14 DE SETEMBRO DE 2023

101ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI, REIS, EDUARDO SUPLICY e CONTE LOPES

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - REIS

Assume a Presidência.

        

4 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

6 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

8 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

10 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

12 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

13 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

        

15 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento (aparteado pelo deputado Eduardo Suplicy).

        

17 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

18 - GIL DINIZ

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

19 - PRESIDENTE CONTE LOPES

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 15/09, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.                              

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra a deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Com a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Com a palavra a deputada Solange Freitas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Com a palavra a deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Com a palavra o deputado Marcos Damasio. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy, que fará uso regimental da tribuna por até cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Carlos Giannazi, queridos deputados, queridas deputadas, eu estou preocupadíssimo com a iniciativa do governador Tarcísio de Freitas ao tentar realizar uma reforma agrária às avessas.

Ele avalia, pelo que dá para entender que, no seu entender, não há qualquer desigualdade ou injustiça na forma pela qual a propriedade fundiária é distribuída. Ele quer concentrar ainda mais terras nas mãos dos que já têm terras. Eis a notícia de agora da “Folha de S.Paulo”.

“Tarcísio entrega terras com desconto a fazendeiros e é cobrado por tribunal. Bolsonarista entrega nesta quinta-feira primeiros títulos de terras devolutas com base em lei que dá até 90% de desconto.”. Matéria de Artur Rodrigues, na “Folha”.

“O governador Tarcísio de Freitas, Republicanos, entregará nesta quinta-feira, 14, os primeiros títulos de terras devolutas a fazendeiros, com base em lei que dá até 90% de desconto. O assunto é alvo de questionamentos da oposição e, nesta última terça-feira, o Tribunal de Contas do Estado”, felizmente, “deu cinco dias para o governo dar explicações sobre o tema.

O evento de entrega acontecerá às 16 horas e 30 minutos, em Presidente Prudente, no interior do Estado. A agenda do governador bolsonarista também incluirá anúncio de recursos para o Hospital Esperança, naquela cidade. As terras devolutas são áreas públicas ocupadas irregularmente, que nunca tiveram uma destinação definida pelo Poder Público e em nenhum momento tiveram um dono particular.

A lei entrou em vigor na gestão de Rodrigo Garcia, do PSDB, mas a administração de Tarcísio, eleito com apoio do agro, passou a colocar em prática e acelerou os processos.

O governo marcou um evento em que dá 33 títulos aos fazendeiros, ao mesmo tempo em que concederá títulos a 500 assentados no Pontal do Paranapanema. Para a oposição, juntar os dois temas trata-se de uma estratégia para diluir o impacto do programa que beneficia fazendeiros, cuja legalidade será julgada pela ministra do Supremo Tribunal Federal Carmen Lúcia.”

Eu aqui renovo o apelo que, com o deputado Simão Pedro, fizemos à ministra Carmen Lúcia, para que logo tome a decisão a respeito deste tema.

“Há mais de uma centena de projetos de regularização de terras devolutas em grandes e médias propriedades. Um vídeo revelado pela ‘Folha’ mostra o diretor do Itesp, Instituto de Terras de São Paulo, Guilherme Piai, citando que é necessário atuar no processo ‘enquanto a lei está vigente’. ‘Agora está acontecendo uma questão política, que também foge da alçada do Itesp, que essa lei tem grandes chances de cair’, disse ele na gravação.

E a esquerda já pediu celeridade à ministra sobre o assunto. O PT foi o autor da ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal para barrar a lei. De acordo com a assessoria da sigla na Alesp, a estimativa é que os descontos atinjam 150 milhões de reais.

Mais de 10 mil hectares de terras que deveriam virar assentamentos de centenas de agricultores familiares ficarão definitivamente com algumas dezenas de fazendeiros, que geralmente possuem mais de uma fazenda, afirmou o PT em nota.

O deputado estadual Paulo Fiorilo, do PT, também fez questionamentos ao Tribunal de Contas do Estado, cobrando uma auditoria sobre o programa e suspensão de deliberações conclusivas sobre o tema.

Antes de decidir sobre o tema, o conselheiro do Tribunal, Roque Citadini, estabeleceu - e fez muito bem - “cinco dias para que o governo dê justificativa sobre o projeto e os questionamentos do deputado.”

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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Procurado sobre o assunto, o governo Tarcísio afirmou que os recursos provenientes dessas indenizações são destinados estritamente para políticas públicas de Saúde, Educação, Desenvolvimento Social e Econômico, priorizando investimentos nos respectivos municípios onde houver a regularização fundiária. O governo entregará, no mesmo evento, títulos a 500 famílias de assentados no Pontal do Paranapanema. A região é cenário de disputas agrárias entre fazendeiros e movimentos como o MST.

Esse título de entrega é inspirado em política para o campo no governo de Jair Bolsonaro, do PL. O modelo, porém, é criticado por nós, progressistas, e por movimentos sem-terra, que veem nisso uma estratégia para esvaziar a reforma agrária.

Por outro lado, os defensores dele afirmam que ele retira os assentados da órbita do MST e movimentos similares, ao dar liberdade para que produzam de acordo com as regras de mercado.

Eu espero que o bom senso e a obediência à Constituição Brasileira façam com que Tarcísio de Freitas desista deste procedimento.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores do Pequeno Expediente, chamamos para fazer uso da palavra o deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.)

Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.)

Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)

Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, primeiro quero me associar ao que disse o deputado Suplicy sobre essa reforma agrária para os ricos. Isso é um escândalo, um escárnio total, a entrega de terras públicas, terras devolutas do Pontal do Paranapanema, terras do povo do estado de São Paulo, que deveriam estar sendo, na verdade, utilizadas para a reforma agrária dos assentados, dos acampamentos, dos agricultores que estão produzindo sobretudo alimentos sem agrotóxicos.

No entanto, São Paulo inverteu a lógica. São Paulo inovou, deputado Reis, fazendo reforma agrária para os ricos. Foi o famoso PL da grilagem, que infelizmente foi votado aqui pela base do governo, com o nosso voto, logicamente, contrário. Quero, Sr. Presidente, aqui manifestar o nosso total repúdio e a nossa preocupação com a Instrução Normativa nº 24, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, da capital.

Parece-me que o prefeito Ricardo Nunes, na ânsia de ser reeleito, Sr. Presidente, está tentando copiar o que deu errado na rede estadual de ensino. Ele quer, agora, implantar o PEI, esse programa de ensino integral, às pressas, como fez o Doria. Doria, Rodrigo Garcia e Rossieli, que criaram quase 2300 escolas PEI, que nós chamamos aqui da farsa da escola de tempo integral.

Deixando claro que nós não somos contra a escola de tempo integral. Nós somos a favor, mas não nesse modelo do PSDB, que foi instalado, que é um projeto excludente, um projeto autoritário, que exclui uma boa parte dos nossos alunos da rede estadual.

Mas o prefeito Ricardo Nunes publicou essa Instrução Normativa nº 24, de 2023, ampliando a permanência alunos na rede municipal sem nenhuma estrutura, não se preocupando com a jornada de trabalho dos profissionais da Educação, com a vida funcional dos professores...

Algo feito no atropelo para apenas mostrar no seu programa eleitoral que ele ampliou a escola de tempo integral na cidade de São Paulo também. Mas já alerto o prefeito Ricardo Nunes que não vai funcionar, porque o PSDB fez a mesma coisa e foi derrotado aqui em São Paulo. O povo não é bobo, a população está esperta, tem senso crítico e está percebendo todas essas manobras.

Ele tentou agora, recentemente, deputado Suplicy, também implantar o que o Estado já implantou aqui: o professor categoria “O”, o professor com contrato precarizado, que ele chamou de professor residente.

Era um nome mais bonito, disfarçado, mas não deu certo porque os vereadores na Câmara Municipal, de oposição, opuseram-se, sobretudo a nossa bancada do PSOL e ele teve que voltar atrás.

Ele queria implantar o professor categoria “O” na prefeitura e queria também, agora... Ele não queria, ele está tentando, agora, implantar a farsa da escola de tempo integral na rede municipal.

