na semana
passada, fiz o mesmo para ver se o Governo toma alguma providência. Não é
possível o estado mais rico da Federação, que tem um Orçamento de quase 50
bilhões de reais pagos em bonificações, com esses valores: 62 reais, 73 reais,
177 reais. Isso aqui é uma amostra, só para eu ilustrar o que está acontecendo
na rede inteira, Sr. Presidente.
Então, o
governo tem que parar com essa propaganda enganosa para a população, porque ao
Magistério não consegue enganar, porque caiu na conta dos professores; aqui são
os holerites. É que eu não posso divulgar os nomes das pessoas, tem que manter
a privacidade.
Mas tenho
certeza que vários deputados e deputadas estão recebendo também essas
denúncias. Então fica aqui o nosso apelo e a nossa exigência ao governador
Tarcísio de Freitas e ao secretário da Educação, Renato Feder, para que façam,
em caráter de extrema urgência, uma revisão, mudando os critérios e pagando a
bonificação minimamente justa.
Até porque, Sr.
Presidente, para concluir, essa bonificação não é nem incorporada no salário,
não vai para a aposentadoria, não tem nenhuma repercussão na carreira e, mesmo
assim, o governo não paga corretamente; é um absurdo. E que as providências
sejam tomadas.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Deputado Agente
Federal Danilo Balas. (Pausa.) Com a palavra, deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Caro deputado Rafael Saraiva, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, primeiro quero dizer que considerei muito impressionante a imagem
que nos trouxe, de uma pessoa lá enfrentando um boi bravíssimo.
E não sei se
depois daquela trombada que levou a pessoa, se ele continua com vida, mas que
realmente foi muito ameaçado. Eu acho que as suas considerações são muito
importantes.
Mas gostaria
hoje de, aqui, enaltecer as mulheres. Especialmente a Prêmio Nobel de Economia,
Claudia Goldin, a estadunidense de 77 anos, mulher extraordinária que recebeu o
Prêmio Nobel de Economia de 2023, pelos seus trabalhos sobre as mulheres no
mercado de trabalho.
Economista e
professora da Universidade de Harvard, Claudia é codiretora do Grupo de Estudos
sobre Gêneros na Economia do Naticional Bureau of Economic Research, onde
pesquisa disparidade salarial e de oportunidades entre homens e mulheres.
É a terceira
mulher a ser laureada com um Prêmio Nobel de Economia desde 1969. Segundo o
comitê que concede o prêmio, ela forneceu a primeira descrição abrangente dos
vencimentos e resultados das mulheres no mercado de trabalho ao longo dos
séculos, trazendo as principais causas de mudança e as origens da discrepância
de gênero.
Os estudos de
Claudia mostraram, após análise de mais de 200 anos, que a participação da
mulher no mercado de trabalho não ocorreu de forma ascendente, mas em uma curva
de formato em “U”. Isso porque, até o século XVIII, as mulheres estavam
inseridas no mercado de trabalho porque trabalhavam dentro das propriedades da
família, em uma sociedade agrária.
Já no início do
século XIX, houve uma grande queda de mulheres casadas no mercado, devido à
transição para uma sociedade industrial. No começo do século XX, com o setor de
Serviços, a participação da mulher no mercado de trabalho voltou a crescer. E
esse aumento também foi alavancado com o crescimento do nível de Educação das
mulheres e com o acesso à pílula anticoncepcional.
Claudia Goldin
ainda demonstrou que historicamente a disparidade salarial entre homens e
mulheres era fruto das diferenças na educação e nas definições de profissão. Já
na atualidade, mesmo com níveis educacionais semelhantes e ocupando as mesmas
carreiras, a maior parte da diferença de rendimento ocorre em grande parte com
o nascimento do primeiro filho. As jornadas duplas ou triplas que as mulheres
enfrentam ainda impactam diretamente nessa diferença salarial.
Segundo a
pesquisadora Diana Gonzaga, da Universidade Federal da Bahia, (Inaudível.), em
artigo de 2014, ainda mostrou que parte da desigualdade salarial poderia ser
reduzida ou eliminada se não houvesse descompensação proporcional das empresas
aos empregos de longa jornada.
A pesquisadora
Ana Luiza Neves de Holanda Barbosa, do IBMEC Rio, afirmou que ocupações que
exigem dedicação integral e remuneração maior por hora extra, que podem ser
chamados de trabalhos gananciosos, tendem a ter uma desigualdade salarial
maior. Ao mesmo tempo, essa diferença tende a ser menor em ocupações com mais
flexibilidade.
Ao focar suas
investigações na disparidade de gênero no mercado de trabalho, Claudia Goldin
abriu portas para uma compreensão mais profunda dos desafios e oportunidades
que enfrentamos. Suas pesquisas nos inspiram a continuar lutando por um futuro
onde a equidade de gênero seja uma realidade tangível e alcançável.
“O Nobel de
Economia é o reconhecimento da competência do trabalho de Claudia Goldin e
também o coroamento de quatro décadas de pesquisa feminista. É o reconhecimento
do valor da importância da competência e da consistência dos trabalhos que têm
as desigualdades de gênero como tônica principal”, diz a professora titular do
Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Lena Lavinas,
uma das pioneiras em estudos do gênero no Brasil.
Meus parabéns a
Claudia Goldin, por essa notável conquista.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Deputada
Solange Freitas. (Pausa.) Com a palavra, deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
que preside essa sessão neste momento, deputado Rafael Saraiva, Sras. Deputadas
e Srs. Deputados, público que nos acompanha pela Rede Alesp, aqueles que nos
acompanham pela galeria aqui do nosso prédio, do plenário da Assembleia,
assessoria.
Quero aqui
fazer um pronunciamento, lamentar e me solidarizar, sobretudo, com o povo de
Israel, que tem sofrido nos últimos dias. Sofreu, no sábado, de forma covarde
um ataque terrorista do grupo Hamas, que de forma extremamente inaceitável
sequestrou mulheres, idosas, crianças, bebês, expondo pessoas sem respeitar
nenhuma regra básica de guerra.
Mas de forma
covarde matando jovens, inclusive um brasileiro que participava de uma festa,
que foi sequestrado e foi encontrado o seu corpo morto lá em Israel.
Eu quero aqui
me somar a toda a população de Israel e condenar veemente esse ataque, tal
posso dizer aqui que é o maior ataque sofrido desde a Segunda Guerra Mundial,
esse ato terrorista.
Dizer que é
claro que uma ação provoca uma reação, e o Exército de Israel já convocou mais
de 300 mil soldados. É como se nós pegássemos toda uma população aqui de uma
cidade nossa, seja Suzano, Barueri, e colocássemos toda essa população de
prontidão, para estar defendendo a sua nação com a sua vida.
Eu vi em um
vídeo muito pais abençoando os seus jovens e dizendo: “vão, lutem e voltem
vivos”. São pessoas que estão entregando as suas vidas. Eu quero aqui dizer que
os países importantes, países como Alemanha, França, Itália, Reino Unido,
Estados Unidos, já expressaram o apoio firme ao estado de Israel, fazendo aí
uma condenação inequívoca ao grupo terrorista do Hamas, pelos seus terríveis
atos de terrorismo.
Esses países
afirmaram, em um comunicado conjunto, que todos reconhecem as aspirações
legítimas do povo palestino, e isso desde Oswaldo Aranha, quando colaborou
firmemente o brasileiro que presidia a sessão da ONU, para que fosse
reconhecido o estado de Israel, a nação de Israel, o povo de Israel então, e se
formasse aquele estado em 1948.
Já havia essa
solução, para que também a Palestina pudesse ser reconhecida, mas,
infelizmente, o Hamas não representa as aspirações, e não oferece ao povo
palestino nada além do terror e derramamento de sangue.
O mundo está em
risco, e nós não sabemos ainda quais são as proporções que essa guerra pode
tomar e quais as consequências que ela pode trazer. Nós podemos aí viver uma
crise humanitária sem precedentes.
Mas eu quero
lembrar aqui, Sr. Presidente,
que Israel é um país hoje que tem um Exército, uma Força Aérea poderosa, uma
economia de estado, de arte, que exporta milhões de dólares.
Enfim, os seus
médicos ganham prêmios Nobel, têm conquistado o seu espaço e eu tenho a certeza
de que essa nação, que já todos nós cristãos celebramos a Páscoa, deputado
Vitão do Cachorrão, porque a Páscoa marca a vitória que eles tiveram lá no
Egito, quando saíram da escravidão do faraó.
E por isso eles
celebraram a Páscoa, porque sobreviveram ao faraó, sobreviveram aos gregos,
sobreviveram aos romanos, sobreviveram à Inquisição da Espanha, sobreviveram à
Rússia, sobreviveram à tirania de Hitler, que levou milhões de judeus, ceifando
a vida de todos, e a partir daí que vai nascer a ONU. Enfim, eles sobreviveram
à Guerra dos Seis Dias, quando várias ações se levantaram contra eles.
Então, esta
nação já sobreviveu a muitos momentos difíceis. Eles estão passando agora um
tempo difícil, mas eu creio em um Deus que fez o passado, que continua fazendo
agora, e que vai fazer de novo. Eu espero que essa guerra venha cessar, que a
paz venha a chegar, mas que esse povo continue a caminhar de cabeça erguida.
Que o governo
brasileiro possa repatriar os nossos turistas, muitos amigos nossos, pastor
nosso de Sorocaba, que está lá em Israel e que não consegue voltar, e a gente
espera muito que a nossa diplomacia brasileira possa trazer esses brasileiros
que querem voltar para cá.
Apenas para
encerrar, Sr. Presidente, eu
quero deixar aqui um texto que está no Salmo 121.
