Dois casos de estrangeiros presos pela repressão são tema da Comissão da Verdade

A Comissão da Verdade tratou dos casos de Antonio Benetazzo e dos irmãos Juan Antonio e Jorge Rafael Carrasco Forrastal. Na reunião a comissão ouviu Cida Horta, companheira de Benetazzo no último ano de vida e a jornalista Luiza Sansão que falou sobre o caso dos irmãos Juan Antonio e Jorge Rafael Carrasco Forrastal.
13/08/2013 18:21

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Em sua 62ª audiência pública, a Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT), abordou os casos do militante de origem italiana Antonio Benetazzo e do estudante boliviano Juan Antonio Carrasco Forrastal.

Benetazzo, militante do movimento estudantil do PCB e do Movimento de Libertação Popular (Molipo), chegou ao Brasil aos 9 anos de idade. Em 1969 foi a Cuba realizar treinamento de guerrilha, retornando três anos depois. Em 28/10/1969, foi preso no bairro de Vila Carrão, na capital, quando ia encontrar com um operário. Dois dias depois morreu sob torturas no DOI/Codi-SP. A existência de várias versões sobre a morte de Benetazzo foi confirmada por Cida Horta, militante que foi sua companheira no último ano de vida, e com quem teve uma filha. Em 17/12/1968, durante a invasão do Conjunto Residencial da USP (Crusp) foram presas por volta de 1.200 pessoas que foram levados ao 2º Exército - entre eles estava o estudante boliviano de engenharia Jorge Rafael Carrasco Forrastal. Ao saber da prisão, seu irmão Juan Antonio, estudante de física, foi procurá-lo e também acabou preso. Ambos, que não tinham qualquer militância política, foram barbaramente torturados, sob comando do coronel Sebastião Alvim.

Quem falou sobre o caso foi a jornalista Luiza Sansão, que fez matéria sobre a história para a Revista Adusp (que pode ser acessada em migre.me/fJ5Eh). Os irmãos foram libertados meses depois. Jorge Rafael formou-se e foi trabalhar em Curitiba, mas faleceu em um acidente de automóvel em outubro de 1970. Juan Antonio, após sua libertação, nunca se recuperou física e psicologicamente, e tentou o suicídio duas vezes. A família levou-o ao Hospital da Cruz Vermelha de Madri, Espanha, mas, num descuido, Juan desligou os aparelhos que o mantinham vivo, em 28/10/1972

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