30 DE MARÇO DE 2012

011ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DOS “90 ANOS DE FUNDAÇÃO DO PCdoB”

Presidente: JOOJI HATO e LECI BRANDÃO

RESUMO

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que o Presidente Barros Munhoz convocara a presente sessão solene, a requerimento dos Deputados Pedro Bigardi e Leci Brandão, com a finalidade de "Comemorar os 90 Anos de Fundação do PCdoB". Convida o público para, de pé, ouvir o "Hino Nacional Brasileiro". Informa que o PCdoB foi fundado em junho de 1922. Dá conhecimento de que, por diversas vezes, o partido foi considerado ilegal. Relaciona a história do PCdoB com a da democracia no País. Destaca a importância desta solenidade. Lê mensagem enviada pelo Presidente efetivo desta Casa, Deputado Barros Munhoz, em homenagem ao PCdoB.

002 - LECI BRANDÃO

Assume a Presidência.

003 - NIVALDO SANTANA

Mestre de Cerimônias, informa que esta solenidade seria transmitida pela TV Alesp em data oportuna e anuncia apresentação de vídeo comemorativo aos 90 anos do PCdoB, produzido pela direção nacional do partido.

004 - Presidente LECI BRANDÃO

Destaca a história do PCdoB. Cita políticos que já passaram pelo partido, como Luis Carlos Prestes. Menciona políticas contra a discriminação racial elaboradas pela sigla. Destaca a importância de movimentos sindicais para a valorização dos trabalhadores do País. Cita o político João Amazonas e o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Faz agradecimentos gerais.

005 - NIVALDO SANTANA

Mestre de Cerimônias, anuncia apresentação musical do Coral de Funcionários da Cetesb, regido pelo maestro Gualtieri Beloni Filho.

006 - APARECIDO LUIZ DA SILVA

Diretor de Comunicação do PT de São Paulo, ressalta os 90 anos de história do PCdoB. Menciona figuras históricas que já passaram pelo partido.

007 - NIVALDO SANTANA

Mestre de Cerimônias, dá conhecimento de mensagens alusivas ao evento.

008 - RENATA DE SOUZA

Da Direção Estadual da União da Juventude Socialista, cita o nome de integrantes do PCdoB. Menciona perseguições já sofridas pelo partido e por seus integrantes. Relaciona a história do partido à do Brasil.

009 - NADIA CAMPEÃO

Presidente do Comitê Estadual de São Paulo, lamenta acusações sofridas pelo PCdoB no ano passado. Menciona celebrações realizadas em homenagem aos 90 anos do partido. Informa que, este ano, deve ser realizado evento em homenagem aos 40 anos da Guerrilha do Araguaia.

010 - NIVALDO SANTANA

Mestre de Cerimônias, anuncia apresentação da cantora Railidia, que interpretou "A Bandeira de meu Partido", de Jorge Mautner, acompanhada por Helinho Guadalupe no cavaquinho.

011 - DYNEAS DE AGUIAR

Militante e ex-dirigente do PCdoB, destaca o trabalho realizado pela Deputada Leci Brandão. Recorda conferência, ocorrida em 1962, responsável por reestruturar o PCdoB. Lê trecho da revista "Princípios" sobre o fato. Ressalta a importância do acontecimento para a história do partido. Lamenta a "chacina da Lapa", ocorrida em 1966, e responsável pela morte de integrantes do partido.

012 - WALTER SORRENTINO

Secretário Nacional de Organização do PCdoB, saúda os presentes. Menciona homenagens recebidas pelo PCdoB por seus 90 anos. Fala sobre a história do partido. Lamenta os militantes mortos durante a ditadura militar. Destaca a coerência ideológica do PCdoB. Lembra o fim do regime socialista na Rússia. Destaca o papel do partido no apoio aos governos do ex-Presidente Lula e da Presidente Dilma Rousseff. Cita o nome de atuais e ex-integrantes do partido.

013 - NIVALDO SANTANA

Mestre de Cerimônias, anuncia apresentação de ritmistas do bloco carnavalesco Unidos do Pé Grande, acompanhando a cantora Railidia na interpretação de "Vermelho", de Chico da Silva.

014 - Presidente LECI BRANDÃO

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

* * *

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

* * *

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NIVALDO SANTANA - Boa noite. Nós vamos iniciar a Sessão Solene em homenagem aos 90 anos de fundação do PCdoB. Nós convidamos para presidir os trabalhos, o nobre Deputado Jooji Hato, vice-Presidente desta Casa, neste ato representando o Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Barros Munhoz. (Palmas.)

Convidamos também uma das signatárias da convocação desta Sessão Solene, deputada líder do PCdoB, Leci Brandão. (Palmas.)

Convidamos o Secretário Nacional de Organização do PCdoB, Walter Sorrentino. (Palmas.)

E a Presidente Estadual do PCdoB, Nadia Campeão. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior.

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NIVALDO SANTANA - Nós chamamos também para compor a Mesa o vereador e ex-deputado estadual e ex-deputado federal, Jamil Murad; (Palmas.) nossa ex-deputada estadual, Ana Martins; Vander Geraldo, Presidente do Comitê Paulistano do PCdoB; (Palmas.) Carlos Eduardo Siqueira Pinheiro, Presidente da União da Juventude Socialista de São Paulo; (Palmas.) Rosina Conceição, Coordenadora Estadual da União Brasileira de Mulheres, UBM; (Palmas.) Rosa Anacleto, Vice-Presidente Estadual da União de Negros Pela Igualdade, UNEGRO; (Palmas.) Maria José da Silva Lia, Secretária Geral da Federação das Associações Comunitárias do Estado de São Paulo; (Palmas.) Alexandre Cherno, da União Estadual dos Estudantes de São Paulo; (Palmas.) Nicole Mendes, Presidente da União Estadual de Estudantes Secundaristas, UPES; (Palmas.) Alcides Amazonas, Coordenador do Escritório da ANP de São Paulo. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Senhoras e Senhores, nesse instante quero cumprimentar as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados.

Essa Sessão Solene foi convocada pelo Presidente efetivo desta Casa, Deputado Barros Munhoz, atendendo solicitação da Deputada Leci Brandão e do Deputado Pedro Bigardi, com a finalidade de homenagear os 90 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do Subtenente Músico PM Emerson Pereira.

* * *

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

* * *

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Essa Presidência agradece aos integrantes da Banda da Polícia Militar e também comandada aqui pelo Subtenente Emerson Pereira, em nome de todos os Srs. e Sras. Deputados, e em nome também de todos os integrantes do PCdoB.

O PCdoB nasceu em 1922 sob a inspiração das ideias marxistas leninistas. No ano do seu nascimento, do mês de junho, o PCdoB já caiu na ilegalidade. Era o Governo de Epitácio Pessoa.

O PCdoB volta à legalidade no ano de 1927, caindo novamente na ilegalidade em 1935, era do Presidente Getulio Vargas. Volta à legalidade após o fim do Estado Novo, em 1945, quando seus dirigentes são anistiados e elegem 14 deputados federais e um senador, o saudoso Luis Carlos Prestes, para a nova Assembleia Nacional Constituinte.

Em 1947, com cerca de 200 mil filiados, o seu registro era novamente cassado. Era o Governo Dutra. Em 1948, seus Parlamentares são caçados. Em 1960, há a cisão entre o PCB e o PCdoB, voltando à legalidade dos anos 80. E por que estou colocando aqui todas essas datas e todas essas idas e vindas do Partido? Porque a história do PCdoB conta a história da democracia do país. Pode parecer até um tanto estranho, mas o fato é que o período em que o PCdoB esteve na legalidade, exercendo os seus direitos políticos, foram os períodos em que o povo brasileiro gozou da democracia, do voto direto e da liberdade de expressão. (Palmas.)