A bíblia diz:
“Eleva os meus olhos para os montes, de onde me virá o socorro. O meu socorro
vem do Senhor, criador dos céus e da Terra. Ele não deixará que tropecem os
seus pés. Ele não dorme, aquele que te guarda. certamente não dorme de maneira
nenhuma, nem guarda, nem cochila, o guarda de Israel. O eterno é o teu
professor. Como sombra ele te guarda, a tua direita e a tua esquerda. Não te
molestará o sol de dia, nem a lua de noite. O Senhor te guardará de todo o mal
e protegerá a sua vida. Estará sob a proteção do senhor ao saíres e ao
voltares, para todo o sempre”.
Eu tenho a
certeza que aquele povo, que é um povo destemido, vai continuar a lutar, e que
esse terror não vai prevalecer, seja na nação de Israel, seja em qualquer lugar
do mundo onde atos terroristas acontecem, para usufruir e abusar de crianças,
idosas, mulheres e famílias.
É apenas isso, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Parabéns pela
fala, nobre deputado. Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.
(Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.)
Passando agora à Lista Suplementar,
deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio
Marcolino.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. e Sras. Deputadas, funcionários e
funcionárias da Assembleia Legislativa, ontem eu acompanhei no centro de São
Paulo uma manifestação dos trabalhadores da CPTM, do Metrô e da Sabesp, que é
um debate que já estamos fazendo aqui na Assembleia há alguns dias, sobre o
impacto que a privatização da Sabesp e da CPTM terá para o povo do estado de
São Paulo.
Então, queria
rapidamente, Machado, se pudesse colocar aqui um pedacinho do vídeo, da
repercussão de ontem...
* * *
-
É exibido o vídeo.
* * *
Esse,
presidente, foi o recado do dia de ontem, no centro de São Paulo, em frente à
CPTM e ao Metrô. É importante que esses trabalhadores do estado de São Paulo,
tanto da CPTM, como do Metrô e da Sabesp, já têm conversado em diversas cidades
e todos são unânimes. A gente conversa com os vereadores e percebe que ninguém
quer a privatização da Sabesp, mas o governador insiste em privatizar, em
entregar o patrimônio público.
Às vezes eu
passo ali em frente da cidade de Mairiporã e vejo ali aquele reservatório de
água que tem em Mairiporã, ou próximo da Billings ou da Guarapiranga, e a gente
fala: se a Sabesp for privatizada, toda essa estrutura automaticamente passa
para a mão da gestão privada.
Investiu-se
tanto em uma empresa como a Sabesp, a quinta maior empresa de saneamento no
mundo, uma empresa que o governador Tarcísio apresenta como uma empresa
rentável, com mais de 3,2 bilhões de lucro, lembrando que uma empresa pública
não deveria dar lucro, mas sim reinvestir no desenvolvimento e no saneamento
básico do estado de São Paulo, e agora simplesmente quer vender um patrimônio
que é importante para toda a população no estado de São Paulo. Você conversa
com o setor empresarial, eles são contrários. Você conversa com os prefeitos,
são contrários. Conversa com os vereadores, são contrários.
E o Tarcísio é
o único que quer manter a tese de privatizar uma empresa tão importante como a
Sabesp no estado de São Paulo. Então essa luta já vem sendo feita há algum
tempo, a greve. E somos solidários aos trabalhadores da Sabesp, da CPTM e do
Metrô.
Uma greve que
despertou inclusive o diálogo com a população, porque a gente via inclusive,
nobre deputado Suplicy, na Rede Globo lá o Bocardi todo dia falando da
ViaMobilidade, a quantidade de problemas que tinha. Eles nem conseguiram
defender as empresas privadas porque a ViaMobilidade, depois que assumiu a
CPTM, assumiu parte do Metrô.
Só problemas no
estado de São Paulo e na Grande São Paulo. Então a greve foi muito importante.
Somos solidários à greve dos trabalhadores do Metrô, da Sabesp e da CPTM e
faremos de tudo para que essa empresa tão importante para o estado de São Paulo
como a Sabesp não seja vendida. E do mesmo jeito que o Metrô e a CPTM, que são
tão importantes para a Grande São Paulo, não sejam privatizados.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Deputada
Márcia Lia. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputada Thainara Faria.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde, Sr. Presidente Rafael Saraiva. Boa
tarde aos Srs. Deputados, Sras. Deputadas, aos que nos acompanham aqui no
plenário, servidores, policiais. Muito boa tarde, estado de São Paulo.
Acredito que
seja pertinente, por estarmos no Outubro Rosa, que eu faça uma fala com as
mulheres do estado de São Paulo e todas aquelas que vão nos ouvir de todo o
Brasil através das redes sociais. Outubro Rosa é o mês destinado a focar sobre
a saúde da mulher no que tange ao câncer de mama e ao câncer do colo de útero.
Para quem não
sabe, o câncer de mama é o mais frequente na mulher brasileira. Por isso, nós
temos incentivado que as mulheres se conheçam, que elas consigam fazer o
autoexame quando elas tocam a mama e conseguem perceber alguma anormalidade por
ali. Quando as células se multiplicam frequentemente formando ali um tumor
maligno, forma-se então o câncer de mama.
Por ser o mais
frequente na mulher brasileira, é importantíssimo que se faça o autoexame em
todas as mulheres. As mulheres precisam se tocar, precisam se conhecer. Depois
disso, nós precisamos saber que as mulheres a partir dos 35 anos, dos 40 anos,
precisam anualmente fazer o exame clínico, que é aquele onde a mulher procura o
posto de saúde, procura o ambulatório médico para fazer o exame clínico sobre o
câncer de mama.
Dos 50 aos 69
anos, a cada dois anos, pelo menos, é necessário se fazer uma mamografia para
tentar identificar e saber se a mulher está sofrendo com o câncer de mama. Nós
estamos aqui para falar sobre prevenção. É muito importante se conhecer, fazer
o autoexame para evitar que esse câncer evolua e venha então a causar a morte
desta mulher.
Mulheres,
fiquem atentas. Não é só em outubro que precisa chamar a atenção para a questão
do câncer de mama. Volto a falar: é o câncer mais frequente na mulher
brasileira e nós precisamos cuidar da nossa saúde.
Então faça o
autoexame, procurem também o posto de saúde, o ambulatório médico. E se você
tem de 50 a 69 anos é necessário que se faça uma mamografia também a cada dois
anos. Esta é a minha fala nesta tarde. Que vocês possam se cuidar e a gente
daqui continua cuidando da mulher paulista também.
Grande abraço.
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Parabéns pelas
palavras, nobre deputada. Com a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Com
a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.)
Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Com a
palavra a deputada Andréa Werner. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião
Santos.
O
SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, funcionários, colaboradores, senhores e senhoras que nos
assistem pelas redes sociais.
Sr. Presidente,
o senhor sabe que o ano vai finalizando e os problemas dos municípios também
começam a aumentar. O orçamento, ele nada mais é do que uma intenção de se
arrecadar. E quando você está passando dificuldade, você deixa os impostos para
segundo plano, terceiro plano, a arrecadação com isso cai e a população passa a
ter dificuldades.
Nós estamos
vendo os prefeitos visitando a casa, indo até o escritório que nós temos nos
municípios do interior, nos eventos também em que o governador Tarcísio se
encontra, ou seus secretários, e a fala é unânime: “não vamos ter como pagar o
13º, gastamos tudo já que era previsto na saúde, já gastamos tudo que era
previsto na educação”.
E é isso aí, é
o Orçamento; o Orçamento de um município, de um estado, da União, que se faz em
um formato sempre esperando que vá se conquistar benefícios para chegar à
população.
E, para isso,
nós precisamos primeiro enxugar a máquina, enxugar a questão aí do governo
federal, enxugar aí a questão do governo estadual, os municípios. Mas enxugar a
máquina de que forma?
Isso é uma
necessidade de debatermos muito, porque muitas coisas que foram criadas no
passado e que funcionaram, hoje já não funcionam mais; ações que foram ótimas
lá no passado, hoje elas já não trazem mais resultados.
Deixa-me ver,
nós temos uma concessão elétrica, que vai começar a cair agora em 2025, que foi
pensada 30 anos atrás, um processo que se analisou há 30 anos, onde nós
tínhamos o quê, Sr. Presidente? Nós tínhamos as pessoas nos sítios, nós
tínhamos algumas mercearias que - eu me lembro do meu pai - ele assinava lá um
valezinho, pegava comida e levava.
Nós estamos em
outra geração; nós estamos no século XXI e queremos que o que era há 30, 50
anos, funcione no momento. Ou nós não estamos enxergando o que estamos vivendo
ou estamos querendo nos enganar.
Eu tenho visto o
debate da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo. Ontem mesmo, dei uma
palestra lá em Guaíra. Quero agradecer toda a população que estava presente
debatendo naquela região, junto com as pessoas responsáveis: a Fernanda Torres,
que estava lá representando o secretário Lucena; a Margarete, que é gestora do
Sebrae; o Carlos Alberto Leal, que é um consultor; uma empresa particular,
dando consultoria em um bom evento no qual a região foi discutir o turismo.
Turismo que é o
maior empregador do mundo e que deveria ter realmente maior investimento também
por parte dos governos, mas a gente vê que os municípios, infelizmente, ou não
estão adequados, ou não acreditam que podem melhorar suas condições.
Principalmente
se eu tenho um município que é estritamente ligado à agricultura, eu preciso
criar outras formas, porque a agricultura está se mecanizando cada vez mais.
Um trator que
no passado você precisava do tratorista, do mecânico, do eletricista, do
pintor, precisava de tudo para mantê-lo funcionando, hoje você tem equipamentos
de primeiro mundo, com um trator funcionando por quase dez tratores, um trator
fazendo irrigação em quase duzentos metros de área.
