Questão indígena volta a ser tema da Comissão da Verdade

Expansão do território para oeste levou a genocídio de etnias, denunciaram pesquisadores
04/11/2014 15:48

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Em sua 148ª audiência pública, nesta segunda-feira, 3/11, a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva, presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT), voltou a abordar as violações dos direitos dos povos indígenas e das comunidades tradicionais desde o período da ditadura militar. Compuseram a mesa de trabalhos Maria Rita Kehl, da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Orlando Villas Bôas Filho, professor da Faculdade de Direito da USP e da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e os pesquisadores Pádua Fernandes e Danilo Morcelli. Maria Rita Kehl contou que, quando se iniciaram os trabalhos da CNV, escolheu como tema de trabalho a questão do campo, onde estava inserido o capítulo da violência contra os povos indígenas. Visitando aldeias de diversas etnias e chegou à conclusão de que eles foram muito afetados pela ditadura. Calcula-se que cerca de 8 mil indígenas foram vítimas na ditadura, embora não tenham lutado especificamente contra ela. Maria Rita falou que "a causa indígena foi a primeira causa de oposição política que pôde ser compartilhada" durante a ditadura. Orlando Villas Bôas Filho falou sobre os indígenas que durante a ditadura militar eram vistos como obstáculo ao desenvolvimentismo, um obstáculo a ser superado.

O presidente Adriano Diogo afirmou ser conveniente que, após a entrega do relatório final da CNV, seus trabalhos continuem por no mínimo mais um ano, pois há ainda muito o que ser desvendado. Disse que a linha de trabalho da CNV vem sendo a atuação política, e deixou-se de lado a face social da ditadura, que inclui índios, negros, camponeses e pessoas jogadas em manicômios. O presidente Adriano Diogo afirmou ser conveniente que, após a entrega do relatório final da CNV, seus trabalhos continuem por no mínimo mais um ano, pois há ainda muito o que ser desvendado. Disse que a linha de trabalho da CNV vem sendo a atuação política, e deixou-se de lado a face social da ditadura, que inclui índios, negros, camponeses e pessoas jogadas em manicômios.

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