24 DE AGOSTO DE 2001
22ª SESSÃO SOLENE EM
HOMENAGEM AO CLUBE DOS OFICIAIS DA RESERVA DA POLÍCIA MILITAR E À COOPERATIVA
DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO DOS SERVIDORES DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO
PAULO - COOPMIL
Presidência:
EDSON FERRARINI
DIVISÃO TÉCNICA DE
TAQUIGRAFIA
Data: 24/08/2001 - Sessão
22ª S. SOLENE Publ. DOE:
HOMENAGEM AO CLUBE DOS
OFICIAIS DE RESERVA DA POLÍCIA MILITAR
E À COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO DOS SERVIDORES DA POLÍCIA
MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO - COOPMIL
001 - EDSON FERRARINI
Assume
a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades. Anuncia que a sessão foi
convocada pela Presidência da Casa, atendendo à solicitação do Deputado ora na
Presidência, com a finalidade de homenagear o Clube dos Oficiais da Reserva da
Polícia Militar e a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores da
Polícia Militar do Estado de São Paulo - Coopmil. Convida todos a ouvirem a
execução do Hino Nacional Brasileiro.
002 - GILBERTO NASCIMENTO
Cumprimenta
o Presidente Edson Ferrarini e demais componentes da Mesa. Declara seu respeito
à Polícia Militar. Enaltece a figura do policial militar, seu trabalho em prol
da comunidade, seu sacrifício e sua abnegação.
003 - HÉLIO CÉSAR ROSAS
Representando
o Deputado Michel Temer, saúda o Presidente Edson Ferrarini e, em sua pessoa,
todas as autoridades e todos os presentes. Reporta-se ao tempo em que foi
Deputado na Casa. Homenageia o Clube dos Oficiais de Reserva da PM e a Coopmil.
004 - EDILBERTO MELO
Como
Presidente da Associação, saúda o Presidente Edson Ferrarini e demais
autoridades. Historia a Polícia Militar de São Paulo.
005 - HÉLIO LOURENÇO CAMILI
Saúda
todos os presentes, em especial o Capitão Newton Campos e o Presidente da
Associação dos Deficientes Físicos, Sr. Jeferson Patriota. Historia a Coopmil.
006 - EDSON FERRARINI
Anuncia entrega de lembranças da Coopmil ao Deputado ora na Presidência e ao Deputado Hélio César Rosas pelo Capitão Hélio Lourenço Camilli. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.
O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Gilberto Nascimento para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.
* * *
O SR. PRESIDENTE - EDSON
FERRARINI - PTB - Tenho o prazer de anunciar que à minha direita encontra-se o Cel.
Edilberto de Oliveira Melo, presidente do Clube dos Oficiais da Reserva da
Polícia Militar, que é o clube homenageado nesta solenidade. Peço a todos que
aplaudam o Cel. Edilberto. (Palmas).
À
minha esquerda encontra-se o Capitão Hélio Lourenço Camilli, presidente da
Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Policiais Militares do Estado de
São Paulo - Coopmil. Gostaria que o aplaudíssemos. (Palmas).
Estão
presentes também o Cel. Hermes Bittencourt Cruz; o Capitão da Reserva PM Newton
de Paula Campos; o sempre Deputado Hélio César Rosas, representando nesta
solenidade o nobre Deputado Federal Michel Temer; e o nobre Deputado Gilberto
Nascimento.
Quero
fazer uma menção muito especial à nossa sempre querida Cel. Hilda Macedo,
dizendo-lhe que temos muito prazê-la em recebê-la.
O
Presidente efetivo desta Casa, Deputado Walter Feldman, atendendo à solicitação
deste Deputado, convocou esta sessão solene para a noite de hoje. Minha
intenção é homenagear esse clube tão combativo e ao qual tenho orgulho de
pertencer, que é Associação dos Oficiais da Reserva da Polícia Militar - e
também a Coopmil.
Dando
início aos nossos trabalhos, convido todos os presentes para, em pé, ouvirmos o
Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de
São Paulo, comandada pelo 1º Sargento Músico, Ismael Alves de Oliveira, da 2ª
Seção da Banda do Corpo Musical da PM.
* * *
-
É executado o Hino Nacional pela Banda da Polícia Militar do Estado de São
Paulo.
* * *
O SR. PRESIDENTE - EDSON
FERRARINI - PTB - Nossos agradecimentos ao 1º Sargento Músico, Ismael Alves de Oliveira,
da 2ª Seção da Banda do Corpo Musical da PM de São Paulo.
Está
presente também a Cel. Hilda Magro, representando a Sra. Hortência D’Asti de
Lima, Presidente da União das Pensionistas da Caixa Beneficente da PM; o
Capitão Marcelo Nagy, representando o Presidente da Câmara Municipal de São
Paulo, Vereador José Eduardo Cardoso; o Sargento Édison Maximiano,
representando a Associação Desportiva dos Bombeiros; a Capitã Clarice Gomes,
representando o Comando do 1º BPGD; o Inspetor Carlos Alberto Vilella, do
Comando de Inspeção do Parque do Ibirapuera; o Capitão-médico, Dr. Lúcio
Figueiredo, Presidente da Associação dos Oficiais de Saúde da Polícia Militar;
o Major Eduardo Belisário, representante do Corpo de Bombeiros da Polícia
Militar, representando o Cel. Wagner Ferrari; o Sargento Jefferson Patriota dos
Santos, Presidente da Associação dos Policiais Militares Deficientes Físicos do
Estado de São Paulo. Nossa homenagem muito especial a vocês.
Concedo
a palavra ao nobre Deputado Gilberto Nascimento, para saudar todos os presentes
nesta sessão solene.
O SR. GILBERTO NASCIMENTO -
PSB - Sr.
Presidente, Cel. Edson Ferrarini; Sr. Cel. da Reserva PM Hermes Bittencourt
Cruz; meu querido e sempre Deputado Hélio César Rosas, que neste momento
representa o amigo Michel Temer, Deputado Federal por São Paulo; nossa querida
Cel. Hilda Macedo; Cel. da Reserva Edilberto de Oliveira, Presidente do Clube
dos Oficiais da Reserva da Polícia Militar, demais autoridades aqui presentes
nesta noite, estou feliz em poder dirigir algumas palavras aos senhores.
Nobre
Deputado Edson Ferrarini, exemplo de homem público, que tão bem representa a
Polícia Militar nesta Casa, e não só a Polícia Militar, mas todos os eleitores,
representando todos com muita dignidade nesta Casa, sendo o autor do
requerimento da homenagem ao Clube de Oficiais da Reserva da Polícia Militar e
à Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Policiais Militares do Estado de
São Paulo - Coopmil, falar sobre a Polícia Militar é sempre uma alegria.
Sou
delegado de polícia e deputado, mas sempre tive pela Polícia Militar grande
respeito. Sempre tive pela Polícia Militar tamanho respeito que meus três
filhos foram alunos da Escola da Polícia Militar e hoje têm uma excelente
formação, logicamente fruto oriundo do Colégio da Polícia Militar.
O
policial militar é um vocacionado, e tenho dito que o policial militar é
policial 24 horas por dia, tanto que nesta Casa temos discutido muito quando
dizem que o policial militar é policial só na sua hora de serviço. A grande
briga é quanto ao seguro que se dá ao policial. Eu sempre disse, nesta tribuna,
que o policial militar o é 24 horas por dia, porque, more onde ele morar, a
qualquer problema que aconteça normalmente as pessoas vão bater à porta de sua
casa, à meia-noite, à uma da manhã, e pelas mais diversas situações: porque
eventualmente precisa levar a mulher ou a vizinha, grávida, ao hospital; porque
alguém estaria mexendo no toca-fitas do automóvel; porque alguém teria entrado
na garagem do prédio. Por essas e outras razões as pessoas correm à casa do
policial militar, mesmo que ele não esteja em serviço.
