Imprensa de resistência à ditadura é tema da Comissão da Verdade

Dom Angélico, editor do semanário "O São Paulo", falou sobre o episódio inacreditável da falsificação, pela ditadura, de um exemplar de "O São Paulo" que trazia uma suposta entrevista com o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns em que ele se "desculpava" e fazia uma revisão de sua conduta em defesa dos oprimidos.
24/10/2013 14:23

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A Comissão estadual da Verdade Rubens Paiva, presidida pelo deputado Adriano Diogo, ouviu, nesta quarta-feira, 23/10, o bispo Dom Angélico Sândalo, que testemunhou sobre sua participação na imprensa na época da ditadura e suas vicissitudes. Dom Angélico iniciou a carreira de jornalista no Diário de Notícias de Ribeirão Preto, ocasião em que foi convocado pelo Comando do 2º Exército a dar explicações sobre as notícias publicadas no jornal. Posteriormente, veio para São Paulo onde passou a editar o semanário da diocese "O São Paulo". O jornal, de acordo com Dom Angélico, se posicionava claramente a favor dos oprimidos e explorados da sociedade, em prol da liberdade, da misericórdia e da compaixão.

Em 26/6/1976, conta Dom Angélico, o jornal recebeu comunicado do ministro da Justiça sobre a implantação da censura prévia. A partir daí, muitas foram as tentativas de burlar a censura. Dom Angélico mostrou diversas manchetes do jornal, além de outras publicações, como o jornal "Grita Povo", teses e folhetos.



Participaram da reunião representantes da igreja, jornalistas da época, ex-militantes e ex-presos políticos, como Douglas Mansur, Gilberto Nascimento, Anivaldo Padilha e padre Julio Lancellotti.

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