Então nós
precisamos começar a discutir sustentabilidade, renovação, humano. Precisamos
trazer em um grande debate quais são as mãos-de-obra que hoje precisamos
efetivar.
Agora, quando
se fala em Sabesp, eu sou, uma das profissões é justamente tratamento de
efluentes. Gozado, o maior valor a ser gasto em um litro de água é energia.
A Sabesp não
tem energia para pegar água em lugar nenhum. Busca água lá em Rio Grande da
Serra para poder trazer a água para São Paulo. Mas por que São Paulo não
contribui então para o crescimento de Rio Grande da Serra? Temos que fazer um
grande debate, Sr. Presidente. Esta Casa precisa se debater muito nessas
questões, para que o futuro do estado de São Paulo venha a ser melhor do que já
foi no passado.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Tem a
palavra o nobre deputado Paulo Mansur.
O
SR. PAULO MANSUR - PL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta
Casa, deixo minha solidariedade para todos os que estão em Israel neste
momento, vivendo momentos de terror.
Quando começou
a guerra na Rússia, ali teve um aviso da Rússia de invasão à guerra. A pior
coisa que tem é uma guerra entre países. Mas da maneira que o Hamas invadiu
Israel é algo brutal, é algo chocante, que por muitos momentos acabei não
conseguindo assistir a vídeos que foram colocados pela internet.
O que mais me
choca é parte da imprensa não falar a palavra “terrorismo”, não usar o
português correto, porque eles acabam usando o português como combatentes. Meu
Deus do céu, o que está acontecendo, em que mundo a gente está vivendo?
Ver crianças
presas, mulheres, civis de diversos países do mundo que estão em turismo em
Israel, passando por momentos terríveis, como esse.
O pai do Alok
fez parte de um evento lá em Israel, onde diversos brasileiros estavam, onde
diversas pessoas do mundo estavam. E quando tem a invasão do Hamas, eles não
estão preocupados com que país está ali. Eles não estão preocupados se quem
está ali é um cidadão de Israel, porque havia palestinos ali naquele evento,
que parte dele foi feito pelo pai do Alok.
Então o que nós
estamos diante é de uma cena de guerra, é de uma cena de terrorismo. E essa
palavra não é usada, e eu não vejo ninguém da esquerda falar sobre esse
assunto, não vejo posicionamento do nosso presidente Lula em cima desse
assunto.
Cadê o nosso
representante do Brasil repudiando o Hamas? A gente não vê. Olha só a nota, que
eu estou impressionado com o secretário de Relações Exteriores do nosso país.
Olha o que ele fala. Não dá para um ministro de Relações, gente, falar algo
assim.
Ele soltou uma
nota dizendo... De um brasileiro... A seguinte maneira. Ele falou o seguinte:
“Reitero o meu repúdio absoluto a atos de violência contra civis”, porque um
civil brasileiro foi morto e ele põe uma nota dessa - o nosso ministro de
Relações -, como se fosse um assalto, como se fosse uma morte aqui em São
Paulo, e não uma morte de guerra - meu Deus do céu - que está sendo lá... Que
mulheres estão sendo estupradas, crianças separadas de pais - de uma maneira
cruel. É isso que a gente está vendo lá.
Então nós
políticos que representamos a sociedade, nós precisamos pegar esse microfone e
nos posicionarmos. Dar a solidariedade ao povo de Israel. É isso que a gente
precisa fazer nesse momento. Então eu venho aqui, como deputado estadual
representando o estado de São Paulo, deixando a minha solidariedade a todos de
Israel.
Um grande
abraço.
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Com a palavra,
nobre deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Com a palavra, nobre
deputado Vitão do Cachorrão, pelo tempo remanescente do Pequeno Expediente.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Tempo
concedido.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Gostaria de fazer uma
breve comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Por favor.
O
SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - PARA
COMUNICAÇÃO - Uma triste comunicação
nessa tarde de terça-feira, presidente. Acabo de receber uma nota oficial
escrita pelo MST. Triste país onde o MST, que é um movimento que deveria ser
criminalizado, está soltando notas oficiais. Nessa nota, eles chamam o ataque a
Israel de reação legítima, presidente.
Nesta manhã de
terça-feira, nós recebemos a informação de que o ataque terrorista do Hamas, em
Israel, resultou na morte de 40 bebês. Quarenta bebês, deputado Vitão, tiveram
suas cabeças decapitadas. Quarenta bebês foram degolados e o MST solta uma nota
chamando de reação legítima.
Na tarde de
ontem, nós recebemos a informação de que dezenas de mulheres, na festa rave -
inclusive criada por um brasileiro -, nessa festa, que morreram centenas de
judeus, algumas mulheres foram estupradas ao lado de corpos humanos judeus no
ataque terrorista do Hamas.
Mas o MST
chamou esse ataque a Israel de reação legítima. Ainda hoje, nós tivemos a
confirmação de mais um brasileiro morto - a segunda brasileira confirmada como
morta - Mas o MST chama isso de reação legítima.
É por essas e
outras, presidente, que nós aqui na Assembleia conseguimos quase 40 assinaturas
para iniciar a CPI do MST e transformar o MST no que ele de fato é: uma
organização criminosa.
E vamos até a
Justiça para fazer de tudo para que o MST seja criminalizado. Além de tudo, nós
protocolamos na tarde de ontem, segunda-feira, aqui nessa mesma Assembleia, uma
moção de repúdio ao Hamas. Já que o Brasil, já que a União, já que o presidente
Lula e o Governo do PT não são capazes de condenar o PT, é função do Legislativo
paulista fazer essa condenação.
Além de tudo,
eu quero prestar minhas condolências a todos os brasileiros, a todas as
famílias dos brasileiros mortos em Israel e a todas as famílias dos brasileiros
que estão desaparecidos em Israel.
Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Tem a palavra.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente Rafael Saraiva, vou ser breve aqui nas
palavras. Antes, agradecer a Deus por mais um dia de vida, de trabalho.
Cumprimentar todas as polícias aqui, Militar e Civil.
Cumprimentar
também o pessoal da limpeza e agradecer aqui o vereador Everton do município de
Iporanga, Rafael. A gente tem que agradecer os vereadores que vêm aqui. Divisa
com o Paraná.
Ele viajou
quase cinco horas para pedir uma ambulância para o município. E às vezes,
Sebastião Santos, meu colega de partido e grande líder, essa ambulância vai
salvar a vida de uma mulher grávida, ela vai salvar a vida de uma criança.
Como você
falou, os prefeitos estão apertados, estão no sufoco. E por isso que, com a
minha emenda, eu quero ajudar... A bancada do Republicanos também. Se depender
de partido, todos os deputados... Quero mandar um abraço para o vereador
Everton, de Iporanga, e também falar que ele pode contar comigo.
Eu também
estive em Brasília na semana passada, vou fazer um breve resumo aqui, buscando
recursos, Sebastião - V. Exa que trabalha muito na agricultura, deputado
Sebastião Santos -, para estradas rurais. A gente precisa muito, não só do
Melhor Caminho, que é muito bom para o agricultor, para o feijão, o arroz,
quando o caminhoneiro vai buscar, poder chegar à nossa mesa, mas alguns bairros
têm três ou quatro quilômetros e têm população de duas mil famílias, a gente
precisa de asfalto nesses lugares.
Às vezes, já
aconteceu em Sorocaba, no Ipanema das Pedras, uma ambulância não chegou a
tempo, porque choveu e a ambulância não chegou, a criança chegou a falecer. E a
gente que é pai não quer que ninguém passe por isso, Rafael.
Também agradecer
aqui, Rafael, vou ser breve, eu sei que o tempo está esgotado, eu estive
falando com o deputado Mário Frias, que completou ontem 52 anos. Quero mandar
um abraço para o deputado federal, buscando recursos para a castração gratuita,
para a Saúde, para a carreta de mamografia em todo o estado.
A deputada
Thainara usou a palavra aqui muito bem, tem que ter a prevenção, o diagnóstico
precoce. Eu dou os parabéns à Thainara, lembrando aqui das mulheres.
Então eu estou
pedindo recursos lá, federal, que às vezes o nosso não alcança, deputado
Suplicy, para que tenha carreta de mamografia em todos os municípios. E também
habitação, para que a pessoa tenha a sua casa própria, para que a pessoa tenha
condições de ter uma moradia digna no estado, e muitos municípios não têm.
Eu passei na
Maria Rosa, que é do meu partido, Maria Rosa, muito bem atendido lá. A Elis
Santos, também do Republicanos. Quero agradecer o carinho para buscar esse
reforço.
O deputado
Saulo Pedroso, que assumiu agora, recentemente, deputado que já se colocou à
disposição para atender os nossos pedidos; o deputado Vitor Lippi; também a
Simone Marquetto, na questão de asfalto no bairro rural.
Então, que Deus
abençoe a todos, abençoe os deputados, abençoe a população. Que o nosso
trabalho seja abençoado por aqueles que mais precisam. Não vou parar de lutar
pelo recurso de castração gratuita no estado, Rafael, o programa do estado tem
que ter, em cidades de menos de 20, 30 mil habitantes, levar a castração
gratuita em todo o estado, ou com as nossas emendas, pela Saúde e pela
Habitação, construção de casas populares.
Obrigado,
presidente, meu amigo Rafael Saraiva.
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Encerrando
agora o Pequeno Expediente, declaro agora aberto o Grande Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Por permuta
com o deputado Gil Diniz, passo a palavra para a nobre deputada Andréa Werner.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde aos meus colegas deputados, colegas deputadas, a
todos os funcionários desta Casa, aos PMs. Boa tarde, presidente.