Mas já existem ações - eu quero destacar aqui - e uma delas é o PDL, o projeto de decreto legislativo, do nosso vereador Celso Giannazi, na Câmara Municipal, membro da Comissão de Educação, que protocolou o PDL nº 75, que revoga, que susta, que anula essa famigerada Instrução Normativa nº 24. O vereador Celso Giannazi também já ingressou com uma representação no Ministério Público contra esse modelo farsante de escola de tempo integral.

Quero ainda, Sr. Presidente, dizer que nós estamos também, hoje, ingressando com uma representação do Ministério Público e uma outra no Tribunal de Contas, por conta desse escândalo.

Mais um escândalo, agora em São Paulo, agora governo estadual. Eu quero colocar aqui a foto da matéria da “Folha de S.Paulo” de hoje, porque nós já estávamos acompanhando e denunciando a máfia das plataformas digitais da Secretaria Estadual de Educação.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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Quero colocar aqui que saiu uma matéria hoje dando conta de que o governo estadual, através da Seduc, fez uma compra, sem licitação, de uma plataforma digital, por mais de 30 milhões de reais, que só vai durar 18 meses.

Está aqui, matéria de hoje da “Folha de S. Paulo”: “Governo Tarcísio contratou plataforma de videoaulas por 30 milhões sem licitação”, olha isso é um absurdo, 30 milhões. E esse contrato, esse serviço só vai durar, deputado Suplicy, 18 meses. Está aqui. Um absurdo isso, 30 milhões.

Ele justifica dizendo que essa empresa, Alura é o nome da empresa, ela tem notória especialização, então por isso que houve a dispensa de licitação. Quero lembrar que essa empresa foi contratada também na Secretaria do Paraná, a Secretaria Estadual de Educação, quando o secretário Renato Feder também era o gestor da pasta, ele era secretário no Paraná, então ele contratou a mesma empresa. Engraçado, agora ele trouxe essa empresa para São Paulo, porque agora ele é o secretário em São Paulo.

E tem mais, Sr. Presidente, para concluir, essa empresa invadiu os celulares dos professores lá no Paraná, sem autorização, essa empresa Alura. Isso é um absurdo total, nós estamos vendo, Sr. Presidente, aqui, me parece que uma máfia das plataformas digitais.

A Secretaria da Educação só pensa em aplicativos, plataformas digitais, livros digitais, tentou retirar o livro físico, nós barramos através da nossa liminar na justiça, mas é um governo que não tem nenhuma preocupação com a educação dos nossos alunos, só pensa em encher a rede com plataformas, com material digital e, logicamente, com os materiais da empresa desse secretário Renato Feder, que é a Multilaser, ele é o dono da Multilaser e ele já vendeu os produtos, 200 milhões em contratos, para a Seduc no ano passado, porém ele mesmo que fiscaliza o pagamento da Secretaria da Educação, da qual ele é o secretário, para a sua própria empresa, a Multilaser.

É um escárnio total, Sr. Presidente, mas nós já estamos tomando providências no dia de hoje, vamos ao Ministério Público Estadual e ao Tribunal de Contas, para que essa compra seja investigada.

Essa e outras, Sr. Presidente, porque nós estamos acompanhando com lupa a compra dessas plataformas digitais, porque isso virou uma máfia, um pesadelo, inclusive para os professores e professoras da rede estadual, e para os alunos também.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Quero saudar aqui ainda os alunos e professores que estão acompanhando os nossos trabalhos na Assembleia Legislativa.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Tem a palavra, o deputado Reis, do Partido dos Trabalhadores, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o presidente Suplicy, que conduz os trabalhos, o deputado Giannazi. Cumprimentar o público presente, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica, da Polícia Militar, e todos aqueles e aquelas que estão em suas residências e nos acompanham pela Rede Alesp.

Presidente, eu primeiro quero iniciar minha fala fazendo um repúdio ao secretário de Segurança Pública, o senhor Guilherme Derrite, por conta de uma apreensão de maconha que se deu na cidade de Euclides da Cunha, pela Polícia Militar, e que ele colocou ou se não colocou, mas estava lá, mas colocou em sua rede social, fotos, adesivos do presidente Lula nesses tabletes, em sua rede social.

Isso é um absurdo, não pode um secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, fazer uma infantilidade dessa, uma agressão ao presidente da República, à sua imagem, querendo fazer ali certas analogias inadequadas, motivo pelo qual nós vamos - já conversei com o líder da bancada do PT - nós vamos, sim, convocá-lo a esta Casa, para dar explicações sobre isso, porque isso não é papel de um secretário da Segurança Pública; um secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo. Repúdio esse comportamento inadequado de um secretário de Segurança.

Depois, presidente Suplicy, eu quero falar sobre um fato que aconteceu, ontem, aqui. Foi trazido pelo deputado Paulo Mansur. Ele não está presente, mas eu presumo que ele acompanha a Rede Alesp e ele vai tomar conhecimento do que eu estou falando.

Ele trouxe aqui uma pergunta: “Quem mandou matar o Jair Messias Bolsonaro?”, questionando a questão da facada - olha só - querendo fazer uma analogia com a pergunta que se dá: “Quem mandou matar Marielle Franco?” Porque quem matou, já se sabe, mas quem mandou matar?

Primeiro que o senhor Jair Messias Bolsonaro ficou quatro anos na frente da Presidência da República, comandando a Polícia Federal, comandando as Forças Armadas e comandando a Abin. Chefe da Abin!

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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Se em quatro anos ele não tem a resposta, é porque ele foi um presidente incompetente. Ou, se ele sabe a resposta, ele não quis divulgá-la porque, talvez, traria um prejuízo para ele. Porque o senhor Adélio - que está preso - ganhou o título de louco e, como todos sabem, os loucos são inimputáveis. Os loucos não respondem pena de prisão, os loucos respondem por medida de segurança. Então, tudo o que o senhor Adélio falar, se ele falar a verdade, não vale porque ele tem o título de louco.

Em nenhum momento o senhor Jair Messias Bolsonaro recorreu disso aí. Ele poderia ter recorrido, entendido que realmente o senhor Adélio tentou matá-lo, que ele não era louco, e que ele deveria responder pela tentativa de homicídio. Ou, nesse caso, nem tentativa de homicídio, pela lesão corporal que lhe foi causada.

Porque, à medida que ele se restabeleceu, não dá para dizer que houve um homicídio tentado. Pode se dizer que houve uma lesão corporal. Então o senhor Adélio, que deveria responder por essa lesão corporal ou pela tentativa de homicídio, ganhou esse título de louco. E os loucos são inimputáveis pela nossa legislação.

“Ah, mas tem advogados trabalhando para o Adélio!” Bom, é verdade que, de repente, por conta de um caso que se tornou famoso na mídia, aparecem pessoas querendo advogar para também, naquele momento, ganhar nome, aparecer ali na televisão, se colocar, ficar famoso e até captar outros clientes. Mas também é um fato que a Polícia Federal, a Abin, quem estava investigando, já deveria ter tido essa resposta.

Então não cabe aqui criar essa narrativa que o partido bolsonarista quer criar. Não cabe essa narrativa aqui. Não cabe! Talvez a verdade, desde que apareceu esse tema da facada.

Se a gente pesquisar nas redes sociais do período, nós vamos descobrir que tem lá informações. Por que o Adélio frequentava o mesmo clube de tiro do Bolsonaro? A questão do Teori Zavascki, que até hoje não está explicada - o delegado que investigava a morte de Teori Zavascki foi assassinado.

Então tem uma série de questões que aconteceram na República, que ainda não estão claras. A própria facada do senhor Jair Bolsonaro ainda não está clara. Agora, não cabe criar essa narrativa para querer fazer uma analogia à injustiça, à agressão, à violência que se praticou contra a Marielle Franco.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Deputado Reis, muito obrigado. Com a palavra a deputada Carla Morando. (Pausa.) Com a palavra o deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com a palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Com a palavra a deputada Leticia Aguiar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Guilherme Cortez.