O
policial militar é policial o tempo todo, e aqui encaminhamos algumas
discussões como, por exemplo, sobre policiais militares que saíram para
trabalhar, pararam no posto de gasolina, onde estava acontecendo um assalto.
Pelo ímpeto de policial ele, ao tentar fazer uma abordagem, morre. As pessoas
podem argumentar dizendo que ele não se encontrava em serviço. Mas logicamente
só dizem isso aqueles que não conhecem a Polícia Militar e até, por que não
dizer, a Polícia Civil, porque nós, logicamente, quando vemos o problema logo o
tentamos resolver, detendo aquele que está tentando cometer um crime contra a
sociedade. Este é o policial militar, que infelizmente nem sempre é visto da
melhor forma.
O
policial militar tem salário muito pequeno, e vemos os policiais militares
brigando, tentando reposição salarial de 47%, mas infelizmente, pela
dificuldade do Estado, acaba recebendo um valor muito menor. Mesmo assim a
Polícia está nas ruas.
A
Polícia Militar do Estado de São Paulo é muito especial. Sempre que me diziam:
“Deputado, a Polícia de tal lugar está em greve” eu respondia: “A Polícia
Militar do Estado de São Paulo está sofrendo também - sofrendo as
dificuldades”. Dizia-me há pouco o capitão da Coopmil que até 97 não havia
inadimplência naquela organização. Mas hoje existe. Ou seja, o policial está
com dificuldades para pagar o remédio que comprou para o filho; o policial está
com dificuldades para pagar a compra do mês que fez na cooperativa. E mesmo
assim está, com dignidade, dentro de uma viatura, correndo atrás do bandido.
Ele
está, às vezes, colocando em risco sua própria vida, que é seu maior bem, para
tentar prender aquele que ‘subtraiu’ de alguém uma ‘correntinha’ que lhe
estaria pendurada no pescoço. Ele vai atrás. O policial tem dignidade e sabe o
que quer. Quero deixar claro aqui o meu respeito e consignar meus parabéns a
essa classe, que é a Polícia Militar, por tudo o que tem feito, por sua grande
luta, por sua dignidade, por darem muitas vezes suas vidas, por aqueles que
hoje já estão na Reserva, mas que, de qualquer forma, estão aí. E digo que eles
poderiam ser muito bem aproveitados pelo Estado, levando suas sugestões, porque
a experiência está exatamente com esses oficiais, com essas pessoas que ficaram
durante 30 ou 35 anos em atividade na Polícia Militar. Eles realmente conhecem
tudo, mas infelizmente acabam sendo colocados em segundo plano e sequer são
consultados. (Palmas.)
São
Paulo vive hoje um problema muito sério de segurança. Às vezes alguém me
pergunta como isso pode ser resolvido e digo que enquanto não trouxermos
aqueles que entendem de Segurança para discutir, não adianta ficar trazendo
propostas americanas, chinesas, indianas ou de qualquer outro lugar, porque
nossa realidade é outra. E quem conhece essa realidade é exatamente o grupo dos
senhores, que aqui está dizendo: “Quero contribuir”. Mas infelizmente as
autoridade superiores não querem saber dos senhores, e isso é profundamente
lamentável.
Uma
coisa é certa: continuem nesse trabalho, continue cada um dos senhores com a
cabeça erguida, como tem sido até agora. Mesmo às vezes ganhando pouco, mesmo
passando dificuldades, saibam que abraçaram uma carreira - são e sempre serão
policiais -, porque os senhores nasceram para isso e para isso foram
vocacionados.
Meus
parabéns e que tenham muita felicidade. Que o Clube de Oficiais de Reserva da
PM tenha muito sucesso, que a nossa cooperativa continue na direção do nosso
Capitão, tendo também muito sucesso. Ainda sonho com uma Polícia Militar que
não mais precise ir à sua cooperativa simplesmente para comprar o remédio e
pagar com o seu pequeno soldo, mas uma Polícia Militar que tenha os seus
salários melhorados ao ponto de o seu filho não mais ficar doente, porque há
filhos de policiais militares que ficam doentes porque estão mal alimentados.
Esta é a realidade que vivemos.
Mais
uma vez quero parabenizá-los, porque mesmo com todas essas dificuldades a
Polícia Militar está nas ruas, em todos os cantos, elevando esse nome a que faz
jus, que é ‘Polícia Militar do Estado de São Paulo’.
Espero
que Deus abençoe cada um, e que os senhores sejam muito felizes.
Muito
obrigado e uma boa noite a todos! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - EDSON
FERRARINI - PTB - Muito obrigado ao nobre Deputado Gilberto Nascimento, um amigo sempre
amigo da Polícia Militar que, como Delegado de Polícia que é, não nos tem
faltado nas solicitações que temos feito. S.Exa. está sempre presente e
contamos com o seu brilhantismo em todas as sessões e em todas as
oportunidades, na Assembléia Legislativa.
Esta
Presidência saúda neste momento o Cel. Dorival Alves de Lima e concede a
palavra ao sempre deputado e grande amigo da Polícia Militar em todas as horas,
o Exmº Sr. Hélio César Rosas. Temos por ele muito carinho e apreço. A Polícia
Militar sempre contou com seu apoio - inclusive na Câmara Federal, quando lá
esteve. Ele, hoje, está aqui representando o nobre Deputado Federal Michel
Temer.
O SR. HÉLIO CÉSAR ROSAS - Quero também saudar o
Presidente desta sessão solene, Cel. Edson Ferrarini, na pessoa de quem
cumprimento todas as autoridades e todos os presentes.
Todas
as autoridades já foram citadas pelo Coronel Ferrarini, autoridades que
conheço, que estão em meu coração e que respeito há muito pelo trabalho que têm
feito junto aos clubes de serviços e às lutas da Polícia Militar.
Ocupei
esta tribuna por 12 anos, e grande em parte desse longo tempo tive a honra de
fazê-lo empunhando a bandeira de defesa da Polícia Militar do Estado de São
Paulo. Tive muito orgulho disso. Passados mais de 12 anos, enviado também pela
Polícia Militar, estive na Câmara Federal. E hoje estou tendo a oportunidade de
usar novamente esta tribuna, e por duas circunstâncias muito especiais: uma
porque estou representando o nobre Deputado Michel Temer, que foi um grande
presidente da Câmara Federal, deputado respeitadíssimo em todo o Brasil, grande
amigo grande defensor da Polícia Militar; e a segunda porque estou aqui graças
ao oportuno requerimento de convocação de uma sessão solene, feito pelo nobre
Deputado e Coronel Edson Ferrarini, para homenagear o Clube de Oficiais de
Reserva da PM, do nosso querido Coronel Edilberto Melo e do nosso querido
Coronel Cruz, clube que tem relevantes serviços prestados à causa da Polícia
Militar, tendo em sua presidência o eterno Coronel Edilberto, que além de todo
o serviço, toda a contribuição como defensor dos interesses da Polícia Militar,
das justas teses de valorização da Polícia Militar, também é um grande
historiador, que tem tido a oportunidade de registrar para a posteridade esses
longos anos de mais de um século e meio de páginas gloriosas escritas pela
Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Meus
cumprimentos ao Coronel Edson Ferrarini pela oportunidade desta sessão solene e
ao Clube de Oficiais de Reserva da Polícia Militar pelo grande serviço que ele
tem prestado, em todas as áreas da Polícia Militar de São Paulo.