Tivemos uma
vitória importante para a inclusão escolar no estado de São Paulo, com a sanção
parcial do meu PL 454. Então a rejeição de matrícula de alunos com deficiência
terá multa de 3 a 20 salários mínimos. Se houver reincidência, aquele gestor
pode perder o cargo.
A gente também
proibiu o limite de alunos com deficiência por sala de aula. Isso era usado
frequentemente como desculpa para recusar a matrícula, “ah, já tem um aluno
autista nessa sala”.
Esses dois
pontos são muito bons, porém, o projeto teve muitos vetos, que continuam
ativamente excluindo alunos com deficiência e penalizando professores, que são
os que lidam diariamente com a inclusão escolar.
Isso aconteceu
porque, embora eu tenha tentado por semanas abrir um diálogo justamente para
explicar para o governador o que estava acontecendo, porque eu coloquei certas
coisas naquele projeto de lei, as denúncias que eu recebo diariamente, eu não
fui recebida pelo governador, eu não consegui ser recebida pelo governador.
Eu fiquei muito
feliz quando o projeto foi aprovado aqui, passou pelas comissões. Eu conversei
com muitos colegas deputados que entenderam a urgência de a gente poder
melhorar a situação, principalmente nas escolas estaduais do estado. Deputados
de todos os partidos, independente do espectro político aqui, apoiaram essa
proposta.
Eu também
fiquei muito emocionada de ver a sociedade civil se mobilizando. Teve um grupo
de mães e de professoras que fez uma petição que chegou a 30 mil assinaturas
apoiando a sanção integral desse projeto de lei, para que alunos com
deficiência e transtornos do neurodesenvolvimento, o nome é grande, mas
basicamente quer dizer crianças que têm TOD, dislexia, discalculia, TDAH, que
atualmente não são público da Educação especial, para que essas crianças
pudessem ter apoio na sala de aula.
Só que, sem
diálogo comigo, o Governo do Estado excluiu da lei os profissionais de apoio,
que os profissionais de apoio na escola tenham uma formação mínima, o básico.
Sem diálogo com os professores, infelizmente, o Governo do Estado excluiu da
lei que tem que haver um máximo de alunos com deficiência por profissional de
apoio.
Eu mandei um
ofício aqui para a prefeitura de São Paulo e eu descobri que, aqui no município
de São Paulo, tem 40 alunos com deficiência por profissional de apoio. Quarenta
alunos com deficiência por PAEE, que é o professor de apoio educacional
especializado. Esses dois pontos agravam o que os professores estão passando.
Eu estive em
Limeira, faz mais ou menos uma semana, fazendo uma audiência pública, e eu
recebi lá duas professores aos prantos, chorando muito, desesperadas. Primeiro
porque não tem nenhum apoio da Secretaria Municipal da Educação, da Secretaria
Estadual também, porque elas não têm nenhuma formação para lidar com aqueles
alunos.
Porque tem
vários alunos com deficiência na sala, porque elas não sabem adaptar o
material, porque na escola que elas trabalham tem só uma AVE, que é aquela
auxiliar de vida escolar que leva os alunos no banheiro, ajuda com alimentação.
Mas é assim, uma AVE que não dá conta de todos os alunos com deficiência que
tem naquela sala. Elas estão sozinhas nas salas superlotadas, sem apoio.
Mas não para
por aí. Alunos com TOD, TDAH, dislexia, que ganhariam direito a ter adaptação
de material com esse PL, adaptação das avaliações, não vão ter mais porque isso
foi retirado da lei, isso foi vetado. Isso leva à evasão escolar.
Um aluno com
dislexia, que não tem apoio, vai sair da escola porque ele vai começar a sofrer
bullying. Ele vai achar que é burro, porque ele vai continuar com as suas
dificuldades de leitura, de escrita, a dificuldade na hora de fazer as provas.
Eu fiz uma
audiência pública com associações representantes de famílias de pessoas com
dislexia e os relatos foram muito tocantes e, infelizmente, o governo ainda não
ofereceu uma contrapartida para essas pessoas. Retirou isso da lei mas ainda
não deu nada em troca.
Um dos vetos,
em um artigo sobre permitir a entrada do acompanhante terapêutico particular da
criança em casos de necessidade, veio com a seguinte justificativa: não deve se
permitir, Emídio, que profissional da área da Saúde ingresse no ambiente
escolar. Eu tenho várias coisas para dizer a respeito disso que não vai caber
nos dez minutos, não, mas vamos lá.
Foi a mesma
justificativa usada pela Coped, aqui do prefeito Ricardo Nunes na Capital, para
impedir a entrada dos mesmos acompanhantes terapêuticos nas escolas municipais
de São Paulo Capital.
É o mesmo
discurso de pessoas que estão mais apegadas a dogmas do que à realidade no chão
da escola. No discurso, tudo é fácil. Na realidade, porém, são milhares de
crianças fora da escola por serem privadas do seu recurso humano de
acessibilidade, porque é isso que o acompanhante terapêutico é.
Que solução
está sendo oferecida? Foi providenciado o acompanhante especializado que está
previsto em lei para substituir esse acompanhante terapêutico que não foi
permitido entrar na escola? Que alternativa que o prefeito Ricardo Nunes
ofereceu para essas crianças autistas que tiveram seus acompanhantes impedidos
de entrar na escola? Nenhuma.
Então essas
crianças estão em casa, desde fevereiro, sem pisar na escola. São centenas de
crianças fora da escola por causa dessa proibição. Ninguém tem coragem de dizer
para uma criança cadeirante que ela tem que deixar a cadeira de rodas dela do
lado de fora da escola. Ninguém tem coragem de dizer para uma criança surda
para deixar o intérprete de Libras dela do lado de fora da escola.
Agora, todo
mundo se sente a vontade de virar para uma criança autista e falar para ela que
o recurso de acessibilidade dela tem que ficar do lado de fora da escola. É
isso o que está acontecendo com essa proibição dos acompanhantes terapêuticos.
O apego ao
dogma do que não pode haver na escola, que não pode ter profissional da Saúde,
ignora a Lei Brasileira de Inclusão, que deixa muito clara a questão da
intersetorialidade para inclusão.
Enquanto isso,
crianças e adolescentes com deficiências seguem tendo os seus direitos violados
todos os dias. A gente viu no “Fantástico” o caso da aluna com deficiência
intelectual que foi agredida na sala de aula, o caso do aluno que foi ameaçado
na escola e que os pais só descobriram porque botaram gravador dentro da
mochila dele e, nesse caso, os pais ofereceram mandar um acompanhante. A escola
recusou.
Mas não para
aí. Eu recebi fotos de um menino de sete anos cheio de marcas roxas no corpo
porque o auxiliar escolar imobilizou ele à força quando ele teve uma crise. O
menino era autista.
O procedimento
era errado e um profissional especializado saberia disso. Eu recebi denúncia de
uma mãe que começou a mandar o filho autista para a escola de capacete, porque
quando ele entra em crise e não tem ninguém para acolher ou ajudar ele a sair
dessa crise, ele bate a cabeça na parede.
Eu recebi
denúncia de um aluno autista com deficiência intelectual que ficou um dia
inteiro abandonado em uma sala, esquecido pela equipe, sem acompanhamento. Ele
fez xixi, ficou molhado.
A mãe tinha
mandado uma troca de roupa, ninguém trocou ele, ninguém ajudou. Em Vinhedo, na
escola do meu filho, tem uma criança, um menino, com uma síndrome rara, que ele
para de respirar. Do nada, ele para de respirar.
Então, ele
precisa ter com ele uma acompanhante terapêutica na sala de aula, e fica uma
enfermeira no corredor. Agora, nas escolas estaduais, não só de Vinhedo como em
todas as outras, é proibida a entrada do acompanhante terapêutico, só a rede
municipal de Vinhedo que deixa entrar.
Quando ele for
para a rede estadual, como vai fazer? Ele vai ter que judicializar? Porque não
vai poder entrar profissional da Saúde dentro da escola. Ele que fique sem
respirar - eu estou sendo irônica, está bom, gente?
O Dr. Elton,
meu colega aqui nesta Casa, me contou de crianças diabéticas, que quando
precisam de insulina na escola, os pais estão tendo que ir até a escola para
aplicar insulina, porque não pode ter profissional da Saúde na escola.
Então, esse é o
nível de rigidez com o dogma que a gente está tendo, que está prejudicando
famílias e está prejudicando crianças. Eu ouvi relatos similares de crianças
com aquela gastrostomia, aquela válvula que vai direto no estômago, que a
alimentação da criança vai ali direto no estômago. Parece ruim, mas fica pior.
Na imprensa, a
gente viu casos absolutamente inaceitáveis. A gente recebeu relato de uma
escola, de uma aluna com síndrome de Down, que teve que beber água da privada.
Em outra
cidade, um aluno autista de 13 anos, com deficiência intelectual, que foi
espancado e estuprado no banheiro da escola por alunos. A escola não contou. A
família só descobriu porque os alunos filmaram.
O que a gente
tem em comum em todos esses casos? Alunos sem acompanhamento nenhum, em escolas
sem profissionais preparados. Em vários desses casos, não é fornecido o
acompanhante especializado previsto em lei. Quando a família tenta oferecer um
apoio externo, “eu mando. Deixa que eu mando um acompanhante”, a escola não
deixa entrar, porque vem regras de cima falando que não pode entrar.
Então, pergunto
a todos vocês, colegas deputados e todos que estão assistindo de casa, você
deixaria o seu filho com deficiência em uma escola sem acompanhamento? Você
deixaria o seu filho com deficiência, que tem muita necessidade de suporte,
como o meu filho, que não fala, que tem deficiência intelectual, em uma escola
que tem somente um AVE para quatro turmas?