Lista suplementar. Com a palavra o deputado Danilo Balas. (Pausa.) Com a palavra a deputada Professora Bebel. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ediane Maria. (Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Carlos Giannazi, prezados Srs. Deputados, Sras. Deputadas, quero aqui expressar a minha solidariedade ao Fernando Haddad, ministro da Fazenda, à Ana Estela e a sua família, em virtude de que hoje, às três horas da manhã, um motociclista parou diante da sua casa e arrombou o seu portão. Daí quatro homens chegaram em um automóvel, armados, mas não conseguiram invadir a casa.

Às cinco horas da manhã, uma funcionária que trabalha na casa de Fernando Haddad percebeu o portão arrombado e o avisou; ele estava ainda dormindo. Ele então viu pelas câmeras de segurança a ação tanto da pessoa que chegou diante da casa dele de moto e arrombou o portão, como dos quatro homens armados que consideraram invadir a sua casa, mas não conseguiram.

A Polícia Federal, a Polícia Civil, ambas foram chamadas pelo ministro e estão contribuindo para desvendar o caso, mas eu expresso aqui minha solidariedade a esse extraordinário homem público, Fernando Haddad, e a sua esposa, Ana Estela.

Gostaria também de informar que, na semana passada, eu comuniquei aqui em plenário a proposta da Prefeitura de São Paulo de fechamento do Autonomia em Foco, uma tipologia de acolhimento para pessoas em situação de rua, mas não obtive retorno ao ofício enviado à Smads, em 28 de agosto, em que questionei diversos pontos acerca dessa extinção.

Na última segunda-feira, eu, a vereadora Luna Zarattini e a deputada Federal Erika Hilton protocolamos uma representação ao Ministério Público de São Paulo acerca da extinção da tipologia da Autonomia em Foco.

No documento, expusemos os fatos e requeremos a abertura de procedimento para a averiguação dos fatos narrados e a recomendação urgente de que a Prefeitura de São Paulo interrompa a transferência das famílias do Autonomia em Foco.

Antes dos esclarecimentos acerca das questões levantadas nessa representação, há a solicitação de que a Smads apresente o estudo diagnóstico que embasa a sua decisão de extinção do referido equipamento; a solicitação de que a Prefeitura de São Paulo informe, de forma coletiva, em assembleia, no serviço e com presença substancial dos usuários, acerca do processo de reordenamento e garanta a voz e voto às pessoas acolhidas no Autonomia em Foco, registrando e informando a este Ministério Público qual a manifestação dos atingidos; e a solicitação de que a Prefeitura de São Paulo, previamente a qualquer transferência, leve a pauta para o comitê Pop Rua, em reunião convocada para esse fim, registrando a concordância ou discordância desse conselho de participação por meio de resolução a ser votada pelos conselheiros após a apresentação dos motivos dessa decisão.

Aguardamos um retorno do Ministério Público acerca dessa representação. Relembro que as duas unidades do Autonomia em Foco foram criadas em 2014. São equipamentos muito procurados por pessoas em situação de rua, justamente por terem quartos individualizados e pelas pessoas terem mais liberdade e autonomia, principalmente possibilidade de cozinhar o próprio alimento na cozinha compartilhada.

Na unidade da Armênia, os quartos são suítes, então o banheiro é individualizado. Já na unidade da Liberdade, os banheiros são compartilhados. O equipamento acolhe desde pessoas sós até casais ou filhas com crianças, desde que possuam alguma autonomia para se manter.

Portanto, faço um apelo à Prefeitura de São Paulo, para que seja reconsiderada a decisão de extinção da tipologia Autonomia em Foco, equipamento tão buscado por pessoas em situação de rua.

Sr. Presidente Carlos Giannazi, devo eu subir para que V. Exa. possa novamente falar?

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gostaria de que V. Exa. continuasse presidindo essa sessão, para que eu possa agora fazer o meu pronunciamento, deputado Suplicy.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Tem a palavra então o deputado Carlos Giannazi, líder do PSOL, pelo tempo regulamentar do Pequeno Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Eduardo Suplicy, que fez uma importante denúncia hoje aqui contra a reforma agrária para os ricos, a entrega das terras públicas, devolutas, do estado de São Paulo para os grandes latifundiários, invasores, repito, de terras públicas, que deveriam estar disponibilizadas para a reforma agrária dos assentados.

Sr. Presidente, eu quero aqui tratar de vários temas, mas abrindo aqui o meu primeiro tema sobre uma questão gravíssima que está acontecendo na Rede Estadual de Ensino, que nós estamos acompanhando.

Eu me refiro aqui em relação à previdência dos servidores, dos professores admitidos pela Lei nº 1.093, de 2009, a famigerada lei aprovada pelo PSDB aqui na gestão do Serra, que eu votei contra, e que precarizou a contratação dos professores, não só dos professores, mas também de agentes de organização escolar, e até mesmo em outras secretarias.

O fato é que nós temos quase 100 mil professores nessa lei, contratados no contrato precarizado, que são professores vítimas da duzentena, da quarentena. São professores que têm a redução dos direitos e dos benefícios. Por exemplo, eles não podem nem utilizar o Iamspe, o que é um verdadeiro absurdo.

Mas o que está acontecendo? Além de tudo isso, Sr. Presidente, agora os professores categoria “O” estão preocupadíssimos, porque há o desconto previdenciário. Eles, infelizmente, por conta dessa famigerada lei, eles são encaminhados ao regime geral da previdência, ao INSS, eles não têm direito à aposentadoria pública, São Paulo Previdência.

Então, há o desconto previdenciário no holerite do professor categoria “O”, porém, ninguém sabe onde está o dinheiro desse desconto, dessa contribuição. Parece-me que o dinheiro sumiu, o gato comeu, como dizia a música. Ninguém responde. Eu já fiz requerimentos de informação? Tem um jogo de empurra, o governo não responde, e os professores, com razão, estão preocupados.

Diante disso, nós pedimos à deputada federal aqui de São Paulo, Luciene Cavalcante, que é professora, supervisora de ensino, uma militante histórica aqui da Educação do estado de São Paulo, que ela fosse ao INSS, ao Ministério da Previdência, ver se o governo estadual estava transferindo essa contribuição, porque esse é o procedimento.

Então, o desconto é feito pelo governo estadual, só que ele tem que transferir para o INSS, porque o professor categoria “O” vai se aposentar pelo INSS.

Acontece que essa transferência não está chegando, agora, no INSS. Inclusive, a deputada Luciene Cavalcante foi ao ministério, conversou com os responsáveis por esse setor, teve reunião, teve audiência e ninguém sabia disso. Depois, ela fez também um requerimento e foi oficializada agora que realmente o dinheiro não está sendo direcionado, não está sendo depositado no INSS.

E ninguém explica aqui em São Paulo também, tanto é que, no próprio ofício endereçado à deputada Luciene Cavalcante, o INSS sugere até que a gente acione a Receita Federal, e nós já o fizemos.

A deputada federal já acionou a Receita Federal, porque pode se tratar - pode! - de um grande crime contra os quase 100 mil professores categoria “O” e outros servidores também, como agentes de organização escolar contratados por essa lei e de outras secretarias, que podem exceder o número de 100 mil servidores contratados pela Lei nº 1.093.

O dinheiro desapareceu da Previdência dos professores categoria “O”, mas nós tomamos providências através da deputada Luciene Cavalcante. Ingressamos já com uma representação na Receita Federal e no Ministério Público também para que haja uma investigação.

Nós queremos saber onde está o dinheiro descontado da contribuição previdenciária de 100 mil servidores categoria “O”, como professores e agentes de organização escolar admitidos pela Lei nº 1.093.

Isso é grave, Sr. Presidente. Nós já fizemos, repito, um requerimento de informação e até agora nada. O governo se calou, não explica para a categoria, não vem a público dizer onde está o dinheiro da contribuição previdenciária do professor categoria “O”, mas agora a Receita Federal vai investigar, porque isso é crime, Sr. Presidente. Não vamos admitir.