Então, estar aqui hoje, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, comemorando os 90 anos do PCdoB, significa estarmos em um período democrático da nossa história e mais, estamos no mais longo período democrático que o país já viveu. É com muita alegria que participo dessa feliz data comemorativa, e espero que possamos comemorar por muitos anos o aniversário desse partido que guarda a vontade e a defesa intransigente da classe operária.

Congratulações ao PCdoB, aos seus integrantes dos seus 90 anos, pela luta, pela resistência democrática; quero aqui terminar a minha fala dizendo ao Deputado Nivaldo Santos; à Nadia Campeão; ao meu ex-colega de Vereador na Câmara Municipal de São Paulo, Vereador Alcides Amazonas; ao Deputado Estadual Vereador Jamil, que foi colega conosco na Câmara Municipal de São Paulo; e também à Deputada Ana Martins, que foi minha colega como Vereadora; inclusive o nosso Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que foi colega nosso na Câmara Municipal. Fico muito feliz de estar aqui hoje nesse evento maravilhoso, mas termino a minha fala dizendo muito obrigado, parabéns a todos vocês, parabéns ao PCdoB por tudo que fez ao nosso país. Pela luta, pelo sacrifício, pela resistência e o exemplo que deram ao nosso país.

E agora, nesse instante, quero ler uma mensagem do nosso Presidente efetivo da Casa, Deputado Barros Munhoz, da qual eu represento nesse instante, em nome do Presidente e do Deputado Barros Munhoz.

“Sra. Deputada Leci Brandão, com os meus cumprimentos, dirijo-me a V. Exa. para parabenizá-la pela iniciativa, em conjunto com o Deputado e líder Pedro Bigardi, de realizar essa Sessão Solene para homenagear os 90 anos do Partido Comunista do Brasil, PCdoB.

Lamentavelmente, comunico minha impossibilidade de comparecer, mas feliz estou que a Presidência de tão importante sessão esteja sendo exercida por Vossa Excelência.

Solicito que repita aos presentes em tão digna sessão, minhas congratulações pelos 90 anos de existência do PCdoB, confirmando-se como partido político mais antigo do Brasil, tendo em sua história o destaque da presença de personalidades como fatos que marcaram a história contemporânea do nosso país, evidenciando sua luta sempre em favor do povo brasileiro, especialmente aos trabalhadores mais humildes. Registro meus votos, que a solenidade seja curada de sucesso e pleno êxito.

Atenciosamente, Deputado Barros Munhoz, Presidente.”

Nesse instante, então, eu passo a Presidência à nobre Deputada Leci Brandão. Muito obrigado.

* * *

- Assume a Presidência a Sra. Leci Brandão.

* * *

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NIVALDO SANTANA - Nós vamos convidar para integrar a Mesa também o Secretário de Comunicação do Diretório Estadual do PT, Aparecido Luis; (Palmas.) quero chamar também, representando a União da Juventude Socialista de São Paulo, Renata de Souza; (Palmas.) representando a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, CTB, o Presidente do SINTAEMA, Renê Vicente dos Santos. (Palmas.)

E avisar a todos os presentes que essa Sessão Solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web, e será transmitida pela TV Assembleia no próximo domingo, dia 01 de abril, às 21 horas. NET canal 13, TVA canal 66, TVA Digital canal 185, TV Digital Aberta Canal 61.2. Assistiremos agora ao vídeo comemorativo aos 90 anos, produzido pela direção nacional do PCdoB, agradecendo ao Deputado Jooji Hato, que abrilhantou essa Sessão Solene, presidindo a sua fase inicial. Muito obrigado, Deputado. (Palmas.)

* * *

- É feita a apresentação musical.

* * *

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Deus abençoe, proteja e ilumine todos que aqui estão. PCdoB, o Partido do Socialismo.

Somente um partido com esse significado, permite que na sua comemoração de 90 anos tenha uma pessoa como eu presidindo a Sessão Solene na Assembleia Legislativa. (Palmas.)

Estou extremamente emocionada, só lamento que minha mãe, D. Leci, não possa estar aqui. Ela está muito honrada, já liguei para ela antes de vir para cá. Afinal, não é só pela longevidade do PCdoB, mas principalmente pelo valor da sua história que se inicia com a luta dos trabalhadores, o direito do povo, o respeito à democracia e à defesa da soberania nacional. Astrogildo Pereira, Luiz Carlos Prestes, João Amazonas, de formas distintas e notáveis, lutaram inteligentemente sinto na construção do PCdoB.

Na Constituinte de 1946, Jorge Amado, que todo mundo conhece, deputado comunista apresentou Emenda garantindo ampla liberdade de culto religioso, inclusive para os afrodescendentes. (Palmas.)

Mas eu quero me reportar a essa Casa; essa Casa que eu conheço a pouquíssimo tempo. A Assembleia Legislativa, durante o Estado Novo, esteve fechada por quase 10 anos. Após a reabertura, em 1947, a Assembleia Legislativa de São Paulo teve a importante participação dos comunistas, que eu tenho o enorme prazer de citá-los agora.

Armando Mazzo, Caio Prado Junior, Catulo Branco, Clovis de Oliveira Neto, Estocel de Moraes, João Segura, João Cadorniga, Lourival Villar, Mautilio Muraro, Milton Caires de Brito, Roque Trevisan. Eu peço aplausos a esses 11 deputados. (Palmas.)

Com o fim do regime militar e a legalização do PCdoB, estiveram nessa Casa:

1985 a 1986 - Benedito Cintra. (Palmas.)

1990 - Jamil Murad e Denis Carvalho. (Palmas.)

1994 - Jamil Murad e Nivaldo Santana. (Palmas.)

1998 - Jamil Murad e Nivaldo Santana. (Palmas.)

2002 - Nivaldo Santana e Ana Martins. (Palmas.)

2010 - Pedro Bigardi e essa nova camarada. (Palmas.)

Minha gente, muitos homens e mulheres trouxeram a bandeira do PCdoB até aqui. Agora ela está em nossas mãos e devemos levá-la a diante, com a mesma combatividade e dignidade que nos foi deixada de herança nesses 90 anos. Não esqueçamos a inclusão da nossa etnia no centenário da abolição. O PCdoB criou a UNEGRO em 1988. O papel da UNEGRO é combater toda e qualquer ação que sinalize discriminação racial. E saibam que quilombolas e povos indígenas têm o apoio da UNEGRO. Salve a UNEGRO.

A juventude, essa juventude fantástica com a UJS, tem participação permanente na luta pelo acesso a educação, pressionando o Governo para que destine a esse projeto, 50% do pré-sal e 10% do PIB para a educação. (Palmas.)

Os trabalhadores da CTB entendem que para uma nação ser próspera, sem crises sociais e com salários justos, necessita de fortalecimento para o movimento sindical. (Palmas.)

A orientação do PCdoB para a FACESP é no sentido de organizar as associações de moradores com condições de núcleos para defender as reivindicações das comunidades. Comunidades que adoramos, tanto respeitamos e brigamos. Salve as comunidades.

Nós estamos vivendo um momento novo e desafiador. O Brasil precisa da contribuição do PCdoB para fazer do povo o protagonista principal das mudanças mais profundas. O novo projeto nacional de desenvolvimento tem rumo e tem caminho. O rumo é o socialismo, mas com a cara brasileira. O caminho é o fortalecimento da nação. Quero ressaltar que, nesse novo projeto nacional de desenvolvimento, a participação da mulher é importantíssima. É importantíssima para o avanço da participação. A presença feminina tem de estar nos postos de decisão do partido. Os Governos estaduais, os municipais, os legislativos, nos órgãos de gestão pública, nas empresas, a UBM por tudo que tem realizado, merece o nosso respeito. (Palmas.)