O meu projeto
não desobrigava a escola de fornecer o PAEE, o AVE. Ele não dizia que as
famílias eram exclusivamente responsáveis pelo acompanhante escolar, já que há
precedentes no SUS fornecendo esse acompanhamento especializado quando há
necessidade específica fora do que é pedagógico.
Quem que ganha
com essa proibição de entrada de acompanhantes? Eu digo para vocês: planos de
saúde, que tem um lobby fortíssimo. Eles vêm sendo obrigados por liminar a
bancar esses acompanhantes dentro da escola, e eles não gostam disso.
Então, agora,
eles vão poder deixar isso de lado. Os secretários que querem economizar também
ganham com isso, que não querem contratar os profissionais de apoio. Quem que
perde? O aluno com deficiência.
Aqui eu vou
encerrando. Pergunto a todos que dizem apoiar a inclusão escolar: a gente está
disposto a dar para as crianças e adolescentes todos os apoios necessários para
que, de fato, eles frequentem a sala de aula e sejam incluídos de verdade? Ou a
gente está disposto a dar só aqueles apoios que não vão contra os nossos
dogmas?
Quem é
especialista em Educação pode responder, mas eu estou falando aqui de
especialista de verdade, não especialista de internet. Quem debate parece ter
todo o tempo do mundo, só que os alunos, as famílias e eu não temos.
Então, por
isso, eu trago comigo os pedidos de quase 30 mil pessoas aqui com uma promessa,
o PL 454 foi só uma iniciativa, a luta pela inclusão não acaba com ele, só está
começando. Eu não vou deixar os paulistas com deficiência para trás.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Parabéns,
deputada. Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.)
Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras.
Deputadas. Vou dar continuidade aqui ao debate do Pequeno Expediente em relação
às privatizações do Metrô, da CPTM e da Sabesp.
Mas, eu queria
solicitar à TV Assembleia, que pudesse usar essa câmera frontal para a execução
do vídeo, da manifestação do dia de ontem na Rua Boa Vista, em frente ao Metrô
e à CPTM. No Pequeno Expediente, acabou ficando muito desfocado. O vídeo acabou
não aparecendo para a população que nos acompanha pelas suas residências ou
pelo YouTube.
Eu queria pedir
para que a TV Assembleia utilizasse aqui a câmera frontal da Assembleia para
passar o vídeo.
Então queria,
Machado, que pudesse colocar o vídeo mostrando um pouco da manifestação que
ocorreu ontem, em frente à Boa Vista, no Metrô e na CPTM, duas empresas
importantes do estado de São Paulo.
Uma grande
manifestação, ontem, dos servidores da CPTM, do pessoal da Sabesp e do pessoal
do Metrô. Então, vou pedir para o pessoal utilizar a câmera frontal.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Ainda vou
solicitar à TV Assembleia, que não fez aqui a adequação em relação à câmera
frontal. Eu sei que teve problema em relação ao YouTube, mas nós não podemos
perder aqui a qualidade da exposição dos deputados em relação aos vídeos, às
imagens que os deputados venham a trazer. Então, eu solicito que a TV
Assembleia ajuste internamente aqui na Casa, para que os vídeos que a gente
apresente no plenário possam ser apropriados também para a população nas suas
residências e também para os computadores.
Mas, falando em
relação à Sabesp, a gente estava conversando com alguns prefeitos no estado de
São Paulo, nobre deputado Reis, e muitos prefeitos questionando que não
conseguem estruturar um programa habitacional na sua cidade; que até hoje ainda
não conseguiram adequar o Saneamento Básico nas cidades. Porque a Sabesp ficou,
inclusive, de apresentar planos cidade por cidade, nos convênios que foram
realizados ainda em 2014. E a Sabesp até hoje não fez.
E, Donato, nós
estamos falando ainda de uma empresa pública, pois hoje a maior parte do
capital da Sabesp ainda é público. Tem parte das ações na bolsa de valores. E
não tem feito uma parte das ações importantes no estado de São Paulo.
Imagine uma
empresa totalmente privada em que o único objetivo da Sabesp passe a ser o
lucro, não mais o atendimento às necessidades básicas da população do nosso
estado.
Comentei aqui
em relação a conjuntos habitacionais que deixarão de ser autorizados ou
aprovados se não tiver 100% de Saneamento Básico nas cidades. Quando a gente
fala da privatização da Sabesp, nós estamos falando, muitas vezes, de uma
decisão de um setor produtivo, seja ele vinculado à indústria química, à
indústria metalúrgica.
E nós sabemos
que a água é muito importante na decisão do setor empresarial sobre onde é que
será instalada a indústria - ou numa cidade ou numa região.
Então, a água é
importante, inclusive, para decisões empresariais de onde vai instalar o seu
parque industrial. E olha que você privatiza a água, nós estamos falando do
aquífero que nós temos aqui no estado de São Paulo, diversos deles.
Nós estamos
falando dos nossos rios, nós estamos falando das nossas represas, estamos
falando das nossas nascentes, que passa a ser do setor privado a gestão de toda
a água do estado de São Paulo.
Enquanto no
mundo inteiro a água é gestada como bem público, como bem comum, aqui no estado
de São Paulo o governador Tarcísio simplesmente quer vender um bem precioso da
população do estado de São Paulo.
Então, quando a
gente traz o debate em relação à Sabesp, em relação ao Metrô, em relação à
CPTM, o governador Tarcísio foi infeliz, na semana passada, na greve do Metrô,
da CPTM e da Sabesp aqui no estado de São Paulo. Onde quis tratar a paralisação
como uma ação corporativa. Como se fosse uma ação, simplesmente, a luta pela
defesa do emprego dos servidores dessas três grandes empresas importantes para
o estado de São Paulo.
E o debate que
está colocado é sobre o desenvolvimento regional, o desenvolvimento do estado
de São Paulo. É a garantia de que a receita gerada pelas empresas públicas do
estado de São Paulo possa voltar para os cofres do estado de São Paulo, para
fazer ações importantes na área da Educação, Infraestrutura, e por aí vai.
Então nós
sabemos que as empresas públicas são importantes. São detentoras de um recurso
que acaba sendo gerado, a partir das empresas públicas, para melhorar os cofres
públicos do estado de São Paulo.
Estamos vendo,
inclusive, esse ano, uma redução da arrecadação, não só do estado de São Paulo,
como das prefeituras, em relação à queda do ICMS, à queda da receita do IPVA.
Então ter uma
empresa pública eficiente, que gera resultado, que faz investimento, e que esse
investimento gera mais retorno para o estado de São Paulo, é muito importante.
É importante
para os cofres públicos e é importante para a sociedade. Mas parece que não é
esse olhar que o governador Tarcísio e toda a sua equipe tem em relação a uma
empresa tão importante como a Sabesp.
Estamos
acompanhando agora a CPI da Enel. Lá nós tivemos informações importantes hoje.
A Enel é detentora hoje da gestão da energia elétrica na maioria das cidades da
Grande São Paulo.
Inclusive, com
muitas reclamações, percebendo que não tem o investimento necessário, como está
estruturado no contrato. Não tem um acompanhamento. Não tem, por parte da
Arsesp, uma fiscalização como deveria. E a população, seja trabalhador, ou
empresário, tem perdido bastante com as quedas de energia e com a falta de
manutenção da estrutura da Enel.
A principal
consumidora hoje da Enel é a Sabesp. Então, quando a gente pensa em geração de
energia, quando a gente pensa em distribuição da água no estado de São Paulo,
nós estamos falando, tanto da água, como da energia. Têm uma vinculação muito
forte. Então, nos levantamentos que nós fizemos, na CPI da Enel, a Sabesp hoje
é a principal cliente que tem da Enel.
A hora que a
Sabesp for privatizada, que esse é o desejo do governador Tarcísio, como é que
vai ficar essa relação que, em tese, deveria ser duas empresas públicas? São
uma empresa privada hoje, e a outra, que o governador quer privatizar.
Se você já tem
uma reclamação hoje, por parte da energia elétrica, imagina a hora que as duas
empresas, a Sabesp e a Enel, passarem a ser duas empresas privadas, gestadas
pelo capital privado, no estado de São Paulo.
Então perde
todo mundo. Perde o trabalhador, perde o empresário, perde a sociedade. Perde o
estado, que diminui inclusive a sua arrecadação e perde a sua eficiência.
Estamos vendo
isso na ViaMobilidade. Não queremos ver isso na Linha 7 do Metrô. Não queremos
ver isso no Trem Intercidades. E não queremos ver isso nas empresas da CPTM e
do Metrô, que ainda não foram privatizadas.
Então essa vai
ser uma luta que faremos, todos nós, aqui na Assembleia Legislativa, junto com
a população do estado de São Paulo, para não perdermos dois patrimônios
importantíssimos do nosso estado.
Já perdemos o
banco Banespa, que era um banco importantíssimo para o desenvolvimento do
estado de São Paulo.
Já perdemos a
Nossa Caixa, já perdemos a Eletropaulo. Não podemos agora, por capricho do
governador Tarcísio, perder uma empresa tão importante como a Sabesp, no estado
de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Com a
palavra, deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Por permuta com o deputado Reis, com a palavra,
deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado presidente. Agradeço também ao deputado Reis
pela permuta do tempo.
Sras. Deputadas
e Srs. Deputados, todos que nos acompanham pelas redes sociais da Alesp e pela
TV Alesp, eu gostaria aqui de falar de dois assuntos. Para um eu não havia me
preparado, mas já que eu estou acompanhando aqui a sessão, não posso deixar sem
resposta mais um ataque mentiroso da extrema direita brasileira, representada
aqui pelo deputado Paulo Mansur, que veio a esta tribuna para falar do grave
conflito, do lamentável conflito, dos atos terroristas que aconteceram em
Israel, das mortes que estão acontecendo lá, de judeus e de árabes, de
israelitas e de muçulmanos.