O Ministério Público também. Vamos acionar os dois agora: o Ministério Público estadual e o Federal também, porque envolve recursos que estariam indo para o INSS, responsável pela aposentadoria dos professores categoria “O” do estado de São Paulo.

Isso é grave, Sr. Presidente. Tenho aqui o ofício do INSS dizendo que não sabe, que não recebeu um centavo. Está aqui o ofício endereçado à deputada federal Luciene Cavalcante, que esteve lá pessoalmente em uma audiência no INSS.

Então, nós exigimos providências, Sr. Presidente. Gostaria que cópias do meu pronunciamento fossem encaminhadas à Secretaria da Fazenda e à Secretaria de Gestão para que providências sejam tomadas e que haja publicidade. Queremos saber onde está o dinheiro da contribuição previdenciária dos professores categoria “O”, admitidos pela Lei nº 1.093.

Quero ainda, Sr. Presidente, aproveitar a oportunidade, se V. Exa. me permitir...

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Sim. Vossa Excelência, como um representante tão assíduo e que sempre comparece aqui, tem direito a mais uma comunicação pelo Pequeno Expediente, dado que não há outro deputado que agora esteja querendo falar.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy. Olha, deputado Suplicy, a gente vive uma crise aqui na Educação do estado de São Paulo sem precedentes, mas tem tanta incompetência também, e irresponsabilidade.

Quero me referir aqui, Sr. Presidente, isso aqui é um escárnio também, olha: nós aprovamos aqui anualmente o Orçamento. No Orçamento, tem as emendas impositivas que apresentamos individualmente, que são referendadas pela Lei Orçamentária.

A deputada estadual Erica Malunguinho, que hoje não é mais deputada, mas foi uma brilhante e importante deputada estadual, ela apresentou uma emenda que foi aprovada, beneficiando a Escola João Kopke, que fica aqui nos Campos Elíseos, uma escola que precisa de reforma, de investimento.

Ela aprovou uma emenda para que haja uma obra, a emenda impositiva - está na Lei nº 2022.04238966. Essa é a emenda da deputada Erica Malunguinho. Foi aprovada; porém, não foi executada até agora. A escola precisando, Sr. Presidente.

Olha, é para os seguintes serviços, serviços a serem executados: pintura de todas as salas de aula, pintura do piso de entrada, pintura das portas, troca de todos os vidros quebrados das salas de aula, troca de lâmpadas, substituição do alambrado da quadra, manutenção de calhas da quadra, instalação de três refletores no corredor da secretaria, instalação de quadros brancos, instalação de espelho no elevador, conserto do portão dessa escola que eu conheço, já visitei, já fui lá quando ela não tinha nem iluminação.

Enfim, Sr. Presidente, a emenda não chegou ainda, 210 mil reais. Esse dinheiro está fazendo falta para a escola João Kopke, que fica ali, vizinha da Secretaria da Educação.

Esse secretário fala tanto em aplicativos, gasta milhões e milhões em aplicativos, mas não resolve um problema básico, não libera uma emenda parlamentar aprovada no orçamento, emenda impositiva, dentro da lei, que deveria estar lá na escola.

Nós já estamos no mês nove, em setembro, o orçamento foi aprovado no ano passado, Sr. Presidente, isso é uma irresponsabilidade, uma incompetência, é um descaso com a escola pública.

Também quero que esse meu pronunciamento seja entregue, direcionado ao secretário da Educação, para que ele tome as providências, libere o recurso para a escola, o dinheiro existe, está lá, liberado, nós aprovamos aqui na Assembleia Legislativa, Sr. Presidente. Emenda da deputada Erica Malunguinho.

Isso é um desrespeito à educação, à escola João Kopke e também à própria Assembleia Legislativa, que aprovou essa emenda. Então, que cópias do meu pronunciamento sejam entregues imediatamente ao secretário Renato Feder e que ele pare de brincar um pouco com os aplicativos, com o material digital, e vá às escolas, lá no chão da escola, ver a situação. E que libere imediatamente, em caráter de extrema urgência, esse recurso para que a escola passe a funcionar de forma adequada.

Aproveito ainda, Sr. Presidente, eu tenho vários temas importantes para tratar no dia de hoje. Ainda falando da incompetência, do descaso da Secretaria da Educação, foi realizado um concurso algum tempo atrás para supervisor de ensino e também para agente de organização escolar. O que aconteceu?

No final do ano passado, eles foram chamados, as pessoas aprovadas para os dois concursos escolheram os seus cargos, as suas diretorias de ensino, as suas escolas, e faltou só a nomeação final para que eles pudessem, enfim, assumir.

Sr. Presidente, até hoje, mês nove, setembro, até agora nada. A secretaria está cometendo improbidade administrativa no caso aqui dos supervisores de ensino. Tem um edital e os cargos que constam no edital não foram cumpridos.

O governo não chamou os cargos do concurso, o número de cargos mencionado no edital do concurso. Isso é improbidade administrativa, tem 79 vagas, 79 pessoas foram aprovadas, já escolheram as suas escolas, fizeram até um exame médico e não foram ainda nomeadas.

É um absurdo isso, é um descaso com a Educação, mas isso é improbidade administrativa também. Nós vamos representar, se o governo não resolver isso em uma semana, nós vamos ao MP e ao Tribunal de Contas, pedindo para que providências sejam tomadas imediatamente.

E esses servidores que foram aprovados, muitos deles já estão na rede, supervisores de ensino e muitos agentes de organização escolar também, que já lecionam, que já trabalham no contrato precarizado. Eles deveriam ser chamados imediatamente.

Então, fica aqui a nossa exigência à Secretaria da Educação, para que faça a nomeação imediata dos 79 aprovados no concurso de supervisão escolar e também para os cargos de agentes de organização escolar, até porque as nossas escolas estão totalmente sem funcionários.

Ainda, Sr. Presidente, quero também aqui destacar que nós continuamos a nossa luta. Eu faço um apelo à Assembleia Legislativa, para que derrube o veto ao PLC 2, de 2013, que nós aprovamos na Assembleia Legislativa. A Assembleia aprovou o nosso PLC 2, de 2013. É um projeto importante que garante o óbvio, a aposentadoria especial para os gestores: diretor de escola, supervisor e coordenador pedagógico.

Eles são da carreira do Magistério, logo, têm direito à aposentadoria especial.

Tanto é que o estado de São Paulo me parece ter um ódio dos servidores, sobretudo dos profissionais da Educação, Sr. Presidente, porque a PGE não admite isso, não reconhece esse direito, que já teve decisão, inclusive, do Supremo Tribunal Federal. Muitos municípios reconhecem, outros estados reconhecem, mas o estado de São Paulo não reconhece.

No entanto, Sr. Presidente, muitos gestores recorrem à Justiça e ganham as causas, deixando a PGE em uma situação difícil, porque ela não reconhece, mas perde todas na Justiça, e quem entra na Justiça acaba conseguindo. Só que demora, a pessoa tem um tempo enorme que ela fica esperando para ter acesso a um direito garantido, repito, pela LDB, pela Constituição, porque o...

Explicando aqui para a PGE e para o governador, que vetou o projeto: o governador Tarcísio vetou o projeto que nós apresentamos, um projeto de minha autoria, que foi construído coletivamente, com vários coletivos de supervisores, de diretores, de coordenadores de escolas. O projeto foi aprovado, inclusive o deputado Conte Lopes ajudou a aprovar o projeto, vários deputados. Um projeto importante.

Agora tem que derrubar o veto. Se a Assembleia aprovou, derrube-se o veto. Então, faço um apelo, deputados e deputadas, vamos derrubar esse veto, para que seja garantido o direito à aposentadoria especial dos diretores, supervisores e também dos coordenadores pedagógicos da rede estadual, como já é na Prefeitura de São Paulo. Tão simples assim.

