Roda de conversa pública realizada na Alesp aborda a questão das 'vidas interrompidas'

Tema envolto em tabus e estigmas, suicídio foi discutido por parlamentares e especialistas no assunto; troca de experiências como caminho para a compreensão e enfrentamento da situação está entre as alternativas apontadas
18/04/2024 00:56 | Sociedade | Da Redação - Fotos: Rodrigo Romeo

Compartilhar:

Roda de conversa pública sobre vidas interrompidas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2024/fg322613.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Dep. Eduardo Suplicy<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2024/fg322614.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Dep. Beth Sahão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2024/fg322615.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Eroy Aparecida da Silva, psicóloga <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2024/fg322616.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Roda de conversa pública sobre vidas interrompidas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2024/fg322633.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Roda de conversa pública sobre vidas interrompidas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2024/fg322634.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Roda de conversa pública sobre vidas interrompidas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2024/fg322635.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Assunto delicado que precisa ser compreendido, encarado e trabalhado com a seriedade necessária, o suicídio foi o tema central de uma roda de conversa pública sobre vidas interrompidas, realizada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nesta quarta-feira (17). O encontro foi solicitado pelo deputado Luiz Fernando (PT) e contou com a presença dos colegas de legenda, Beth Sahão e Eduardo Suplicy.

A troca de experiências, que abordou mais especificamente ocorrências em escolas públicas e universidades, também contou com a presença de profissionais ligados ao assunto, associações e coletivos que atuam no dia a dia da questão.

"É muito significativo que estejamos fazendo essa reflexão. Aqui está sendo dado um passo importante. É evidente o comprometimento e a sensibilidade com que vocês [especialistas e associações] têm abordado essa temática tão relevante, complexa e urgente. Acredito, firmemente, que eventos como esse são essenciais para promover a conscientização, compartilhar conhecimento e mobilizar ações efetivas em prol da saúde mental dos nossos jovens estudantes", afirmou Suplicy.

"É importante que possamos implementar programas de promoção da saúde mental em escolas e universidades que garantam, por exemplo, o acesso a serviços de aconselhamento", acrescentou o deputado, que é presidente da Comissão dos Direitos da Pessoa Humana da Alesp.

Diálogo

Já Beth Sahão, parlamentar integrante da Comissão de Saúde da Casa, apontou que a realização de um evento como esse contribui para que cada colega do Legislativo tenha mais informações e bagagem para a produção e sugestão de políticas públicas efetivas em benefício da saúde mental da população.

"Esse debate nos fortalece até no sentido de dialogarmos com o Governo do Estado e sensibilizá-lo por mais ações. Para atuar na Saúde, em qualquer área, é preciso mais recursos", comentou Beth.

A deputada ainda chamou a atenção sobre os obstáculos existentes para debater o tema. "É um assunto muito difícil de ser abordado. Há muita resistência das pessoas para falarem sobre o suicídio. Só vemos os números aumentando, infelizmente", lamentou.

Observatório

Entre os participantes da roda de conversa esteve a psicóloga e especialista em psicoterapia familiar Eroy Aparecida da Silva, que lembrou que o tema será levado à Câmara dos Deputados, em Brasília, na próxima semana.

"Queremos tratar desse assunto em Assembleias, Câmaras Municipais e universidades de vários outros estados brasileiros. Se por um lado o suicídio é um tema silenciado ou silencioso, por outro nós já temos, felizmente, algumas associações e coletivos atuando para discutir abertamente as questões que envolvem o assunto. Estamos juntos com essas várias entidades que levam a temática adiante", comentou a psicóloga. "Temos uma pauta de lutas conjuntas. Dentre elas, a construção de um Observatório Nacional de Cuidado em Relação ao Suicídio, uma referência unificada para que a gente possa trabalhar esse tema de uma forma clara, sem tabus ou estigmas", afirmou Eroy.

A especialista detalhou que a violência interfamiliar, o abandono, o racismo, a misoginia, a homofobia, a violência contra a mulher e tantas outras questões contribuem efetivamente para os registros de ocorrências. "Quando falamos de suicídio, da morte voluntária, observamos que ele é impermeado por um intenso sofrimento. Mas isso é apenas a ponta de um iceberg e nós sabemos que o somatório de sofrimentos cotidianos pode contribuir para que muitas pessoas, lamentavelmente, se desinteressem pela vida", explicou.

Crescimento

De acordo com publicação da Agência Brasil, a taxa de suicídios entre jovens cresceu 6% no Brasil entre os anos de 2011 e 2022. As taxas de notificações por autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos de idade cresceram 29% ao ano no mesmo período. Já entre a população em geral, o aumento do registro de suicídios foi de 3,7% e autolesões, 21%. Os números foram divulgados pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Disque 188

Caso esteja passando por um momento difícil ou conheça alguém nessa situação, busque apoio no Centro de Valorização da Vida (CVV), serviço gratuito disponível 24 horas, nos sete dias da semana, através do Disque 188.

Assista ao evento, na íntegra, na transmissão feita pela TV Alesp:



Mais imagens do evento: https://www.flickr.com/photos/assembleiasp/albums/72177720316284582

alesp