A gente - eu,
pelo menos, na minha formação humanista - tem que lamentar todas as mortes. Ele
disse aqui que o governo Lula não se manifestou. É lamentável a desinformação,
ou a má fé. Eu vou ler aqui a nota do presidente Lula no sábado, dia sete.
“Fiquei chocado
com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram
numerosas vítimas. Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas,
reafirmo o meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas.
O Brasil não
poupará esforços para evitar a escalada do conflito. Inclusive, no exercício da
Presidência do conselho de segurança da ONU, conclamo a comunidade
internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que
conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um estado
palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel, dentro de
fronteiras seguras para ambos os lados”.
Está muito
claro aqui o posicionamento do presidente Lula, lamentando o ato terrorista,
sim, contra civis israelenses, mas reconhecendo que existe um conflito
histórico, que não começou sábado, e se a gente não enxergar isso, a gente não
acha solução para esse conflito.
Não começou
sábado. De forma moderna, ele começa na década de 40, com a criação do estado
de Israel, mas ele é milenar, por razões mais profundas, e a gente não pode
tratar isso levianamente, na luta política, rasa, nojenta, feita aqui.
Porque nessa
luta política não tem nenhuma solidariedade ao povo israelense ou ao povo
palestino, só tem oportunismo político, e isso eu repudio. Porque a posição do
Brasil é clara e é histórica.
Não é uma
posição do governo Lula, é a posição da ONU, inclusive, de dois estados que
convivam pacificamente, e isso tem que ser construído pelas vias diplomáticas,
e não pela guerra, que mata civis, e de qualquer lado que morra um civil
injustamente, ele tem que ser lamentado.
E eu digo aqui
de novo, ataques terroristas contra o povo de Israel, que deflagraram esse novo
momento, mas, como eu disse, essa guerra não começou sábado.
Então, a gente
tem que ter muito equilíbrio para tratar desses temas, e não de maneira
oportunista, como faz a extrema direita aqui mais uma vez. Até porque quem
governa Israel é a extrema direita, é o Benjamin Netanyahu, que estava em um
momento, aliás, lá como aqui, atacando o Supremo de Israel, com manifestações
diárias contra a tentativa de acabar com a democracia em Israel, lá como aqui a
extrema direita. Então, vamos com calma, que o debate é muito mais profundo.
Mas eu vim aqui
originalmente para falar de um tema que eu acho bastante importante também. Eu
fui convidado por companheiros e companheiras, por representantes da sociedade
civil, para visitar o Parque Villa-Lobos, que está há um ano sobre a concessão
da Reserva Parques.
Fui lá com o
pessoal da Lapa, do Fórum Verde, da Associação do Alto de Pinheiros, da dona
Maria Helena, que são pessoas muito preocupadas com o uso daquele parque, e há
um ano ele está sob a concessão da Reserva Parques. Mais de um ano. Fez um ano
em setembro.
Eu pude ver in
loco, e, assim, é assustador. Porque quando se faz uma concessão... Evidente, a
concessão é de 30 anos, tem alguns investimentos que são mais de longo prazo.
A gente entende
tudo isso, mas, quando se faz uma concessão, a premissa do Poder Público é
antecipar investimentos, é fazer investimentos que o Poder Público não pode
fazer inicialmente, e lá o que acontece é o contrário: o parque virou quase uma
grande praça de alimentação de shopping, virou um espaço em que tudo é
comercializado. Criaram até uma área de piquenique gourmet paga. Uma área que
era historicamente de contemplação, de uso das famílias, virou uma área de
piquenique paga.
E o parque
continua completamente deteriorado. Estruturas importantes... Ali tem o
Orquidário Dona Ruth Cardoso, uma homenagem importante a uma grande
intelectual, uma grande brasileira. A gente teve discordâncias políticas em
nossa história, mas a gente a reconhece como grande intelectual e grande
brasileira.
Então, tem um
orquidário em homenagem à dona Ruth. Eu teria vergonha se eu fosse familiar da
dona Ruth, mas, mesmo como brasileiro, como cidadão, tenho vergonha daquilo.
Está
absolutamente abandonado, com as fotos dela jogadas, uma estrutura totalmente
destruída, sem nenhum cuidado. É uma coisa vergonhosa. E com criadouro de água
empossada, criadouro de mosquitos. Então, situações absurdas.
Os brinquedos
para as crianças... Eu estava lá, chegou uma excursão de crianças e tinha um
brinquedo para as crianças brincarem na área que estava lá. O resto estava tudo
quebrado. Os bancos quebrados. Os passeios, as linhas de caminhada
completamente destruídas. Mas a parte de comercialização funcionando a mil: as
bicicletas bem mais caras do que antigamente sendo alugadas, vários quiosques
com várias grandes marcas.
Eu vou ler
aqui, até para que fique mais claro, uma pesquisa feita pela própria Sociedade
Amigos do Alto de Pinheiros. Eles fizeram a pergunta do que melhorou e do que
piorou. Eu vou ler uma resposta, de várias:
“Piorou: estão
ocupando o parque todo com brinquedos, eventos e food trucks. Não queremos um
novo shopping center.” Até porque tem um do lado. “E sim a preservação das
áreas verdes e segurança para circular no parque. A manutenção é a mesma de
sempre, cheia de falhas, como os bancos de madeira quebrados. Privatizar a
gestão não trouxe qualidade, apenas transformou o parque em um novo
Playcenter.”
“É difícil
apontar o que mudou. Os bancos de madeira estão deteriorados, a manutenção está
a desejar. Fizeram muito pouco, a não ser instalações que geram lucro.
Banheiros ruins, embora limpos, como eram antes. Bebedouros idem. Pisos sem
consertos significativos. As melhorias não foram tão expressivas assim. Estão
devendo muito.”
“A segurança
piorou. Via eles circulando mais. E a limpeza já esteve melhor, quando era
administrado diretamente pela Secretaria do Meio Ambiente.”
“As escadas
entre os estacionamentos, lá embaixo, e a parte superior do parque são uma
temeridade. Degraus estreitos, o ângulo da escada é absurdo. Nenhum arquiteto
ou bombeiro aprovaria escadas como aquelas.”
Essa é uma
opinião. Vamos a outra aqui: “Fico muito triste ao ver o parque. Tem sido usado
para eventos particulares com ingressos caros, excluindo as pessoas de
usufruírem de um espaço que deveria ser público para todos, mas o pior é ver
que, ao invés de ver o aprimoramento dos outros espaços que permitem o acesso
de todos, como o orquidário, não estão recebendo investimento ou sequer
atenção. É uma gestão perversa. Queremos cultura e esporte para todos.”
Bom, eu falo
isso porque a Reserva Parques não tem só esse parque concessionado. Tem outros
parques. Estou chamando uma audiência pública para o dia 9 de novembro, a
partir das 17 horas, e eu queria convidar a todos e todas que se interessem por
esse tema para que a gente possa... Agora não lembro se é 9 ou 6 de novembro,
me falha a memória aqui, mas a gente vai informar com tempo.
Mas é para
dizer que esse tema precisa ser debatido. A gente está discutindo tantos temas
de privatização, de novas concessões, mas a gente precisa ver as concessões que
estão acontecendo e que não estão funcionando.
Eu acompanhei
bastante a concessão do Parque Ibirapuera. É evidente que tem melhoras no
Parque Ibirapuera, mas, se a gente atravessar a rua aqui, a gente vai ver que o
público já não é o mesmo. É um parque cada vez mais gentrificado, mais
elitizado. Antes uma pessoa comprava uma água por dois, três reais, e agora
precisa pagar oito, dez reais.
Um sorvete para
a criança é muito mais caro. São formas
que mesmo sem cobrar ingresso você vai expulsando a população que deveria toda
ela ter direito ao usufruto de um espaço de qualidade como esse, mas,
infelizmente, na prática as condições econômicas vão empurrando essas pessoas
para longe dos parques, e é isso que acontece no Ibirapuera e agora no Villa
Lobos também.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Por permuta,
nobre deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Por permuta,
nobre deputado Reis.
O
SR. REIS - PT –
Quero cumprimentar o deputado Rafael Saraiva, o deputado Donato, a deputada
Helou, o deputado Luiz Claudio, o deputado Paulo Fiorilo, o deputado Suplicy e
todos os deputados e deputadas que estão em seus gabinetes. Eles estão nos
assistindo e nos acompanhando, porque às vezes a população pergunta: “Mas eu
não vejo os deputados lá”.
Não! Fiquem
tranquilos. Os deputados estão em seus gabinetes e de lá eles acompanham. Quando
chega a hora de falarem, eles vêm para cá e falam. Então, eu quero cumprimentar
todos os nossos colegas que nos acompanham pela Rede Alesp.
Quero cumprimentar
os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia
Técnico-Científica, da Polícia Penal, o público presente, os funcionários desta
Casa e todos que nos acompanham em suas redes sociais e também pela Rede Alesp.
Presidente, eu
vou falar um pouco sobre os vetos. Nós temos aqui no estado de São Paulo um
governador que adora vetar os projetos dos Srs. Deputados e das Sras.
Deputadas. Já ganhou o título aqui de “vetador-geral do estado” e, aliás, foi publicado
nesta semana um projeto de minha autoria que cria o Dia do Veto.
No dia 28 de
setembro, será comemorado o Dia do Veto, porque uma coisa que eu observei é que
as datas comemorativas não recebem vetos. Agora, projetos que dizem respeito à
Educação, à Saúde, à Segurança Pública, à Questão Animal, como é o caso do
projeto de V. Exa., deputado Rafael Saraiva, aí é veto sem dó, sem discutir,
sem conversar e mediante argumentos muito frágeis.