A musculatura do PCdoB está fantástica. Muita gente engrossando as fileiras para o enfrentamento das tarefas futuras. Povo de todas as etnias, todas as classes, todas as religiões, todas as opções sexuais, enfim, todos os cidadãos estão engrossando essas fileiras. Em um depoimento do João Amazonas, em que eu li, do nosso querido Senador Inácio, quando João Amazonas falou sobre a Guerrilha do Araguaia, ele disse o seguinte: “só vencemos o caminho difícil porque pensamos em termos de povo, e não de uma pequena elite que se arvora em vanguarda, capaz de substituir o povo na tarefa que a ele compete”. (Palmas.)

Mas ontem, eu e todo o país ouvimos o depoimento do nosso ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma coisa que me deixou muito emocionada. Não houve nesse período, uma única causa democrática e humanitária que não tivesse o abraço do PCdoB. (Palmas.)

Obrigado, ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Que bom que você está voltando.

Com a ajuda do PCdoB, meus amigos e meus camaradas, o Brasil continuará mudando para o bem de todos nós. Eu quero agradecer alguns professores que eu tenho, porque como eu disse a vocês, eu estou chegando agora, sou um bebê e acabei de chegar. Mas quero agradecer ao Nivaldo Santana, ao Rovilson Brito, Augusto Chagas, Rosina de Jesus, e a toda equipe, não só do nosso gabinete, mas também da liderança. Embora eu nunca tenha sido filiada a nenhum partido político, durante toda a minha vida artística, foi o PCdoB que me trouxe. Foi Orlando Silva Junior que inventou a minha candidatura, juntamente com Netinho de Paula. A esses dois homens eu devo a minha presença aqui hoje. (Palmas.)

Quero agradecer principalmente a toda militância, não só do PCdoB, mas também dos partidos aliados que nos ajudaram. E, principalmente, quero agradecer a todos os candidatos de 2010, porque foram os seus votos que me colocaram dentro dessa Assembleia Legislativa. Muito obrigada a todos vocês.

Viva o 25 de março! Viva o PCdoB! Viva o Brasil. (Palmas.)

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NIVALDO SANTANA - Nós pedimos para o Coral de Funcionários da CETESB, sob a regência do Maestro Gualtieri Beloni Filho, que se organiza aqui, eles serão os próximos, para apresentarem uma parte cultural.

Enquanto eles se organizam, quero comunicar que já se encontra na nossa Mesa o Dyneas de Aguiar, histórico dirigente do PCdoB, do comitê central, já foi vice-Prefeito. (Palmas.)

Comunicar também a presença de Aurélio Amaral, Superintendente Adjunto de Fiscalização da ANP; Valter Consorte, vice-prefeito de Tietê; Ronaldo Rodrigues, vereador do PCdoB de Apiaí; Andre Luiz R. da Silva, vereador do PV de Itaoca, Presidente da Câmara Municipal; Célio Gregório, vereador do PCdoB de Apiaí; Antonio Silvan Oliveira, Presidente do Sindicato dos Químicos de Guarulhos; Laércio Soares, Presidente da Câmara Municipal de Diadema; (Palmas.) Jean Lopes, nosso vereador de Mogi das Cruzes; Vereador Nivaldo Siqueira, de Sumaré; Reginaldo Oliveira, vereador de Batatais; Lourivaldo Soares, vereador de Riolândia. Daqui a pouco nós vamos anunciar outras presenças, e passamos a bola ao nosso Maestro da CETESB para fazer uma apresentação musical. Muito obrigado aos nossos companheiros da CETESB e do Coral.

* * *

- É feita a apresentação musical.

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NIVALDO SANTANA - Relembramos a todos os presentes, que essa Sessão Solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e no próximo domingo, às 21 horas, ela será retransmitida na NET canal 13, TVA canal 66, TVA Digital canal 185, TV Digital Aberta Canal 61.2.

Registramos também a presença do Capitão PM Antonio Carlos Luiz Magalhães, representando o Coronel PM José Luis Martins Navarro, Chefe da Assessoria Policial Militar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo; Marcos Emílio, representando o Deputado Federal Delegado Protógenes; Valter José Consorte, vice-prefeito de Tietê; Marcio Ferreira da Silva Bueno, Presidente do PCdoB de Araçariguama; Marcos Sérgio Duarte, Presidente do PCdoB de Santos; Cristian Lanfredi, Delegado de Polícia, representando o Delegado Geral da Polícia, Dr. Marco Carneiro Lima; Jair Marmelo, vereador de Ibiúna; Marcelo Arias, Associação Nacional de Pós Graduandos, ANPG; Vereador Divino de Oliveira, do PCdoB de Nazaré Paulista; vereador de Itaquá, Oscar Cabrera; Carlos Baladas, Presidente da Associação dos Jornais do Interior; Julia Roland, Diretora da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa Departamento de Apoio à Gestão Participativa do Ministério da Saúde; José Francisco Salvino, nosso companheiro Buiú, Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Jaguariúna e região; Márcia Lima, do Fórum Paulista de Travestis e Transexuais. (Palmas.)

Vamos ouvir agora o companheiro Cidão, que é Diretor de Comunicação do PT do Estado de São Paulo, para fazer uma saudação. Obrigado, Cidão.

O SR. CIDÃO - Boa noite a todos. Quero saudar a Presidente Estadual do PCdoB e assim saudar todas as mulheres. Saudar o Walter Sorrentino, Secretário Nacional de Organização do PCdoB, saudando assim todos os militantes. Saudar a minha madrinha Leci Brandão, a quem eu devo muito, e em nome dela, saudar todos aqueles que são Parlamentares, são diligentes de partidos, e estão presentes aqui hoje.

O Presidente Edinho, hoje tinha um evento no Instituto Lula de manhã, e ele tinha se programado para vir para cá, mas nosso partido, como o PCdoB, também é um grande partido, e no período de eleições, o PT é um grande partido, uma grande família, e como uma grande família também é meio ouriçada. Estamos em um processo de eleições internas especiais para montar diretório, e pintou um problema em uma cidade e ele precisou ir apartar. E ele falou para eu representar o PT e transmitir o abraço ao Partido Comunista do Brasil.

Noventa anos não é pouca coisa, são 90 anos de história. Partido que teve como João Amazonas como seu dirigente, partido cujos militantes ajudaram a formar a minha juventude, como a minha amiga Ana Martins que está aqui, e ajudou a formar toda uma geração de esquerda, como Jamil Murad, Aurélio Peres ou tantos outros.

Muitos estão de cabelos brancos, e muitos tombaram para que o PCdoB chegasse aqui hoje e ajudasse a construir um Brasil democrático e mais justo.

Vocês são os nossos irmãos mais velhos, que se renovam a cada dia. Eu vi aqui a juventude do PCdoB; e queria dizer à juventude do PCdoB, tenham orgulho dos seus velhos, porque eles nunca recuaram, eles nunca se venderam, eles nunca capitularam. O PCdoB compõe a reserva moral que ajuda a montar esse arco de centro esquerda, que deu sustentação ao Governo Lula nos bons e nos piores momentos do nosso Governo. E dá sustentação ao Governo da nossa Presidente Dilma. Obrigado, PCdoB. Vocês são parceiros e são irmãos. E, com vocês, nós queremos caminhar ainda por muito tempo. Obrigada a todos. Feliz aniversário. Viva o PCdoB.