E finalizo, Sr. Presidente, também pedindo o apoio da Assembleia Legislativa para derrubar o veto ao PLC 34/18, que garante o enquadramento do cirurgião-dentista do SUS, do Sistema Estadual de Saúde, na carreira médica, como é em vários lugares, em vários estados e municípios. Aqui em São Paulo não, o cirurgião-dentista está fora da carreira médica.

O projeto foi aprovado em 2018 e foi vetado pela gestão do Doria. Olha que absurdo. Nós aprovamos em 2018, porém a gestão Doria vetou o projeto. E nós temos que derrubar esse veto também, porque é um veto importante, que vai valorizar uma carreira fundamental hoje no Sistema Único de Saúde, aqui no estado de São Paulo, que é um cirurgião-dentista.

Sr. Presidente, nós temos que garantir a saúde bucal para a população do estado de São Paulo em todo o território, 645 municípios. No entanto, esse veto do Doria, do PSDB, tem prejudicado essa importante categoria.

Então, é fundamental que esse veto seja derrubado em caráter de extrema urgência. Fica aqui o nosso apelo a todos os deputados e deputadas, para que nós possamos avançar também nessa pauta.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado pela tolerância do tempo.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputado Carlos Giannazi. Agora tem a palavra o deputado Conte Lopes, pelo tempo regimental do Pequeno Expediente, cinco minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, sempre senador, Eduardo Suplicy, Sras. Deputadas, Srs. Deputados.

Acompanhava, há pouco, as colocações do deputado, senador Suplicy, falando a respeito, solidarizando-se com o ministro Fernando Haddad, que praticamente teve a casa quase invadida, onde estavam ele e a filha, por bandidos, nesta madrugada, o que demonstra o crescimento do crime em São Paulo e no Brasil.

Aqui também, ontem mesmo eu coloquei aqui na tribuna - não sei se ainda tem o Machado aí - bandidos matando um policial, executando a pena de morte. É o fim do mundo o que está acontecendo em São Paulo e no Brasil. Matam qualquer um. Os bandidos querem matar e matam, e o pior de tudo, não tem pena.

Como é que pode uma coisa dessa? Um coitado de um idoso, aposentado da Polícia, varrendo a rua... É brincadeira. Isso aí tinha que ir para o mundo inteiro, como vai para o mundo inteiro se caçar o brasileiro que matou a namorada só aqui que a imprensa não põe, ninguém fala, ninguém cobra quem fez isso aí.

É um negócio realmente do outro mundo, é um negócio realmente de outro mundo. Como agem fácil os bandidos, como matam fácil, veja bem, e não tem impunidade, é impune, eles ficam impunes.

O brasileiro lá, Danilo não sei o que, que matou a namorada nos Estados Unidos, foi condenado à prisão perpétua. Aqui um crime desse aí não é condenado a nada, a 12 anos, 15 anos, puxa três e vai embora, e tem saidinha temporária.

Tem um monte de ladrão na rua, bandido, que foi solto dia 12, não sei o porquê. Saidinha temporária, antigamente era no Dia dos Pais. Agora todo dia é dia de saidinha. E voltam no dia dezenove. Por que saíram no dia doze? Não sei.

Então, é um absurdo que isso aconteça. Não há punição, a ponto de eles invadirem a casa de um ministro. E se eles conseguem invadir, que está o ministro lá com a filha adolescente?

O que acontece com ele e com a filha? Mas, não, tudo bem, aqui no Brasil pode tudo, está tudo à vontade, mata e não acontece nada. O bandido que matou, o brasileiro que matou a namorada foi condenado à prisão perpétua em um ano, não sai mais da cadeia.

O bandido, que é advogado, ex-policial, Mizael de Souza, sei lá, que matou a Mércia Nakashima, irmã do nosso amigo, deputado Marcio Nakashima, que nós ajudamos na prisão dele na época, que levou a namorada também para uma represa em Piracaia, jogou a menina dentro da água e, depois de atirar, a matou afogada com o carro... foi difícil para a gente encontrar aquele carro. O Delegado Olim foi quem acompanhou o caso na época, eu era deputado.

O cara já está na rua, o cara matou a namorada a tiro e afogou, jogou dentro de um rio. Foi condenado, a imprensa toda, há dez dias estava saindo da prisão de terno, todo bonitão como se fosse artista, o Mizael. Estava saindo... então não há punição no Brasil. Então, bandido invade casa de ministro, mata policial a hora que bem entender, policial aposentado, que nem policial é mais. É um idoso, é um velho como eu. Que defesa tem um idoso, um velho como eu quando eles chegam em quatro para matar o cara? Qual a defesa?

Então, quando a gente vem cobrar aqui, até com indignação, não é possível que aconteça isso. Como dizia o Dr. Edison Santi, delegado de Polícia que trabalhou comigo, isso é problema do Congresso Nacional, mas o nosso Congresso, delegado Edison Santi, o pessoal é mais TikTok hoje, é tudo artista.

Eles andam na rua, parecem artistas, ninguém briga por nada, não tem. Tem que mudar isso por prisão perpétua para quem mata policial, para quem mata dona de casa, pai de família.

Agora, o cara vai para matar um idoso aposentado, e mata na cara dura. Um está preso, e aí? A primeira saidinha o juiz vai lá e assina. Ele vai para a rua. A primeira saidinha que tiver no ano que vem, ele está no meio - põe esse aí junto - ele vai e não volta mais. Infelizmente é a impunidade que se vive no Brasil, nosso presidente, sempre senador, deputado Suplicy.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças...

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Deputado Conte Lopes, nós vamos agora encerrar o Pequeno Expediente e abrir o Grande Expediente. O senhor é o primeiro na lista presente para o Grande Expediente. Eu serei o segundo.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

 * * *

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Então, tem a palavra...

Para seguir o preceito regimental, vou rapidamente ler aqui os oradores inscritos do Grande Expediente.

Delegado Olim. (Pausa.) Thainara Faria. (Pausa.) Rafael Saraiva (Pausa.) Paulo Fiorilo. (Pausa.) Enio Tatto. (Pausa.) Professora Bebel. (Pausa.) Beth Sahão. (Pausa.) Valdomiro Lopes. (Pausa.) Caio França. (Pausa.) Major Mecca. (Pausa.) Donato. (Pausa.) Carlos Cezar. (Pausa.) Simão Pedro. (Pausa.) Atila Jacomussi. (Pausa.) Capitão Telhada. (Pausa.) Rui Alves. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.

Tem a palavra pelo tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, caro, sempre senador, Eduardo Suplicy, então a gente volta à tribuna. Queria cumprimentar o Fernando Fernandes Matos, filho de um amigo meu, o Zezinho da Vila Maria, grande cabeleireiro da Vila Maria, grande amigo, grande irmão, de muitos e muitos tempos.

Eu vou voltar, de novo, a falar sobre impunidade. A gente esperava, porque na campanha a gente via os candidatos a deputado, o cara vinha com dez seguranças, parecia artista, parecia o Roberto Carlos na minha época, o Pelé, um monte de segurança, tal. Vai tudo para Brasília, chega lá... Vamos criar uma lei, vamos fazer alguma coisa para proteger a população. Está certo, Dr. Edson Santos?

É o Congresso Nacional que tem que se manifestar. Prisão perpétua, cadeia, acabar com saidinha temporária desses caras que cometem esse crime. Como é que o cara pode executar um policial aposentado? Que defesa ele tem varrendo a rua, sendo atacado por quatro bandidos, morto na frente da família?

Nesse mesmo dia, um outro policial, da Rodoviária, foi atacado no mesmo lugar, em São Vicente, da mesma forma. Está lá o sargento da Polícia Militar fazendo um churrasquinho com a filha de 13 anos, recebeu vários tiros também. Ele estava armado e escapou, deu sorte, escapou.

Então está aí, o Litoral que nós estamos cobrando há tanto tempo. Quando assumiu o Doria aqui em São Paulo como governador e colocou o general Campos como secretário, no primeiro dia em que o general Campos veio aqui eu cobrei isso - seis anos atrás, cinco anos atrás - da morte de policiais no Litoral. Era o crime crescendo no Litoral.