Os argumentos
do governador são frágeis. Eu tenho um exemplo aqui de um veto que - eu estou
analisando os projetos - ele impôs ao Projeto de lei nº 385, de autoria do deputado
Simão Pedro, do PT. Ele diz o seguinte, olhe, mandando a cartinha aqui para o
presidente André do Prado.
“Sr.
Presidente, tenho a honra de levar ao conhecimento de V. Exa., para os devidos
fins, nos termos do Art. 28, § 1º, combinado com o Art. 47, inciso IV, da
Constituição do Estado, as razões de veto total do Projeto de lei nº 385, de 2012,
aprovado por essa nobre Assembleia - e aí ele bota esses termos - conforme
Autógrafo nº 33.522.
De origem
parlamentar, a proposta dispõe sobre a implantação de sistema de produção
agroecológica orgânica pelos agricultores familiares. Associo-me aos objetivos
do legislador...”
Olhe o golpe
dele aí; só não vê quem não quer. O golpe está aí. “Associo-me - ele se une aos
objetivos do legislador - por reconhecer a
importância de se incentivar a produção agroecológica e orgânica no Estado.
Porém, vejo-me compelido a negar sanção ao projeto pelas razões que passo
a expor”. Aí
a razão que ele coloca aqui é que o estado já possui uma política estadual de
Agroecologia e Produção Orgânica - Peapo, instituída pela Lei nº 16.684. O fato
é que o projeto do deputado Simão Pedro propõe aperfeiçoar essa lei. O que ele
está propondo é que essa lei seja aperfeiçoada, então não caberia veto.
Por que não
caberia veto? Porque não tem contrariedade, se fosse um veto político... Não
há, nesse projeto, deputado Paulo Fiorilo, não há contrariedade ao interesse
público. Depois, não é inconstitucional, então não cabe o veto jurídico.
Então, não cabe
o veto jurídico e não cabe o veto político. Ele vetou por vetar, simplesmente
isso. Simplesmente vetou porque é um prazer que ele deve ter quando ele senta
naquela mesa e começa a vetar tudo para mandar aqui para o presidente.
Então, esse é
um projeto em relação ao qual cabe a nós derrubarmos o veto, porque o
governador não tinha motivo nenhum para vetá-lo. Não existe aqui o veto político
e não existe aqui o veto jurídico.
No que se
refere ao projeto do deputado Rafael Saraiva, o deputado apresentou um
excelente projeto que trata da proteção aos animais, que cuida da saúde
pública, que cuida do meio ambiente. E é um projeto que, sim, é constitucional,
é um projeto que está dentro do Art. 225, § 1º do inciso VII da Constituição,
que trata da dignidade do animal.
Existe a
dignidade da pessoa humana, mas também existe a dignidade do animal. O animal
não pode ser maltratado, não pode ser chutado, não pode ser vilipendiado.
Então, o deputado Rafael Saraiva apresentou esse projeto e o governador também
o vetou.
Mas,
diferentemente de muitos outros projetos, o governador vetou atendendo a um
lobby empresarial e mandou uma mensagem para esta Casa. Então - diferentemente,
deputado Rafael Saraiva, por exemplo - o projeto que eu apresentei para os
policiais civis, que foi vetado, deputado Paulo Fiorilo, trata de que o
policial possa se aposentar no cargo em que estiver, que é o que diz a Constituição
Federal.
Diz a
Constituição Federal que tem que ter cinco anos no cargo em que estiver. Aqui
em São Paulo eles alteraram. O governador João Agripino Doria e a SPPrev criaram
classe e nível. Então, além de ter os cinco anos no cargo, é necessário ter cinco
anos na classe ou cinco anos no nível.
Isso aí: classe
ou nível pega outras categorias, não é só os policiais. Classe ou nível vai
pegar professores, os agentes penais, os policiais penais, os agentes
prisionais.
E ele está
perdendo. A própria Associação dos Delegados de Polícia ganhou na Justiça o
direito de se aposentar; que seus associados policiais delegados de polícia possam
se aposentar na classe em que estiverem.
Vários
policiais estão ganhando essas ações na Justiça. Isso quer dizer que o governador
seguiu um parecer da SPPrev, um parecer, quer dizer, do ponto de vista que me
foi falado, um parecer burro.
E ele seguiu
essa lógica e não atentou para essas questões de que várias ações na Justiça
estão seguindo a Constituição Federal; o que diz a Constituição Federal, e não
o que diz a Lei 1354.
Então, a
Associação dos Delegados de Polícia ganhou na Justiça esse direito de seus
associados se aposentarem na classe em que estiverem. Só que a sentença não faz
erga omnes, ou seja, não atende a todos,
só atende os associados. Então, vários outros sindicatos e associações, para
garantir esse direito, têm que ir à Justiça.
Mas o que eu
quero dizer para o deputado Rafael Saraiva é que, na questão animal, o
governador ainda mandou aqui uma mensagem que não responde às demandas que o
seu projeto traz, não responde o que propôs o projeto de V. Exa., mas ele
mandou um projeto, e com relação aos policiais ele não mandou nada.
Ele poderia,
sabedor dessa inconstitucionalidade que tem o Art. 12, da Lei Complementar
1354, mas ele não mandou nenhuma mensagem para esta Casa. Ou seja, aquele
título que eu dei para ele de inimigo dos policiais civis, realmente está aqui
sacramentado, está validado esse título, porque em outros projetos ele ainda se
manifesta e manda mensagem para poder dar uma desculpa, para poder ficar bem
com a sua base, tentando ficar de bem com o deputado Rafael Saraiva.
Mas, para os
policiais, nem isso ele fez. Nem isso ele fez.
* * *
- Assume a
Presidência a Sra. Marina Helou.
* * *
Então quero
reafirmar aqui mais uma vez, em nome da categoria da Polícia Civil, que o
governador de São Paulo, o Sr. Tarcísio de Freitas é, sim, o inimigo. Ele trata
os policiais civis como seus inimigos; então ele é o inimigo dos policiais
civis.
Com relação às
razões de veto no Projeto n.º 142, de autoria do deputado Rafael Saraiva, ele
coloca aqui, olha, “o exercício das atribuições estaduais nessa seara deve,
todavia, compatibilizar-se com as demais normas constitucionais aplicáveis ao
tema objeto do projeto, sobretudo com o princípio da livre-iniciativa, acolhido
como fundamento da República e como princípio basilar da ordem econômica, Art.
1.º, inciso IV e Art. 170, ambos da Constituição Federal”.
Então é muito
genérico, deputado Rafael Saraiva, o que ele propõe aqui. Na realidade, ele fez
um contorcionismo para poder vetar um projeto tão muito bem - seguindo até aqui
no Legislativo - um projeto tão bem-apresentado por Vossa Excelência.
E ele fez isso
porque ele atendeu o lobby empresarial; ele não atentou para a questão do meio
ambiente, para a questão da saúde do animal, para a questão dos maus-tratos
contra o animal, conforme é o que o projeto de V. Exa. prevê. Então ele manda
esse projeto para tentar dizer que está de bem, e ele, as desculpas dele e a
lógica de veto dele não têm fundamento, não se coadunam.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - MARINA HELOU - REDE - Ótimas
palavras, deputado. Chamo agora à tribuna o deputado Rafael Saraiva.
O
SR. RAFAEL SARAIVA - UNIÃO
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta
Casa, vou pedir para a mídia soltar um vídeo. Gostaria que prestassem um
pouquinho de atenção, é um vídeo de mais ou menos dois minutos. Pode soltar.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
O vídeo não tem
áudio, mas ele é autoexplicativo. É um vídeo de busca no Google sobre a
Coordenadoria de Defesa e Saúde Animal. Uma simples busca no Google,
“Coordenadoria de Defesa e Saúde Animal”, você vai parar na Secretaria Estadual
de Saúde. Aí, tem lá um decreto de 2019, o endereço na Av. Pacaembu, um
organograma com alguns cargos. Interessante.
Aí faz uma
busca também sobre um programa da Coordenadoria, não encontra nada no site que
deveria falar da Coordenadoria. Interessante, não acha nada. Aí vem um programa
de castração da Coordenadoria, não se acha muita coisa. Aí vai um programa, uma
busca mais ampla, acha uma matéria, fala sobre 130 cidades.
Aí vamos no
Instagram da primeira-dama. Graças a Deus a gente tem uma primeira-dama
sensível, que no Dia dos Animais ela fez uma publicação, e eu consegui ter uma
resposta sobre o Programa Meu Pet no Instagram da primeira-dama. E ali eu vi
que 25 cidades receberam o Programa Meu Pet, duas cidades receberam o hospital
e em três cidades estão em construção.
Por que eu
estou falando sobre esse vídeo? Porque essa coordenadoria, dez meses atrás,
nobres deputados, quando o governador assumiu, essa coordenadoria saiu da Saúde
e foi para a Semil. Dez meses atrás. Só que acho que estão ociosos lá, estão
com os pés para cima fazendo alguma coisa, e não atualizaram o site ainda.
Então, se você
for fazer uma busca, não conseguiram fomentar o site, colocar as atividades que
eles fazem. Desde que eu assumi, em março, tentei buscar informações do que
eles fazem, e se não fosse uma publicação no Instagram da primeira-dama, eu não
ia conseguir ter acesso às informações.
Se não fosse o
Dia Mundial dos Animais e a sensibilidade da primeira-dama de postar uma
homenagem aos animais, eu não ia saber que em 25 cidades do nosso estado já
está funcionando o Programa Meu Pet, porque a coordenadoria não tem essa
postagem.