O
requerimento tem uma dupla homenagem, pois homenageia também a Coopemil, do
Capitão Hélio Camilli, do Capitão Newton Paula Campos e de tantos outros. A
Coopemil, além do serviço relevante que tem prestado à Polícia Militar, neste
momento de dificuldades que atravessa, devido a uma certa incompreensão, tenho
convicção de que, com o trabalho que tem sido feito e com a persistente
insistência dos coronéis Edilberto e Melo - que tranformou-se em sindicalista,
um batalhador de primeira - por essa luta muito bonita. Tenho certeza de que
isso será superado e será dado à Polícia Militar o seu real valor em termos de
retribuição salarial, não só para que ela tenha a dignidade de criar os seus
filhos, mas também porque isso é fundamental para que possa ter tranqüilidade
ao executar seus relevantes serviços. Isso é fundamental para a sociedade -
para a Polícia Militar e para cada um dos seus membros, mas também pela
sociedade.
A
Coopemil foi pioneira, porque além dos serviços importantes que tem prestado,
quando ela foi fundada não se falava em cooperativa de crédito, porque o
perverso sistema bancário brasileiro atuava com garras de ferro em cima do
Banco Central, para impedir que a sociedade se organizasse em cooperativas,
possibilitando que as pequenas poupanças que o cooperado tem pudessem ter uma
retribuição melhor do que a miserável retribuição da poupança bancária. Os
empréstimos que ele é obrigado a fazer - hoje muito mais empréstimos do que
poupança - também sejam feitos a custo muito mais baixo, infinitamente mais
baixo do que os juros escorchantes cobrados pelo sistema financeiro.
Cooperativa,
então, é alguma coisa muito importante para o cidadão brasileiro, e a Coopemil
é, foi e continuará sendo importantíssima para a Polícia Militar do Estado de
São Paulo. Abriu caminho. A luta que foi feita com tantos pioneiros da
Coopemil, que tinha sempre como ponto de reunião o Clube de Oficiais de Reserva
da Polícia Militar. Essa luta, que rompeu a barreira da ignorância, da
resistência do Banco Central e, na marra, fez com que o Banco Central aprovasse
a Coopemil, abriu o caminho para que outras cooperativas de funcionários
públicos também se formassem. Hoje é muito maior o número de cidadãos
brasileiros que se beneficiam das grandes vantagens, no sentido de escapar, de
ter outra válvula para escapar das garras do sistema financeiro brasileiro.
Por
tudo isso quero aqui, não me alongando, dizer que é desnecessário relembrar o
trabalho que cada um dos que estou vendo aqui, no Clube dos Deficientes
Físicos, no Clube das Pensionistas, na Polícia Militar Feminina, nos clubes de
serviços que estão aqui, e relatar o trabalho que eles têm feito e a
importância da luta que todos têm travado. É desnecessário falar que nunca foi
por interesse a minha ligação com a Polícia Militar. Minha ligação com a
Polícia Militar foi por convicção absoluta da importância dessa instituição da
sociedade brasileira. Sempre disse que trabalhei muito para a Polícia Militar,
mas recebi muito mais do que trabalhei, porque ter a honra de empunhar uma
bandeira de valorização, de defesa da Polícia Militar é uma honra muito grande.
Sempre
tive isso na minha história política, como uma dádiva - poder empunhar essa
bandeira. Fica desnecessário falar sobre tudo isso.
Quero
aqui registrar, para encerrar as minhas palavras, meus cumprimentos ao grande
Coronel Ferrarini, pessoa que, em minha vida pública, tive a honra de ter como
grande amigo, o que foi um dos grandes ganhos da vida pública. Quero
cumprimentar o Coronel Ferrarini por sua oportuna iniciativa, que faz honra ao
valor da Coopemil e do Clube de Oficiais de Reserva da Polícia Militar.
Quero
saudar essas duas instituições hoje aqui homenageadas, nas pessoas do Coronel
Edilberto Melo e do Capitão Hélio, por tudo que têm feito, pedindo a Deus que
abençoe essas duas instituições, lhes dê uma vida longa no caminho dos
relevantes serviços que têm prestado.
Parabenizo
todos, especialmente o Coronel Ferrarini pela grande oportunidade de estar
aqui, falando, com essas duas qualificações - representando o nobre Deputado
Michel Temer e falando em duas justas homenagens.
Muito
obrigado.
O SR. PRESIDENTE - EDSON
FERRARINI - PTB - O nobre Deputado Hélio César Rosas nunca faltou ao chamamento da
Polícia Militar. Sempre foi um dos baluartes que tínhamos no Congresso - aqui
na Assembléia Legislativa e lá no Congresso. Quando precisávamos de alguém em
Brasília, sabíamos poder contar com o nosso querido Deputado Hélio César Rosas.
É uma pessoa pela qual temos o mais profundo respeito.
Saúdo
também o Tenente-Coronel Edson Nunes, que aqui está representando o Comando
CPAM 10, e também o Sr. Douglas Jaime Plásio, Ouvidor, representando o Coronel
Luiz Carlos Prestes de Faria Bittar, Presidente do Círculo Militar do Estado de
São Paulo. Muito obrigado por sua presença. (Palmas.)
Cumprimento
o Capitão Ernesto Carlos da Costa, Chefe do Copom, responsável por essa
atividade tão importante da Polícia Militar. Parabéns, Ernesto. (Palmas.)
Quero
também saudar o Tenente-Coronel Arida, Presidente do Conselho Fiscal da ARPM,
aqui presente, assim como os demais conselheiros que estão, do conselho
deliberativo. E os diretores, que saudamos na presença do nosso querido Coronel
Hermes Cruz, que é o nosso 1º Vice-presidente. (Palmas.)
Esta
solenidade ocorre pela primeira vez - e tive o prazer de poder ser o
responsável - para homenagear esse nosso clube tão querido.
Tem
a palavra o Coronel Edilberto de Oliveira Melo, Presidente eterno da
Associação. A festa é dele e é ele quem manda aqui. (Palmas.)
O SR. EDILBERTO MELO - Exmo. Sr. Edson
Ferrarini, Presidente desta sessão, Exmo. Sr. Gilberto Nascimento, Deputado
Hélio César Rosas, Coronel Bittencourt, nosso 1º vice-Presidente, Coronel
Amorim, 2º vice-Presidente, Coronel Arida, Presidente do Conselho Fiscal, meu caro
Capitão Hélio Camilie, Presidente da CoopMil, Srs. presidentes de entidades e
representantes, conselheiros, diretores, senhoras e senhores, que sejam as
minhas primeiras palavras que partem do fundo do nosso coração e da nossa alma,
em homenagem ao Coronel Ídilo Ferrarini, saudoso pai de V. Exa., nobre Deputado
Edson Ferrarini, e o Major Raul de Oliveira Campos, saudoso tio de V. Exa.,
homens impolutos que marcaram época na gloriosa tropa de Piratininga, também
como diretores queridos da entidade que temos a honra de presidir.
São
esses seus antecipados dois ícones na história da Polícia Militar, são dois
heróis de tantas batalhas e que hoje repousam na eternidade.
Sr.