Então, o que vai se fazer? Ou então faz alguma coisa. Não tem jeito? Proíbe-se policial de ir para o Litoral. Policial que tem uma casinha no Litoral, igual a esse coitado que morreu, então o governo vai lá, compra a casa, dá o dinheiro e manda ele embora, fala “nós não temos condição de dar segurança para vocês”.

Até para mim também. Até para mim também. Porque você não pode mais ir a uma praia, que você pode ser assassinado por um bandido? O bandido recebe uma ordem de não sei quem da cadeia e manda te matar, manda matar o policial. Espera aí, onde nós estamos?

E nós assistimos... invade a casa do ministro e nós assistimos. E não há punição? Não é punição para você sair no dia da saidinha temporária, punição mesmo, severa. Olha, por que não tem prisão perpétua para quem mata policial dessa maneira? Por quê? Ele não aplicou a pena de morte no policial? “Não pode ter pena de morte no Brasil. Ah, pelo amor de Deus, não pode!”

Mas isso aí não é pena de morte? Quando você vai em quatro ou cinco e pega uma pessoa sem nenhuma condição de defesa e enche ela de bala, você está fazendo o quê? O que você está fazendo? Não está matando a pessoa, não é pena de morte isso aí? Você não está matando a pessoa? Mas não, tudo normal, natural.

E a nossa imprensa está pensando no cachorro que prendeu o cara lá nos Estados Unidos. Não cobra nada disso, não cobra coisa nenhuma e nem vão cobrir na casa do ministro também, exigir, nada, vão ficar nisso daí. Infelizmente.

Então a gente vai continuar cobrando aqui, nesta Casa, que é o nosso trabalho. Aqui o deputado fala e aqui ele tem o direito de cobrar o que está acontecendo em termos de Segurança Pública. Não é questão de direita, de esquerda, de centro, de política, é segurança para o povo, que é a nossa campanha.

Por que a gente fala em colocar a Rota na rua? Porque o povo confia na Rota. Não é que ela é melhor que os outros. Quando a gente fala em Rota, é evidente que atinge o povo. O povo sabe que o trabalho do policial é eficiente e honesto, que não faz acordo com bandido e que tem que estar nas ruas combatendo o crime.

Não é em casos especiais, na minha opinião também, humilde opinião. Não adianta se criar, “matou um policial, vamos criar uma Operação Escudo”. A Operação Escudo, no meu modo de ver - sou da polícia desde que eu nasci, e na polícia entrei - seriam 24 horas por dia, todos os dias do ano. Isso é a Operação Escudo.

A polícia não pode parar... Aconteceu um crime, você vai lá. Pelo menos no meu tempo de polícia, graças ao bom Deus do céu, toda vez que mataram um policial civil, militar, no meu turno de serviço, nós fomos buscar os bandidos. Se veio em pé, veio deitado, era problema dele. Mas que ele vinha, ele vinha. Ninguém ia levar bandeira, fazer festa para a família, não. Chorar em cima do morto.

Não, não adianta. Tem que dar resultado. Esses bandidos têm que ter medo de alguma coisa. Se ele mata esse coitado aí que matou, um tal de Gerson, sargento, ele mata qualquer um outro.

Qual é o problema? Da mesma forma como ele conseguiu matar, ele mata outro. Se reúnem três, quatro, passam de moto lá, veem o cara; o cara na padaria tomando um café, levando a mulher na escola, e matam o cara. E fica tudo normal, natural.

Então, é isso que nós temos que mudar. E tem que mudar as leis lá no Congresso Nacional mesmo. A função dos deputados federais é essa aí, dos senadores. É mudar a lei. Parece que o pessoal lá, hoje em dia, é tudo TikTok, né.

Até na polícia, tem muito TikTok também. Tem que trabalhar, fazer a coisa funcionar, meu Deus do céu. Não podem ficar impunes umas coisas dessas. Não pode se matar um homem dessa maneira, um velho, um idoso aposentado, sem defesa.

Ah, o Código do Idoso. A defesa do idoso... E matam o cara assim, porque ele foi policial. Ninguém nem sabe o que ele fez na vida, se ele já prendeu alguém, deixou de prender; se ele trabalhava na época com banda de música no quartel, num rancho, qualquer lugar de fazer comida. Mas não, simplesmente ele estava ali, alguém resolveu...

E não foi a primeira vez. Aquela vez em que eu cobrei do general Campos aqui, no governo Doria, eram policiais da Rota saindo de serviço que foram fuzilados. Ele até falou: “fica tranquilo, deputado. Está aqui o Dr. Olim, nós já vamos prender os bandidos”.

Cadê, Campos? Prenderam? Não, não prenderam. Os policiais estão mortos até hoje. Ninguém prendeu ninguém. E o crime está crescendo no litoral, como está crescendo na capital, e a gente viu o que aconteceu hoje na casa do ministro, né.

Então, é essa a nossa colocação. Ou nós colocamos, realmente, a polícia na rua para trabalhar... E não é a polícia de direita... Porque aqui é assim, né: o cara que fala que é da esquerda defende os direitos humanos, esse aí defenderia os bandidos. E os de direita querem matar os bandidos. Não, eu acho que polícia não é nada disso.

O cidadão de bem, que trabalha, tem direito a segurança, independentemente de quem está no governo, se é esquerda, se é direita, se é PT, ele tem direito à segurança, ele tem direito de andar nas ruas, como em qualquer lugar do mundo. O cara tem direito à segurança, não a ter uma terra cada vez mais dominada por bandidos.

Eles estão mais armados, mais preparados, com aviões, com helicópteros. Estão à vontade. Estão cada vez mais preparados, e nós estamos cada vez pior. Cada vez, estamos pior. Nada melhora.

Ainda, aqui em São Paulo, estão unificando um pouco a polícia aí, porque puseram a polícia na mão da polícia; isso pelo menos o Tarcísio fez certo. Tem o secretário Derrite, que é policial, tem o delegado-geral, que é policial, Dr. Artur, tem o coronel Cássio. A cúpula da polícia.

Agora, precisa se dar apoio para esse pessoal também trabalhar, né. Não pode é bandido fazer o que bem entender, e a gente só faz rezar, porque rezar, minha gente, não adianta, hein. Já prendi bandido que um farmacêutico em Osasco ajoelhou e pediu pelo amor de Deus para não fazer nada com a família dele, e o bandido, simplesmente: “só para você ver que Deus não está aqui, toma”. E matou o cara. Bandido é assim. Não há acordo entre bandidos; bandido não tem acordo. Não tem.

Então, fica aí a nossa colocação.

Obrigado, Sr. Presidente.

Estou já subindo, para Vossa Excelência...

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Se V. Exa. puder assumir um pouco, eu farei ainda uma breve fala. Muito obrigado. Depois do deputado Conte Lopes, Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Lucas Bove. (Pausa.) Leci Brandão. (Pausa.) Paulo Mansur. (Pausa.) Solange Freitas. (Pausa.)

Vinicius Camarinha. (Pausa.) Fabiana Barroso. (Pausa.) Luiz Fernando Ferreira. (Pausa.) Ana Perugini. (Pausa.) Dr. Elton. (Pausa.) Delegada Graciela. (Pausa.) Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Andréa Werner. (Pausa.) Alex Madureira. (Pausa.) Rogério Santos. (Pausa.) Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Márcia Lia. (Pausa.) Jorge Wilson Xerife do Consumidor (Pausa.) Sebastião Santos. (Pausa.) Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Ediane Maria. (Pausa.) Eduardo Suplicy. (Pausa.)

Portanto, peço agora ao deputado Conte Lopes que possa presidir.

 

* * *

- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Então, acompanhando agora o Grande Expediente, o nobre deputado Eduardo Suplicy, nosso sempre senador. Terá o prazo regimental de 10 minutos para o uso da palavra no Grande Expediente.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado por sua gentileza, presidente Conte Lopes, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.