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NIVALDO SANTANA - Obrigado, Cidão, nesse ato representando a direção estadual do PT.

Nós vamos anunciar uma sequência de mensagens, que pediríamos que ouvissem e, só ao final de todas elas, aplaudissem para a gente economizar no tempo. Mas nós recebemos e agradecemos a mensagem do Coronel PM Álvaro Batista Camilo, Comandante da Polícia Militar do Estado de São Paulo; Presidente da Câmara Municipal de São Caetano do Sul, Sidney Bezerra da Silva; do Prefeito de Mogi das Cruzes, Marco Aurélio Bertaiolli; do Prefeito de José Auricchio Junior, Prefeito de São Caetano; Dr. Roberto Hamamoto, Prefeito de Caieiras; Marcio Chequetine, Prefeito de Franco da Rocha; Flavio Benvenuto, Assessor da Secretaria de Governo do Estado; Edson Simões, Presidente do Tribunal de Contas do Município de São Paulo; Diego de Nadai, Prefeito de Americana; Paulo Sergio Machado, assessor da Presidência de Pedreira; Osterno Antonio de Souza, representando a Secretaria da Cultura; Deputada Estadual do PT nessa Casa, Telma de Souza; do Prefeito de Nova Odessa, Manuel San Martin; e do Sr. Carlos Takahashi, que é o Chefe do Cerimonial da Assembleia Legislativa. Todos eles, o nosso agradecimento. (Palmas.)

O Sr. Carlos Takahashi manda a sua mensagem em nome do Prefeito municipal de São Paulo, Gilberto Kassab.

Representando todas as entidades presentes, e para homenagear a força guerreira da juventude, nós convidamos para fazer uso da palavra em nome da UJS Estadual, Renata de Souza. (Palmas.)

A SRA. RENATA DE SOUZA - Homenagear alguém que nos é importante em seu aniversário de 90 anos, já seria difícil por sua extensa história, e por todas as coisas que essa pessoa já viu. Agora homenagear o PCdoB, por seus 90 anos, em cinco minutos, e diante de camaradas tão valorosos além de não ser simples, é uma imensa honra.

Eu não poderia iniciar, sem citar alguns destes camaradas que estão presentes
aqui por sua fundamental existência ao longo desta história. Quero citar Astrogildo Pereira, e, em seu nome, saudar a presença dos fundadores do nosso partido. Quero citar Carlos Prestes e, em seu nome, saudar todos os parlamentares, e candidatos por nossa legenda ao longo destas nove décadas.

Quero citar Pedro Pomar, e em seu nome, saudar os camaradas da Lapa, e todos os que morreram na luta pela democracia e pelo socialismo. Quero citar João Amazonas, e em seu nome saudar a todos que dedicaram vidas inteiras para a construção diária do nosso partido. Quero citar Helenira Rezende e Antonio Ribas, e através deles saudar os camaradas da guerrilha do Araguaia, e todos os jovens combatentes que estiveram e estão presentes nas fileiras do nosso partido.

Ao longo destes 90 anos, nosso partido foi perseguido, morto, torturado; foi impedido de existir, de se manifestar, e sempre resistiu, reinventou-se e seguiu em frente. Essas comemorações são de extrema importância e relevância histórica, são comemorações públicas dos comunistas, na TV, no rádio, em diversos estados, em espaços de evidência, como esse, e para muitas pessoas. Isso é uma demonstração da nossa vitalidade, da nossa força e também uma demonstração da nossa resistência, que é a marca da nossa história. Recentemente, tentaram novamente nos atacar, tentaram manchar a nossa história, mas eles se espantaram com o que encontraram e com a nossa resposta, porque não existem manchas nessa história, a não ser as manchas de suor e de sangue da nossa luta por um país melhor. Porque ser comunista, não tem só a ver com nosso sonho, com nossa luta cotidiana, tem a ver com a nossa natureza de classe, tem a ver com nosso caráter. E essas são as marcas que nós, orgulhosamente, carregamos. Não participei de 86 anos desta história, mas como jovem, mulher e negra, e representando aqui a todos nós da juventude, me sinto honrada em fazer parte desta luta e de herdar a história de luta de muitos camaradas.

O PCdoB lutou pela democratização do nosso país, ajudou a derrubar Presidente e a eleger o primeiro operário e a primeira mulher à Presidência da República. Luta pelo desenvolvimento do nosso país e pelo socialismo. Luta pelo povo e pela pátria brasileira. É o partido mais antigo, e tem a sua história intrinsecamente ligada à história do Brasil. E o mais impressionante de estar completando 90 anos, é que nos mantemos como vanguarda, não paramos no tempo, não somos um partido careta, mesmo defendendo os mesmos
princípios de 90 anos atrás. Nosso partido completa, então, 90 anos, moderno e sem nenhuma ruga no rosto. Nós descobrimos a fonte da juventude! Compreender o seu tempo e
conseguir enxergar os caminhos para o futuro e para conquista do nosso sonho. Parabéns, não só aos membros do nosso partido, mas a todos os brasileiros, pelos 90 anos de PCdoB, e vamos juntos, rumo aos próximos 90.

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NIVALDO SANTANA - A Sra. Renata da UJS São Paulo falou em nome de todas as entidades, e nós queremos aproveitar a fala dela para estender a nossa homenagem ao Deputado José Cândido, recentemente falecido e que era avô da Renata. Uma salva de palmas em homenagem também ao seu avô. (Palmas.)

Nós vamos ouvir agora a Presidente Estadual do PCdoB, Nadia Campeão.

A SRA. NADIA CAMPEÃO - Boa noite camaradas, boa noite a todos. Quero fazer um cumprimento especial a Presidente dessa Sessão Solene, nossa Deputada Leci Brandão, que orgulha o nosso Partido, ao lado do Deputado Pedro Bigardi aqui na Assembleia Legislativa, na pessoa dela, cumprimentar a todos os companheiros, camaradas da nossa Mesa, e gostaria também de cumprimentar a todos os companheiros e companheiras que vem das partes do nosso Estado, da capital, do interior, que se dirigiram para cá, para fazermos essa comemoração solene em homenagem aos 90 anos do nosso Partido. Agradecer também a presença dos nossos amigos que sempre estão conosco nessas horas de luta e comemoração.

Queria agradecer ao Professor Hudson, que é um decano do Estado de São Paulo, que está presente com sua esposa, agradeço bastante e peço uma salva de palmas.

Camaradas, é uma honra e um orgulho para a nossa atual geração de comunistas participar das comemorações de 90 anos do PCdoB.

No ano passado, nós realizamos aqui nessa Casa, no Auditório Paulo Kobayashi, um ato em homenagem aos 89 anos e ali nós iniciamos os preparativos para os 90 anos. Do ano passado para cá, passou rápido. Nós praticamente nem percebemos que estávamos chegando aos 90 anos. No meio desse caminho, em outubro de 2011, conforme já falou a nossa companheira Renata, o nosso partido sofreu pesados e raivosos ataques, provenientes da direita conservadora do país, tentando macular a nossa trajetória, a nossa honra e as nossas lideranças. Um anticomunismo fora de época, na contramão do sentimento do povo brasileiro, que luta para aprofundar a democracia, ampliar a liberdade e que confiou as forças de esquerda ao comando desse país.