Presidente Ferrarini, V. Exa. pode aquilatar neste momento a grande honra e
orgulho incontido nosso, como presidente da Associação dos Oficiais da Reserva,
em receber esta homenagem em nome de milhares de associados. O nosso pensamento
retrocedo na máquina do tempo para encontrar os nomes consagrados de Azarias
Silva, Luís Farias de Souza, Capitão Manoel de Oliveira, José Guedes, Capitão
Antônio Pitt, Tenente João Caboclo, os primeiros diretores da nossa entidade
que, no distante ano de 1935, fundaram esta entidade, despachado no início nos
bancos do Jardim da Luz, evoluíram quando algum comandante autorizava os
encontros na sala de arma do batalhão. Com o passar dos anos, sucessivas
diretorias, enfrentando e afrontando mil dificuldades, deixaram a Associação
dos Oficiais da Reserva beirando dez mil associados, deixaram também um
patrimônio moral incontestável ao lado de um patrimônio material invejável,
traduzido na sede imponente do solar da Tabatinguera, no majestoso prédio da
Colônia Mares do Sul, em Itanhaém e mais sete palácios no interior, em Taubaté,
Santos, Campinas, Sorocaba, Bauru, Ribeirão Preto e Jacareí, onde os associados
comungam do mesmo idealismo castrense que aprendemos na saudosa convivência de
tantos anos, enfrentando as agruras, os sofrimentos e os perigos inerentes à
vida do policial militar. Permita, Sr. Coronel Edson Ferrarini, Digníssimo Sr.
Presidente desta Assembléia, Srs. Deputados presentes, dignas autoridades,
senhoras e senhores, que efetuemos agora uma digressão.
Quero
pedir permissão para transferir essa homenagem para a nossa querida Polícia
Militar de São Paulo. Permita-nos que elevemos as nossas mentes para a nossa
grande família, para a tropa bandeirante que o Brigadeiro Rafael Tobias de
Aguiar plantou no sacro santo chão de São Paulo, permita-nos que contemos e
cantemos as glórias da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Comecemos pelo
decreto de 15 de dezembro, de 1831, quando o Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar
criou a nossa querida corporação.
A
evolução desta força estadual de 1831 até o início deste terceiro milênio, essa
soberba história de Piratininga, dos 130 de 31, até os 80 mil homens de hoje,
somos, com incontido orgulho, os defensores da autonomia de São Paulo e da
soberania da Pátria brasileira.
O
batismo de fogo da nossa querida Polícia Militar foi na Guerra dos Farrapos,
quando a República de Piratininga declarou guerra no Brasil.
Era
imperioso defender a província de São Paulo, que à época se estendia até Lages,
em Santa Catarina.
Em
1839 há a presença, no Paraná, na região de Campo das Palmas, combatendo os
assaltantes das caravanas que demandavam Porto Alegre. Em 1842, na Revolução
Liberal de Sorocaba, onde se agigantaram Rafael Tobias de Aguiar e Padre Feijó.
Na Guerra do Paraguai, pasmem meus amigos, é desconhecida essa história, mas na
Guerra do Paraguai todo efetivo da PM pereceu na retirada da Laguna,
imortalizada no livro de Visconde de Taunay.
Meus
amigos, vem depois a Revolta da Armada, quando a Marinha de Saldanha da Gama e
os federalistas de Gumercindo Saraiva ameaçavam a jovem república, os nossos
batalhões defenderam a legalidade no famoso cerco da Lapa, no Paraná.
Em
1896, nossos batalhões estiveram ao lado da sociedade paulista no entrevero com
a colônia italiana, aqueles famosos protocolos. Em seguida, vem a campanha de
Canudos, em 1897, fato histórico, deplorável ou não, passível de crítica como
genocídio, mas o nosso 1º Batalhão, que o Coronel Ferrarini também teve a honra
de comandar, atravessou o Rio Varza , no nordeste da Bahia, compondo a tropa do
General Artur Oscar, que venceu os jagunços de Antônio Conselheiro.
Meus
amigos, a missão militar francesa é um capítulo à parte. Sucede a revolta da
vacina obrigatória e o quebra-campeão, no Rio de Janeiro. Estivemos lá
defendendo a ordem e a lei.
Em
1910, no Rio de Janeiro, quando o marinheiro João Cândido, o famoso
"Almirante Negro", enfrentou o governo federal, conseguindo o fim da
Lei da Chibata.
Em
1922, no ano da Semana da Arte Moderna, também se revoltaram os tenentes, na
ideologia conhecida como tenentismo, refletindo na sedição de Mato Grosso.
A
PM esteve nessas duas frentes mantendo a ordem. Meus amigos, vem a Revolução de
São Paulo, em 1924. Isidoro Dias Lopes e Miguel Costa, revolucionários de um
lado; Pedro Dias de Campo, grande coronel legalista.
A
luta em que se sublinharam os idealismos de ambas as partes, na grande marcha
pelo interior da pátria, que foi a maior marcha militar da história da
humanidade, que terminou em 1927, quando a coluna revolucionária comandada por
Miguel Costa se exilou na Bolívia.
Agora
há um erro histórico, pois essa coluna foi consagrada como Coluna Prestes,
quando ele era sub-comandante, mas o comandante era o major do nosso regimento
de cavalaria, Miguel Costa.
Em
Itararé, 1930, começa a era Vargas. O paradoxo da nossa história porque a maior
batalha em terras brasileiras não aconteceu. Paradoxo. Mas, acabou-se a
Primeira República e acabou a Política do Café com Leite, quando se alternavam
presidentes de São Paulo e de Minas Gerais.
Tenho
os olhos marejados de lágrimas quando falo da Revolução Constitucionalista de
32. O ponto alto da história paulista. Na época o Brasil não entendeu São Paulo
e a democratização demorou a voltar, mas a nossa corporação, a nossa querida
Polícia Militar, teve centenas de mortos, inclusive o seu comandante, o heróico
General Júlio Marcondes Salgado.
Em
1935 e 1938, debelamos no chão paulista a Intentona Comunista e a ação
integralista. Vem agora a segunda grande guerra, cantemos essa história da
Polícia Militar. Na Itália, em plena guerra, um contingente de guardas civis
lutou nos campos da Itália, nos contingentes da antiga força pública.
Defenderam todo litoral paulista.
Chega
o ano de 1964, quando o perigo comunista rondava o Brasil, a nossa PM defendeu
a democracia ao lado do povo, na Marcha da Família, com Deus pela Liberdade.
Temos que consagrar o nosso Capitão Alberto Mendes Júlio, o herói mártir da
nossa Polícia Militar.
Eis
ai, meus amigos, Presidente Ferrarini, nessas rápidas pinceladas, a destinação
histórica da nossa grande organização, ela sempre teve dignas autoridades,
sempre esteve defendendo a lei, a ordem e a justiça em todo território
nacional.
A
história da Polícia Militar é paralela à história do Brasil e à história de São
Paulo, pois em todos os momentos que a Pátria precisou, estávamos presentes.
Meus
amigos, no plano da segurança pública, são incontáveis as ações da PM na defesa
da sociedade. O COPOM, do nosso Quartel General, atende milhares de chamados,
diariamente.
O
telefone 190, em todo território do Estado, é acionado pela população, em busca
de socorro, segurança e proteção.
As
viaturas da Polícia Militar rodam e rondam as grandes e pequenas cidades, no
policiamento preventivo e repressivo.
É
confortador nos dias de hoje, para toda sociedade paulista, sentir a evolução e
a segurança nesta nova era, quando os policiais civis e militares se irmanaram
com a finalidade precípua de defender a comunidade.
Demos
as mãos agora, na luta pelo reajuste salarial e daremos sempre as mãos, unidos
na defesa da lei, da ordem e da justiça.
Finalizando,
quero cumprimentar o nosso Capitão Hélio Lourenço Camile, digno Presidente da
Coopmil, pelas homenagens que V. Exa. concedeu à Magnífica Cooperativa, que é o
cartão de visita da nossa querida Polícia Militar.
Sr.
Coronel Ferrarini, digno Presidente desta sessão, represento, como Presidente,
milhares de associados e agradeço essa soberba homenagem.
