Comissão da Verdade realiza audiência pública sobre pessoas desaparecidas e os serviços de verificação de óbitos

Promotora investiga o caso de 3 mil pessoas, portadoras de documentos de identificação que foram enterradas como indigentes em valas comuns.
09/06/2014 18:35

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A Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva, presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT), realizou, nesta segunda-feira, 9/6/2014, sua 127ª audiência pública, cuja finalidade foi ouvir representantes de órgãos responsáveis pelos procedimentos de verificação de óbito e comunicação dos parentes.

Eliana Vendramini, promotora de Justiça investiga o caso de 3 mil pessoas enterradas como indigentes na capital apesar de estarem portando, no momento da morte, documentos de identificação. Esses números se referem ao período entre 1999 e 2014.

Eliana criticou o fato de o Instituto Médico Legal (IML) não possuir dados sobre o número de pessoas mortas sem qualificação (sem nome). Após solicitação do Ministério Público, o IML comprometeu-se a realizar essa estatística, que implicará demora considerável, já que esses arquivos não estão digitalizados. Outro problema enfrentado pela população para encontrar familiares desaparecidos diz respeito ao fato de desconhecerem o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) - que pericia somente pessoas identificadas e com morte natural

Para o deputado Adriano Diogo, se na ditadura a existência de desaparecidos tinha origem política, hoje, em plena democracia, o método de enterrar pessoas sem identificá-las, tem origem social. "Mas da resistência social passar para a resistência política é um passo", concluiu.

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