Mas com as águas de março, agigantou-se o PCdoB. Suas vitórias, seus feitos, seus líderes, seus heróis, a nossa luta e a nossa militância. Esse mês de março tem sido um mês de comemorações por todo o país. Nós realizamos uma grande festa no Rio de Janeiro no sábado passado, com mais de duas mil e 500 pessoas, onde brilhou o talento da Leci Brandão, Martinho da Vila, Netinho de Paula. Fizemos uma grande festa no Rio de Janeiro, na segunda-feira houve um ato comemorativo, uma Sessão Solene conjunta do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, que duraram três horas e meia no plenário do Senado, presidido pelo Presidente José Sarney em que praticamente todas as Bancadas de todos os Partidos fizeram a sua homenagem ao nosso Partido.

Ontem nós tivemos um extraordinário programa nacional de TV e rádio, que foi divulgado por todo o país, e os atos sucedem-se país afora, Assembleias Legislativas, em Câmaras de Vereadores, mesmo onde nós não temos representação nas Câmaras estão sendo lidas mensagens em apoio ao partido, realizado atos. Aqui no Estado de São Paulo, nós temos realizado atos muito grandes. No domingo houve uma grande festa em Jundiaí com mais de duas mil pessoas, ontem nós participamos de uma festa também com mais de mil pessoas na cidade de Suzano, capitaneado pela nossa pré-candidata a Prefeita em Suzano, a Carminha. Assistimos juntos a um programa de televisão e assim sucessivamente. Na Câmara Municipal de Guarulhos fizemos um ato bonito, sei que vai ter em Diadema também; e em todo o interior do Estado nós estamos comemorando o aniversário do Partido.

Mas não vai parar por aí não. Nós vamos realizar em abril ainda dois importantes atos. No dia 14 de abril nós vamos comemorar 14 anos da guerrilha do Araguaia, em uma homenagem aos guerrilheiros do Araguaia, que será no Memorial da Resistência, com a presença da Comissão de Anistia e o Presidente da Comissão de Anistia. Então, estão todos convocados para mais essa homenagem a companheiros e a um feito histórico do nosso partido. E no dia 20 e 21 de abril, realizaremos aqui em São Paulo, no auditório da UNIP, um seminário nacional que vai discutir a história, o legado e a atualidade do PCdoB. Esperamos contar também com um grande número de companheiros, teremos participação de intelectuais e representantes de partido de outros países, de Cuba, Vietnã, China, de países da América Latina. Teremos a presença de líderes nacionais do partido, Haroldo Lima, Aldo Rebelo, historiadores, acadêmicos, que vão tratar dessa rica trajetória do nosso partido.

Mas, camaradas, eu tenho certeza de que a nossa maior homenagem continuará sendo fazer do nosso partido uma grande força política, atuante em todas as linhas sociais, democráticas, anti-imperialistas, em defesa da paz, da soberania nacional e do socialismo. Eu quero, para finalizar, agradecer em meu nome e em nome de todos que estão aqui, a essa construção imaterial, histórica que é o nosso partido. Nós temos que agradecer a esse partido, porque esse partido nos trouxe a bandeira da esperança, nos ensinou a solidariedade nacional, a fraternidade, a sempre sentir a dor do nosso próximo, principalmente dos explorados, dos oprimidos, como uma dor nossa. Ensinou-nos a ter sonhos, e como nos disse o nosso cantor e poeta Milton Nascimento, os sonhos não envelhecem, e a gente se reconhece e se renova nas pessoas da juventude, na fala da Renata, que fala para nós que o segredo da nossa juventude é essa sucessão de gerações de comunistas que levam a luta adiante. Com compromisso, consciência, com compromisso ideológico, com a luta dos trabalhadores e do povo brasileiro. Portanto, muito obrigado PCdoB, viva o PCdoB e viva o socialismo. (Palmas.)

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NIVALDO SANTANA - Diadema também está aqui representada pela Bancada Mirim. Prefeito, vice-prefeito e vereadores mirins de Diadema. (Palmas.)

Já foi citada na intervenção da Nadia Campeão, nossa Presidente, registramos também a presença da Carminha, Secretária de Serviços Urbanos de Suzano.

O PCdoB é o partido da luta, da ciência, da cultura. Agora vamos ter mais um momento cultural, ouvindo nossa grande camarada, nossa amiga, a cantora Railidia, acompanhada pelo Helinho Guadalupe no cavaquinho, e vai cantar uma musica que se transformou em quase um hino nosso. Do Jorge Mautner, “A bandeira do meu partido”.

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- É feita a apresentação musical.

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NIVALDO SANTANA - Parabéns Railidia, parabéns Helinho. Vocês abrilhantaram bastante a nossa Sessão Solene.

Quem assistiu ao programa do PCdoB, tem percebido o nosso destaque às várias gerações que construíram o nosso partido. E se hoje o PCdoB é o que é, deve-se muito a figuras como Dyneas de Aguiar, militante socialista, que ainda adolescente, aluno do nosso colégio paulista Caetano de Campos, filiou-se a União da Juventude Comunista e ao Partido Comunista do Brasil. Foi da direção nacional do partido, de 1962 a 1994, foi Secretário Nacional de Organização por 11 anos. Por oito anos ele foi vice-prefeito do nosso Município do Vale do Paraíba, Campos do Jordão e com 80 anos de vida, ele tem 62 anos de militância do PCdoB.

Vamos ouvir agora nosso querido camarada, Dyneas de Aguiar.

O SR. DYNEAS DE AGUIAR - Boa noite a todos. Desculpem-me por falar sentado, é que eu tenho no momento uma certa dificuldade para fazer minha fala de pé; por isso que eu vou fazer sentado, mas com todo o respeito a todos vocês.

Eu quero, em primeiro lugar, saudar a nossa camarada Leci Brandão, que eu só conhecia pela televisão, como sambista. E sempre gostei muito dela. Agora, como Parlamentar do PCdoB, já virou amor, não é só gostar.

Quero saudar aqui o nosso camarada Walter Sorrentino, nosso Secretário Nacional de Organização; nossa camarada Nadia, que é Presidente do Partido aqui em São Paulo; nosso querido e honrado companheiro Orlando Silva; a todos os demais que estão na Mesa, os presentes no auditório e os representantes de outros partidos que vieram fazer essa festa conosco.

É tema recorrente nos pronunciamentos sobre os 90 anos do partido, afirmar que falar sobre esse período de nossa história é falar da própria história do Brasil, das lutas do nosso povo contra as injustiças sociais, em defesa da soberania nacional na defesa das liberdades democráticas e na busca permanente do desenvolvimento do país e do bem estar da população. É uma verdade que a vida comprova em todos os momentos no cenário político e social.

Sendo esse ato em São Paulo, abordarei dois momentos marcantes na vida do partido que ocorreram nessa capital.

Em fevereiro de 1962, foi realizada a conferência extraordinária que reorganizou o partido Comunista do Brasil; após um período de seis anos de intensa luta interna, entre a corrente revolucionária e a corrente revisionista-liquidacionista, que procurava afastar o seu partido do marxismo-leninismo, repudiando o seu caráter de classe proletário, que levaria a sua dissolução.

Com a criação do partido Comunista Brasileiro, foi consumada a divisão do movimento comunista no país, e aos que defendiam a existência do partido dentro dos princípios estabelecidos desde 1922, coube a tarefa de reorganizá-lo.

A realização exitosa da conferência foi um momento de júbilo e entusiasmo, com a confiança no futuro do partido por parte dos presentes; a conferência, mesmo sabendo que o caminho a ser percorrido seria árduo, mas necessário, tinha que ser enfrentado com destemor.

A vida comprovou a justeza dessa decisão histórica, e hoje podemos comemorar os seus 90 anos com um partido renovado, combativo e organicamente pujante.