Quero
também homenagear esta Casa de leis, este querido Poder Legislativo, os
deputados da nossa corporação, os incontáveis deputados amigos, na pessoa do
eminente Presidente Deputado Walter Feldman, amigo de todas as horas, que num
momento difícil das entidades da Polícia Militar e da Polícia Civil,
ensinou-nos o caminho certo, fazendo-nos chegar ao Governador Alckmin.
Temos
certeza que este Poder, presidido por Walter Feldman, ajudado pelos Deputados
Ferrarini, Gilberto Nascimento e todos os deputados amigos. Todos estarão
conosco em abril de 2002, valorizando a melhor polícia do mundo, que é a
polícia paulista.
Sr.
Presidente, há muitos anos a Associação dos Oficiais da Reserva - e eu estava
na Presidência - indicamos o seu nome para concorrer às eleições da Assembléia
Legislativa Paulista, mercê de suas excelsas virtudes, como se digna um
superior da Polícia Militar, com esse idealismo que já vem do berço, essa
vocação divina no combate ao tráfico de drogas na regeneração dos viciados.
V.
Exa. foi eleito e reeleito várias vezes e há de continuar na carreira
ascendente, como parlamentar paulista. Que essa vocação histórica continue, ‘ad
eternum’, nobre Deputado Edson Ferrarini.
Muito
obrigado.
O SR. PRESIDENTE - EDSON
FERRARINI - PTB - Quando eu ainda estava na ativa, o Coronel Edilberto, com essa visão
que tem, indicou-me quando a Polícia precisava de um deputado para
representá-la na Assembléia Legislativa. Pediu-me que aqui viesse, ensinou-me
os caminhos, e eu tive a oportunidade de aqui estar inclusive participando da
Constituinte, ocasião em que nada foi tirado da Polícia Militar. Acrescentamos
o que era necessário. E, aqui a tenho defendido, a cada momento. A farda da
Polícia Militar é minha segunda pele. Estamos aqui.
Estou
aqui recebendo um livro e um boné do clube. Muito obrigado.
Quero
agradecer também a presença ao Tenente-Coronel Willing Cardoso de Araújo,
Sub-Chefe da Assistência Militar da Assembléia Legislativa. A ele o meu abraço
e a minha saudação. Agradeço também a presença ao Sr. Marco Roberto Francisco,
diretor administrativo da Associação de Defesa dos Policiais Militares do
Estado de São Paulo, que aqui está, representando o Presidente da Adepom,
Tenente-Coronel Luís Carlos Nogueira. A ele também o meu abraço.
Esta
sessão, quando a solicitei, era para homenagear a Associação dos Oficiais da
Reserva e também para prestar homenagear a Coopmil. Fará uso da palavra agora o
Presidente da Coopmil, Capitão Hélio Lourenço Camili.
O
Coronel Edilberto nos deu essa magnífica aula de História, que nos fez rever
tudo aquilo que os que nos antecederam na corporação nos legaram, aumentando a
responsabilidade de todos nós, aumentando a responsabilidade do pessoal da
ativa.
O SR. HÉLIO LOURENÇO CAMILI - Boa-noite senhoras e
senhores, boa-noite nobre Deputado e Coronel Edson Ferrarini, Presidente desta
sessão solene e autor desta homenagem. Caro Deputado Hélio César Rosa, amigo da
Polícia Militar, amigo, incentivador e um dos idealizadores da Coopmil. Quando
aqueles idealistas, Coronel Cavalcante, Alcione e outros pensaram na Coopmil,
batalharam muito para legalizá-la, o que não é tão fácil. Se o nobre Deputado
Hélio César Rosa, com o prestígio de deputado federal e com o trânsito que tem
nas instituições não entrasse em cena, talvez não existisse a Coopmil - ou
demorasse muito a existir. Por isso, ele falou com tal desenvoltura sobre o
cooperativismo e sobre a Coopmil. Devemos muito ao Deputado Hélio César Rosa.
Se ele tivesse um busto na Coopmil ainda seria pouco, porque é um dos
responsáveis por essa instituição, de que tanto nos ufanamos. Nobre Deputado
Hélio César Rosa, um grande abraço ao amigo e xará.
Quero
saudar também, com muito carinho e apreço especial o nosso eterno Presidente,
Coronel Edilberto de Oliveira Melo, Presidente da Associação dos Oficiais da
Reserva, de que sou diretor há muitos anos - o atual Diretor de Relações
Públicas. Saúdo e cumprimento o meu presidente. Saúdo ainda o brilhante oficial
da Polícia Militar, líder e excelente professor, que os oficiais aprenderam a
respeitar por sua cultura e seus ensinamentos, o brilhante Coronel Hermes
Bittencourt Cruz. Boa-noite, Coronel. Saúdo os demais componentes da Mesa e em
especial meu companheiro de sete anos de cooperativa, o Capitão Newton Campos,
meu companheiro - fiel, competente e dedicado companheiro.
Quero
cumprimentar os dirigentes da nossa associação, assim como os representantes de
outras entidades, como o Sr. Jeferson Patriota, Presidente da Associação dos
Deficientes Físicos, das pessoas que, como sempre digo, com reverência
especial, pessoas que representam o sacrifício da Polícia Militar. Ao Sr.
Jeferson e a seu Vice-Presidente deixo meus cumprimentos. Saúdo, em nome do
cooperativismo, o presidente da Secresp, a entidade que congrega as
cooperativas de crédito, que são duzentas e poucas no Estado de São Paulo, o
Sr. Manuel Messias. Muito obrigado pela presença, meu amigo Messias.
Agradeço
a presença a todos os senhores, convidados que aqui estão, prestigiando o
evento, assim como aos caríssimos representantes de empresas parceiras da
Coopmil que aqui estão, aos caríssimos advogados do Escritório Milan e Milan,
na pessoa do Sr. Milan. Muito obrigado pela presença. Agradeço a presença da
Sra. Vera Borges, também nossa advogada. Se sob o ponto de vista jurídico
houver algum problema, nobre Deputado Edson Ferrarini, aqui estamos,
assessorados com muita competência.
Familiares
presentes, senhoras e senhores, quero iniciar as minhas palavras agradecendo,
especialmente ao nobre Deputado Edson Ferrarini, deputado e amigo. O Coronel
Ferrarini já me acumulou de tantas gentilezas que lhe agradeço, desejando-lhe
muito sucesso. Desejar-lhe sucesso, aliás, é pleonasmo, porque V. Exª merece e
só faz sucesso. De qualquer maneira o desejo, cumprimentando-o pela iniciativa
de nos honrar com esta homenagem. Quero guardar em minha memória, em meu
coração e nos Anais da Coopmil esse generoso gesto.
Meus
agradecimentos especiais, profundos e sinceros a quem é muito mais que todos
nós. Agradecimentos sinceros, leais, profundos e reverentes ao Senhor Jesus
Cristo, sem o qual não estaríamos aqui. Com certeza ele está entre nós,
abençoando esta fraterna reunião.
Quero
falar sobre alguns dos amores e das paixões que tenho - e todos os temos. Em
primeiro lugar está o meu Deus, de que já falei, reitero, sem constrangimento e
com o maior carinho. E, sempre serei assim. Em segundo lugar, quero dizer da
minha família, aqui representada pelos meus dois filhos, os Capitães Camili,
que estão na platéia e que são o meu orgulho. Um outro orgulho, especial, que
me comove muito - e só quem é avô sabe disto, e aqui creio que há muitos avós -
são os meus netinhos, Beatriz e Danilo. Esses pequenos, que nos passam uma
energia gostosa. Sou muito feliz, principalmente quando, nos fins de semana,
vão à minha casa e ficam disputando quem vai dormir comigo.