Então, assim,
após dez meses de essa coordenadoria ter migrado, Coordenadoria de Defesa e
Saúde Animal ter migrado da Secretaria de Saúde para a Semil, que é uma
supersecretaria, ainda consta como inserida na Saúde, com informações
defasadas.
É uma falta de
transparência, é uma falta de gestão, é uma falta de habilidade ou, no meu
entender como deputado combativo na causa animal, um deputado atuante na causa
animal, posso julgar como único deputado protetor da causa animal aqui, na
Alesp, é uma falta de interesse.
Deputado Reis,
olhando para o senhor, quando você quer saber alguma coisa de determinada
Pasta, e não tem um portal da transparência, é complicado. Então, isso é um
problema, porque falta de transparência é igual a falta de importância. Então,
fica aqui esse apontamento.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Carlos Cezar.
* * *
Para piorar,
chegou a LOA. Na de 2023, tinham 55 milhões para essa coordenadoria. Agora, 11
milhões. É melhor eu pegar a minha impositiva e trabalhar. Caramba, isso é um
absurdo.
Ontem chegou
aqui o projeto do Executivo, 1477, que juro que eu achei que seria um passo do
Executivo para a gente começar a inserir políticas públicas no estado de São
Paulo no que tange à proteção dos animais.
Só que quando a
política pública de bem-estar animal é menor do que um gabinete de um deputado
estadual, ela se apequena nos resultados. Não dá. Então, está aqui o meu
pedido, olhando para a câmera da TV Alesp, meu pedido para o governador
Tarcísio de Freitas, meu pedido para o secretário da Fazenda, Samuel Kinoshita,
meu pedido para o secretário da Casa Civil, Arthur Lima: nós precisamos inserir
políticas públicas na coordenadoria.
Ali não tem
como a gente inserir políticas públicas de proteção animal sem verba, porque
hoje as políticas públicas que ali estão são feitas com emendas parlamentares.
E a gente vai ficar pedindo favor para deputado? Favor é favor; políticas
públicas têm que vir do Executivo.
Eu vou estender
a mão, eu vou trabalhar junto com o Executivo, mas não tem como a gente bater
de porta em porta de deputado passando o bonezinho para pegar emenda, para
fazer castração, para construir hospital, para construir canil com 11 milhões.
É menos do que a impositiva de um deputado estadual. É menor do que um
gabinete. Não dá, não dá, presidente. Hoje é uma coordenadoria com cinco
cargos.
A estrutura é
muito aquém. São mais de 70 milhões de animais em vulnerabilidade. Alguns
minguados de cargos, poucos servidores. Um plantel totalmente inviável para o
desenvolvimento que o estado de São Paulo merece para a causa animal.
E isso me
assusta. O estado de São Paulo elegeu deputados federais da causa animal,
elegeu-me como deputado estadual, com quase 100 mil votos, para representar
aqui na Alesp, ser a voz e a vez dos animais. E não dá.
Eu peço,
secretária Natália: com toda a sua capacidade, com toda a sua força, vamos
lutar juntos pelos animais, vamos reestruturar a coordenadoria, as
macrorregiões, os protetores, as ONGs. Mas com 11 milhões, não dá.
Com cinco, sete
cargos, não dá. As políticas públicas precisam ser inseridas, hospitais
veterinários regionais, custeio; precisa ter uma política de custeio, de
conscientização nas escolas, pensando nas próximas gerações.
Eu amo resgatar
um cachorro de rua. Eu amo resgatar, quebrar canil clandestino e pegar cachorro
filhote no colo. Mas eu não quero que meu filho faça isso. Então, eu preciso
educar nas escolas. A gente precisa conscientizar as futuras gerações.
Então, a gente
precisa ter verba, fazer uma política intersecretarial, mas com 11 milhões, não
dá. Com uma estrutura menor do que um gabinete de um deputado estadual. Uma estrutura
menor do que um vereador de uma capital. Não dá, não dá.
Então, está
aqui o meu pedido: vamos trabalhar juntos. Mas não dá. Está aqui o meu pedido.
Eu estou implorando, porque os animais não merecem essa pequenez que chegou na
LOA: 11 milhões para castração, para hospital veterinário, para tratamento em
container.
E uma
desatualização de mais de dez meses num site. Isso mostra o desinteresse, a
falta de importância que teve - até ontem. Porque eu sei que ontem, com a
chegada do Projeto de lei no 1477, vai ser escrita uma nova história
na vida dos animais.
Muito obrigado,
presidente.
A
SRA. MARINA HELOU - REDE - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem,
deputada Marina Helou.
A
SRA. MARINA HELOU - REDE - Eu gostaria de falar
pelo Art. 82, como Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - É regimental.
Com anuência do líder da Minoria, que está aqui, deputado Enio Tatto, tem V.
Exa. o tempo regimental de cinco minutos.
A
SRA. MARINA HELOU - REDE - PELO
ART. 82 - Muito obrigada. Obrigada,
líder. Boa tarde a todas e a todos que nos acompanham nesta tarde pela TV
Alesp, a todas e a todos que estão trabalhando para que nós deputados possamos
fazer nosso trabalho aqui, representando a população do nosso estado. Boa
tarde, presidente, líder da Minoria.
Eu estou aqui,
na semana em que a gente comemora o dia das crianças, um dia em que todo mundo
gosta de postar fotos nas redes sociais, um dia em que a gente lembra a
importância das crianças na nossa sociedade, para falar de um tema que é
urgente, que são as crianças no nosso Orçamento.
Recebemos,
nesta Casa, o PPA, o Planejamento Plurianual, que é um programa em que
colocam... Uma Peça Orçamentária em que todos os programas do estado para os
próximos quatro anos estão descritos e detalhados.
E a gente não consegue
achar as crianças lá dentro.
A gente não
consegue ver qual é o orçamento e quais são os programas determinados e
destinados às crianças do nosso estado. A gente não consegue mensurar o quanto
de dinheiro a gente está investindo nas nossas crianças, lembrando que o
dinheiro investido nas crianças não é gasto, é investimento, no presente e no
futuro.
Não contente em
a gente não conseguir ter essa visualização desse recurso investido no PPA,
também recebemos nesta Casa a Peça Orçamentária, que é a LOA, a Lei do
Orçamento Anual, para o orçamento do ano que vem.
Uma peça que
prevê um orçamento de 320 bilhões de reais para o estado de São Paulo, e a
gente também não consegue encontrar qual é o orçamento, qual é o dinheiro que
será destinado para as nossas crianças.
Pior do que
isso, a única linha em que a gente consegue colocar, com clareza, que o público
alvo são as crianças pequenas, é a primeira infância, conta com orçamento de
dez reais.
Eu tenho
certeza absoluta de que esse não é o total de investimento que a gente vai ter
nas crianças no ano que vem, só que desta forma como está o orçamento, a gente
não consegue ter a transparência de qual é o gasto com as crianças, qual é o
investimento nas crianças, qual é o valor.
Sem informação
e sem transparência a gente não consegue acompanhar a política pública, sem ter
informação de quanto que a gente está gastando com as crianças, a gente não
consegue acompanhar e cobrar para que aumente esse investimento.
Se a gente
procurar na internet, o único investimento que se consegue ver é o investimento
em creches, mas a gente sabe que o investimento na primeira infância, o
investimento na criança, vai muito além disso.
Por isso eu
quero pedir o apoio de todas as deputadas e de todos os deputados desta Casa à
discussão do PPA à minha emenda, que cria o quadro de monitoramento da primeira
infância no PPA, para que a gente possa avaliar e consolidar todo o
investimento feito nas crianças e para que a gente consiga monitorar e cobrar
melhorias nesse investimento.
Criança tem que
estar no Orçamento, lugar da criança é no Orçamento, a nossa emenda é a
primeira infância no PPA. Além disso, subo a esta tribuna hoje para celebrar
que a gente teve o Prêmio Nobel de Economia voltando para a mão de uma mulher,
depois de tanto tempo, que provou com a sua pesquisa onde está a desigualdade
de gênero entre homens e mulheres olhando da perspectiva econômica.
É um tema
superimportante, fala sobre a economia do cuidado, ela recebe o Prêmio Nobel de
Economia este ano e dá muito insumo para que a gente discuta políticas públicas
para que, de fato, a gente tenha igualdade de gênero. Aqui, hoje, a gente
também celebra a sanção, pelo governador, do nosso Projeto Dia da Menina.
Projeto que foi
construído com meninas, lideranças da nossa sociedade, para colocar o Dia da
Menina, dia 11 de outubro, no calendário oficial do estado de São Paulo.
Um dia que
celebra a luta das meninas e que busca, junto com elas, acelerar esse relógio.
Hoje o Fórum Econômico Mundial mostrou que serão necessários mais de 131 anos,
nesse ritmo, para que a gente alcance equidade de gênero, para que a gente
alcance igualdade entre homens e mulheres.
Cento e trinta
e um anos. É inaceitável e, junto com essas meninas que têm lutado pelos seus
direitos, com o Dia da Menina no calendário, com o Prêmio Nobel da Economia
indo para esse tema, a gente se soma à luta e a gente se soma à busca para que
a gente acelere esse relógio e para que a gente chegue à equidade de gênero, à
igualdade entre os homens e as mulheres o quanto antes.
Porque é justo
e porque é melhor para todas as pessoas.
Obrigada,
presidente, agradeço a palavra.
A
SRA. MARINA HELOU - REDE - Eu ia descer para
pedir, presidente, mas peço daqui mesmo. Gostaria de solicitar o levantamento
da sessão, com a anuência de todos os líderes.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - É regimental.
Sras. e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes
de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de
amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje. Lembrando-os ainda
da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas 30 e minutos.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a sessão às 16 horas
e 04 minutos.
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