Eu peço licença para fazer um comercial da revista Princípios. Esse número é todo dedicado aos 90 anos. Sobre a conferência, a revista diz o seguinte, a conferência extraordinária de 1962 e a reorganização do Partido Comunista do Brasil.

Em 18 de fevereiro de 1962, uma conferência extraordinária reorganiza o Partido Comunista do Brasil com a sigla PCdoB. À frente do processo, lideranças históricas como João Amazonas, Maurício Graboes, Pedro Pomar, Carlos Danielli, entre outros. O desempenho atual do PCdoB, presentes nas várias dimensões da vida política do país, enraizado nas lutas do povo, empunhando a bandeira do socialismo e empenhando no fortalecimento da nação, demonstram por si só o acerto e o valor daquela tomada de decisão dos comunistas em São Paulo.

Isso foi um grande momento. Foi um momento de alegria, entusiasmo, em que se olhava para frente, olhava-se para o futuro, sabendo que a tarefa seria árdua, mas a vida iria indicar se estávamos certos ou errados. No entanto, camaradas, outro momento vivido pelo partido nessa capital, foi ao contrário, de dor, tristeza e revolta. Em 16 de dezembro de 1976, ocorreu a chacina da Lapa.

Foi um duro golpe que os órgãos de repressão da ditadura militar deram contra o partido, que foi possível pela capitulação e traição de um dirigente do partido preso no Rio de Janeiro, e que trocou a sua vida pela entrega da reunião do comitê central. Foi um momento de extrema gravidade, que ameaçava a própria continuidade do partido. Foram assassinados os camaradas Pedro Pomar, Ângelo Arroyo e João Batista Drummond, e presos os camaradas Haroldo Lima, Aldo Arantes, Wladimir Pomar e a camarada Elza Monerat, membros do comitê central, e a camarada Maria Trindade e o camarada Joaquim Lima, que trabalhavam na casa.

Mas graças à firmeza dos camaradas presos, que mesmo sob a mais ignóbil e violenta tortura, defenderam a integridade do partido e não forneceram nenhuma informação aos órgãos de segurança, a estrutura do partido foi preservada e os comitês regionais continuaram funcionando com todas as dificuldades originadas com a chacina da Lapa.

Como parte da direção estava no exterior para participar dos sete congressos do partido do Trabalho na Albânia, os camaradas João Amazonas, Renato Rabelo, Diógenes de Arruda Câmara, Nelson Levy e eu, após queda da Lapa, assumimos a tarefa de mais uma vez, reorganizar o partido.

Ao entrar em contato com os camaradas que estavam no país, e vendo que o partido continuava atuante, resolvemos convocar e realizar a sétima conferência nacional, que ocorreu no fim de 1978 e início de 1979.

A conferência atualizou a linha política, a orientação tática para adequá-la à nova realidade do país, e reestruturou o comitê central. Após a anistia em 1979, mesmo na clandestinidade, o partido se inseriu nas lutas sociais e democráticas em curso, com o que jogou importante papel para o fim do regime militar, o retorno ao Estado de Direito, conquistando, enfim, a sua legalidade em 1985.

Esses dois momentos demonstraram a força de nossos quadros de militante e o valor do núcleo de dirigentes, que não se deixou abater e manteve bem alta a bandeira do partido e a bandeira do socialismo.

Companheiros, eu acho que esses dois momentos que citamos aqui foram momentos que marcaram o partido, sem eles, acho que não teríamos a força que temos hoje. Por isso, camaradas, ao olharmos a história do partido, nós temos que olhar fundamentalmente os acontecimentos que marcaram a história do partido.

Em uma reunião em Campinas, eu afirmava e volto a afirmar aqui. A história do partido é constituída por pessoas, homens e mulheres, jovens e maduros, que lutam, trabalham, atuam, se esforçam, esses que levam a linha política para o povo brasileiro. Esses que defendem a nossa linha lá embaixo, junto à população. Esses que são os valorosos construtores do nosso partido.

A direção tem uma importância muito grande por saber indicar o norte, o rumo, mas sem o militante, sem a organização de base do partido, nós não teríamos a força que temos. Portanto, saudamos a todos. Aos camaradas dirigentes, mas saudamos com muita ênfase os dirigentes intermediários e os camaradas da base do nosso partido. Viva o PCdoB. Viva o socialismo. (Palmas.)

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NIVALDO SANTANA - Muito bem, Dyneas de Aguiar, nosso líder histórico e referência de Partido Comunista.

O PCdoB é forte no samba. Acadêmicos de Tatuapé está no grupo especial no samba enredo que homenageava a Leci Brandão, tem companheiros do Peruche, da Vai-Vai, e nós temos aqui o Tobias da Vai-Vai deu uma saidinha. Queria registrar a presença dele e registrar a presença de Osmar Costa, da diretoria da escola de samba Rosas de Ouro, e também empresário da Leci Brandão. (Palmas.)

Vamos ouvir agora o nosso camarada, Secretário Nacional de Organização do PCdoB, Walter Sorrentino, que nesse ato representa o Presidente Nacional do PCdoB, Renato Rabelo.

O SR. WALTER SORRENTINO - Querida companheira Leci Brandão, Excelentíssima Sra. Presidente dessa Assembleia Legislativa na noite desta Sessão Solene. É uma honra chamá-la assim. Um forte abraço e parabéns pela condução do evento. Minha companheira Nadia, na qual eu saúdo toda a militância e todos os presentes. Companheiro Orlando, grato companheiro e camarada amigo, e a todas as lideranças sociais aqui presentes. Eu quero saudá-los em nome da direção nacional, os prefeitos, vice-prefeitos, os vereadores, os deputados que aqui estiveram, a todos vocês, boa noite. A saudação calorosa da direção nacional do PCdoB.

Eu gostaria de fazer minhas as palavras de todos que me antecederam, mas com isso talvez não expresse a emoção e o sentimento que eu encaro, que nessa noite a Assembleia Legislativa nos brinda com essa Sessão Solene.

Eu quero dizer que as homenagens aqui prestadas ao longo da semana, mas também nessa Casa que nos é muito importante, essas homenagens nos honram e nos emocionam. E vindas dessa Casa, historiadas pela Leci Brandão, nas quais muitos e muitos mandatos comunistas foram exercidos; eu até perguntava ao Nivaldo, se pudemos executar todos, porque muitos mandatos comunistas foram exercidos por outras legendas, dada a nossa clandestinidade, mas eu encaro esse evento como um tributo de homenagem não só a esse partido que completa 90 anos, mas à democracia, à pluralidade, à liberdade política, pela qual debatemos durante todas essas décadas.

Então, hoje é um dia de festa para São Paulo, para o Brasil, para o povo e também para o PCdoB.

Transmito a Leci Brandão, a essa Casa, sua direção, sua mesa, o nosso muito obrigado, em nome da direção nacional, dizendo que nós as recebemos como mais um compromisso de seguir lutando pelo mesmo ideal nos quais lutamos nesses 90 anos.

Eu quero dizer, companheiros e companheiras, que nós nos sentimos orgulhosos com as homenagens aqui recebidas, e acho que é legítimo dizer isso sem exclusivismos, sem que nos sintamos melhor do que ninguém. Orgulhosos pela coerência com que o PCdoB se portou nesses 90 anos em função do seu objetivo essencial, o socialismo. Mudaram as circunstâncias e os modos dessa luta, mas apenas no sentido de novas maneiras, de caminhar pelos rumos e pelos mesmos objetivos. O PCdoB representou desde o início, naquele longínquo 25 de março, os anseios dos trabalhadores das cidades do campo por um partido autônomo, levando-os assim ao piroxênio da vida política brasileira, dos quais nunca mais se retiraram.