Eu gostaria de aqui reportar que, no dia 11 de setembro último, eu fiz uma visita à Anvisa, para uma reunião com a segunda diretora da Anvisa, senhora Meiruze Freitas, que atendeu a mim, à Associação Cannabis Medicinal Flor da Vida, por seu presidente Enor Morais, bem como o professor André Gonzaga dos Santos, da Unesp de Araraquara.

Foi um encontro muito acolhedor, atencioso, comprometido. Nós discutimos sobre os encaminhamentos a serem seguidos para a ampliação do uso e para a realização de pesquisas sobre a planta, e as possibilidades de uso terapêutico. Será necessário que tenhamos um envolvimento de diversos entes federativos, como o ministro da Justiça, a Casa Civil, o Ministério da Agricultura e Pecuária, o Ministério da Saúde, entre outros.

Após a reunião na Anvisa, eu também almocei com o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar do Brasil, que é o deputado Paulo Teixeira, que falou sobre a importância de que os Projetos de lei nºs 89, de 2023, 399, de 2015, e 10.549, que tratam da questão relativa à utilização da planta medicinal cannabis para fins medicinais, sejam votados.

Pois, dessa maneira, poderemos ter uma regulamentação que versa sobre o cultivo, o preparo, a comercialização e o transporte da cannabis terapêutica. Eu quero informar que na próxima terça-feira haverá uma reunião na Câmara dos Deputados, convocada pela deputada Talíria Petroni, do PSOL.

Para, justamente, estarmos conversando, dialogando sobre como avançar na direção de, no Brasil, se permitir a utilização da cannabis medicinal. Para cuidar de tantas doenças que acontecem, que atingem, por exemplo, as crianças, e também os mais idosos, como a doença do Alzheimer, de Parkinson, e outras.

Então eu gostaria de também informar que hoje pela manhã houve uma reunião muito significativa, produtiva, na Câmara Municipal de São Paulo, onde eu representei a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.

E a Luna Zarattini presidiu a reunião, representando a Câmara Municipal de São Paulo, pela Comissão de Direitos Humanos. E lá tivemos um diálogo, seja com os moradores, comerciantes e representantes da Segurança Pública, da Secretaria da Habitação e da Saúde, para então avançarmos na direção de como resolvermos os problemas da chamada Cracolândia.

Então, foi uma reunião muito produtiva, cujos resultados continuarão a ser objeto de nossa reflexão.

Muito obrigado, presidente Conte Lopes.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradecemos as palavras, nobre senador Suplicy. Continuamos com a nossa lista do Grande Expediente. Nobre deputado Reis. (Pausa.) Nobre deputada Carla Morando. (Pausa.) Nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Nobre deputado Gil Diniz. Vossa Excelência tem o prazo regimental de dez minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, nobre deputado Conte Lopes. Boa tarde aos deputados presentes aqui no Grande Expediente, deputado Eduardo Suplicy, deputado Teonilio Barba, boa tarde aos assessores, policiais militares e civis, público que nos assiste pela Rede Alesp.

Presidente, eu venho aqui a esta tribuna justificar a minha ausência aos meus pares nos últimos dias. Os deputados, as assessorias têm me perguntado da ausência aqui no Parlamento. O deputado Teonilio Barba inclusive me ligou para saber se estava tudo bem. Graças a Deus, deputado Barba, estava tudo bem, sim.

Tentei resumir aqui em breves palavras o motivo da minha ausência. Participei de um curso de relações internacionais, promovido pelo governo de Taiwan. Coloquei aqui um resumo, seguindo o nosso sempre senador Eduardo Suplicy, que sempre faz seus discursos aqui muito bem feitos. Vamos tentar aqui resumir.

É com grande satisfação que compartilho com todos vocês a experiência profundamente enriquecedora que vivenciei durante minha recente viagem oficial a Taiwan, representando a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Essa jornada proporcionou-me a oportunidade de explorar e estreitar laços com uma nação notável, uma terra que ostenta uma história rica, uma economia vibrante, uma política democrática, exemplar, e uma cultura cativante.

Taiwan ou República da China é uma ilha situada no leste asiático, cuja descoberta pelos portugueses no século XVI a levou a ser batizada de Formosa, um nome que perdura até hoje. Com uma população de aproximadamente 23 milhões de habitantes, Taiwan é um testemunho notável de resiliência e progresso. Sua história é marcada por uma trajetória de transformações e superação.

Desde o período colonial espanhol, holandês, japonês, até a sua evolução para uma sociedade democrática vibrante. No âmbito econômico, Taiwan figura como uma potência mundial em tecnologia e manufatura. É o berço de empresas líderes em eletrônicos, chips e semicondutores, como a prestigiada TSMC, que tem desempenhado um papel central na inovação global.

Sua dedicação à pesquisa e desenvolvimento é notável, e tive a honra de visitar o centro de pesquisas em Hsinchu, onde pude testemunhar presencialmente o trabalho de vanguarda que está sendo lá realizado.

Visitamos outros órgãos governamentais e empresariais. Tive oportunidade de percorrer parte da malha ferroviária de Taiwan, seus trens de alta velocidade, trens mais simples, porém tão confortáveis e confiáveis, quanto seus trens de alta velocidade, assim como parte da malha metroviária de Taipei, capital de Taiwan, além de Hsinchu, pude ir de trem até Jiufen, de metrô até Tamsui, e prometi que, ao retornar ao país, visitarei Kaohsiung, passando pela belíssima cidade de Tainan.

No cenário político, Taiwan se destaca como uma democracia vibrante, caracterizada por eleições livres, liberdade religiosa e de expressão, o que contrasta fortemente com a sua vizinha do outro lado do estreito, a China continental. A determinação de Taiwan em preservar sua identidade, sua independência, sua soberania é admirável, apesar dos desafios constantes que enfrenta.

Além disso, tive a oportunidade de explorar algumas das belezas naturais que Taiwan oferece: as majestosas montanhas do Parque Taroko são de tirar o fôlego e a cidade histórica de Jiufen é um tesouro cultural, onde pude experimentar a calorosa hospitalidade de seu povo.

Quero expressar minha profunda gratidão ao Ministério das Relações Exteriores de Taiwan, que foi responsável pelo curso do qual participei, o 11º Curso de Relações... Curso avançado, deputado Suplicy, de Relações Internacionais promovido pelo Ministério das Relações Exteriores de Taiwan, conhecido como Mofa.

Também sou grato ao Sr. Luis Fong, cônsul de Taiwan em São Paulo, pelo convite generoso; ao Sr. Lucas e sua jovem equipe de diplomatas, incluindo o Sr. Jason (Inaudível.), o Sr. Emilio (Inaudível.) e a admirável diplomata Catarina.

Eles desempenharam um papel fundamental para tornar essa viagem tão produtiva e significativa. Agradeço ainda ao Sr. Lino Cheng, diretor do departamento da América Latina e Caribe do ministério taiwanês, que nos deu as boas-vindas em uma aula esclarecedora sobre Taiwan e suas relações internacionais.

Não posso deixar de mencionar que o curso proporcionou a oportunidade de estabelecer laços políticos e de amizade com outros parlamentares de toda a América Latina. Estiveram presentes os deputados da Guatemala Víctor Valenzuela e Mynor de La Rosa; a deputada chilena Marta González; o deputado chileno Cristhian Moreira; a senadora pela Colômbia Liliana Benavides Solarte; Karina Dávalos, deputada no Equador; Martín Marquieyra, deputado na Argentina; Jorge Alvear, deputado no Uruguai; Salvador Caro, deputado no México.

O curso foi uma excelente oportunidade para se fazer uma rica troca de experiências, abrindo portas para uma maior integração com nossos vizinhos e irmãos latino-americanos.

Também não posso deixar de mencionar a honrosa presença dos deputados federais Marcos Pollon e Silvia Waiãpi. A Silvia é uma deputada indígena, ela é do nosso partido, deputado Conte Lopes, do PL, como o deputado Marcos Pollon também, representando o Mato Grosso do Sul. Ambos engrandeceram e honraram a representação do parlamento brasileiro nesse curso.

