Lei aprovada pela Alesp, rota cicloturística Márcia Prado deve ter obras concluídas em 2023

Projeto para o trajeto que liga a cidade de São Paulo a Santos foi aprovado pela Artesp e teve contrato publicado no Diário Oficial
07/12/2022 17:17 | Lei estadual | Matheus Batista

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Lei aprovada pela Alesp, rota cicloturística Márcia Prado deve ter obras concluídas em 2023<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2022/fg293665.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Antiga reivindicação de ciclistas do Estado, a rota cicloturística Márcia Prado, transformada em lei em 2018, após aprovação da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deve finalmente receber obras de implementação. O projeto, que prevê a construção de ciclovias para garantir a ligação da cidade de São Paulo a Santos, está com a entrega prevista para outubro de 2023.

O contrato entre a Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo) e a concessionária responsável pela Rodovia dos Imigrantes (SP-160), que receberá as obras, foi publicado no Diário Oficial do dia 4 de outubro.

De acordo com a publicação, serão construídas ciclovias e passarelas de acesso para os ciclistas que descem a região conhecida como Serra do Mar, com destino ao litoral paulista, entre os quilômetros 38 e 42 da Imigrantes.

Segundo a concessionária responsável pela via, as obras proporcionarão maior segurança viária aos ciclistas que acessam o trecho com destino ao litoral, possibilitando a segregação do trânsito das bicicletas e do tráfego na rodovia. O prazo para finalização das obras é de 12 meses, o que deve ocorrer em outubro de 2023.

"O projeto foi autorizado pela Artesp e agora haverá uma readequação do trecho para garantir a segurança dos ciclistas", afirmou o secretário de Estado de Transportes, João Octaviano Neto, durante reunião com a Comissão de Transportes e Comunicações da Alesp.

Márcia Prado

Márcia Prado, que dá nome à rota, foi uma cicloativista morta em 2009 depois de ser atropelada em plena Avenida Paulista. Após o acidente, ela se tornou símbolo na luta por direitos e por mais segurança para ciclistas do Estado de São Paulo.

A ideia de dar o nome da ciclista para a rota partiu de outros cicloativistas que participavam com ela do movimento "Bicicletada". Em janeiro de 2009, um grupo de 15 ciclistas fizeram o mapeamento e sinalização do trajeto até o litoral, entre os ciclistas estava a Márcia Prado que 3 dias após esse pedal foi atropelada na Capital paulista, posteriormente o trajeto mapeado por ela foi batizado com seu nome.

Presidente do Instituto BRCiclos e um dos criadores da rota, Andre Pasqualini contou que o mapeamento do trajeto foi feito para buscar maior segurança para quem sai de São Paulo com direção ao litoral.

"Nunca tivemos um acesso ao litoral para quem anda de bicicleta, e o problema era o grande número de ciclistas pelos acostamentos. Por isso pensamos na melhor rota que usasse o mínimo possível da Imigrantes", disse. O grupo passou então a fazer o percurso e buscar apoio do Estado na adequação do trajeto para os ciclistas.

Segundo Pasqualini, hoje a principal reivindicação de quem faz a rota é que o projeto aprovado pela Artesp contemple todo o percurso com segurança e pontos de apoio, e que não onere o ciclista que opte pelo trajeto. "Como foi uma conquista dos ciclistas, essa estrutura não pode ser cobrada", afirmou.

Lei

Com a pressão popular de ciclistas de todo o Estado, os parlamentares da Assembleia Legislativa de São Paulo aprovaram, em 2018, o projeto de autoria do ex-deputado Davi Zaia que deu origem a Lei 16.748/18, que instituiu a rota Márcia Prado.

"É importante que os deputados se debrucem sobre essa matéria, que entrem em contato com ONGs de ciclistas e que todos os projetos tenham a participação desses ciclistas", completou Pasqualini.


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