Foram muitos os combates, muitas as vitórias, muitos os reveses e foi largo o aprendizado. Esse não foi apenas o partido que desde sempre e mais do que tudo lutou pelo direito social do povo trabalhador. Nas greves e jornadas populares, nas tribunas do Parlamento, de armas na mão no Araguaia, o único partido que integrou as três constituintes republicanas no nosso país, no embate contra a ditadura, não foram somente os direitos sociais que caracterizaram a nossa trajetória.

Enfim, não se pode contar a história do Brasil sem apreciar a história dos comunistas dela e todos os combates dessas nove décadas. Esse foi também um partido patriótico. Internacionalista, na luta contra o nazi-facismo e o neoliberalismo na década de 90. Na contenda permanente e soberana do país, livre das amarras imperialistas. Nosso partido sempre compreendeu do desenvolvimento e a afirmação nacional são primícias para a conquista democrática nacional e para o povo brasileiro. E nessa caminhada, avultou sempre a luta pela liberdade, como assim foi muito bem exposto.

Ninguém dá mais valor à liberdade e à democracia que os comunistas. A própria história brasileira é um testemunho disso. Sempre que atacaram os comunistas atacava-se a democracia para todos os brasileiros. Por isso, como Dyneas afirmou com muita propriedade, foi quem pagou por mais alto tributo. Durante anos, companheiros, que no conjunto constituíram um terço desses 90 anos, somadas a outro terço no qual nós não tivemos liberdade para atuar.

Foram mais de 100 os dirigentes mortos só na ditadura de 1964, além dos que tombaram no Araguaia, foi nessa atrocidade de São Paulo a tristemente e célebre chacina da Lapa em 1966, patriotismo, internacionalismo, liberdade, desenvolvimento e progresso social. Que bandeiras são mais modernas que essas ontem e hoje no nosso país? Entretanto, o legado mais elevado de toda essa luta foi a capacidade de atualizar esse projeto para contemporaneidade, o seu projeto político, o seu programa socialista.

Esse é um partido que mantém a identidade socialista, um programa partidário bem definido, e em cima disso, constituímos a nossa militância orgânica, um dos nossos maiores patrimônios nos dias atuais. Sem dúvida, companheiros, foi essa a nossa maior conquista, manter erguida e viva a bandeira do socialismo.

E essa coerência foi forjada em dois duros testes ao longo dessas décadas, os quais ameaçaram a sua existência. O primeiro foi essa tempestuosa contenda ideológica quando ocorreu uma ocorrência no movimento comunista social. O Partido Comunista do Brasil não só sobrou, foi reorganizado em 1962, como exposto com clareza nas palavras de Dyneas Aguiar, manteve princípios, reformulou sua estratégia e buscou seguir adiante. A partir dela, o velho Partido Comunista do Brasil assume a legenda PCdoB. E desde então, isso é usado no Brasil como expressão de defesa de princípios autênticos e sadia radicalidade. Maturava assim a corrente marxista no país, lançando as bases para os êxitos dessa atual fase. Sem 1922 e a grande influência alcançada nos anos de 1945, nós não estaríamos aqui, mas sem a reorganização de 1962 tampouco estaríamos aqui. E a vida se encarregou de mostrar que ali em 1962 assegurara-se a continuidade da corrente comunista em nosso país. O outro teste foi ainda mais duro. Resultado das orientações que vieram já naqueles anos 50, pouco mais de três décadas depois, chegava ao fim a experiência socialista na União Soviética e sobrevinha uma derrota estratégica do socialismo.

Mais uma vez o PCdoB teve que mostrar fibra, coragem teórica, coragem política e, sobretudo, capacidade para aprender com os próprios erros. O 8º congresso, em 1982, no auge da crise, extraiu lições dessa derrota, mas procurou e manteve os seus princípios, manteve a sua identidade, manteve o seu objetivo, manteve o seu ideal. Não os revogou, e sim os renovou.

Assim, com esse gesto de 1982, abriram-se os caminhos para reformular o programa e a estratégia política, chegando ao programa socialista que nos guia, aprovado em 2009 e isso representou mais um estágio de maturação na corrente marxista no país, e nos trouxe a esse período, que é o período da mais ampla afirmação e prestígio dos comunistas na história do nosso País.

O PCdoB tem um rumo, disse bem Leci Brandão, o socialismo. Essa alternativa do PCdoB que buscamos tornar exequível, viável, possível, mediante um largo processo de acumulação de forças sociais e políticas, e ele é indispensável, é um novo patamar da sociedade brasileira, completando, assim, a formação nacional, afirmação nacional e autonomia nacional. No socialismo, em sua autêntica democracia popular para assegurar os mais amplos direitos a todo o povo brasileiro, a todo o povo trabalhador, para fazermos frente a essas graves iniquidades sociais e desequilíbrios regionais que marcam profundamente o Brasil.

E para tornar esse rumo viável e possível, o PCdoB tem um caminho, é um novo projeto nacional que viabiliza o desenvolvimento soberano, integrado aos seus vizinhos sul-americanos de ampla liberdade, de amplo progresso social que é a marca que a nossa época reclama. Com esse rumo e caminho, o PCdoB se lança na participação de ideias, para forjar essa marca perante a nação. A marca de quem ousa trilhar caminhos originais, pensar com a própria cabeça, com a própria experiência das características do nosso povo as tradições do nosso país. Pelo que luta o PCdoB? O PCdoB luta por um caminho brasileiro ao socialismo, esse é o desafio dos comunistas contemporâneos.

E assim chegamos aos 90 anos, e assim partimos para os desafios estimulantes do Brasil atual. Sempre nos guiou nessa jornada o espírito unido de nossas forças para sustentar o Governo Lula e agora o Governo da Presidente Dilma Rousseff, na luta para superar o legado neoliberal. Unindo amplas forças, ao mesmo tempo mantendo as nossas opiniões próprias, as nossas criticas, as nossas opiniões independentes e visamos fortalecer os partidos de esquerda e progressista. Com a vitória histórica de 2002, um desafio inédito se mostrou aos comunistas, além de um partido de lutas, adentramos a esfera de participação institucional do Governo central do país.

Protagonizamos desde 2003 a participação ao do Governo de Lula, com essa iminente figura, um paulista de adoção política, hoje considerado um estadista nacional, que é Aldo Rebelo. Primeiro na condição de líder do Governo e depois na condição política, Aldo teve o condão de encerar a mais grave crise política vivida pela Câmara dos Deputados, sendo eleito seu Presidente e assim barrando as tentativas de golpear o Governo Lula. O PCdoB deu alma ao Ministério dos Esportes nessa gestão, coroado com o êxito de trazer ao Brasil a Copa de Futebol, em 2014 e as Olimpíadas em 2016. A gestão honrada de Orlando Silva, um líder político nato, foi golpeado com uma injustiça flagrante, falsa em toda linha, e até hoje sem indícios e com grande prova, teve esse grande mérito pelo qual os felicitamos. E hoje essa gestão é continuada pelo mesmo Aldo rebelo. Já se disse igualmente nos temas estratégicos do país, como o pré-sal na política de ciência e tecnologia, na política de cultura lá está, e está até hoje na política de ciência estratégica do PCdoB.

Então, esse é um partido provado nas lutas sociais e aprovado na gestão de Estado, e por isso é um partido que precisa também se afirmar nas eleições para o Senado. Nas eleições do Senado, o PCdoB tem sido o 4º partido mais votado nacionalmente. Tem hoje dois senadores, 14 deputados federais, duas dezenas de deputados estaduais, cerca de 60 prefeitos e vice-prefeitos, dentre os quais da capital Aracaju e da cidade histórica de Olinda. Tem quase 700 vereadores, e hoje, companheiros, o PCdoB prepara-se para dar mais esse grande passo, que é sustentar um projeto eleitoral, de falar mais amplamente à sociedade, com candidaturas a prefeito como a de Netinho de Paula, em São Paulo, entre outras oito capitais de importância nacional.