Fiz
anotações, minha assessoria escreveu um discurso formal, mas com todo o
respeito à minha platéia - que sempre tratei desta forma - gosto de falar
assim, com os meus erros, com as minhas dificuldades. O Coronel Edilberto nos
deu uma lição de história, mas ele é um historiador eloqüente, que fala com
eloqüência, sentimento e propriedade. Eu vou apenas conversar com os meus
amigos, porque nesta reunião, embora seja solene, como declarou o Presidente, o
nobre Deputado Edson Ferrarini, quero falar informalmente, porque a maioria das
pessoas que aqui estão é sócia da cooperativa. São meus associados, e aqui está
o associado número um, que é o Coronel Edilberto. O Coronel Edson Ferrarini
também é sócio.
Eu
poderia fazer um resumo da história da Coopmil, que é uma história bonita, de
serviço, de amor, de solidariedade, camaradagem, fraternidade e companheirismo.
É bom que eu fale alguma coisa aos mais novos, porque agora tenho testemunhas.
Se eu falar daqui a alguns anos, poderei ser desmentido, porque sou o
sócio-fundador. mas o Cel. Edilberto é o número um. Ele é mesmo o primeiro. A
Coopmil começou com dificuldade, e como o começo de tudo na vida é difícil, às
vezes o fim de algumas coisas também são muito difíceis. Não é o caso da
Coopmil, que começou com dificuldade. Ela foi hospedada no Clube dos Oficiais
da Reserva, porque lá se hospeda todo o mundo. Enquanto o Cel. Edilberto lá
estiver, dará abrigo a todas as idéias sensatas, corretas, voltadas ao bem, que
visam o bem comum.
Tenho
grande honra em ser amigo do Cel. Edilberto, porque depois de conhecê-lo mudei
até o meu comportamento. Ele não tem boca para dizer ‘não’ ao que pedimos.
Agasalhou a Coopmil, mesmo não sendo muito simpático aos demais diretores. Deu
à Coopmil um computador velho, que pertencia ao clube; dois ramais telefônicos,
que depois foram cortados, porque a Coopmil não pagava o aluguel dos ramais.
Ofereceu também uma salinha de quatro por quatro, de eucatex, que era o que
podia fornecer na ocasião; deu grampo, papel, e até café.
Alguns
diretores reclamavam: “O pessoal da Coopmil vem tomar café e água aqui!” E ele
‘segurando’. Eu era diretor do clube e também ouvia essas coisas. As coisas
continuaram assim até 94. Foram idealistas e fundadores quatro coronéis
dirigentes, da maior qualidade e seriedade - alguns encontram-se aqui. Essas
pessoas, porém, não tinham visão empresarial. Eles, como dizia Adhemar de
Barros, “não eram do ramo”, não obstante possuíssem todos os títulos de
capacidade.
A
Cooperativa chegou a ter 1.800 sócios. Em 94 tinha 1.200 e o Cel. Edilberto
costumava dizer que estava na UTI, ou seja, em estado terminal. O Cel. Alcione,
então, caçou-me no clube e praticamente impôs que eu me candidatasse a
dirigente da Coopmil. Eu relutei, porque não podia. Eu, aliás, não queria,
porque tinha outras atividades e queria viver com alguma liberdade. Mas não
agüentei a pressão, primeiro porque ele é um homem muito distinto; e segundo
porque é coronel e meu amigo. Então aceitei.
Um
dia encontrei, no corredor, por acaso, o Capitão Campos, que pouco conhecia. Eu
conhecia muito o seu pai dele e seus irmãos, mas ele eu conhecia de vista. Eu,
então, disse-lhe: “Campos, você está disposto a formar e assumir comigo a
Cooperativa?” Ele aquiesceu e eu, então, convidei o Capitão Cardoso e outros
companheiros, perguntando-lhes se estariam dispostos a arregaçar a manga.
O
Cel. Alcione teceu um muitos elogios a mim, que fiquei com uma responsabilidade
enorme. Candidatamo-nos, vencemos as eleições e começamos, sem nenhum tostão.
Nem grampo tinha a cooperativa. Graças a Deus ganhamos, fomos às entidades, e
incentivamos nossos amigos a se associarem, alegando que cooperativismo era uma
coisa muito boa. Só que eu não entendia de cooperativismo, como ainda não
entendo. Mas aprendi muito com o Sr. Manuel Messias, que é o seu Presidente, e
seguimos seus exemplos.
Eu
ia às entidades e dizia: “Gostaria que vocês, companheiros de ideal, ficassem
sócios da Cooperativa”. E vinha a primeira pergunta: “E o que a cooperativa
oferece?” Eu falava: “Nada, agora, mas poderá oferecer muito”. Mas ninguém quer
ficar sócio de uma coisa que não ofereça nada. Mas graças a Deus assumimos
aquela responsabilidade e tivemos sorte.
Um
major meu amigo, então, vendeu um apartamento no litoral por 80 mil reais - ou
coisa parecida - e falou: “Hélio, você está precisando de dinheiro para a
cooperativa?” Eu disse: “É claro. Não temos nenhum tostão”. Então o major
disse-me: “Vou doar 80 ou 90 mil reais”. Não me lembro do valor exato, mas é
por aí. E hoje ele não se encontra presente. O Cel. Edilberto sabe de quem
estou falando, mas não vou dizer o nome porque não é o caso. Não falamos em
juros e nem em quanto iríamos pagar. Ele nos ofereceu aquele dinheiro, e imediatamente
começamos a emprestar: mil para um; quinhentos para o outro; e duzentos para o
outro. E formou-se aquela bola. Depois vieram outros aplicadores.
Naquele
tempo não tínhamos política de juros para tomar emprestado ou para emprestar.
Descobrimos uma pessoa da Bahia, o Sr. Jocemir, meu leal, fiel e competente
gerente. Conversamos sobre o cooperativismo, porque ele, tendo sido gerente de
banco, possui grande experiência na área. E com criatividade e orientação de
quem sabia mais do que nós, imprimimos esta administração, com dedicados
diretores, levando a sério o compromisso e vestindo a camisa, porque não
adianta a pessoa ter bastantes títulos e não se dedicar.
Minha
equipe é pequena. Vejam bem: quase todas as entidades, com mil, dois mil ou dez
mil sócios, têm 40 diretores, 12 assistentes - aquela equipe toda. Nós mexemos
com dinheiro, que todos sabem que a parte mais sensível do homem, e temos 44
mil associados. Eu já disse que quando iniciei tínhamos 1.200 - tínhamos 1.800
mas restaram 1.200. E hoje, sexta-feira, dia 24, temos 44 mil. Na próxima
sexta-feira já não serão 44 mil, porque o número mínimo de pessoas que se
associa por mês é de mil associados. Houve meses em que se associaram 1.820.
Esta
é a bonita história da Cooperativa. Se eu for me alongando nós falaremos muito,
e os mais antigos sabem que é isso mesmo. Eu só quero, então, dizer mais uma
coisa: precisávamos de um local, porque a nossa sala era pequena. O Presidente,
Cel. Edilberto de Oliveira Melo, nunca nos disse nada. Pelo contrário, ele nos
dava todo o apoio e liberdade, dizendo que podíamos ‘pegar papel no
almoxarifado’. Mas precisávamos comprar um local e ter vida própria, porque já
tínhamos dinheiro para emprestar, tínhamos bom movimento, e os associados foram
aumentando.
Quando
fui eleito eu estava fora do Brasil, em Las Vegas. Telefonei para o Capitão
Campos e disse-lhe: “Campos, como estão as coisas? O Banco Central já homologou
a nossa posse?” E ele falou: “Se você não voltar logo isto aqui não vai dar
certo”. Eu, então, disse-lhe: “’Segure aí. Vou voltar e tudo vai dar certo!”
