Retrospectiva 2010 " CPI da Bancoop.

O promotor José Carlos Blat denuncia ex-presidente, dirigentes e ex-dirigentes da Bancoop, ouça trechos da entrevista coletiva do promotor e também o comentário do deputado Vanderlei Siraque (PT
21/01/2011 18:58

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O promotor de Justiça José Carlos Blat ofereceu em 19/10/2010, denúncia à 5ª Vara Criminal da capital contra João Vaccari Neto, ex-presidente da Cooperativa dos Bancários do Estado de São Paulo (Bancoop), e os dirigentes e ex-dirigentes da cooperativa Ana Maria Érnica, Tomás Edson Botelho Fraga, Letícia Antonio, Henir Rodrigues de Oliveira e Helena Conceição Pereira. A denúncia trata dos crimes de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

A informação foi dada por Blat durante reunião da CPI da Bancoop, criada pela Assembleia Legislativa para apurar supostas irregularidades e fraudes que teriam sido praticadas pela entidade contra cooperados adquirentes de imóveis.

Segundo Blat, a partir da proposta de ação penal apresentada pelo Ministério Público, o juiz deverá ouvir a defesa preliminar dos acusados antes de decidir se acata a denúncia.

O promotor fez aos parlamentares um resumo da apuração, que, de acordo com ele, contém indícios e materialidade suficientes para dar prosseguimento às investigações na esfera judiciária. "A cooperativa acabou servindo a um pequeno grupo criminosos, e não aos seus milhares de cooperados. A falta de recursos da Bancoop se deve única e exclusivamente aos desvios fraudulentos", disse Blat. Ele disse acreditar que não há possibilidade de reverter esse prejuízo.

José Carlos Blat disse que as investigações apontaram até mesmo o uso de recursos da cooperativa, da ordem de R$ 100 mil, para o pagamento de despesas para que pessoas assistissem ao Grande Prêmio de Fórmula-1, em São Paulo, em 2004 e 2005.

Ele também questionou o fato de, a partir de 2003, a Bancoop ter encerrado as contas individuais de cada empreendimento e ter aberto duas contas pool, concentrando as movimentações financeiras. "Isso impedia o acesso dos cooperados à movimentação dos recursos", disse Blat. Segundo o promotor, o Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro detectou um pico de movimentação financeira nessas contas da ordem de R$ 40 milhões em novembro de 2004.

Empresas contratadas pela Bancoop teriam dado margem a negócios que Blat definiu como escusos. Ele afirmou que a empreiteira Germany recebeu por trabalhos para a cooperativa cerca de R$ 80 milhões, mas a análise da movimentação da empresa revela que ela teria movimentado não mais que 35 milhões. Isso, segundo o promotor, indica a criação de caixa dois. O mesmo procedimento foi apontado por Blat na contratação da empresa Mirante Artefatos de Concreto, contratada pela Bancoop para fornecer blocos.

"O fato de a Fator Empreendimentos ter comprado um terreno por R$ 221 mil em 2001 e o revendido à Bancoop em 2002 por R$ 1,75 milhão também demonstra a cooptação de empresas interessadas", concluiu Blat.

A investigação do Ministério Público começou em 2007, a partir informações prestadas por um morador do empreendimento Torres da Mooca. Blat revelou que, a partir desse período, o inquérito policial somou mais de 25 volumes.

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