Hospital Centrinho de Bauru corre o risco de ser entregue a uma OSS de caráter privado

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18/03/2022 14:08 | Atividade Parlamentar | Da assessoria do deputado Carlos Giannazi

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Hospital Centrinho de Bauru está na mira das terceirizações<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2022/fg283739.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Participando da Tribuna Virtual em 14/3, Carlos Giannazi (PSOL) chamou a atenção para a situação do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais de Bauru (HRAC), conhecido como Centrinho. "Agora o governador quer entregar também esse hospital às organizações sociais. Ou seja, a privataria tucana vai destruir mais um equipamento de excelência que nós temos em São Paulo", disse.

Apesar de estar sendo há muito tempo desmontado pelo governo estadual e pela Universidade de São Paulo, à qual é vinculado, o Centrinho continua sendo uma importante referência nacional e internacional em sua área, com pesquisa de ponta, profissionais qualificados, know-how e experiência. Isso faz com que a unidade seja procurada não só por pacientes do Estado, mas do Brasil inteiro.

"Em 2014, nós realizamos uma audiência pública aqui na Assembleia Legislativa sobre o Centrinho. Eu fui ao hospital e fiquei impressionado com a dedicação de seus servidores, com o atendimento de qualidade, humanizado, que é dado aos pacientes. As pessoas que trabalham lá realmente abraçam a causa da saúde pública", comentou. Na época, o Conselho Universitário da USP havia decidido que iria desvincular o financiamento do HRAC, praticamente o abandonando.

Agora, com o novo Hospital das Clínicas de Bauru sendo gerido por uma organização social de saúde (OSS), o Centrinho vai ser um departamento desse hospital. "Nós não teremos financiamento adequado para garantir a contratação de novos servidores para o Centrinho. É preciso abrir concurso, contratar novos servidores e principalmente manter os que já estão trabalhando lá, valorizando os seus salários", afirmou Giannazi.

Neste momento, o deputado também se soma à luta em defesa do Hospital São Paulo, que acaba de demitir 350 servidores. Esse hospital é gerido pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), a maior OSS do Brasil, que disputará também o controle do HC de Bauru e do Centrinho. E, apesar de ser considerada uma entidade filantrópica, portanto sem fins lucrativos, a SPDM é acusada de pagar supersalários a seus dirigentes, pagos logicamente com dinheiro público. "Tudo o que funciona bem, o governador Doria destrói através das privatizações. Nós não podemos permitir que o centrinho seja desmontado pelos governos tucanos", disse o deputado, que convocou uma audiência pública sobre o tema a ser realizada no dia 28/3.

alesp