Voltei depois de dez dias e começou aquela peregrinação: o sujeito queria
deixar de ser sócio e nós não tínhamos o dinheiro relativo ao seu crédito na
cooperativa para devolver. E a Lei do Cooperativismo estabelece que o dinheiro
que o elemento tenha na cooperativa pode ser devolvido em doze parcelas, depois
de a assembléia homologar. Se o sujeito quer sair hoje e a assembléia só vai
acontecer no primeiro trimestre de fevereiro, ele tem de esperar que a
assembléia homologue para depois começar a contar os doze meses para a
devolução do dinheiro. O sujeito, então, ficava mais irritado ainda. Era
complicada a situação.
Hoje
a situação é outra. Nós até financiamos outras entidades. E não há um associado
que vá à cooperativa e não seja atendido, a não ser que não obedeça ao que a
lei estabelece. Nós às vezes facilitamos um pouco, fugindo à lei, mas vem a
auditoria, faz algumas recomendações, e o Messias nos ajuda. Às vezes saímos um
pouco das resoluções do Banco Central apenas para ajudar o associado, esse que
conhecemos há vinte ou trinta anos. Sei que isso justifica, mas explica, e
felizmente não temos tido problema algum.
Nossa
cooperativa hoje funciona, graças a essas iniciativas, a essa operacionalidade
e aos juros que estabelecemos - os mais baratos da praça - ao RDC que pagamos
para quem investe, que é a melhor remuneração e cuja garantia não se discute,
porque somos sérios e só tratamos com gente série. Quem estiver pensando em ir
à Cooperativa, para tomar dinheiro emprestado, para fazer compras ou para
qualquer outra finalidade, tem de ir com o propósito de honrar o seu
compromisso, porque senão terá problemas. Não é o que desejamos, mas é a
imposição da lei, e temos que tomar providências.
Vou
fornecer alguns dados:
1)
Financiamento e crédito pessoal são elementos procurados em casos de
emergência. Quem passa pela Rua Silveira Martins sabe que do quinto dia útil
até o décimo quinto dia aquela rua fica intransitável, em função do número de
policiais que lá está, pegando dinheiro emprestado. Se eles fossem remunerados
à altura, podendo manter sua casa, ainda que modestamente, não iriam à
Cooperativa exatamente no dia do pagamento - iriam em outro dia, no fim do mês.
Mas é no dia do pagamento, porque o dinheiro não dá para honrarem seus
compromissos. Então, recorrem à Cooperativa. Fazemos entre 7.500 e 8.000
empréstimos de crédito pessoal por mês, totalizando R$ 12.000.000,00.
2)
Alimento: temos parceria com todo o grupo da rede Pão de Açúcar. E o Carrefour
já está nos procurando, insistentemente, para parceria. (Pausa.) O elemento
recebe da Coopmil um cartão magnético, e com ele vai a qualquer supermercado da
rede, sem precisar levar cheque ou dinheiro. Ele faz a compra, respeitando o
limite estabelecido pela Coopmil, e vai embora. A fatura vem para a Coopmil
pagar, e ele tem 35 dias para pagar, sem juros e como achar melhor, o que é um
alívio.
3)
Remédios: o elemento tem uma carteirinha e compra remédios. Muita gente aqui
sempre tem 50 reais no bolso, para comprar um Melhoral, mas há policiais que
não têm um tostão. Chegando o final do mês, se houver uma gripe forte na casa,
ele ‘estará frito’.
4)
Material escolar: financiamos aproximadamente 360 mil reais por mês aos nossos
associados.
O
Dr. Messias, que está aqui, está nos dizendo que cooperativa é ‘para emprestar
dinheiro’. A nossa é cooperativa de crédito. Sua finalidade precípua é
emprestar dinheiro, mas fazemos toda essa prestação de serviço. E também
emprestamos bastante dinheiro.
5)
Material de construção: emprestamos aproximadamente um milhão e cem mil reais.
Em
termos de medicamentos o favorecimento é de aproximadamente 180 mil reais. O
valor para eletrodomésticos, como computadores, fogões e geladeiras é de
aproximadamente 520 mil reais por mês. Tudo isso além dos cursos e treinamentos
para esposas e dependentes de policiais. Estamos com um curso em andamento.
Abrimos uma pesquisa para verificar a possibilidade de oferecermos cursos para
donas-de-casa, esposas e mães de PMs e eu disse ao meu gerente: “Vão se
inscrever umas dez ou quinze senhoras e não vai valer a pena.” “Vamos tentar?”
“Vamos”. E estamos com seiscentas inscritas, com dificuldade de encontrar um
local para tais aulas.
Contratamos
uma pessoa da área, que está ministrando essas aulas com muito aproveitamento.
As senhoras trocam idéias e tomam um lanchinho personalizado na Coopmil, além
de receberem brindes.
Preciso
falar também sobre o ‘auxílio funeral’, que para muitos pode não representar
nada, mas que é de fundamental importância, porque quando falece um associado -
principalmente um PM, um cabo ou um sargento - a família não sabe o que fazer e
fica: “O que vou fazer agora? Telefono para quem, quem vai comprar o caixão?”
Há também a parte financeira. Quando chega no fim do mês vem a mãe, a esposa ou
a companheira do PM falar com os diretores - e às vezes comigo. E eu atendo:
“Pois não, minha senhora”. E ela: “Meu marido faleceu e estava endividado, por
causa dos remédios. Agora precisamos comprar um caixão e lá em casa estamos
fritos, porque não temos dinheiro para nada”. “Eu queria saber se o meu marido
tem dinheiro na Cooperativa”. Então mandamos verificamos o extrato e ele está
devendo quinhentos ou seiscentos reais. Falamos: “Seu marido não tem dinheiro e
está devendo quinhentos reais à Cooperativa. Mas temos um seguro que as
cooperativas não têm. Nós o criamos na Coopmil. Temos seguro próprio”. O
débito, então, é zerado, o que já é um alívio para a beneficiária. E se ela não
usar o serviço funerário damos a ela dois mil reais, para resolver os problemas
e continuar a vida. Se usou o serviço funerário oferecemos mil reais.
Temos
também o escritório do Dr. Milan e o escritório da Dra. Vera, que prestam
eficientes e rápidos serviços à Coopmil. E como serviço de advocacia também não
é barato, a Cooperativa dispõe de uma importância razoável. A Cooperativa banca
isso.
E
quanto se paga por esse serviço? Em números eu não lembro. Quanto os senhores
acham que o elemento paga para ter assistência jurídica gratuita, assistência
funeral, financiamento de remédios e de alimentação e essas coisas todas? Devem
estar achando que fica muito caro. Quem não é sócio deve estar pensando que
custaria muito dinheiro. Mas custa o valor simbólico de um real, para que os
benefícios da Coopmil não sejam vulgarizados. Com esse real fazemos todo esse
serviço. E só para a assistência funeral nós pagamos mais de cem mil reais -
acho que 120 mil. E cobramos R$ 1,00.
Eu
não preciso fazer propaganda da Coopmil. Só estou fazendo os meus comerciais,
‘de leve’. Não preciso fazer propaganda porque quem freqüenta a cooperativa
sabe. E quem não é sócio está perdendo uma grande chance de ser beneficiado,
pagando apenas um real e fortalecendo o cooperativismo, que é uma coisa
extraordinária.