Essa grande liderança política, Netinho de Paula, jovem e negro, expressão concentrada de uma realidade social marcante de São Paulo, líder nato e celebrado em todo o país, que alcançou sete milhões e meio de votos ao Senado, tem hoje a missão de nos liderar na disputa da maior capital brasileira, uma das maiores do mundo.

Isso tudo, companheiras e companheiros, foi alcançado mantendo e aprimorando os esforços de ações comunistas nos movimentos sociais. Entre os trabalhadores, 90 anos jamais faltaram os comunistas, hoje apoiamos a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, na juventude temos o condão de apoiar a maior união da juventude política nacional brasileira. A UJS, entre as mulheres, sinal de vanguardismo histórico. Esse é o partido que tem a mais alta porcentagem delas no Parlamento e nas direções partidárias. Está aqui a companheira Nadia Campeão a liderar o coletivo comunista de São Paulo. O mesmo entre os negros, todos os movimentos sociais sem extensão. Essa é a nossa força motriz. Senhoras e Senhores, companheiros e companheiras, quando pensamos no futuro não esquecemos o nosso passado. Ao contrário, nós nos sentimos portadores de rico legado e queremos honrar e vamos levar adiante. O PCdoB integra em uma história única esses 90 anos. Reivindica dessas gerações combatentes. Da primeira de todas sobre a liderança de Astrogildo Pereira e Otávio Brandão, eles plantaram a semente e fizeram germinar o Partido Comunista do Brasil.

Da segunda geração de dirigentes, liderada por Luis Carlos Prestes, herói popular e cavaleiro da esperança. Ela é liderada aqui em São Paulo por Nadia Campeão, Jamil Murad, Aldo Rebelo, Orlando Silva, Nivaldo Santana, Vital Nolasco, todas figuras marcantes na vida política no Estado. Essa foi uma geração protagonista de jornadas inesquecíveis, das quais participaram todos vocês. Desde a greve de 1953, que até tem um velho militante aqui que se lembra dela, o Castro, a quem eu saúdo, até as greves de 1978 a 1991, das lutas contra a carestia, elegendo o primeiro deputado operário comunista ainda na ilegalidade, o inesquecível Aurélio Perez. Nas lutas pelas Diretas Já e pelo impeachment do Presidente Collor de Melo, germinadas aqui em São Paulo e enfim, da luta contra o neoliberalismo e pela vitória nacional de Lula, que teve a maior força aqui em São Paulo. Ao homenageá-las, a todas essas gerações, saudamos principalmente a militância paulista, vocês que estão aqui presentes. A sua dedicação, a sua firmeza em todos esses anos.

Dela vem a nossa força, e eu homenageio lembrando a doce figura de Antonio Soares, o Tom, e da Lilian Martins, que são duas estrelas no firmamento de São Paulo, que alumiam e estimulam sempre os nossos compromissos militares.

E assim, companheiros, nunca esqueçam no futuro o que pensamos no passado, porque a luta continua. A luta por avançar nas mudanças para destravar o caminho do investimento do desenvolvimento, para enfrentar as desigualdades e desequilíbrios nacionais, a nação brasileira precisa dar um passo decisivo. Ser capaz de fazer a inteira defesa de seus interesses nacionais, perante o mundo em rápidas transformações em suas relações de força. A crise capitalista que rompeu nos países centrais e nos enfraquece relativamente, está longe ainda de uma saída, porque isso exigiria uma resposta renovada do ideário que precisamente levou o mundo ao precipício e eu falo da ideologia e da política neoliberal. Eles não reúnem condições para isso nesse momento. Para o Brasil, a par de seus riscos, a crise mundial representa uma oportunidade histórica. Sob a liderança de Dilma Rousseff, as forças que lideram o país têm condições de reunir convicções, forças liderais e políticas, audácia, para romper em maior medida com os grilhões que atam o país a interesses financeiros repentistas e especulativos, e impõe pesados tributos ao desenvolvimento soberano do país. Em uma palavra, o PCdoB considera superada a velha política macroeconômica, que é a expressão concentrada daqueles interesses financeiros antinacionais e antipopulares.

Com as condições já reunidas hoje, o caminho será o de a Presidente Dilma Rousseff liderar uma agenda política e congressual de reformas eleitorais indispensáveis, para cumprir o projeto vitorioso nas urnas e avançar nas mudanças. De nossa parte, seguiremos a luta pela valorização do trabalho como fonte de mudanças estruturais na política brasileira e base mesma da existência do PCdoB. Em especial, saúdo a luta da CTB pelo desenvolvimento, emprego e salário com esse dado sindical e a luta pela reforma agrária.

Nós seguiremos dando o melhor de nossas energias na luta dos trabalhadores, da juventude, das mulheres e de todas as lutas sociais. O PCdoB sempre buscou unir amplas forças. Para esse objetivo, mesmo forças heterogêneas, porque isso é necessário para abrir caminhos mais largos para a nação. A ampla unidade de forças é uma concepção política. Consideramos que um partido só não tem condições de levar adiante as grandes tarefas nacionais, democráticas, sociais pelos quais a maioria da nação anseia, em um país tão complexo e continental como o Brasil.

De nossa parte, no seio dessas amplas forças, visamos fortalecer um núcleo com clareza estratégica e força política e social para fazer a diferença. O PCdoB luta hoje e amanhã por se capacitar perante a nação com essa vocação e essa concepção. É assim que comemoramos os 90 anos, querendo constituir um partido que seja como é indispensável ao nosso país. E decididamente um partido integrado à modernidade, porque para nós, comunistas, a modernidade só se completará com um novo salto civilizacional da nação brasileira. E o PCdoB tem uma proposta para isso, que é uma direção mais avançada com relação ao socialismo.

Só o povo trabalhador, integrado à nação e unido em torno dos seus interesses maiores, pode, de fato, assegurar a modernidade, que nada mais é do que o desenvolvimento, soberania, progresso social e democracia popular.

Termino, amigos, dizendo e repetindo que temos uma grande oportunidade histórica para levar à nação o mais novo Estado de sua formação nacional. Nossa geração não quer e não vai perdê-la. O PCdoB, unido ao povo trabalhador, estará mais uma vez e sempre na linha de frente dessa luta. Viva o socialismo. Viva o PCdoB e viva o Brasil. Muito obrigado e parabéns pelo evento. (Palmas.)

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NIVALDO SANTANA - Obrigado, Walter Sorrentino. Presente também para não cometer injustiça, uma representação da Nenê de Vila Matilde, e também um líder histórico do nosso partido, o Nuno Mendes, e a Leci Brandão quando descreveu os Deputados Estaduais do PCdoB aqui nessa Casa, ela citou que está aqui presente o Denis Carvalho, que foi deputado em 1990, junto com Jamil Murad.

Para encerrar com chave de ouro, vamos chamar aqui os ritmistas do bloco carnavalesco Unidos do Pé Grande, acompanhado da cantora Railidia, que vão interpretar “Vermelho”, de Chica da Silva.

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- É feita a apresentação musical.

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A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Senhoras e Senhores, esgotado o objeto da presente sessão, a Presidência agradece às autoridades e a todos que, com sua presença, colaboraram para o êxito dessa solenidade e declara encerrada a sessão. Boa noite a todos. (Palmas.)

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 20 minutos.

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