Comissão da Verdade ouve depoimentos sobre dois militantes do PCdoB (II)

Maria Amélia Teles, presa com Carlos Nicolau Danielli, testemunhou sobre os casos de Danielli e de Luiz Ghilardini
26/04/2013 14:21

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A Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT), ouviu nesta quinta-feira, 25/4, testemunhos sobre os casos de Carlos Nicolau Danielli e Luiz Ghilardini. Ambos eram militantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e, embora tenham morrido sob tortura na prisão, inicialmente em seus atestados de óbito constava que teriam morrido em confronto com a polícia. Danielli foi preso, junto com Maria Amélia Teles e seu marido Cesar Augusto Teles, em 28/12/1972, na Vila Clementino, na capital. Tanto Maria Amélia quanto seu marido Cesar discorreram sobre sua militância no PCdoB e sobre o importante papel que Carlos Nicolau Danielli e Luiz Ghilardini tiveram na luta contra a ditadura. Danielli foi preso, junto com Maria Amélia e seu marido Cesar Augusto Teles, em 28/12/1972, na Vila Clementino, na capital. Ainda segundo testemunho de Maria Amélia, eles foram levados ao DOI-Codi, onde foram torturados. Três dias depois Danielli morreu, provavelmente de hemorragia interna, e foi enterrado como indigente, em vala individual, no cemitério de Perus. As torturas foram conduzidas por diversas equipes, chefiadas por Carlos Alberto Brilhante Ustra. Segundo Maria Amélia, "Danielli foi um herói, não falou sequer seu nome, e procurou arcar com toda a responsabilidade". Cesar Teles, que se recuperava de tuberculose quando foi preso, disse que os membros da repressão se comportavam como bandidos, pois costumavam saquear as casas de presos dividindo entre si o butim.

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