Comissão da Verdade debate dois casos de militantes torturados e mortos

O deputado Adriano Diogo (PT), presidente da Comissão da Verdade, fala sobre os casos dos militantes Gelson Reicher e Antonio Carlos Nogueira Cabral.
01/08/2013 10:59

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Durante reunião da Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva realizada nesta quarta-feira, 31/7, foram apresentados os casos de Gelson Reicher e Antônio Carlos Nogueira Cabral, ambos torturados e mortos durante o período do regime militar.

Presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT), a Comissão ouviu o psicanalista e ex-preso político Reinaldo Murano, que cursou medicina na USP e participou juntamente com Reicher e Cabral do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz (Caoc), Segundo Murano, os dois jovens se distinguiam dos demais por conta da vontade de participar de todas as ações do Caoc.

A dupla tinha um compromisso ideológico com os interesses da maioria da população brasileira

Gelson Reicher, militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) e morto em 20 de janeiro de 1972, foi estudante do 5º ano de Medicina na USP e diretor do Centro Acadêmico Osvaldo Cruz. Ajudou a fundar os jornais 1º de Maio, Ação e O Guerrilheiro. Na versão oficial de sua morte consta que o carro em que se encontrava passou o farol vermelho em alta velocidade e, ao serem interceptados por policiais, saíram do carro atirando. Motorista e carona são mortos a tiros. Fotos encontradas no arquivo do Dops-SP indicavam prováveis escoriações e hematomas. Antônio Carlos Nogueira Cabral, militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) foi morto em 12 de abril de 1972. Sua prisão foi declarada como desconhecida e a notícia de sua morte foi publicada nos jornais apenas seis dias depois. Segundo a versão oficial contida no auto de exame cadavérico, Antônio Carlos foi morto à bala em aparelho subversivo após reagir à prisão. O caixão foi entregue à família, lacrado e com ordens para não ser aberto.

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