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CPI Epidemia do Crack - 18ª Legislatura


09/08/2016 - receber o Dr. Drauzio Varella com o objetivo de palestrar sobre a epidemia do Crack, expondo sua experiência e estudos realizados ao longo de seu trabalho com usuários.

CPI EPIDEMIA DO CRACK



ATA DA QUARTA REUNIÃO DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO CONSTITUÍDA COM A FINALIDADE DE 'INVESTIGAR A DENOMINADA 'EPIDEMIA DO CRACK' NO ESTADO DE SÃO PAULO.



Aos nove dias do mês de agosto de dois mil e dezesseis, às quinze horas e zero minutos, no Auditório Franco Montoro da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, realizou-se a Quarta Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito constituída pelo Ato nº 29, de 2016, do Presidente da Assembleia, mediante Requerimento nº 262, de 2015, com a finalidade de 'investigar a denominada 'Epidemia do Crack' no Estado de São Paulo', sob presidência do Deputado Adilson Rossi. Presentes a Senhora Deputada Beth Sahão e os Senhores Deputados Coronel Telhada, Welson Gasparini, Adilson Rossi, Jooji Hato, Wellington Moura (membros efetivos), os Senhores Deputados Ed Thomas e Caio França. Ausentes a Senhora Deputada Leci Brandão e os Senhores Deputados Fernando Cury, Paulo Correa Jr. Havendo número regimental, o Senhor Presidente declarou aberta a reunião. Dispensada da leitura, a ata da reunião anterior foi aprovada. A presente reunião foi convocada com a finalidade de receber o Dr. Drauzio Varella para palestrar sobre a epidemia do Crack, expondo sua experiência e estudos realizados ao longo de seu trabalho com usuários. O Presidente então passou a palavra ao convidado. De acordo com o Dr. Drauzio, é possível aprender a viver sem o crack e, nesse sentido, ele destaca a necessidade de manter o usuário longe da droga. Ele chega a essa formulação a partir dos fatores químicos que envolvem o consumo de cocaíca e da experiência que acumulou nas prisões paulistas desde a época em que o crack chegou às penitenciárias (1992) até quando a droga foi eliminada. Drauzio Varella diz que atende várias ex-usuárias de crack na Penitenciária Feminina. A situação das mulheres é especialmente trágica no entender de Drauzio Varella. Ele diz que mulheres que levam drogas para presos e são detidas, ainda nas filas de revista, e posteriormente são levadas para a delegacia e de lá para a penitenciária feminina, condenadas a quatro anos de prisão. Esse procedimento não tem qualquer impacto sobre o combate ao tráfico e sequer o preso é afetado, porque rapidamente arranja outro jeito de conseguir a droga. A deputada Beth Sahão lamentou a impossibilidade da discussão no âmbito da CPI de conceitos relativos à questão das drogas e da sua prevenção, e sugeriu, como recomendação, maior diálogo entre os programas nos municípios e no Estado. O Deputado Coronel Telhada disse ser favorável à internação compulsória e sugeriu a utilização do complexo do Juqueri para isso. O Deputado Wellington Moura quis saber sobre a existência de lobby de hospitais psiquiátricos que lucram com a internação compulsória. O Dr. Drauzio Varella disse desconhecer a existência de tal lobby, mas que, se existir, deve ser enfrentado. Ele destacou que é preciso planejamento na implantação de qualquer tipo de programa que envolva a internação. Sobre o programa De Braços Abertos da prefeitura de São Paulo, o médico discordou da permanência dos participantes do programa no mesmo local onde há disponibilidade da droga. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente deu por encerrada a reunião, que foi gravada pelo Serviço de Audiofonia e a correspondente transcrição, tão logo seja concluída, fará parte desta ata que eu, Eduardo Ricetti, Analista Legislativo, lavrei e assino após sua Excelência. Aprovada em reunião de 16/08/2016.



Deputado Adilson Rossi

Presidente



Eduardo Ricetti

Secretário

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