Ainda, como é de conhecimento de todos aqui presentes, Taiwan atual é originada da Guerra Civil Chinesa entre os nacionalistas do partido Kuomintang, liderados por Chiang Kai-shek, e os comunistas liderados por Mao Tsé-Tung.

Quando os comunistas conquistaram as regiões mais importantes da China e não havia mais chance de vitória para os nacionalistas, Chiang Kai-shek deslocou todo o seu governo para Taiwan, onde permaneceu no poder até 1975.

Até 71, a ONU reconhecia o governo de Taiwan como sendo o legítimo governo chinês, o que mudou com a aprovação da Resolução nº 2.758, na qual a República Popular da China passou a ser a única representante oficial da China na ONU, retirando-se todos os funcionários do governo de Chiang Kai-shek da ONU e de outros órgãos internacionais. Até hoje, Taiwan pleiteia o que é justo e digno para o seu povo: participar dos organismos internacionais.

A China continental trata Taiwan como uma província rebelde e reivindica o seu controle totalitário. A atuação do governo de Pequim e seu esforço brutal no campo internacional impedem Taiwan de integrar a Interpol, por exemplo, ou a Organização Internacional de Aviação Civil e até mesmo a OMS, causando inúmeros problemas de ordem prática, não só para Taiwan, mas para todo o mundo.

Em resumo, Taiwan é uma nação que merece nossa admiração e respeito. Estou confiante que nossas relações sólidas e crescentes com esse país continuarão a ser benéficas para ambos os países, principalmente o nosso amado estado de São Paulo.

Me empenharei para que essas relações cresçam ainda mais e que São Paulo seja a locomotiva que lidere o Brasil a apoiar o ingresso de Taiwan na ONU e nos demais órgãos internacionais; neste momento, ao menos, como membro observador, de modo a viabilizar a solução de diversos problemas de ordem prática que envolvem a segurança global.

Por fim, gostaria de compartilhar uma breve reflexão: quão atrasados estamos no Brasil? Taiwan era um país muito mais pobre do que o nosso na década de 50, hoje é uma nação que pode ser considerada de primeiro mundo.

Quase toda a sua população jovem fala inglês e mais de 45% da população entre 25 e 65 anos possui ensino superior, enquanto apenas 20% dos nossos jovens de 25 a 35 anos concluíram o ensino superior.

O Brasil já está atrasado e, se não fizermos mudanças significativas, jamais estaremos aptos a competir com os asiáticos no futuro. Taiwan e outros tigres asiáticos são exemplos a serem seguidos por nosso País, pois conseguiram, com êxito, sair de uma economia pobre e sem perspectiva para se tornarem nações ricas, com alto nível de educação e uma distribuição de renda equitativa. Tudo isso sem abrir mão de um ambiente político livre e democrático.

Agradeço a todos pelo apoio nessa missão e por compartilharem dessa jornada de descoberta e amizade internacional. Viva Taiwan e seu povo, viva São Paulo, viva o Brasil, viva a América Latina.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Vossa Excelência me permite um aparte?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pode usar o restante do meu tempo, deputado Suplicy, com toda certeza.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Quando eu estive, na última semana de agosto, na Coreia do Sul, participando do 22º Congresso Internacional da Rede Mundial da Renda Básica, tive a notícia de que, em Taiwan, há a formação de uma organização muito forte que está defendendo a instituição da renda básica em Taiwan.

Assim como na Coreia do Sul, onde o candidato à presidência da República que perdeu a eleição por 0.8%, menos de 1%, tinha como uma das suas principais metas instituir a renda básica até que um dia chegue a ser universal e incondicional.

Então, primeiro quero cumprimentá-lo pelo relato tão bem feito da sua viagem, que nos traz informações muito relevantes. Dentre as sugestões que eu deixei para a Coreia do Sul, especialmente ao visitar a chamada zona desmilitarizada entre a Coreia do Sul e do Norte, tem um lugar onde se pode deixar mensagens, e eu escrevi em uma fita e deixei lá pendurada a mensagem para que logo possa haver a renda básica de cidadania na Coreia do Sul e na do Norte, para que então possa haver a união e a paz entre as duas Coreias.

E faço o mesmo apelo com respeito à República Popular da China e à República da China em Taiwan. Quem sabe eles possam unificar e promover a paz através de instrumentos tais como a renda básica universal.

Meus cumprimentos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Agradeço, deputado Suplicy.

Presidente, uma breve comunicação antes de levantar a sessão, só para dialogar com o deputado Suplicy?

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência tem o prazo regimental.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Deputado Suplicy, muito me honra aqui esse aparte no final da minha fala. Taiwan, como eu disse aqui nesse relato, era um país extremamente pobre na década de 50 e se transformou em uma economia pujante.

Pelos dados que nós obtivemos lá, a renda per capita em Taiwan é superior a 90 mil dólares americanos. É uma economia muito forte. Eles são especialistas em chips, em semicondutores. A indústria de Taiwan é muito forte.

Andei muito pelo país, visitei várias regiões, não só a Capital e sua região metropolitana, como visitei as montanhas do Taroko, tentei visitar Kaohsiung, mas não consegui, é um grande complexo industrial também. E digo para o senhor o que vi, ou o que não vi nas ruas, uma população vulnerável, tão pobre nas ruas, como nós vemos aqui na nossa cidade de São Paulo.

É óbvio que lá deve ter a extrema pobreza também, mas é algo que está sendo trabalhado, algo que está sendo combatido. E obviamente nós queremos unir forças, entender o que o governo de Taiwan fez, o que os organismos públicos, privados também fizeram para que um país extremamente pobre, um país que viveu ali uma guerra civil, uma guerra civil brutal, um país que está, e eu disse isso para o vice-ministro, disse isso para o Sr. Lino, embaixador, que Taiwan sofre com todo o autoritarismo de Pequim, que reivindica o território.

Só que é uma nação, deputado Suplicy, um país que quer a sua liberdade, quer o seu direito de existir, eles têm trabalhado fortemente. Eles não querem retornar à China continental; eles querem o direito de existir, de participar de organismos internacionais, como a ONU, como a Interpol. Eles não participam. A China assedia diuturnamente os parceiros para que não tenham sequer contato com as autoridades de Taiwan.

Eu dou meu relato pessoal aqui, deputado Suplicy, porque a cônsul chinesa em São Paulo veio à Comissão de Relações Internacionais solicitar que os deputados não tivessem nenhuma relação com as autoridades de Taiwan. Ela veio à nossa Casa, e eu respeito muito o povo chinês do continente ou da Ilha de Formosa, de Taiwan, mas não podemos aceitar que nos digam o que fazer.

Então, eu dou vivas aqui ao povo de Taiwan, que é a primeira trincheira na defesa da liberdade. Deputado Suplicy, mais de 40% do parlamento de Taiwan são formados por mulheres.

Há uma presidente mulher, hoje, em Taiwan, a presidente Tsai. É um povo vibrante, eu posso dar aqui vários exemplos, o diplomata Jason Liu, a maneira que ele nos recebeu. Fala Português, inclusive.

Talvez um dia, quando o Brasil reconheça Taiwan como um país independente, ele possa ser o nosso cônsul aqui em São Paulo ou nosso embaixador em Brasília. É um povo que tem muito a ensinar para o Brasil, é um povo que tem muito a aprender com os brasileiros também.

Então, agradeço muito aqui o convite, a oportunidade, e vamos estreitar essas relações porque, quem sabe, essa Renda Básica de Cidadania que V.Exa. tanto defende, é um projeto de sua vida e nós aqui fazemos coro com V.Exa., esteja lá também e esteja aqui no Brasil.

Então, agradeço aqui o seu aparte e dou esse relato porque fui e vi pessoalmente o que eles não têm e são, e vejo aqui todos os dias no Brasil o que nós temos e não somos, mas buscamos diuturnamente esse progresso para o nosso povo.

Obrigado, deputado Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Muito obrigado. Meus cumprimentos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Presidente, se houver acordo aqui entre os líderes, levantar a presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V.Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 33 minutos.

 

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