Caso de Rui Pfützenreuter é retomado na Comissão da Verdade

Sebastião Lopes Neto companheiro de Rui e seu irmão Rogério Pfützenreuter, destacaram em seus depoimentos à Comissão da Verdade a extrema dedicação de Rui à causa e deixaram clara sua formação política.
24/09/2013 12:20

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Em sua 76ª audiência pública, no dia 23/9, a Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, presidida por Adriano Diogo (PT), ouviu novos depoimentos sobre o caso do dirigente do Partido Operário Revolucionário Trotskista (Port) Rui Osvaldo Aguiar Pfützenreuter. Ele estava em São Paulo para articular o partido quando foi preso em 15/4/1972, pelo DOI-Codi de São Paulo.

O laudo oficial dá conta de que Rui nesta data teria morrido "em tiroteio com forças de segurança", mas as exatas circunstâncias de sua morte não foram esclarecidas. Seu corpo foi enterrado como indigente no cemitério de Perus, e resgatado posteriormente pela família.

A versão oficial de sua morte não condiz com a foto de meio corpo obtida pela família, que mostra escoriações e hematomas não registrados no laudo do IML, o que demonstram que Rui foi torturado. Segundo um dos depoentes da audiência, Sebastião Lopes Neto, há uma foto do rosto de Rui em processo no Superior Tribunal Militar (STM), que mostra que o ferimento no rosto era "um afundamento do crânio".

Rogério Pfützenreuter, irmão de Rui, Informou que o dinheiro recebido pela família de indenização pela morte de Rui está sendo usado integralmente para a confecção de um livro sobre Rui, para que "sirva de estímulo às novas gerações e a humanidade possa se encontrar consigo mesma no caminho do socialismo".



Maria Amélia Teles, coordenadora da Comissão da Verdade, pediu a Rogério Pfützenreuter que autorizasse a inclusão do nome de Rui no processo que está sendo levado a cabo para que vários atestados de óbito sejam retificados. Esses atestados, como o de Rui, têm como causa-mortis anemia aguda, o que é compatível com tortura, ou seja, com espancamento até a morte. A retificação visa acrescentar no atestado a expressão "sob tortura no 2º Exército".

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