O
cooperativismo no Brasil ainda é incipiente, mas o Prof. Messias esteve, há
dias, na Alemanha, e no exterior o cooperativismo é demasiadamente forte. Na
Alemanha o banco do cooperativismo é mais forte que o banco do governo, e
garante o elemento que investe nas cooperativas de crédito naquele país. No
Brasil ainda não existe isso e as pessoas têm de confiar em nós. Mas elas ainda
não têm garantias deste tipo. No Canadá e na Inglaterra, onde começou o
cooperativismo, há todas essas garantias. No Brasil a garantia ainda é nossa. A
nossa é a maior cooperativa da América do Sul. Os senhores podem ficar cientes
disso. Se eu não estiver falando a verdade o Sr. Messias pode se levantar e
corrigir-me.
Quando
chegamos no Simpósio do Cooperativismo - e na próxima semana a Foz do Iguaçu -,
a Coopmil é referencial. Isso nos dá orgulho, porque é algo a mais para a
Polícia Militar, como companheiros de ideal e de farda.
Encerro
minhas palavras agradecendo a presença de todos, a paciência e a homenagem a
nós prestada pelo nobre Deputado Edson Ferrarini. Mais uma vez muito obrigado,
Coronel. Agradeço por pertencer ao time do Cel. Edilberto de Oliveira Melo.
Agradeço mais uma vez ao nobre Deputado Hélio Rosa, ao Cel. Hermes Bittencourt
Cruz e a todos os presentes. Um forte abraço e fiquem com Deus. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - EDSON
FERRARINI - PTB - O Cap. Hélio Lourenço Camilli acabou de dar-nos uma excelente
explicação, e o Cel. Edilberto de Oliveira Melo disse-me: “Ele deve ter ouvido
algum discurso de Fidel Castro e por isso deve ter dado essa explicação
detalhada”. Eu fiquei assustado, porque o último discurso de Fidel Castro durou
oito horas, e pensei: “Amanhã cedo ainda estaremos aqui”. Mas foi muito
importante essa explicação do nosso querido Capitão.
Resolvi
propor esta solenidade porque a Associação dos Oficiais da Polícia Militar e a
Coopmil lutam pelos interesses e pelos ideais da nossa querida Polícia Militar.
Na
pessoa do eterno Presidente do Clube dos Oficiais da Reserva da Polícia
Militar, o Cel. Edilberto de Oliveira Melo, homenageio toda a diretoria da
associação, assim como todos os associados e pensionistas. O Cel. Edilberto,
por seu dinamismo, simpatia e atuação vibrante, foi reeleito sete vezes
Presidente da entidade. E pelo que estou vendo será reeleito ainda muitas
vezes. O abraço amigo do Cel. Edilberto, seu sorriso sincero, sua lealdade e
sua atuação firme levaram a Associação dos Oficiais da Reserva da Polícia
Militar a congregar todas as entidades da Polícia Militar e da Polícia Civil na
recente luta pela melhoria salarial. Foi com ele no Clube dos Oficiais da
Reserva que tivemos essa congregação. O Cel. Edilberto nos transmite toda a
confiança que os líderes devem ter.
Líder
é aquele que, nos momentos difíceis, mostra-nos o caminho a seguir. É assim o
nosso querido Cel. Edilberto de Oliveira Melo. Desde que criou o Museu da
Polícia Militar, lembrava a todos que as raízes não podem ser esquecidas. E a
Polícia Militar, nos dias de hoje, cumpre o seu papel. É uma das melhores
polícias do Brasil e do mundo. É um orgulho pertencer à gloriosa Polícia
Militar do Estado de São Paulo.
Aqui
estão reunidas as tradições da Guarda Civil e da força pública. A violência que
aí está não depende da Polícia Militar. Não podemos agir nesse complicado e
moroso Judiciário. Não podemos intervir; e isso dá a sensação de que a Polícia
prende e o Judiciário solta. O Sistema Penitenciário, falido e caótico, está
aí. Não podemos intervir nas injustiças sociais que levam à criminalidade.
O
Estado de São Paulo tem uma Polícia Militar briosa e altiva, cujo passado é
repleto de glórias. E nós não nos acovardamos diante do crime nem desanimamos
diante da hipocrisia de todos aqueles que não querem reconhecer nosso valor.
Desde a época da Revolução Constitucionalista de 1932 V. Sª é um grande
historiador. Desde aquela época, mesmo com uma grande folha de serviços
prestados à democracia, a Polícia Militar de São Paulo se acostumou com a
ingratidão e com a maledicência de muitos, que em vez de chorar e rezar pelos
nossos mortos espalhavam a mentira de que a nossa Polícia Militar estaria a
serviço de separatismo de São Paulo, com São Paulo se separando do Brasil. E
esqueciam-se de que na bandeira da revolução estava o mapa do Brasil. A Polícia
Militar de hoje é o pronto-socorro de todas as incompetências do Estado.
Está
aqui o nosso querido Capitão Ernesto Carlos da Costa, do Copom, que sabe muito
bem desde realizar parto na viatura até pegar o doente mental, fazendo tudo o
que o estado e a prefeitura não fazem. Eles não fazem, mas nós estamos
presentes.
A
Associação dos Oficiais da Reserva da Polícia Militar congrega esses baluartes
que aqui estão, congrega essas pessoas que deram sua juventude, sua vida e seu
entusiasmo em defesa da sociedade. Quem não ama a Polícia Militar de São Paulo
é um ingrato, um doente da memória, que perdoamos. Eles vão para o céu ou para
o inferno.
Esta
sessão solene também homenageia os doze anos de existência da Cooperativa de
Economia e Crédito Mútuo dos Militares do Estado de São Paulo, seus 140
funcionários e 44 mil associados.
O
Capitão Hélio deu uma exuberante explicação de como ela funciona, atendendo as
necessidades de alimento, saúde, moradia e educação. E na atual crise, em que a
defasagem salarial é gritante e absurda, eles têm cumprido o seu papel, cedendo
cadeiras de roda, ambulâncias e viaturas aos nossos deficientes físicos. O
Capitão Hélio também nos disse que por tudo isso é paga a mensalidade de um
único um real.
Quero
saudar os dedicados funcionários e todos os associados, na pessoa do atuante
Capitão Hélio Lourenço Camilli, dizendo a todos que esta homenagem, pela
primeira vez feita na história da Associação dos Oficiais da Reserva, foi muita
justa. Já imaginaram o meu orgulho, por ter sido indicado, lá atrás, a
deputado, pelo Cel. Edilberto de Oliveira Melo, que pegou-me pela mão,
ensinou-me e orientou-me, dizendo-me o que fazer?. E eu aqui estou todos os
dias. Ninguém fala mal da Polícia Militar. Façam o que quiserem, mas quando é
sério nós a defendemos. Deputado eu estou, mas Oficial da Polícia Militar eu
sou - e serei sempre. Muito obrigado.
O
Capitão Hélio Lourenço Camilli quer dar a mim e ao nobre Deputado Hélio César
Rosas uma lembrança da Coopmil.
* * *
-
É feita a entrega das lembranças.
* * *
O SR. PRESIDENTE - EDSON
FERRARINI - PTB - Eu faço o que posso. Fiquem tranqüilos que eu aqui os represento. Se
alguém falar mal da Polícia, será como falar mal de meu pai, Ítalo Ferrarini,
como se tivesse aqui o meu tio, Major Raul de Oliveira Campos.
Fiquem
tranqüilos que eu os estou representando. E todas as vezes em que me derem seu
voto, podem crer que não se decepcionarão, porque estarei sempre honrando esta
farda que é, repito, a minha segunda pele.
Esgotado
o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la esta Presidência agradece às
autoridades e àqueles que com, as suas presenças, colaboram para o êxito desta
solenidade e convida para um coquetel.
Está
encerrada a sessão.
* * *
- Encerra-se a sessão às 21 horas e 42 minutos.
* * *