Comissão da Verdade aborda caso de Rui Pfützenreuter II

Rogério Pfützenreuter, fala sobre as circunstâncias da morte de seu irmão Rui.
17/07/2013 17:53

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Na 56ª audiência pública da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva, presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT), foram ouvidos depoimentos sobre Rui Osvaldo Aguiar Pfützenreuter, morto em 14/4/1972. Formado em jornalismo e sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rui escrevia para vários jornais, organizava grupos de estudos e debates, dava palestras sobre a situação nacional e os caminhos da revolução brasileira. Nascido em Santa Catarina, mudou-se para São Paulo com o objetivo de organizar o Partido Operário Revolucionário Trotskista (Port) do qual se tornou um dos principais dirigentes. Em seu depoimento, o irmão de Rui, Rogério Pfützenreuter, falou sobre as inúmeras contradições nos atestados e declarações sobre a morte de Rui. Ele, pessoalmente, retirou a ossada do irmão de um caixão em que foi enterrado no cemitério de Perus como indigente e constatou não haver quaisquer indícios de buracos de balas, mas sim de fraturas em diversos ossos, indícios claros de teria havido tortura. Rogério entregou fotos da ossada de Rui à comissão e pediu que seja investigada a verdadeira causa de sua morte.

O pai de Rui escreveu uma carta ao então presidente da República, general Emílio Garrastazu Médici, após o desaparecimento do filho, em que conta toda a trajetória em busca de Rui e as recusas em lhe fornecerem informações. Esta carta chegou a ser lida no Congresso pelo deputado Nadir Rosseti, que posteriormente foi cassado.

Participaram também da audiência a irmã de Rui, Regina Célia Pfützenreuter, seu sobrinho, Rui Pfützenreuter Direne e a militante do Port Helena Iono. (DC)

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